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Caso concreto - Direito de família

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DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - CCJ0225
Semana Aula: 1
Introdução ao Direito de Família e Noções sobre o casamento.
Tema
Direito das famílias e casamento.
Palavras-chave
Famílias. Princípios. Casamento. Promessa de noivado.
Objetivos
- Conceituar famílias.
- Identificar os princípios atinentes ao Direito de Família.
- Conceituar casamento e compreender sua natureza jurídica.
- Analisar a responsabilidade civil por ruptura do noivado (promessa de casamento).
Estrutura de Conteúdo
Unidade 1 – Introdução ao Direito de Família e Noções sobre o casamento.
1.1. Conceito de famílias.
1.2. Princípios atinentes ao Direito de Família.
1.3. Casamento: conceito, natureza jurídica, responsabilidade civil por ruptura do noivado 
(promessa de casamento).
Conceito
O Direito de Família precisa ser analisado, então, “do ponto de vista do afeto, do amor 
que deve existir entre as pessoas, da ética, da valorização da pessoa e da sua dignidade, 
do solidarismo social e da isonomia constitucional”, porque em seu atual estágio, este 
ramo do Direito se baseia “mais na afetividade do que na estrita legalidade”. 
(TARTUCE, 2017, v. 5, p. 5)
A Constituição Federal, estabeleceu a família como base da sociedade, em seu art. 226, 
caput, fazendo referência em seus parágrafos ao casamento, à união estável e ao núcleo 
monoparental, trazendo inovação, pois antes o único arranjo familiar legitimamente 
considerado era aquele fruto do casamento.
Mas este reconhecimento é capaz de alcançar todas as entidades familiares existentes em 
nossa sociedade? Podemos entender, na linha do que nos ensinam Stolze e Pamplona 
Filho (2018), que a Constituição não pretendeu esgotar as categorias familiares, mas sim 
consagrar, com respaldo no princípio da afetividade, uma estrutura aberta capaz de 
reconhecer a legitimidade de outros arranjos familiares.
Firmadas estas premissas, entendemos que, de acordo com o princípio da dignidade da 
pessoa humana, “família é o núcleo existencial integrado por pessoas unidas por vínculo 
socioafetivo, teleologicamente vocacionada a permitir a realização plena dos seus 
integrantes” (STOLZE E PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.152).
Então, para ser família, precisamos de pelo menos duas pessoas que tenham um vínculo 
de afetividade com o intuito de satisfazer os interesses mútuos. Portanto, se uma pessoa 
cria laço familiar com outra tão somente para satisfazer interesses econômicos, ainda 
assim consideramos um núcleo familiar.
Principiologia
a) Dignidade da pessoa humana: o art. 1.º, III, da CF/1988 coloca a dignidade da pessoa 
humana como fundamento do Estado Democrático de Direito, evidenciando que o 
patrimônio perde importância, na medida em que a pessoa humana é valorizada. É por 
esta valorização que os demais princípios são interpretados com base neste.
b) Afetividade: não se pretende, através deste princípio, definir o amor, mas precisamos 
realçar que ele é a válvula propulsora das relações que travamos na nossa vida, mormente 
as familiares. O afeto é o que vincula os membros de uma família e é com base nesta 
afetividade que defendemos que a Constituição Federal reconhece outros arranjos 
familiares, além daqueles expressamente previstos, a exemplo da união homoafetiva, 
expressão mais adequada, em detrimento de união homossexual, pois como nos explicam 
Stolze e Pamplona Filho (2018), o que une as pessoas é o afeto e não a sexualidade.
c) Solidariedade familiar: a solidariedade familiar se traduz na assistência material e 
moral recíproca entre os membros do núcleo familiar, o amparo e o suporte que deve ser 
prestado por um indivíduo ao outro.
Embora seja importante, dentro do contexto da solidariedade, o amparo emocional, o que 
vai ao encontro do objetivo propugnado pelo Código Civil de 2002, que é a 
personalização, minimizando a visão patrimonialista, não podemos esquecer que essa 
assistência tem uma clarividente repercussão patrimonial, que é uma decorrência 
irrefutável do vínculo familiar.
É na solidariedade familiar, com o seu inerente dever de cuidado e assistência mútua, que 
repousa a prestação de alimentos em caso de necessidade, nos termos do art. 1.694, do 
Código Civil.
d) Função social da família: Stolze e Pamplona Filho (2018) nos ensinam que a função 
social da família se concretiza com a busca da felicidade de cada membro como bem 
supremo, respeitando a individualidade de cada um, o que se traduz, entre outras coisas, 
em respeito à igualdade entre cônjuges e companheiros, à opção por arranjos familiares 
diversos do tradicional.
e) Convivência familiar: pais e filhos devem permanecer juntos e o afastamento somente 
deve ocorrer como medida de exceção, em casos extremos que o justifiquem, como, por 
exemplo, em situações que motivem a destituição do poder familiar.
f) Intervenção mínima do Estado no Direito de Família: Cabe ao Estado prestar 
assistência à família, mas não impedir sua formação e consolidação.
g) Plena proteção da criança e do adolescente: art. 227, caput, CF e arts. 1.583 e 1.584, 
CC.
h) Igualdade entre os filhos: art. 227, §6°, CF e art. 1.596, CC.
i) Igualdade entre cônjuges e companheiros: art. 226, §5°, CF e art. 1.511, CC.
Conceito e natureza jurídica do casamento
Paulo Lôbo (Apud TARTUCE, 2017, v. 5, p. 47-48) vislumbra o casamento como “um 
ato jurídico negocial, solene, público e complexo, mediante o qual um homem e uma 
mulher constituem família por livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do 
Estado”.
Em relação à natureza jurídica, o casamento é instituto de Direito Privado com natureza 
de contrato especial de Direito de Família, que necessita de consentimento e está sujeito a 
peculiaridades previstas na legislação. Tanto é assim que a autoridade competente para a 
celebração do casamento somente o declara concluído e apto a produzir efeitos jurídicos 
após a manifestação de vontade positiva dos nubentes. Desta forma, como esclarecem 
Stolze e Pamplona Filho (2018), a participação da autoridade e declaratória, e não 
constitutiva do ato matrimonial.
Promessa de casamento: o noivado e a responsabilidade civil por sua ruptura
A ruptura da promessa de casamento pode gerar dano moral ou material indenizável, 
dada a responsabilidade extracontratual do agente. É extracontratual por não haver ainda 
o matrimônio, este sim com natureza jurídica de contrato especial de Direito de Família. 
A desistência do casamento, portanto, é possível, mas é necessário, em nome do princípio 
da eticidade, fazê-lo da forma menos danosa possível.
Estratégias de Aprendizagem
AULA 1 DA DISCIPLINA DIREITO CIVIL V
Antes da sala de aula, é recomendável a leitura do Plano de Ensino da disciplina, 
atentando para a ementa e o conteúdo, a fim de se inteirar dos temas que serão abordados 
ao longo da disciplina. Verificar os aspectos metodológicos, procedimentos de avaliação 
e os títulos da bibliografia. Acessar o ambiente virtual da disciplina no SAVA (no SIA, 
entrar em Sala de Aulas Virtuais e Minhas disciplinas presenciais) e tomar o primeiro 
contato com os recursos didáticos disponíveis, como o material didático (livro da 
disciplina), conteúdo interativo (videoaulas e conteúdo on-line) e calendário, entre outros. 
Uma panorâmica do que será apresentado na disciplina pode ser conferida na Aula 
Teletransmitida, disponível no ambiente da Sala de Aula Virtual – SAVA.
Para apreensão e compreensão do primeiro tema da disciplina, verifique antes da aula 
presencial o item estrutura de conteúdo deste Plano de Aula. Leia as páginas 
correspondentes do material didático (Livro Didático de Direito Civil V, no SAVA) e 
faça as demais leituras sugeridas.
Durante a sala de aula, esteja atento às explicações e apresentação do conteúdo. 
Converse com seu professor e tire as dúvidas provenientes de suas leituras ou mesmo das 
atividades recomendadas.
Após a sala de aula, desenvolva as atividades de autoestudo e retome ou aprofunde os 
conteúdos apresentados pelo professor. Para isso, escolha uma das sugestões de leitura e 
pesquisaque constam no campo Aplicação: articulação teoria e prática deste Plano de 
Aula. Você também pode assistir à Aula Teletransmitida (disponível no SAVA).
Indicação de Leitura Específica
Livro didático da disciplina de Direito Civil V (tópicos correspondentes aos conteúdos 
abordados nesta aula).
Aplicação: articulação teoria e prática
QUESTÃO SUBJETIVA 1 - (Magistratura de São Paulo - 2007 - 2ª Fase) Direito Civil - 
Dissertação. Princípios basilares do Código Civil brasileiro (Lei nº 10.406, de 
10.01.2002)
Inovações no Direito de Família em relação ao Código Civil De 1916 (Livro IV, Título I, 
Substituto I, Capítulos I ao XI).
QUESTÃO SUBJETIVA 2 - Carlos e Juliana, após 7 anos de namoro, tomaram a 
importante decisão de firmar um noivado para, então, começar os preparativos do 
matrimônio, que perduraram 12 meses, entre organização da moradia do casal e festa de 
casamento. Tudo estava pronto! A casa mobiliada, a festa inteiramente paga, padrinhos 
preparados, convites distribuídos e os noivos aguardavam o grande dia quando Juliana foi 
surpreendida por uma decisão de Carlos: Não quero mais casar! Após momentos 
desesperados de dúvida e sofrimento, Juliana descobriu que Carlos mantinha um 
relacionamento paralelo há 2 anos com uma moça que residia na mesma cidade. Por se 
tratar de uma cidade pequena, em que praticamente todos os habitantes se conhecem, 
Juliana ficou muito envergonhada e tinha a certeza de que a história da traição e 
abandono de Carlos rapidamente se espalharia. E assim, de fato, ocorreu, tendo Juliana de 
desmarcar a festa, informar aos padrinhos e convidados do cancelamento, além de se 
submeter aos constantes questionamentos e comentários a respeito do que acontecera. 
Diante desta situação, que orientações você daria a Juliana, na qualidade de advogado(a) 
dela?
Considerações Adicionais
Recomenda-se a leitura de algum dos livros da bibliografia básica ou complementar, na 
parte correspondente a esta primeira aula, à escolha do aluno, de acordo com a sua 
afinidade com a linguagem e entendimento do autor.

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