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EPIDEMIOLOGIA: • 3º câncer que mais acomete as mulheres; • Risco global estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando a terceira posição • Mais de 20% dos casos de câncer de colo do útero são diagnosticados em mulheres com > de 65 anos • Idade mais acometida: 40 a 60 anos • O carcinoma é o tipo histológico mais frequente, seguido do adenocarcinoma FATORES DE RISCO: 1. Início precoce da vida sexual – sexo sem proteção 2. Grande quantidade de parceiros sexuais 3. Presença de outras DSTs, gonorréia, sífilis, clamídia e HIV 4. Depressão do sistema imunológico, condições de saúde que interfere em sua imunidade, 5. doenças auto-imunes, 6. diabetes mellitus 7. Tabagismo pode aumentar a incidência de carcinoma de células escamosas 8. Uso prolongado de pílula anticoncepcional (> de 05 anos) 9. Histórico de 03 ou mais gestações 10. Uso de DIU PATOGENIA: • Vírus do papiloma humano (HPV) • Família papilomaviridae • Estrutura icosaédrica • Vírus de DNA de cadeia dupla TIPOS E SUBTIPOS DE HVP: • Alto Risco: 16, 18, 45 e 48 • Risco Intermediário: 31, 33, 35, 39, 51 e 52 • Baixo Risco: 6, 11, 41, 42, 43 e 44 HPV subtipos 16 e 18: 70% dos casos de câncer do colo do útero 90% dos cânceres anal 60% cânceres de vagina 50% dos cânceres de vulva PRICIPAIS TESTES: PCR: sensibilidade Muito Alta, especificidade Alta e facilidade Boa - Procedimento ¨Real Time¨sistema fechado com proteção bioquímica de UDG= ¨Gold Standart¨= Sensibilidade + Especificidade + Exatidão Captura Híbrida: sensibilidade Alta, especificidade Alta e facilidade Boa – Rápido e pode ser usado na clínica diária PREVENÇÃO: • Mais de 80% das mulheres acompanhadas ao longo do tempo adquirirem pelo menos uma infecção por HPV de alto risco. • A prevalência de HPV em corte transversal específico para a idade atinge um pico de 25% em mulheres com menos de 25 anos, o que sugere que a infecção é predominantemente transmitida por via sexual após o início da vida sexual. • o uso de preservativos durante a relação sexual com penetração protege Ginecologia – Câncer de Colo de útero: parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. VACINAÇÃO: • Feminino: 09 a 14 anos (02 doses com intervalo de 6 meses) • Masculino: 11 a 14 anos (02 doses com intervalo de 6 meses) • Feminino ou masculino vivendo com de HIV/Aids 09 a 26 anos (03 doses – 0-2- 6) • Obs: Para adolescentes com idade ≥ 15 anos, não imunizados anteriormente, o esquema é de três doses (0-1 ou 2-6 meses). • Vacina Bivalente: Protege apenas contra os HPV de alto risco tipo 16 e 18. (A maioria dos cânceres associados ao HPV é causada pelo HPV 16 ou 18.) tomada até os 26 anos pelos homem. • Vacina Tetravalente: Além de proteger contra os HPV de alto risco tipo 16 e 18, protege também para os HPV de baixo risco 6 e 11 (são os que causam as verrugas). Pode ser tomada até os 45 anos pelas mulheres (rede privada/). Esta é a vacina distribuída pelo SUS. 2 doses • Vacina Nonavalente: Desde 2016 Distribuída nos Estados Unidos. Esta protege contra mais cinco tipos de HPV alto risco (HPV 31, 33, 45, 52 e 58). Esta vacina ainda não é comercializada no Brasil. • ambas as vacinas possuem maior indicação para meninas e meninos que ainda não iniciaram a vida sexual, uma vez que apresentam maior eficácia na proteção de indivíduos não expostos aos tipos virais presentes nas vacinas PREVENÇÃO SECUNDÁRIA - RASTREAMENTO: CITOLOGIA ONCÓTICA: Os Manuais do Ministério da Saúde recomendam apenas a coleta de amostra da ectocérvice e endocérvice espátula utiliza-se a espátula de Ayre e a escova endocervical respectivamente – o método mais utilizada para coloração é a de Papanicolaou. RECOMENDAÇÕES ANTES DA COLETA: Evitar coleta com sangramento. Não utilizar duchas vaginais aproximadamente 48 horas antes do exame; 48 hs após atividade sexual. Não utilizar cremes vaginais nos sete dias precedentes ao exame; Não utilizar nenhuma espécie de lubrificante no espéculo. Tratar as infecções e doenças inflamatórias vaginas e do colo uterino. A época mais propícia é o período periovulatório. Se houver sangramento anormal que não melhora isso não será impeditivo. Achados microbiológicos normais: Lactobacillus sp. Cocos. Outros Bacilos. EM QUEM É FEITO? À partir dos 25 anos, após dois resultados negativos com intervalos de um ano será feito de 3 em 3 anos até 64 ou 69 anos -podem ser interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Intervalos menores (individualizados) SITUAÇÕES ESECIAIS (que podem exigir intervalos individuais): Gestação Pós menopausa Histerectomizadas Sem vida sexual Imunossuprimidas Portadoras de HIV (carga viral > 400 cópias RNA/ml e CD4+ < de 350 célulasl / µL NOMECLATURA CITOLÓGICA E HISTOLÓGICA: CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA: A classificação de Papanicolau e da OMS não são mais utilizadas. A mais utilizada se baseia no sistema de Bethesa – 2001: 1) lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (do inglês Low-grade Squamous Intraepithelial Lesion – LSIL): Denomina as alterações citológicas anteriormente classificadas por Richart como Neoplasia Intraepitelial Cervical grau 1 (NIC1) e/ou as alterações citopáticas decorrentes de infecção por HPV. 2) NORMAL- DENTRO DOS LIMITES DA NORMALIDADE NO MATERIAL EXAMINADO: Negativo para lesão intraepitelial ou malignidade. 3) ALTERAÇÕES CELULARES BENIGNAS: Inamação. Reparação. Metaplasia escamosa imatura. Atrofia com inamação. Radiação. Outras (especificar) 4) ANORMALIDADES DAS CÉLULAS EPITELIAIS ESCAMOSAS = ATIPIAS CELULARES ESCAMOSAS: Células escamosas atípicas: De significado indeterminado (ASC- US): células do epitélio estraticado com significado indeterminado; Não é possível excluir LIEAG (ASC- H). LIEBG ou LSIL ou Low-SIL ou SIL Baixo Grau: Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau, que inclui HPV/displasia leve/NIC I. Nomenclaturas: AGC: Atipias de significado indeterminado em células glandulares AIS: Adenocarcinoma in situ ASC1 ou ASCUS: Atipias de significado indeterminado em células escamosas (atypical squamous cells of undetermined significance) ASC–H: Atipias de significado indeterminado em células escamosas não podendo excluir lesão de alto grau ASC–US Atipias de significado indeterminado em células escamosas, possivelmente não neoplásicas HSIL–Lesão intraepitelial escamosa de alto grau LIAG–Lesão intraepitelial de alto grau LSIL–Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau NIC–Neoplasia intraepitelial cervical Nomenclaturas: AGC: Atipias de significado indeterminado em células glandulares AIS: Adenocarcinoma in situ ASC1 ou ASCUS: Atipias de significado indeterminado em células escamosas (atypical squamous cells of undetermined significance) ASC–H: Atipias de significado indeterminado em células escamosas não podendo excluir lesão de alto grau ASC–US Atipias de significado indeterminado em células escamosas, possivelmente não neoplásicas HSIL–Lesão intraepitelial escamosa de alto grau LIAG–Lesão intraepitelial de alto grau LSIL–Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau NIC–Neoplasia intraepitelial cervical LIEAG ou HSIL ou High-SIL ou SIL Alto Grau: Lesão intraepitelial escamosa de alto grau, que compreende displasia moderada/grave, NIC II e NIC III e carcinoma in situ. Com características suspeitas de invasão: Carcinoma de células escamosas. 5) ANORMALIDADES DAS CÉLULAS EPITELIAIS GLANDULARES ATIPIAS CELULARES GLANDULARES: Células endocervicais, possivelmente neoplásicas. Células glandulares, possivelmente neoplásicas. • Adenocarcinoma endocervicalin situ. • Adenocarcinoma: Endocervical; Endometrial; Extrauterino; SOE 6) ATIPIAS DE ORIGEM INDEFINIDA: Atipias de: Células endocervicais Sem Outras Especificações (SOE), ou especificar nos comentários; 7) OUTRAS ATIPIAS CELULARES: Outras neoplasias malignas. Presença de células endometriais na pós-menopausa ou acima de 40 anos, fora do período menstrual. ABORDAGEM INICIAL DOS EXAME CITOLÓGICOS ALTERADOS: RESULTADO: ASC (células escamosas atípicas de significado indeterminado) CONDUTA – possivelmente não neoplásicas – ASC – US: < 25 anos: repetir em 3 anos Entre 25 – 29 anos: repetir citologia em 12 meses > ou mais que 30 anos: repetir citologia em 6 meses • se o resultado da segunda citologia for negativo ela repete no intervalo de 6m se> 30 ou 12 m se <30) e assim com o terceiro resultado negativo ela continua com rastreamento citológico trienal • se o segundo resultado mostrar ASC – US, lesão intraepitelial ou câncer ela dever ser encaminhada para a colposcopia • imunossuprimidas (diferente): com este resultado citológico devem ser encaminhadas para colposcopia já no primeiro exame alterado – o seguimento citológico, quando não evidenciada lesão intraepitelial, deve ser semestral, até dois exames negativos. Após esse período, deve seguir a recomendação de rastreamento específico para essas mulheres. CONDUTA – não se podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H): Encaminhas para colposcopia com biópsia Se a colposcopia não evidenciar lesão, a conduta deverá ser tomada de acordo com a visualização da JEC - Se a JEC for completamente visível, o próximo passo será a repetição da citologia em seis meses. Se a JEC não for completamente visível, deverá ser feita a coleta endocervical por meio da escova cytobrush ou da curetagem de canal. Avaliação endocervical = NIC I ou normal = repetir a citologia e a colposcopia em seis meses JEC não é visível ou parcialmente visível e a colposcopia não revela achados anormais = deverá ser investigado o canal endocervical. Se o exame deste material mantiver o resultado ou mais grave, excluída lesão vaginal, é recomendável a excisão tipo 3 Imunossuprimidas: colposcopia também. RESULTADO: células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC) ou células atípicas de origem indefinida (AOI): CONDUTA- possivelmente não neoplásicas ou não podendo afastar lesão de alto grau: Encaminhar para a colposcopia + cytobrush(análise citopatológica do canal endocervical) Durante a colposcopia, se encontradas alterações, quaisquer que sejam, deve ser realizada a biópsia é recomendável a avaliação endometrial com ultrassonografia em pacientes acima de 35 anos e, caso anormal, estudo anatomopatológico do endométrio. Fazer também se <35 anos e sangramento uterino anormal ultrassonografia transvaginal, tem o intuito de avaliar a espessura endometrial Na persistência de AGC na citologia, após o fim das investigações no colo e corpo uterinos, além de órgãos adjacentes, sem evidência de doença, as mulheres devem ser mantidas em seguimento citológico e colposcópico semestral até a exclusão de doença pré-invasiva ou invasiva. Se a citologia do material obtido no mesmo momento da colposcopia for negativa, a mulher deverá ser seguida com citologia semestral na unidade secundária. Após dois anos com exames semestrais normais, a paciente deve retornar ao rastreamento trienal RESULTADO: lesão de baixo grau (LSIL ou LIEBG = sugestivo de NIC I) CONDUTA: <25 anos: repetir em 3 anos > ou igual 25 anos: repetir citologia em 6 meses Se a lesão persistir na próxima citologia, a conduta será indicar a colposcopia com biópsia Se o segundo exame apresentar resultado negativo, a paciente deverá ser novamente submetida a uma coleta em seis meses. Se a citologia (terceira) for negativa, a paciente deve retornar à rotina de rastreamento citológico trienal. Se uma das citologias subsequentes no período de um ano for positiva, encaminhar à unidade de referência para colposcopia.* À colposcopia, se presentes achados anormais no colo do útero, deve-se realizar a biópsia. *(Na ausência de achados colposcópicos anormais no colo e na vagina, é recomendado repetir a citologia a cada 6 meses > 30 anos e a cada 12 meses se <30 anos até retornar a normalidade se não depois de 2 anos volta pra colposcopia.) RESULTADO: • lesão de alto grau HSIL ou LIEAG = sugestivo de NIC II e NIC III. • lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão • carcinoma escamoso invasor • adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor CONDUTA: encaminhar para colposcopia Achados maiores a colposcopia = fazer biópsia = se manteve NIC III p.ex = conização Caso a paciente apresente achados colposcópicos maiores e ausência de sinais sugestivos de carcinoma invasor, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação do método “Ver e Tratar”. Este método orienta a realização da excisão da Zona de Transformação (ZT) sem a realização de biópsia. A excisão da ZT é o procedimento indicado para o tratamento das lesões de alto grau. Se achados menores = fazer biopsia (MS), se lesões sugestivas de doença invasora (tumor ulcerado, vegetante, vasos atípicos à colposcopia) = biopsia Colposcopia sem achados anormais e JEC não visível = coletar citologia endocervical/curetagem de canal. Caso a JEC seja visível e colposcopia normal= repetir o exame em 6 meses. COLPOSCOPIA: As variações de espessura, contorno, relevo, cor do epitélio e alterações vasculares constituem os elementos de avaliação colposcópica que as definem como alterações maiores e menores. O método permite a identificação da área acometida, sua extensão, orienta o local da biópsia e contribui para planejar o tratamento adequado. Três aspectos são relevantes durante a realização deste procedimento: • Especificar se o exame é adequado ou inadequado. • Descrever a visão da junção escamocolunar: completamente visível, parcialmente visível ou não visível; • Classificar a Zona de Transformação (ZT) em: Tipo 1: a ZT é completamente ectocervical e visível, podendo ser pequena ou grande; Tipo 2: a ZT tem um componente endocervical, totalmente visível, não importando o tamanho do componente ectocervical; • Tipo 3: a ZT tem um componente endocervical que não é completamente visível, podendo ter um componente ectocervical que pode ser pequeno ou grande. ACIDO ACÉTICO: coagula as proteínas citoplasmáticas do epitélio alterado - quanto mais proteínas, mais esbranquiçada fica a lesão. importante observar antes do ácido acético se há áreas avermelhadas que denotam neovascularização e se as mesmas tornam-se brancas após a ação do ácido acético (30-40 segundos após). LUGOL: a solução iodo-iodetada, cuja aplicação tem a finalidade de corar o epitélio. Ele cora o glicogênio das células, tornando-as mais escuras quanto maior o teor dessa substância. As células normais do colo (células escamosas) são ricas em glicogênio e tornam-se mais escuras, enquanto as células alteradas, que possuem baixo teor de glicogênio, são as que não se coram pelo lugol As células do epitélio glandular — endocervicais — não contêm glicogênio, portanto não coram com a aplicação de lugol TESTE DE SCHILLER: • emborcação do colo uterino com o lugol. • Epitélio anormal: tonalidade suave amarelo, com limites nítidos e contornos recortados semelhantes a um mapa • Restante do eptelionormal: coloração marrom-escuro • O teste de Schiller é positivo quando o iodo é negativo (coloração amarelomostarda). • teste positivo não significa necessariamente a presença de lesão suspeita. • iodo positivo = Schiller negativo CLÍNICA: SINAIS E SINTOMAS: • As lesões precursoras do câncer do colo do útero são assintomáticas. • No estágio invasor da doença, os principaissintomas são sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica. • Sangramento vaginal anormal. • Sangramento menstrual mais prolongado que o habitual • Secreção vaginal incomum, com um pouco de sangue. • Sangramento após a menopausa • Sangramento após a relação sexual (sinusiorragia). • Dor durante a relação sexual. • Dor na região pélvica. • Hematúria • Emagrecimento EXAME FÍSICO: → Exame físico ginecológico completo: Mamas, Abdomem exame especular → Avaliação colo uterino e → vagina Toque bimanual → Toque retal TIPO HISTOLÓGICO: • Carcinoma de células escamosas (queratinizante; não queratinizante; papilar, basaloide, verrucoso, escamotransicional, semelhante ao linfoepitelioma) • Adenocarcinoma (endocervical; mucinoso, viloglandular, endometrioide) • Adenocarcinoma de células claras • Carcinoma seroso • Carcinoma adenoescamoso • Carcinoma de células vítreas • Carcinoma adenóide cístico • Carcinoma basal de adenóide • Carcinoma de células pequenas • Carcinoma indiferenciado GRAU DE DIFERENCIAÇÃO: Gx: a nota não pode ser avaliada G1: bem diferenciado G2 moderadamente diferenciado G3: fraca ou indifenciada. FATORES PROGNÓSTICO: • TNM e estadiamento FIGO, tamanho tumor, extensão do tumor extracervical e envolvimento linfonodal (número, tamanho e localização) • Tipo histológico, profundidade de invasão do estroma cervical. • Presença ou ausência de invasão linfovasculares (ILV) e presença ou ausência de metástases a distância • Infiltração de paramétrios , vagina e extensão pélvica. • Extensão e infiltração para bexiga e reto (ressonância nuclear magnética (RNM) • Ultrassom transvaginal / transretal • Cistoscopia ou retossigmoidoscopia para avaliar extensão para bexiga ou reto • Estádios mais avançados (T1b2 ou maior) tomografia computadorizada por emissão de positrons (PET-CT) ou tomografia computadorizada de tórax ou abdômen (TC) com evidencia de doença linfonodal e à distância • PET-CT é a opção preferida para planejamento de tratamento antes da quimiorradioterapia com intenção curativa. • Linfadenectomia para-aórtica pelo menos até a altura da artéria mesentérica inferior (tumores de colo uterino localmente avançados). ESTADIAMNETO FIGO: Tx: tumor primário não pode ser avaliado T0: sem evidencia de tumor primário T1 – classificação I da FIGO: Câncer confinado ao colo do útero (extensão para o corpo uterino deve ser desconsiderada) T1a = classificação IA da FIGO: • Câncer do colo uterino invasivo diagnosticado pela microscopia. • Invasão estromal com profundidade máxima de 05 mm a partir da membrana basal do epitélio e extensão horizontal de ≤ 07 mm; • invasão dos espaços vasculares, linfáticos ou venosos não altera a classificação. T1a1 = classificação IA1: • Medida da invasão estromal com profundidade de ≤ 03 mm, extensão horizontal ≤ 07 mm. T1a2 = classificação IA2: • Medida da invasão estromal com profundidade de > de 03 mm e ≤ 05 mm, com extensão horizontal de ≤ 07 mm. T1b = classificação IB: • Lesão clinicamente visível limitada ao colo uterino ou lesão microscópica maior que T1a2/IA2. • Inclui toda lesão visível macroscópica, mesmo aquelas com invasão superficial. T1b1 = classificação IB1: • Lesão clinicamente visível ≤ 4 cm na maior dimensão T1b2 = classificação IB1: • T1b1 IB1 Lesão clinicamente visível > 4 cm na maior dimensão. T2 = classificação IIA: • Câncer do colo uterino invadindo além do útero, porém sem atingir a parede pélvica e terço inferior da vagina. T2a1 = classificação IIA1: • Lesão clinicamente visível ≤ 4 cm na sua maior dimensão T2a2 = classificação IIA2: • Lesão clinicamente visível > 4 cm na sua maior dimensão T2a3 = classificação IIA3: Tumor com invasão parametrial T3 = cassificação III: Tumor se extendendo a parede pélvica * e ou terço inferior de vagina e ou causando hidronefrose ou rim não funcionante. T3a = classificação IIIA: Tumor se envolvendo terço inferior da vagina sem se extender a parede pélvica. T3b = classificação IIIB: Tumor se envolvendo a parede pélviva e ou causando hidronefrose ou rim não funcionante Parede pélvica é definida como: músculo, fáscia, estruturas neurovasculares e porções esqueléticas do osso pélvico. N: LINFONODOS REGIONAIS: NX - Os linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 - Ausência de metástase em linfonodo regional N1 - Metástase em linfonodo regional Linfonodos regionais incluem: paracervicais, parametriais, hipogástricos (ilial interno, obturador), ilíacos comum e externo, pré-sacrais e sacrais laterais. METÁSTASES À DISTÂNCIA: MX - A presença de metástase à distância não pode ser avaliada M0 - Ausência de metástase à distância M1 - Metástase à distância TRATAMENTO: Tratam-se as lesões de alto grau por métodos excisionais (NICs II e III) = conização a frio ou com alça de LEEP (LEEP = CAF – cirurgia de alta frequência) pois se sabe que, caso não sejam tratadas, apresentarão risco de evoluir para câncer invasor em algum momento durante a vida da mulher. A exceção são as mulheres com menos de 25 anos que podem ser submetidas à conduta conservadora; A maioria dos autores indicam a conização nos casos de NIC I se não houver regressão espontânea da lesão após dois anos de acompanhamento. CAF: • conização com o uso de uma alça de eletrocautério • mais simples, de menor morbidade e não exige realização em centro cirúrgico • desvantagem: o cautério pode carbonizar as margens da peça cirúrgica, podendo impedir que o patologista informe se as margens cirúrgicas estão livres ou comprometidas. • para indicar uma CAF, é necessário que a lesão seja completamente visível na colposcopia • Nos casos em que há suspeita de invasão, mesmo que a biópsia tenha evidenciado somente NIC, mas a colposcopia revele vasos atípicos ou áreas friáveis e vegetantes, a CAF também estará contraindicada. Gestantes: Como a progressão das lesões de alto grau (NIC II e III) costuma ser lenta, não se recomenda o tratamento durante esse período. A conização vai prejudicar o colo = aborto. Conização a Frio Equivale, atualmente, à excisão do tipo 3. Consiste na retirada de um tronco em forma de cone de colo uterino. Retira-se cirurgicamente grande parte da ectocérvice e do canal cervical. Ela é indicada para diagnóstico em mulheres com HSIL de acordo com o exame de Papanicolaou nas seguintes condições: Os limites da lesão não podem ser visíveis por colposcopia; Não é observada JEC à colposcopia; Os achados histológicos da curetagem endocervical são positivos para NIC II ou NIC III; Não há correlação entre os resultados de citologia, biópsia e colposcopia; Há suspeita de microinvasão com base nos resultados de biópsia, colposcopia ou citologia; O colposcopista é incapaz de excluir câncer invasivo. SEGUIMENTO PÓS TRATAMENTO: • As pacientes com NIC II ou III tratadas com conização devem ser acompanhadas por cinco anos → Se as margens cirúrgicas forem livres de neoplasia ou comprometidas por NIC I, → a conduta será colpocitologia e colposcopia semestrais no primeiro ano. • Após o primeiro ano, a paciente poderá ter alta do ambulatório especializado e deverá ser realizada colpocitologia anualmente por cinco anos na Unidade Básica de Saúde • Se não houver nenhuma evidência de recidiva nesses cinco anos, a paciente poderá ser encaminhada para o rastreamento trienal rotineiro