Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Síndrome nefrótica Nefrologia Histologia e fisiologia glomerular 4 partes dos glomérulos que podem ser alteradas (por mediadores inflamatórios/IC) o Mesângio o Endotélio capilar o Podócitos o Membrana basal glomerular (MBG) Apresentação clínica e gravidade vão depender da localização e da intensidade da resposta inflamatória Doença glomerular o Quando suspeitar? Proteinúria Marcador das Glomerulopatias, sendo a albumina o principal componente Urina espumosa Hematúria Caracteristicamente presente em doenças ditas “proliferativas” (intensa atividade inflamatória) – sd nefrítica Urina escurecida Nefrótica versus Nefrítica Síndrome nefrótica Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Características gerais o Proteinúria > 3,5g/24h (adulto) e > 40mg/hora/m² (crianças) Manejo IECA/BRA (antiproteinúricos) – manter a maior dose tolerada o Alvo - < 0,5 a 1g/24h Controle da ingesta proteica – 0,6 a 0,8g/kg/dia o Hipoalbuminemia (<3,5g/dL) o Edema o Hipercolesterolemia + lipidúria o Início, geralmente, subagudo o Tendência a hipercoagulabilidade, aterogênese e eventos tromboembólicos o Aumento do risco de infecções o Mecanismo imunológico Depósito de IC em estruturas glomerulares o Ausência de hematúria (30% das GESFs podem cursar com hematúria) o Quadro clínico e complicações são comuns a todas as doenças que fazem parte da síndrome Principais complicações o Risco infeccioso Aumento da permeabilidade glomerular as proteínas plasmáticas Albuminúria intensa o Perda de IG Aumento do risco de infecções o Deficiência de vitaminas e minerais Perda de proteínas carreadoras de hormônios, vitaminas e minerais o Dislipidemia Hipoalbuminemia severa (< 2,5g/dL) Aumento da síntese hepática de lipoproteínas o Dislipidemia mista o Desnutrição proteica Aumento do catabolismo muscular (perda de massa muscular) o Risco tromboembólico e aterosclerótico Perda de fatores anticoagulantes (antitrombina III) Aumento da produção hepática de fatores pró-coagulantes (Desbalanço) o Aumento de risco tromboembólico (fatores associados: anasarca, redução de mobilidade e depleção volêmica) Maior risco PTU > 8g/24h Hipoalbuminemia severa Obesidade IC Imobilidade Cirurgia abdominal ou ortopédica recente Risco familiar Paciente com Nefropatia membranosa Prevenção Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Evitar imobilização prolongada Antiagregantes plaquetários – AAS, clopidogrel Anticoagulação profilática – em especial em pacientes acamados Tratar dislipidemia – estatinas, ezetimiba, etc Observação – sd nefrótica + lombalgia aguda + hematúria macroscópica = pensar em trombose de veia renal (conduta: doppler de veias reais + anticoagulação plena) o Edema e anasarca Albuminúria intensa + Hipoalbuminemia severa Redução da pressão oncótica vascular o Redução do volume intravascular efetivo Aumento de ADH e ativação do SRAA Manejo Restrição de sódio na dieta (<2,4g/24h) Suspensão de medicamentos que podem contribuir para edema (anlodipino, BB, etc) Diuréticos de alça – furosemida (EV em doses altas) Diuréticos tiazídicos Se tendência à hipocalemia, associar espironolactona ou amilorida Pacientes que não respondem = diálise Doença de lesões mínimas (DLM) Características gerais o Principal causa de SN em crianças menores de 10 anos (90%) o 10 – 15% em adultos o Proteinúria maciça o Ausência de hematúria o SEM consumo de complemento o Em geral, hipertensão ausente e função renal preservada o Resposta ÓTIMA a corticoides, em especial nas crianças Fatores associados o Drogas AINEs, IFN, sais de ouro/lítio o Alérgenos Pólen, pó, imunizações o Malignidades Doença de Hodgkin, micose fungoide Fisiopatologia o Idiopática na maior parte das vzes o Fatores associados podem ser o gatilho para início o Ocorre fusão dos processos podocitários, causando desestruturação da barreira mecânica e de cargas elétricas no glomérulo Biópsia renal o Ótica – glomérulos normais Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB o Eletrônica – apagamento dos processos podocitários Tratamento o CRIANÇAS COM SD NEFRÓTICA = NÃO BIOPSIAR o Iniciar tratamento para DLM – avaliar resposta periodicamente o Dieta hipossódica e diuréticos para edema o Corticoides Prednisona/prednisolona 1 a 2mg/kg (máximo 80mg/dia) Duração de 8 a 12 semanas o Remissão completa de (PTU < 0,5g/24h) em 95% dos casos o Se não houver resposta: Ciclosporina, tacrolimo, etc Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) 20 a 30% das biopsias renais no Brasil Faixa etária – 20 aos 40 anos Classificada como podocitopatia Proteinúria variável – quanto menor, melhor o prognóstico renal Em geral, sem hematúria (ocorre em 30%) SEM consumo de complemento 50% dos pacientes vão evoluir para DRCt em 5 a 10 anos GESF associada ao HIV – forma colapsante envolvida Tipos o Primária Fatores imunológicos circulantes GESF familiar o Secundária Fatores envolvidos na sobrecarga glomerular ao longo dos anos BPN Agenesia renal unilateral Nefropatia de refluxo vesicoureteral Obesidade Anemia falciforme Doenças virais crônicas Drogas – heroína, IFN, lítio, pamidronato Biopsia o Ótica – esclerose segmentar e focal; aumento de MEC o IF – depósitos de imunocomplexos de IgM e C3, segmentares e focais Tratamento o Indicado para PTU elevada (> 3 a 4g/24h) Sintomáticos Risco elevado de complicações o Otimizar PA alvo (< 130x80) o IECAs ou BRAs – dose máxima tolerada Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB o Tratamento das complicações – estatinas, dieta hipossódica, anti-coagulação profilática o Prednisona 1mg/kg/dia por 12 a 16 semanas Desmame gradual em até 6 meses Pacientes corticorresistentes ou corticodependentes Associação com imunossupressão não corticoterápica o Ciclosporina o Ciclofosfamida o Micofenolato o Tacrolimo Nefropatia membranosa 20 a 40% das causas de SN em adultos (em especial acima de 40 anos) Rara em crianças Mais comum em homens Sempre procurar causas secundárias potencialmente associadas o Tumores sólidos – mama, pulmão, cólon, estômago, melanoma, próstata o Hepatite B o AINEs o Sais de ouro/penicilamina o LES – nefrite lúpica classe 5 Causa primária (mais prevalente) o Anticorpo anti-receptor da fosfolipase A2 nos podócitos (anti-PLA2R) – altamente específico para membranosa primária (idiopática) Formação de depósitos de IC subepiteliais Clinica o Sem hematúria, sem complemento o Proteinúrias importantes – maior risco de complicações relacionadas à SN “Doença dos TERÇOS” 1/3 – evolui com remissão espontânea 1/3 – evolui com PTU e função renal estáveis 1/3 evolui com DRC em estágio avançado Biopsia o Ótica – depósitos subepiteliais, com espessamento de MB e padrão em espículas o IF – depósitos subgranulares de IgM ao longo alça capilar glomerular Tratamento o Quem deve receber imunossupressão? Sintomático, PTU > 8g/24h, função renal preservada ou pouco alterada e anti-PLA2R Tratamento não imunossupressor + Tratamento imunossupressor o Quem deve fazer tratamento não imunossupressor? Assintomático, PTU < 4g/24h, função renal preservada e anti-PLA2R < 50 Como tratar? Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB PA inferior ou igual a 130x80 IECA ou BRA, na maior dose tolerada Monitorizar função renal e PTU a cada 3 meses Usar diuréticos conforme sintomas Assintomático, PTU 4 – 8g/24h, função renal preservada ou pouco alterada e anti-PLA2R > 150 Como tratar? o IECA ou BRA – PA inferior ou igual a 130x80 o Observar entre 3 a 6 meses Sem remissão = iniciar imunossupressão Ciclofosfamida ou rituximabe + prednisona por 6 meses
Compartilhar