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Procediment� 2 ● CURATIVOS EXEMPLOS DE EVOLUÇÃO → cascas de árvore, leite/vinagre/óleos quentes etc. MÉTODOS DE TRATAMENTO NO BRASIL → pele de tilápia (peixe); *alta concentração de colágeno *resistente à pressão *boa umidade (evita que o paciente perca líquido) HIPÓCRATES SUGERIA: • que as feridas contusas fossem tratadas com calor e pomadas para promover a supuração, remover material necrótico e reduzir a inflamação. • fossem mantidas limpas e secas, e preconizava sua limpeza com água morna, vinho e vinagre. • os conceitos de cicatrização por primeira ou segunda intenção. • desbridamento e cauterização. EPIDERME/DERME e HIPODERME: ● função excretora. ● função protetora. ● função termorreguladora. ● função de secreção O QUE É UMA FERIDA? → representam a perda da integridade da pele (ferimento) por causas externas (traumas ou cirurgias), ou por causas internas ou endógenas, relacionadas a doenças facilitadoras ou causadoras da ferida. LESÃO CELULAR: → ocorre quando as células são submetidas a um estresse tão severo que não são capazes de se adaptar, ou quando são expostas a agentes perniciosos. → a hipóxia, a isquemia, os agentes físicos/químicos, os agentes infecciosos e as reações imunológicas são algumas das causas de injúria celular. TIPOS DE FERIDAS: ● cirúrgica ● não cirúrgica ● espessura parcial ● espessura total FASES DA CICATRIZAÇÃO: REPARO DE FERIDAS: → reparo de feridas com espessura parcial: • resposta inflamatória (rubor e edema) • proliferação e migração epiteliais (em superfície úmida) • restabelecimento das camadas epidérmicas. → reparo de feridas de espessura total: • hemostasia • inflamatória • proliferativa (3-24d) • remodelagem – geralmente o tec cicatricial tem menos melanócitos. FERIDAS PRIMEIRA INTENÇÃO: ● as bordas da ferida são fechadas mas de um jeito não natural, há uma certa “ajuda” para isso; o processo de cicatrização não acontece normalmente Ex: sutura cirúrgica. FERIDAS DE SEGUNDA INTENÇÃO: ● quando o fechamento da ferida e’ natural, acaba acontecendo os processos de cicatrização sem forçá la. ● pode ter ou não infecção ● ha formacao de granulação CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: FERIDAS ABERTAS: ● ulceração ● incisão ● perfuração FERIDAS FECHADAS: ● não há corte na pele. ● são os machucados decorrentes de batidas ou quedas, em que há dor local, depois inchaço (edema) ou um arroxeado na pele (equimoses e hematomas) FERIDAS AGUDAS x CRÔNICAS ● feridas agudas, a principal causa no nosso meio são os traumatismos, seguido de feridas térmicas, infecciosas, químicas, vasculares, alérgicas e radioativas. ● as feridas crônicas têm um processo de cicatrização complicado por processos infecciosos ou em decorrência de outras doenças existentes. FERIDAS CIRÚRGICAS/TRAUMATICAS ● consiste num corte ou numa incisão geralmente efetuada com um bisturi durante uma cirurgia. ● as feridas cirúrgicas são geralmente fechadas através da aplicação de pontos, agrafos ou de cola cirúrgica. FERIDA PATOLÓGICA ● são as resultantes de fatores sistêmicos: deficiências protéicas ou doenças pré-existentes, como Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). ● o "pé diabético" é um exemplo de ferida patológica. FERIDAS IATROGÊNICA ● lesão causada de forma não intencional por um tratamento médico. ● o dano causado por uma doença ou trauma, não é uma lesão iatrogênica, mesmo que a doença ou o trauma poderia ter sido aliviado por tratamento médico. FASES: ● quanto a fase cicatricial: inflamatória, proliferativa e maturação. ● quanto à característica do exsudato: descreve a presença ou ausência, aspecto, coloração e odor – seroso, purulento, sanguinolento, fibrinoso. ● quanto a presença de fístulas: indica presença, local e origem. ● quanto à característica do leito da ferida: necrótico, fibrosos, necrótico-fibrinoso, granulação e epitelização. ● quanto a cultura de secreções: define o agente etiológico e a antibioticoterapia específica OUTROS TIPOS: ● contusas: ferida fechada causada por golpe no corpo com objeto sem corte. Caracteriza-se por edema, descoloração e dor; ● incisas: produzidas por um instrumento cortante; feridas limpas, geralmente fechadas por sutura; ● laceradas: corte dos tecidos com ferida de margens irregulares; ● perfurantes: ferida em que houve entrada de um objeto estranho e aparece um órgão interno; ● abrasivas: ferida superficial envolvendo raspagem ou atrito na superfície da pele contusa incisiva laceradas perfurante abrasiva 1- LIMPA = são aquelas que não apresentam inflamação e em que não são atingidos os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário. 2- LIMPA-CONTAMINADA = aquelas nas quais os tratos respiratório, alimentar ou urinário são atingidos, porém em condições controladas. 3- CONTAMINADA = são as que têm reação inflamatória. Essa reação pode ser causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria contaminada. 4- INFECTADA = esses tipos apresentam sinais claros de infecção, como edemas, vermelhidão, dor, alteração de temperatura e presença de pus. TEMOS TAMBÉM: ● superficiais (escoriações, como “ralar” o joelho) ou profundos (cortes ou perfurações). LPP (lesão por pressão): ● são danos localizados na pele e/ou tecidos subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou combinada com forças de cisalhamento e/ ou fricção. FATORES EXTERNOS • pressão – o tecido mole é comprimido entre uma saliência óssea e uma superfície dura pressão capilar isquemia • cisalhamento – “deslizamento da cama”. • fricção – 2 superfícies são friccionadas uma contra a outra; piora com umidade. FATORES INTERNOS: • condições nutricionais • nível de consciência • idade avançada • incontinência urinária ou fecal • mobilidade reduzida ou ausente • peso corporal (pouco tecido adiposo) • doenças de base (DM, HAS, câncer, doença vascular) • uso de medicamentos Estágio 1: Pele íntegra com eritema não branqueável; Estágio 2: Perda de espessura parcial da pele com exposição da derme; Estágio 3: Perda total da espessura da pele; Estágio 4: Perda total da espessura da pele e perda tissular ESCALA DE BRADEN: ● recurso de avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão é fundamental para determinar as estratégias adequadas para cada paciente. COMO FUNCIONA? ● Percepção sensorial: relacionada ao desconforto, habilidade de responder à pressão; ● Umidade: nível ao qual a pele é exposta à umidade; ● Atividade: grau de atividade física; ● Mobilidade: capacidade de alterar a posição do corpo; ● Nutrição: padrão de alimentação ● Fricção e Cisalhamento: fricção é quando a pele se move contra a superfície de suporte; cisalhamento a pele, tecidos profundos e a proeminência óssea deslizam uma sobre a outra → essas características são avaliadas e pontuadas de 1 a 4, sendo que quanto menor é a pontuação maior o risco do paciente. Todos os fatores somados devem resultar em um número entre 6 e 23 e, partir deste resultado, o enfermeiro poderá classificar o risco dos pacientes e implementar as estratégias. → vale lembrar que quanto maior é a pontuação, menor é o risco. → ou seja, um paciente cuja soma da avaliação totalize 23, não apresenta risco de desenvolver LP. Já quem apresentar a pontuação mínima, 6, é classificado como paciente com risco severo de lesão por pressão. COMPLICAÇÕES DE UMA FERIDA • Hemorragia • Infecção • Deiscência • Evisceração DRENAGEM DA FERIDA: ● Tipo: serosa/Aspecto: plasma claro e aquoso ● Tipo: purulenta/Aspecto: espessa, amarelada, verde, acobreada ou castanha ● Tipo: serosanguinolenta/Aspecto: pálida, rósea, aquosa; mistura de líquido claro e vermelho ● Tipo: sanguinolenta/Aspecto: vermelho-vivo; indica sangramento ativo LIMPEZA: ● Uso de fluidos para, suavemente, remover microorganismos, fragmentos, exsudato, corpos estranhos, resíduos de agentes tópicos; ● Deve ser feita com uso abundante de SF 0,9%, à temperatura ambiente ou morno (temperatura de 37ºC para evitar a redução da mesma no leito da ferida e estimular a mitose durante agranulação e epitelização). ● Não se deve causar trauma mecânico/químico. Limpa: cuidados locais de feridas abertas, maioria das feridas crônicas, cirúrgicas e não cirúrgicas, no domicílio ou na clínica; Estéril: para aqueles com infecção sistêmica e imunodeprimidos. DESBRIDAMENTO: ● consiste na remoção de tecidos desvitalizados ou necrosados aderidos ou de corpos estranhos do leito da ferida; ● objetivo é promover a limpeza da ferida e impedir a proliferação bacteriana, estimulando melhores condições de cicatrização; ● pode ser seletivo ou não seletivo; ● tipos: instrumental, mecânico, autolítico e químico. TIPOS: → seletivo: processo em que ocorre a remoção de tecido desvitalizado ou necrose sem afetar o tecido vivo; → não seletivo: processo em que ocorre a remoção de tecido desvitalizado ou necrosado e também do tecido vivo subjacente. TÉCNICAS: ● instrumental: realizado com material cortante, como lâminas de bisturi e tesouras, e pode ser: ● conservador: quando realizado uma retirada seletiva de tecido necrosado, sem atingir os tecidos vivos; ● cirúrgico – consiste na retirada maciça de material necrosado ou desvitalizado. Neste caso, é feito pelo médico em casos de urgência/emergência MÉTODOS: ● autolítico = que utiliza os próprios leucócitos e enzimas para degradação do tecido necrótico, é seletivo, confortável, porém lento, e para que ele ocorra é necessária manutenção do meio úmido; Exemplo: auxiliam no desbridamento autolítico: hidrogel, alginato de cálcio, hidrocolóide e até filmes transparentes ● desbridamento enzimático ou químico = envolve enzimas proteolíticas (fibrinolisina, colagenase e papaína) que estimulam a degradação do tecido desvitalizado, é seletivo e pouco agressivo. Exemplo: a base de colagenase é a mais utilizada com bons resultados. ● mecânico = consiste na aplicação de força mecânica diretamente sobre o tecido necrótico a fim de facilitar sua remoção, promovendo um meio ideal para a ação de coberturas primárias e está em desuso. Exemplo: CURATIVO x COBERTURA: CURATIVO: ● mantém a umidade na interface ferida/curativo; ● mantém equilíbrio entre absorção e hidratação; ● remove excesso de secreções; ● permite troca gasosa; ● promove isolamento térmico; ● age como barreira à entrada de germes; ● possibilita a troca sem traumas ao tecido; e ● proporciona conforto físico e psicológico. FINALIDADES DO CURATIVO: ● remove corpos estranhos; ● reaproxima bordas separadas; ● promove hemostasia; ● favorece a aplicação de medicação tópica; ● mantém a umidade e o isolamento térmico; ● protege a ferida contra o trauma e a penetração bacteriana exógena; ● protege a pele perilesão; ● promove conforto do paciente através do controle de odor, redução da dor e contenção da drenagem. CURATIVO ÚMIDO: ● protege as terminações nervosas superficiais, reduzindo a dor; ● acelera o processo cicatricial; ● previne a desidratação tecidual e a morte celular; ● promove necrólise e fibrinólise; CURATIVO SECO ● recomendado em feridas cirúrgicas limpas, com sutura direta. A troca é, geralmente, diária, até a retirada dos pontos. TIPOS DE CURATIVOS: ● aberto: é aquele em que a ferida é mantida exposta ou sem proteção; ● oclusivo seco: é aquele fechado com gaze ou compressa com a intenção de proteger a ferida; ● oclusivo úmido: é aquele no qual se fecha a ferida com gaze ou compressa umedecida, ou com produtos industrializados; ● oclusivo compressivo: é aquele no qual se faz compressão sobre a ferida (hemorragias, eviscerações, etc.) TEMPO/FASES: 1º tempo: remoção do curativo anterior com pinças Kocher e dente de rato; • 2º tempo: limpeza da ferida com as pinças anatômica e Kelly; • 3º tempo: tto da lesão com as pinças anatômica e Kelly; • 4º tempo: proteção da ferida com as pinças anatômica e Kelly. LIMPEZA: ● a limpeza com solução fisiológica a 0,9% é indicada para hidratar a ferida e acelerar a cicatrização, evitando o traumatismo direto da ferida. ● os curativos úmidos com soro fisiológico somente devem ser empregados para debridar feridas. Eles nunca devem ser utilizados em uma ferida limpa em granulação. ● a limpeza mecânica provoca traumatismo do tecido em cicatrização, retardando o processo. CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DE UMA COBERTURA: ● disponibilidade; ● confortabilidade; ● tamanhos variados; ● permitir a diminuição da frequência das trocas; ● facilidade na aplicação; ● resistência e custo ANTISSÉPTICOS PARA FERIDAS → abertas: ● Polivinilpirrolidona (PVPI) tópico (Povidine); ● clorexidina CUIDADOS • isolar o paciente com biombo, se necessário; • observar a data de validade do material utilizado; • desprezar a porção inicial do antisséptico utilizado pela primeira vez; • de as gazes estiverem aderidas à ferida, umedecê-las com SF a 0,9% antes de retirá-las; • não falar e não tossir sobre a ferida e ao manipular o material esterilizado; • utilizar máscara quando houver grande quantidade de exsudatos, lesão com odor fétido ou quando o executante necessite conversar durante o procedimento; • em feridas contaminadas, utilizar luvas de procedimento; • considerar contaminado qualquer objeto que toque em locais não esterilizados; • se houver mais de uma ferida, iniciar pela lesão menos contaminada; • limpar as feridas partindo sempre da área menos contaminada para a mais contaminada. Nas feridas não infectadas, a pele ao redor é considerada mais contaminada que a incisão; nas feridas infectadas, a área mais contaminada é a da lesão; • orientar pct a não tocar na ferida; • evitar correntes de ar • na falta de pacote de curativo, utilizar luva não estéril para a retirada do curativo e luva estéril para a limpeza e antissepsia da lesão, evitando disseminação de microrganismos; • na limpeza da lesão utilizar preferencialmente o método de irrigação com pressão, para evitar que se destruam os tecidos; • as soluções utilizadas para a limpeza da lesão devem estar na temperatura corporal, tendo em vista que uma temperatura inferior a 28ºC interfere na divisão celular, dificultando a cicatrização. CUIDADOS COM SUTURA: → suturas = fios ou metal usado para aproximar tecidos, costurando-os. • Profunda = material absorvível • Retirada = após 7d, em geral • Suturas muito fechadas = corte de pontos alternados REMOÇÃO DE SUTURA: • pontos intermitentes: o cirurgião amarra cada ponto individual feito na pele • pontos contínuos: pontos com apenas dois nós, um no começo e outro no fim • pontos de retenção: profundos
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