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Carla Bertelli – 5° Período Diabetes Mellitus Tipo 2 – Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamento do DM2 – Entender os Critérios Diagnósticos da Síndrome Metabólica Pessoas obesas ou com IMC elevado tem mais propensão em desenvolver DM2. A prevalência de diabetes semelhante em homens e mulheres em todo o mundo, mas ligeiramente maior em homens < 60 anos e em mulheres em idades mais avançadas Estima-se que cerca de 415 milhões de pessoas em todo o mundo tenham diabetes em 2015, e o diabetes mellitus tipo 2 foi responsável por > 90% desses casos Fatores de Risco – Envolvem Pré-diabetes, obesidade, síndrome metabólica, síndrome dos ovários policísticos, fatores de estilo de vida modificáveis (consumo de carne processada, bebidas açucaradas, alto índice glicêmico na dieta, baixa ingestão de fibras). Diabetes tipo 2 é causada por resistência à insulina e defeitos progressivos de secreção de insulina relacionados à inflamação e estresse metabólico, provavelmente em combinação com outros fatores contribuintes, como: • Predisposição Genética • Os pacientes têm resistência periférica à insulina com deficiência relativa, em vez de absoluta, de insulina • Resistência à insulina geralmente causada por obesidade ou aumento da porcentagem de gordura corporal Em resumo, envolve além do componente genético a obesidade, inatividade física e o envelhecimento. Parece ser poligênico, com alterações genéticas que favorecem a resistência a insulina. A hiperglicemia crônica do DM2 agrava a Resistência à Insulina (RI) e a disfunção secretória de insulina, caracterizando a glicotoxicidade. Adicionalmente, o conceito de lipotoxicidade também é usado para explicar a patogênese do DM2, visto que a elevação dos níveis de ácidos graxos livres circulantes e o aumento intracelular de lipídios, em suas diversas formas, induzem alterações na secreção e ação insulínicas. Relembrando – O transporte de glicose para o interior da célula é realizado pelos transportadores de glicose (GLUT). Um dos efeitos clássicos da insulina é o aumento do transporte de glicose, pelo GLUT-4, em músculo e tecido adiposo. A insulina promove a fusão, o recrutamento e a inserção do GLUT-4 na membrana plasmática, sendo esse efeito, em parte, dependente do aumento da atividade da fosfatidilinositol 3-quinase (PI3q) e da ativação da Akt. Essa mesma via PI3q/Akt estimulada pela insulina exerce papel fundamental na glicogênese, na lipogênese e no bloqueio da neoglicogênese A patogênese é incerta, mas como exposto, múltiplos fatores genéticos, ambientais e metabólicos sugerem um processo multifatorial • A resistência à insulina e a secreção inadequada de insulina resultam em ação deficiente da insulina nos tecidos-alvo • A ação deficiente da insulina nos tecidos-alvo resulta em metabolismo anormal de carboidratos, gorduras e proteínas. • O metabolismo anormal resulta em hiperglicemia Diabetes Mellitus tipo 2 Carla Bertelli – 5° Período • A hiperglicemia aguda pode causar emergências metabólicas, como cetoacidose diabética e estado hiperglicêmico hiperosmolar O DM2 é uma doença complexa e progressiva, caracterizada por alterações metabólicas, e as principais são: diminuição da sensibilidade à insulina no músculo, excessiva produção hepática de glicose (por resistência insulínica no fígado) e declínio progressivo da função das células beta (β). Na sua gênese, participam fatores genéticos e ambientais (p. ex., sedentarismo e obesidade). Adicionalmente, outros componentes desempenham importante papel na patogênese do DM2: os adipócitos (lipólise acelerada), o trato gastrintestinal (deficiência/resistência incretínica), as células alfa (α) pancreáticas (hiperglucagonemia), o rim (reabsorção aumentada de glicose pelos túbulos renais) e o cérebro (resistência insulínica e disfunção de neurotransmissores). Dois defeitos metabólicos primordiais fazem parte do DM2: 1 – Diminuição da resposta dos tecidos periféricos, especialmente de músculo esquelético, tecido adiposo e fígado em relação a insulina ê 2 – Secreção inadequada de insulina em virtude da resistência desenvolvida e hiperglicemia A resistência à insulina prediz o desenvolvimento da hiperglicemia e, geralmente, faz-se acompanhar do hiperfuncionamento compensatório das células β e da hiperinsulinemia nos estágios precoces da evolução do diabetes. Ao longo do tempo, a incapacidade das células β em se adaptar às necessidades secretoras crescentes para a manutenção de um estado euglicêmico resulta em hiperglicemia crônica e nas complicações de longo prazo resultantes do diabetes permanente. Resistência à Insulina – Significa a incapacidade de os tecidos-alvo responderem normalmente a ela. Fígado, músculo esquelético e tecido adiposo são os principais locais em que essa se resistência se manifesta. Isso resulta em: • Incapacidade para inibir a produção endógena de glicose (contribui para hiperglicemia) • Incapacidade de absorver a glicose • Incapacidade para inibir a lipoproteína lipase no tecido adiposo, conduzindo a um excesso circulante de ácidos graxos livres A RI da obesidade e do DM2 é caracterizada por alterações em diversos pontos da via de transmissão do sinal da insulina.. Vários mecanismos estão envolvidos na regulação negativa da via de sinalização de insulina. Em geral, a RI ocorrerá por meio da redução da concentração e da atividade quinase do receptor de insulina (IR), da concentração e da fosforilação do IRS-1 e do IRS-2, da atividade da PI3q, da atividade da Akt e do fator de transcrição FoxO1, além da redução da translocação dos GLUT e da atividade das enzimas intracelulares Uma variedade de defeitos funcionais foi relatada na via de sinalização de insulina em estados de resistência a essa substância. Por exemplo, observa-se fosforilação reduzida da tirosina do receptor de insulina e de proteínas IRS nos tecidos periféricos, o que compromete a sinalização da insulina e reduz o nível do transportador de glicose GLUT-4 na superfície da célula. Sendo assim, um dos mecanismos pelos quais o exercício pode melhorar a sensibilidade é através da translocação aumentada de GLUT-4 para a superfície das células do músculo esquelético. A obesidade pode ter impacto adverso na sensibilidade à insulina de diversas maneiras Á – O tecido adiposo é mais lipolítico do que os locais periféricos, o que pode explicar as consequências desse padrão de distribuição de gordura.. O excesso de AGLs sobrecarrega as vias de oxidação dos ácidos graxos intracelulares, levando ao acúmulo de intermediários citoplasmáticos, como, por exemplo, o diacilglicerol (DAG). Esses intermediários “tóxicos” podem atenuar a sinalização através da via do receptor de insulina. Nos hepatócitos, a insulina Carla Bertelli – 5° Período normalmente inibe a gliconeogênese através do bloqueio da atividade da carboxicinase fosfoenolpiruvato, o primeiro passo enzimático nesse processo. A sinalização atenuada da insulina permite que a fosfoenolpiruvato carboxicinase aumente a gliconeogênese. O excesso de AGLs também compete com a glicose pela oxidação do substrato, levando à inibição retroativa das enzimas glicolíticas, agravando, assim, ainda mais o desequilíbrio existente da glicose. – Uma variedade de proteínas secretadas na circulação sistêmica pelo tecido adiposo foi identificada, e são chamadas coletivamente de adipocinas (ou citocinas adiposas). Algumas promovem a hiperglicemia, enquanto outras adipocinas (como a leptina e a adiponectina) diminuema glicose no sangue, em parte por causa do aumento da sensibilidade à insulina em tecidos periféricos. Os níveis de adiponectina estão reduzidos na obesidade, contribuindo, assim, para a resistência à insulina. çã – O adipócito hipertrofiado do obeso produz e libera adipocitocinas (resistina, fator de necrose tumoral alfa [TNF-α], interleucina [IL]-6 etc.) que contribuem para a instalação da inflamação crônica subclínica. Entretanto, o papel mais relevante é o das células imunes infiltradas no tecido adiposo do obeso induzindo inflamação crônica subclínica. Aumento no número de macrófagos no tecido adiposo. Sabe-se que um ambiente inflamatório – mediado não somente por um processo autoimune, tal como o diabetes do tipo 1, mas também por citocinas pró- inflamatórias que são secretadas em resposta ao excesso de nutrientes, como, por exemplo, os ácidos graxos livres (AGL) e a glicose – resulta tanto da resistência à insulina quanto da disfunção de célula β. O excesso de AGLs no interior de macrófagos e células β pode ativar o inflamassoma, um complexo citoplasmático multiproteico que leva à secreção da citocina interleucina IL-1β. IL-1β, por sua vez, faz a mediação da secreção das citocinas pró--inflamatórias de macrófagos adicionais, células de ilhotas e outras células. A IL-1 e outras citocinas são liberadas na circulação e agem sobre os principais locais de ação da insulina para promover resistência à insulina. Assim, AGLs em excesso podem impedir a sinalização de insulina diretamente nos tecidos periféricos, bem como indiretamente, através da liberação das citocinas pró-inflamatórias. Disfunção da Célula Beta – Embora a resistência à insulina, por si só, possa levar a uma tolerância limitada à glicose, a disfunção das células β é praticamente um requisito para o desenvolvimento do diabetes patente. A função da célula β aumenta precocemente, no processo da doença, na maioria dos pacientes com diabetes do tipo 2 “esporádica”, principalmente como uma medida compensatória para combater a resistência à insulina e manter a euglicemia. No entanto, às vezes, aparentemente esgotam sua capacidade de se adaptar às demandas de longo prazo da resistência periférica à insulina, e o estado hiperinsulinêmico dá lugar a um estado de deficiência relativa de insulina. Vários mecanismos têm sido implicados na promoção da disfunção das células Beta no DM2: Excesso de ácidos graxos livres (lipotoxicidade), impacto da hiperglicemia crônica (glicotoxicidade), deposição de amiloide dentro das ilhotas e o impacto genético. çõ í O diagnóstico de DM tipo 2 costuma ser tardio, uma vez que muitos pacientes passam anos ou mesmo décadas completamente assintomáticos Não raro (em cerca de 50% dos casos), o reconhecimento da doença só é feito quando lesões de órgão-alvo já estão presentes e são irreversíveis... O paciente típico é adulto (> 40-45 anos), obeso, sedentário e possui outros fatores de risco cardiovascular, mas vale lembrar que a incidência em crianças e adolescentes está aumentando (em função da pandemia de obesidade). Com menos frequência, sintomas de franca hiperglicemia podem ser referidos (poliúria, polidipsia), sendo raríssimo o surgimento de cetoacidose diabética (a produção endógena de insulina é suficiente para evitar a cetogênese hepática). Às vezes, o diagnóstico é firmado na vigência de um estado hiperosmolar não cetótico, principal complicação aguda do DM tipo 2. Um importante sinal clínico é a acantose nigricans (ou nigricante). Toda vez que você encontrar esta lesão na prática, pense em duas possibilidades diagnósticas principais: (1) resistência à insulina (ex.: DM ou pré- diabetes); (2) neoplasia maligna (ex.: Ca de pulmão ou do trato gastrointestinal – principalmente se o acometimento for extenso, rápido e envolver palmas e solas). Carla Bertelli – 5° Período O paciente com DM tipo 2 frequentemente apresenta múltiplos fatores de risco cardiovascular associados, como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, configurando a síndrome metabólica. O objetivo principal é diminuir ao máximo as complicações micro a macrovasculare. Isso pode ser conseguido por meio de um rígido controle glicêmico, lipídico e da pressão arterial (PA) Apesar de também evoluírem para as complicações microvasculares idênticas às do DM tipo 1, o curso da patologia está bastante relacionado com a doença macrovascular aterosclerótica: IAM (causa mais comum de óbito em diabéticos), AVE e arteriopatia dos membros inferiores. Portanto, a base da estratégia terapêutica destes pacientes envolve, além do controle glicêmico, o controle dos fatores de risco para aterosclerose, ou seja, tratar também – e deforma agressiva – a hipertensão arterial, a obesidade e a dislipidemia, bem como estimular o paciente a parar de fumar e sair do sedentarismo. Grandes estudos mostram que tais medidas são essenciais para diminuir a morbimortalidade no DM tipo 2. ã ó – Envolve dieta e exercícios físicos (mudança nos hábitos de vida), além de um tratamento para a obesidade. ó – Uso dos antidiabéticos. Os antidiabéticos são divididos em diferentes classes cujos mecanismos de ação, efeitos sobre a glicemia, sobre a hemoglobina glicada (A1c) e sobre o peso do paciente. Os antidiabéticos orais (ou hipoglicemiantes orais) formam a base da terapêutica medicamentosa do DM tipo 2, e exercem seu efeito estimulando a secreção de insulina pelas células beta (sulfonilureias e glinidas), aumentando o efeito periférico da insulina (metformina eglitazonas), retardando a absorção de carboidratos (acarbose) ou agindo simultaneamente na célula beta – estímulo para síntese de insulina – e alfa – reduzindo a produção de glucagon (inibidores da DPP-4). Os agonistas GLP-1 são drogas de uso subcutâneo que também atuam estimulando a síntese de insulina pela célula beta e reduzindo a produção de glucagon pela célula alfa pancreática. Juntamente com os inibidores da DPP-4, estas medicações formam o grupo dos incretinomiméticos. O mais novo acréscimo ao arsenal terapêutico do DM tipo 2 é representado pelos inibidores do SGLT-2, drogas que bloqueiam a reabsorção tubular renal da glicose filtrada nos glomérulos. – A administração de medicamentos com diferentes mecanismos hipoglicemiantes: agentes antidiabéticos orais (biguanidas, sulfonilureias [SU], inibidores da DPP-4, glinidas, glitazonas, inibidores da α-glicosidase e inibidores do cotransportador 2 de sódio e glicose [iSGLT-2]), agonistas do receptor do GLP-1 (GLP-1RA) e insulinas As atuais diretrizes recomendam MEV juntamente com a metformina (na ausência de contraindicações) como tratamento inicial de escolha para o DM2. Se o controle glicêmico permanecer inadequado (HbA1c > 7% ou acima da meta estipulada) após 3 meses de tratamento ou venha a se deteriorar durante o seguimento, adiciona-se um segundo fármaco com mecanismo de ação diferente e de acordo com as características ou necessidades dos pacientes Se necessário, durante o seguimento do paciente, pode- se lançar mão de terapia tríplice ou, mesmo, quádrupla. Carla Bertelli – 5° Período A terapia baseada em insulina (insulina basal, esquema basal–bolus ou combinação fixa insulina/aGLP-1) é mandatória, quando houver sintomas (poliúria, polidipsia e perda de peso) e HbA1c > 9%. Após a resolução da hiperglicemia aguda, pode-se suspender a insulinoterapia e introduzir a terapia oral em combinação dupla, tríplice ou quádrupla, se necessário – Seu representante é a Metformina. A metformina não tem efeito direto sobre as células β e leva à reduçãoda glicemia por meio de dois mecanismos principais: melhora da sensibilidade periférica à insulina (que reduz a insulinemia) e, sobretudo, inibição da gliconeogênese hepática – As sulfonilureias estimulam a secreção pancreática de insulina, pela ação no receptor SUR1, presente nas células β. Convém ressaltar que essas substâncias estimulam a secreção, mas não a síntese de insulina, e requerem, portanto, células β funcionantes para que atuem. As sulfonilureias costumam ser classificadas como de primeira (clorpropamida) e segunda (glibenclamida, gliclazida, glipizida e glimepirida) gerações – As glitazonas (tiazolidinedionas) são agonistas dos receptores ativados por proliferadores de peroxissomo gama (PPAR-γ), expressos, sobretudo, no tecido adiposo, no qual regulam genes envolvidos na diferenciação do adipócito e na captação e armazenamento dos ácidos graxos, além da captação de glicose. Atualmente, o único representante do grupo disponível é a pioglitazona. Carla Bertelli – 5° Período – Também chamados gliptinas, atuam como inibidores competitivos reversíveis da DPP-4 (enzima que rapidamente degrada o GLP-1 e o GIP), pela qual têm afinidades variadas. Os agentes disponíveis na maioria dos países são vildagliptina, sitagliptina, saxagliptina, linagliptina e alogli ptina. As gliptinas atuam estimulando o sistema das incretinas (GLP-1 e GIP) ao inibir seu metabolismo pela DPP-4. Com o aumento nos níveis circulantes do GLP-1, ocorre estímulo glicose-dependente da secreção de insulina pelas células β e inibição da secreção de glucagon pelas células α pancreáticas – Neste grupo, incluem-se repaglinida e nateglinida. Elas aumentam a secreção de insulina pelas células β, atuando em sítios de ligação distintos daqueles das SU. Há vários anos, elas não são mais recomendadas no tratamento do DM2, por serem menos eficazes que os demais secretagogos de insulina α – O único representante deste grupo no Brasil é a acarbose. Ele atua no intestino delgado, em que retarda a digestão e a absorção dos carboidratos complexos por inibição das α-glicosidases. A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco metabólico comumente associados a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2, incluindo: • Pressão arterial elevada • Dislipidemia aterogênica • Resistência a insulina • Obesidade central É mais comum em pacientes com sobrepeso e obesidade, mas pode ocorrer em pacientes com peso normal. Os fatores de risco incluem tabagismo, sedentarismo e histórico familiar. As complicações incluem doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD), diabetes e doença renal crônica. Os critérios diagnósticos mais comuns para a síndrome metabólica são da Força-Tarefa sobre Epidemiologia e Prevenção da Federação Internacional de Diabetes (IDF) e da Associação Americana do Coração/Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (AHA/NHLBI) e requer 3 dos 5 critérios a seguir: 1 – Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL (1,7 mmol/L) ou tratamento medicamentoso para triglicerídeos elevados 2 – Glicose em jejum ≥ 100 mg/dL ou tratamento medicamentoso para glicose elevada 3 – Colesterol de lipoproteína de alta densidade reduzido ou tratamento medicamentoso para colesterol de lipoproteína de alta densidade reduzido: (Homens = <40 e Mulheres <50) 4 – Pressão arterial elevada demonstrada por qualquer um dos seguintes: pressão arterial sistólica ≥ 130 mm Hg ou pressão arterial diastólica ≥ 85 mm Hg; tratamento medicamentoso anti-hipertensivo em paciente com história de hipertensão 5 – Aumento da circunferência da cintura (conforme determinado pela população e limites específicos do país) O tratamento da síndrome metabólica inclui o manejo dos componentes individuais da síndrome com o objetivo de prevenir doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. A modificação do estilo de vida é o tratamento de primeira linha para todos os pacientes ( recomendação forte ). Carla Bertelli – 5° Período Cada vez mais evidências indicam que a resistência à insulina não somente contribui para a hiperglicemia em pessoas com diabetes tipo 2 como também pode desempenhar um papel em outras anormalidades metabólicas. Estas incluem obesidade, níveis altos de triglicerídios plasmáticos e níveis baixos de lipoproteínas de alta densidade (HDL), hipertensão, inflamação sistêmica (conforme detectada por meio da proteína C reativa [PCR] e de outros mediadores), fibrinólise anormal, função anormal do endotélio vascular, e doença macrovascular (doença arterial coronariana, vascular cerebral e arterial periférica). Essa constelação de anormalidades com frequência é denominada síndrome de resistência à insulina, síndrome X ou síndrome metabólica, sendo esse último o termo preferido. Um fator importante nas pessoas com síndrome metabólica que leva ao diabetes tipo 2 é a obesidade. Pessoas obesas apresentam aumento da resistência à ação da insulina e comprometimento da supressão da produção de glicose pelo fígado, o que resulta tanto em hiperglicemia quanto em hiperinsulinemia. O tipo de obesidade é uma consideração importante no desenvolvimento do diabetes tipo 2. Pessoas com obesidade na parte superior (ou central) do corpo têm risco aumentado de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e distúrbios metabólicos, comparativamente às que apresentam obesidade na parte inferior (ou periférica) do corpo. A circunferência da cintura e a razão cintura- quadril (RCQ), que são determinações substitutas da obesidade central, demonstraram forte correlação com a resistência à insulina. Uma perda de 5 a 10% do peso corporal tem o potencial de melhorar a resistência à insulina e reduzir os níveis glicêmicos REFERÊNCIAS DynaMed. Diabetes Mellitus Tipo 2 em Adultos. Serviços de informação da EBSCO. Acessado em 6 de fevereiro de 2023. https://www.dynamed.com/condition/diabetes- mellitus-type-2-in-adults DynaMed. Síndrome Metabólica em Adultos. Serviços de informação da EBSCO. Acessado em 7 de fevereiro de 2023. https://www.dynamed.com/condition/metabolic- syndrome-in-adults KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595150966. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859 5150966/. Acesso em: 06 fev. 2023. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788527737180. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852 7737180/. Acesso em: 06 fev. 2023. Norris, Tommie L. Porth - Fisiopatologia . Disponível em: Minha Biblioteca, (10ª edição). Grupo GEN, 2021. See More https://www.dynamed.com/condition/diabetes-mellitus-type-2-in-adults https://www.dynamed.com/condition/diabetes-mellitus-type-2-in-adults
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