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NUTRIÇÃO-E-SUPLEMENTAÇÃO

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2 
 
 
 SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 SUPLEMENTAÇÃO EM NUTRIÇÃO .......................................................... 5 
2.1 O que é suplemento? ........................................................................... 6 
2.2 Os suplementos ................................................................................... 8 
2.3 Suplementos nutricionais ..................................................................... 9 
2.4 Atividade física ................................................................................... 10 
2.5 Aspectos Nutricionais na Atividade Física .......................................... 11 
2.6 Classificação ...................................................................................... 12 
2.7 Legislação .......................................................................................... 13 
3 VITAMINAS, MINERAIS, HERBAIS, AMINOÁCIDOS E METABOLITOS. 15 
3.1 Vitaminas ............................................................................................ 15 
3.2 Minerais .............................................................................................. 17 
3.3 A importância dos minerais para a saúde humana ............................ 32 
3.4 Herbais ............................................................................................... 33 
3.5 Aminoácidos ....................................................................................... 34 
3.6 Metabolismo dos aminoácidos ........................................................... 35 
3.7 Síntese dos aminoácidos ................................................................... 36 
4 SUPLEMENTOS ORAIS ........................................................................... 38 
4.1 Tipos de suplementação oral ............................................................. 39 
5 RISCOS DE SUPLEMENTAÇÃO ............................................................. 40 
5.1 Principais Suplementos para musculação .......................................... 40 
5.2 Multivitamínicos .................................................................................. 48 
5.3 Ácidos graxos essenciais ................................................................... 52 
5.4 Termogênicos ..................................................................................... 53 
6 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ............................................................... 60 
 
 
3 
 
7 SUPLEMENTOS PERIGOSOS PARA A SAÚDE ..................................... 62 
8 CONSIDERAÇÕES .................................................................................. 63 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 64 
10 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 SUPLEMENTAÇÃO EM NUTRIÇÃO 
 
 Fonte: denisereal.com.br 
A nutrição é uma importante ferramenta na maneira de viver das pessoas, 
quando bem orientada, promove a manutenção da saúde, além de favorecer o 
funcionamento das vias metabólicas, como por exemplo, o armazenamento de 
energia através da formação do glicogênio muscular. 
O ambiente das academias favorece a disseminação de padrões estéticos 
estereotipados, como o corpo magro, com baixa quantidade de gordura ou com 
elevado volume e hipertrofia muscular, motivo pelo qual grande número de adeptos 
buscam uma nutrição ideal e adequada a cada tipo de treino. Ainda que a 
preocupação com a saúde e estética tenha aumentado notavelmente, existe muita 
falta de informação e orientação em relação à nutrição ideal e, assim, estes podem vir 
a desenvolver ou manter hábitos alimentares inadequados, ou consumir 
erroneamente suplementos alimentares, prejudicando o alcance de seus objetivos. 
A orientação dietética individualizada é defendida por nutricionistas com o 
objetivo de consumir refeições adequadas e equilibradas, somando-se à prática de 
exercícios físicos orientados e regulares, pois tais ações podem levar a resultados 
satisfatórios sob vários aspectos, salientando que a necessidade de utilização dos 
suplementos alimentares também deve ser avaliada por um profissional 
especializado. 
Sabe-se que a intervenção nutricional é uma via para promover mudanças 
nas práticas alimentares com vistas à promoção da alimentação saudável, 
 
 
6 
 
dentro do paradigma da promoção da saúde e da segurança alimentar e 
nutricional, particularmente na atenção clínico nutricional, havendo mudanças 
no comportamento alimentar. (STREMMEL 2004, apud PINTO, 2016, p.22). 
Há o consenso de que a capacidade de rendimento físico tem relação direta 
com a ingestão equilibrada de todos os nutrientes: carboidratos, lipídios, proteínas, 
minerais, vitaminas, fibras e água. Dessa forma, é importante saber identificar a fonte 
de nutrientes que cada alimento oferece, pois muito mais do que aumentar o 
rendimento no esporte, o conhecimento nutricional é fundamental para a manutenção 
de uma vida saudável e prevenção de doenças. 
2.1 O que é suplemento? 
Suplementos alimentares são produtos com a finalidade de complementar a 
dieta. Tais produtos podem ser encontrados em diversas formas: comprimidos, 
cápsulas, cápsulas de gel, pós ou líquidos. 
Os suplementos esportivos são uma categoria de suplementos alimentares que 
tem como finalidade aumento de massa muscular, perda de peso corporal ou melhora 
do desempenho. Enquanto na população em geral as motivações para o uso de 
suplementos estão predominantemente relacionadas à saúde, entre os atletas a 
melhora do desempenho é o motivo frequentemente relatado, denotando que os 
padrões de utilização entre determinados subgrupos populacionais podem variar. 
Comparados à população em geral, atletas e indivíduos fisicamente ativos ingerem 
com maior frequência e em quantidade diária que excedem as doses recomendadas 
pelos rótulos dos suplementos. 
Vale ressaltar que muitos produtos vendidos como suplementos dietéticos e 
recursos ergogênicos são considerados doping pela Agência Mundial Antidoping 
(WADA). 
O abuso exagerado de estimulantes na década de 60, com a disponibilidade 
das anfetaminas sintéticas, sintetizadas durante a Segunda Grande Guerra, 
levou ao estabelecimento, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), do 
controle de dopagem em 1967. Essa prática desenvolveu-se aceleradamente 
na década de 70. Nas Olimpíadas de Montreal, em 1976, o abuso de 
anabolizantes ainda não era adequadamente controlado devido à falta de 
metodologia analítica para detectá-los. Novas técnicas de análise como a 
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas foram 
desenvolvidas e demonstraram seu potencialpara diagnosticar esse abuso. 
(CATLIN 1984, apud AQUINO 2003, p.140). 
 
 
7 
 
Desde a Grécia antiga existe o culto por um padrão estético tido como perfeito. 
Os cidadãos gregos da época eram bombardeados com imagens de guerreiros, 
atletas, heróis, sempre apresentando imagens de corpos perfeitos. Ainda na 
antiguidade, o homem primava por maneiras de alcançar seus objetivos e de melhorar 
a sua performance por meio de recursos nutricionais. Atletas e guerreiros da época 
ingeriam alimentos como corações de leões, fígados de veados, acreditando que 
conseguiriam desenvolver características desses animais, como bravura, força e 
velocidade. A palavra ergogênica é advinda do grego ergo (trabalho) e gen 
(produção), ou seja, gera um incremento do potencial para a melhoria de um trabalho. 
Os recursos ergogênicos podem ser classificados em nutricionais, físicos, mecânicos, 
psicológicos, fisiológicos ou farmacológicos. 
Esses recursos podem ser utilizados com finalidade de tratamento clínico ou 
isoladamente em substâncias elaboradas para melhorar o desempenho desportivo ou 
aprimorar a capacidade de realizar um trabalho físico. Na Grécia antiga, observam-se 
as premissas da origem da prática da musculação, tendo como referência principal 
Milo. Este tinha como objetivo ser o homem mais forte do mundo, e para alcançar tal 
façanha, passou a levantar um bezerro, ainda jovem, e na medida em que o bezerro 
crescia, Milo aumentava a sua força. Quando o animal atingiu sua fase adulta, Milo 
passou não apenas a levantar o animal, como também caminhar com ele sobre os 
seus ombros. Daí o primeiro relato de treinamento com progressão de sobrecarga. 
Assim como na antiguidade, as pessoas continuam sendo estimuladas por 
imagens de corpos tidos como perfeitos, por meio dos principais meios de 
comunicação que permeiam a sociedade contemporânea. Algumas dessas são as 
práticas de atividades físicas, dietas e de cirurgias estéticas. No entanto, para se 
conseguir tais objetivos mais rápido, alguns indivíduos acabam por utilizarem de 
meios, como recursos ergogênicos e androgênicos. A utilização e comercialização 
desses recursos têm sido muito comuns nas academias, principalmente pelos 
praticantes de musculação. 
A pressa pelo alcance do tão almejado corpo idealizado por esses usuários, 
fazem com que esses indivíduos não esperem atingir as metas naturalmente, por meio 
do treinamento e da dieta, fazendo com que muitos acabem, lançando mão da 
utilização dessas substâncias, muitas vezes, sem acompanhamento profissional, 
constantemente incentivados, principalmente atendendo a fortes interesses 
 
 
8 
 
mercadológicos das indústrias da beleza e saúde e da alimentação, ao culto ao corpo 
magro, belo e saudável. Por outro lado, também há a exposição ao padrão alimentar 
ocidental, que incentiva o consumo de alimentos hipercalóricos, tais alimentos 
hipercalóricos são compostos por um baixo teor de fibras, elevado teor de carboidrato 
simples e lipídios e sendo estes relacionados ao aumento da compulsão alimentar 
devido ao prazer e saciedade momentânea que podem proporcionar ao serem 
ingeridos. 
Tais alimentos e hábitos nutricionais não são condizentes com a alimentação 
de quem busca um corpo perfeito. É notável que muitas pessoas vão à busca de 
academias de ginásticas, procurando por saúde, emagrecimento e condicionamento 
físico, mas muitos representam objetivos exclusivamente estéticos, almejando 
alcançar a imagem corporal ideal. A insatisfação com a imagem corporal é 
influenciada pelo "ideal cultural de magreza" e que tem, como consequência, uma 
adesão por parte, principalmente das mulheres, em dietas, cada vez mais 
precocemente e muitas vezes não sabem e não procuram um profissional habilitado 
para prescrição de tais produtos. Os suplementos alimentares não são recomendados 
para praticantes de atividade física não-atletas. 
2.2 Os suplementos Dietéticos 
Suplemento dietético é uma expressão genérica que tem sido utilizada para 
designar qualquer substância ingerida de forma oral que contenha elementos com 
capacidade para complementar a dieta, sendo denominado também como suplemento 
nutricional, esportivo ou mesmo ergogênico. 
O uso abusivo de suplementos alimentares e drogas, tem crescido muito 
tendendo à generalização em algumas academias e associações esportivas. Portanto, 
as pessoas devem estar cientes que a alimentação saudável e adequação com outros 
nutrientes e suplementos realizados com orientação profissional e capacitados como 
os nutricionistas e ou médicos especializados. 
Levando em consideração o consumo calórico total e o tempo entre digestão e 
aproveitamento metabólico, determina-se a quantidade necessária de 
macronutrientes, ou seja, carboidratos, proteínas e lipídios, essenciais na manutenção 
ou melhora do desempenho esportivo e saúde do corpo humano. 
 
 
9 
 
 Os carboidratos são necessários para armazenamento de energia. O 
requerimento diário de glicose por esses tecidos é da ordem de 300g/dia, ao passo 
que a capacidade do fígado, principal reservatório de carboidratos, em armazenar 
glicogênio é de cerca de 100g/dia em adultos. Já as reservas de lipídios no organismo 
são superiores aos dos carboidratos tanto em condições basais e em jejum, 
aumentando a disponibilidade de glicose para outros tecidos, por isso a necessidade 
de orientação profissional em nutrição para evitar o excesso de nutrientes e prejuízo 
ao funcionamento dos órgãos. 
Os carboidratos são considerados um dos melhores recursos ergogênicos 
disponíveis para atletas e praticantes de atividade física. O consumo deste 
macronutriente é capaz de repor os estoques de glicogênio hepático e 
muscular dos indivíduos ativos, resultando em melhora da capacidade de 
performance do exercício e das adaptações do treinamento. No caso de 
atletas e desportivas envolvidos em treinamento intenso, a necessidade de 
carboidratos pode ser consideravelmente elevada, e o fornecimento 
adequado deste macronutriente apenas pela alimentação torna-se 
fisicamente inviável, pois o volume e número das refeições pode interferir 
negativamente nos treinos. Em situações como essa, a suplementação é uma 
conduta recomendável. (KREIDER 2010, apud MARETH 2015, p.5). 
Quando se trata do uso de algumas drogas e hormônios de comprovada ação 
ergogênica, mas que oferecem riscos para a saúde e são considerados doping, a 
situação caracteriza-se não somente como antiética, mas até mesmo criminosa. Se 
ficar caracterizado o dolo do profissional responsável pela prescrição, há necessidade 
até mesmo de uma ação punitiva advinda da justiça comum. 
2.3 Suplementos nutricionais 
A alimentação adequada e balanceada oferece todas as necessidades 
nutricionais de um indivíduo visando a manutenção, o reparo, os processos 
fisiológicos e o crescimento. Assim, inclui obrigatoriamente todos os nutrientes em 
quantidades apropriadas e proporcionais. Estes nutrientes são classificados em 
grupos: Os macronutrientes representados pelos carboidratos, gorduras, proteínas e 
os micronutrientes compostos pelas vitaminas e minerais. 
Os carboidratos são fonte de energia e devem compor 50% a 60% das calorias 
diárias de um indivíduo adulto saudável. As gorduras também fornecem energia e são 
constituintes estruturais de muitas células do organismo, devendo contemplar de 25% 
a 30% das calorias totais. As proteínas desempenham uma série de papéis, sendo 
 
 
10 
 
necessárias na formação, no crescimento e no desenvolvimento de tecidos corporais, 
na formação de enzimas que regulam a produção e a geração de energia, sobretudo 
quando os estoques de carboidratos estão baixos. Estas devem estar presentes na 
alimentação diária na faixa de 10% a 15% das calorias totais. 
 As vitaminas regulam os processos metabólicos, trabalhando como 
coenzimas. São divididas em dois grupos: lipossolúveis (A, D, E e K) e hidrossolúveis 
(Vitaminas do complexo Be Vitamina C). 
Os minerais estão envolvidos na regulação do metabolismo e são componentes 
de enzimas, hormônios e secreções. As quantidades necessárias de vitaminas e 
minerais são determinadas em função do gênero, idade e fase da vida em que os 
indivíduos se encontram. 
A alimentação saudável exige equilíbrio e variedade de alimentos de diferentes 
grupos. Em geral, não há necessidade de se fazer suplementação de qualquer 
nutriente quando se tem como hábito uma dieta balanceada, acompanhada por 
adequada ingestão de líquidos. Neste sentido, a água é fundamental, já que compõe 
a maior parte do peso corporal e participa de enorme variedade de processos 
metabólicos. 
Entende-se por alimentação saudável o direito humano a um padrão 
alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos, 
respeitando os princípios da variedade, da moderação e do equilíbrio, dando-
se ênfase aos alimentos regionais e o respeito ao seu significado 
socioeconômico e cultural, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. 
(WHO 2004, apud 2013, MARTINEZ, p. 202). 
As recomendações de ingestão energética para pessoas sedentárias ou que 
praticam atividade física de forma moderada são insuficientes para atletas. Estes 
fazem do esporte sua profissão e por isso suas necessidades energéticas são 
elevadas. 
2.4 Atividade física 
A Organização Mundial da Saúde declarou que atividade física e esportes são 
essenciais para a saúde e bem-estar do ser humano e constituem um dos mais 
importantes determinantes do estilo de vida saudável. Atividade física é qualquer 
movimento corporal voluntário, produzido por contração de músculos esqueléticos e 
 
 
11 
 
que resulta em gasto energético, segundo a portaria nº 222 do Ministério da Saúde, 
de 24 de março de 1998. 
A atividade física está positivamente associada a estratégias para melhorar 
hábitos alimentares, desencorajar o fumo e a utilização de outras substâncias 
prejudiciais à saúde, como álcool e drogas. Além disso, é fundamental no controle de 
peso corporal e está diretamente associada à redução do risco de doenças, tais como 
enfermidades cardiovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de câncer. 
Além dos aspectos anteriormente mencionados, os objetivos da atividade física 
ou de um programa de exercícios são melhorar o desempenho, a força, a postura, a 
flexibilidade geral e, ainda favorecer a manutenção da massa óssea, retardando a sua 
redução. 
2.5 Aspectos Nutricionais na Atividade Física 
Num mundo em que a busca pela manutenção da saúde e pelo melhor 
condicionamento físico tem levado muitas pessoas a praticar várias modalidades de 
exercícios físicos em academias, coexiste também a simultânea procura por meios 
rápidos para alcançar esses objetivos. Do ponto de vista alimentar, destaca-se o 
surgimento de diversas dietas milagrosas bem como o crescimento do consumo de 
suplementos nutricionais. Os suplementos, via de regra, são comercializados com 
variados propósitos. 
Em geral, são anunciados e oferecidos como meio de melhorar algum aspecto 
do desempenho físico, principalmente, aumentar massa muscular, reduzir gordura 
corporal, prolongar a resistência, melhorar a recuperação e promover alguma 
característica que determina melhor rendimento esportivo. Além disso, também se 
lhes atribuem outros efeitos como perda de peso, melhora da estética corporal, 
prevenção de doenças e retardo dos efeitos adversos do envelhecimento. 
A partir dessa premissa, muitos esportistas com forte desejo de melhorar o 
desempenho físico e garantir a saúde em geral ou, ainda pela crença de que tais 
produtos podem reduzir os efeitos adversos dos treinos contínuos passam a consumir 
esses produtos sem qualquer critério de indicação. 
 
 
12 
 
Assim, apesar dos suplementos nutricionais serem cada vez mais amplamente 
disseminados pelos meios de comunicação e utilizados por muitas pessoas, vários 
aspectos importantes precisam ser questionados e respondidos. 
2.6 Classificação 
No passado, esteroides anabolizantes foram utilizados sem maior preocupação 
pelos atletas que os consideraram recursos ergogênicos. Entretanto, hoje, são 
considerados doping (substâncias que oferecem risco à saúde) pelo Comitê Olímpico 
Internacional (COI) e passaram a constituir um problema ético no esporte. 
Assim, diversos esportistas começaram a procurar por outras opções legais, 
particularmente os suplementos nutricionais. 
Os suplementos nutricionais divididos em quatro categorias: 
1. Suplementos que podem influenciar o metabolismo energético (creatina, carnitina, 
bicarbonato e cafeína); 
 2. Suplementos que aumentam a massa muscular (proteínas e aminoácidos 
essenciais, cromo e B-hidroxi-B-metilbutirato); 
3. Suplementos que melhoram a saúde em geral (aminoácido glutamina e minerais 
antioxidantes); 
4. Outros compostos (ginseng, pólen de abelha, alguns minerais e vitaminas). 
Existem características inerentes aos suplementos nutricionais, utilizados no 
meio atlético, que os caracterizam de forma diferenciada em produtos específicos para 
promover ganho de massa muscular, estimular o sistema imunológico ou fornecer 
energia. Além disso, os suplementos podem ser agrupados de acordo com a forma 
comercial como são apresentados em pílulas, pó e bebidas. São também classificados 
de acordo com a necessidade ou não de prescrição médica, podendo ser vendidos 
pela internet, em grandes distribuidoras e farmácias, conforme o tipo. A grande 
quantidade de produtos é certamente um fator que dificulta o entendimento da questão 
dos suplementos nutricionais. 
 
 
13 
 
2.7 Legislação 
No Brasil, a portaria no 32 de 13 de janeiro de 1998 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária, aprovou o Regulamento Técnico para Suplementos Vitamínicos 
e ou de Minerais e define-os, como ‘’Alimentos que servem para complementar com 
vitaminas e minerais a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua 
ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer 
suplementação’’. 
A Portaria n° 40, de 13 de janeiro de 1998, da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária definiu ainda, que os suplementos de vitaminas e minerais cujas doses 
situam-se acima dos 100% DRI são considerados medicamentos. Entretanto, na 
Resolução No 390/2006 do Conselho Federal de Nutricionistas só haveria 
necessidade de estes serem vendidos com prescrição médica se apresentarem 
dosagens acima dos limites considerados seguros. 
 Já os produtos classificados como “Repositores Hidroeletrolíticos para 
Praticantes de Atividade Física; Repositores Energéticos para Atletas; Alimentos 
Proteicos para Atletas; Alimentos Compensadores para Praticantes de Atividade 
Física; Aminoácidos de Cadeia Ramificada para Atletas”, são considerados pela 
portaria do Ministério da Saúde no 222 de 24 de março, de 1998, como alimentos para 
praticantes de atividade física, uma categoria de produtos com finalidade e públicos 
específicos. 
Este, um subgrupo dos chamados Alimentos para Fins Especiais, tem como 
objetivo fixar a identidade e as características mínimas de qualidade desses produtos, 
evitar o consumo indiscriminado, bem como fornecer orientações precisas quanto à 
suplementação alimentar de pessoas que praticam atividade física. 
São disponíveis sob várias formas, mas não podem ser considerados alimentos 
convencionais e usados como único item isolado de uma refeição ou dieta, devendo 
ter em seu rótulo a especificação de suplemento dietético. Os produtos especialmente 
formulados e elaborados para praticantes de atividade física são classificados em: 
Repositores Hidroeletrolíticos: Os produtos devem apresentar concentrações 
variadas de sódio, cloreto e carboidratos, podendo conter opcionalmente vitaminas e 
outros minerais. Para concessão do registro como bebida isotônica, o Ministério da 
Saúde exige que o fabricante comprove, por cálculos ou análise laboratorial,que o 
 
 
14 
 
produto atende à finalidade a que se propõe. Os repositores hidroeletrolíticos 
apresentam-se prontos para o consumo líquido ou em pó. 
Repositores Energéticos: Nestes produtos, os carboidratos devem constituir, no 
mínimo, 90% dos nutrientes energéticos presentes na formulação. Opcionalmente, 
estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. São encontrados na forma 
líquida, em pó, em barra ou gel. 
Alimentos Proteicos: A composição proteica deve ser constituída de, no mínimo, 
65% de proteínas de qualidade nutricional equivalente às proteínas de alto valor 
biológico, sendo estas formuladas a partir da proteína intacta e hidrolisada. A adição 
de aminoácidos específicos é permitida para repor as concentrações dos mesmos 
níveis do alimento original perdido em função do processamento, ou para corrigir 
limitações específicas de produtos formulados à base de proteínas incompletas, em 
quantidade suficiente para atingir alto valor biológico, no mínimo comparável ao das 
proteínas do leite, carne ou ovo. Opcionalmente, estes produtos podem conter 
vitaminas e ou minerais. Podem conter ainda carboidratos e gorduras, desde que a 
soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de 
proteínas. 
Alimentos Compensadores: Devem conter concentração variada de 
macronutrientes (proteínas, carboidratos, lipídios), obedecendo aos seguintes 
requisitos: 
• Carboidratos: Abaixo de 90% do valor energético total do produto; 
• Proteínas: No mínimo 65% de proteínas presente no produto devem corresponder a 
proteína de alto valor biológico; 
• Gorduras: Manter a relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3 poli-
insaturada; 
• Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. 
Nesse segmento enquadram-se, sobretudo produtos popularmente conhecidos 
como hipercalóricos e alimentos considerados nutricionalmente completos. 
Aminoácidos de Cadeia Ramificada para Atletas (ou BCAA): Os aminoácidos de 
cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), isolados ou combinados, devem 
constituir no mínimo 70% dos nutrientes energéticos da formulação, fornecendo na 
ingestão diária recomendada até 100% das necessidades diárias de cada aminoácido. 
 
 
15 
 
Outros alimentos com fins específicos: Estes são produtos formulados de forma 
variada com finalidades metabólicas específicas, de acordo com determinada prática 
de atividade física. As vitaminas e minerais podem ser também adicionados a esses 
alimentos. 
3 VITAMINAS, MINERAIS, HERBAIS E AMINOÁCIDOS. 
3.1 Vitaminas 
As vitaminas são nutrientes indispensáveis ao crescimento e à manutenção da 
vida. Como o organismo não tem a capacidade de as sintetizar, deve-se assegurar a 
sua ingestão através da alimentação. São ativas em quantidades muito pequenas e 
estão envolvidas em vários processos relacionados com a transferência e 
armazenamento de energia, proteção e reforço do sistema imunitário, formação de 
ossos e tecidos, atividade de outros nutrientes, formação e manutenção da estrutura 
e funções celulares. As vitaminas não fornecem energia, mas como estão envolvidas 
em diversos processos metabólicos são essenciais para a vitalidade, vigor e energia 
diária. 
 Tradicionalmente as vitaminas agrupam-se de acordo com um critério de 
solubilidade em hidrossolúveis (se forem solúveis em água) e lipossolúveis 
(solúveis em gordura e que têm que ser veiculadas através de gorduras alimentares). 
Cada vitamina desempenha funções próprias e específicas, por isso o excesso 
de uma vitamina não pode ser usado para compensar a falta de outra. O excesso de 
vitaminas hidrossolúveis é excretado principalmente na urina pois o organismo não 
tem capacidade para as armazenar. O consumo excessivo de vitaminas lipossolúveis 
pode conduzir à sua acumulação nos depósitos de gordura, o que tem poucas 
vantagens funcionais, podendo mesmo assumir proporções de toxicidade no caso de 
um consumo excessivo prolongado. 
As vitaminas são substâncias orgânicas necessárias ao funcionamento 
adequado do organismo, sendo essenciais para a manutenção de diversas 
funções orgânicas, tais como crescimento e metabolismo. Elas são 
necessárias em quantidades pequenas (mg/dia) e podem atuar como co-
fatores de diferentes reações bioquímicas. A recomendação da quantidade 
diária a ser ingerida pelos indivíduos é baseada atualmente nas Referências 
Dietéticas de Ingestão (DRIs). No entanto, apesar dessas recomendações, 
percebe-se o uso indiscriminado de suplementos vitamínicos pela sociedade 
 
 
16 
 
moderna, devido à influência da mídia e da busca das pessoas por uma saúde 
plena e um corpo perfeito, sem grandes esforços. Todavia, é importante 
ressaltar que o uso de suplementação é recomendado em situações 
específicas, em caso de dificuldade em se atingir as recomendações 
vitamínicas via alimentação. Nesse sentido, é fundamental conhecer as 
consequências da deficiência e do excesso das vitaminas no organismo tanto 
para evitar o surgimento de doenças quanto para tratá-las. (DEVLIN 2002, 
apud CHAVES, 2014, p. 1). 
 
 
Fonte: edisciplinas.usp.br 
 
 
17 
 
3.2 Minerais 
Os minerais são substâncias nutritivas indispensáveis ao organismo, pois 
promovem desde a constituição de ossos, dentes, músculos, sangue e células 
nervosas até a manutenção do equilíbrio hídrico. Os minerais são, no mínimo, tão 
importantes quanto às vitaminas para auxiliar a manter o organismo em perfeito 
estado de saúde. Porém, como o organismo não pode fabricá-los, deve-se utilizar 
fontes externas, como os alimentos e os suplementos nutritivos para assegurar uma 
ingestão adequada. Após serem incorporados no organismo, os minerais não 
permanecem estáticos, sendo transportados por todo o corpo e eliminados por 
excreção. 
São elementos inorgânicos, combinados com algum outro grupo de elementos 
químicos, como por exemplo, óxido, carbonato, sulfato, fósforo, porém, no organismo, 
os minerais não estão combinados desta forma, mas de um modo mais complexo, ou 
seja, quelados, o que significa que são combinados com outros constituintes 
orgânicos, como as enzimas, os hormônios, as proteínas e, principalmente, os 
aminoácidos. 
Os alimentos naturais são as principais fontes de minerais para o organismo, 
tanto os de origem vegetal como animal. Nestes alimentos, o mineral se apresenta na 
forma de um complexo orgânico natural que já pode ser utilizado pelo organismo. 
Porém, os alimentos nem sempre são suficientes em qualidade e quantidade para 
satisfazer a necessidade do organismo e, nesse caso, é preciso recorrer aos 
suplementos minerais. 
A quelação, é definida como um processo onde o mineral é envolvido pelos 
aminoácidos, formando uma espécie de esfera com o mineral no centro, evitando que 
reaja com outras substâncias. É um processo natural pelo qual os elementos 
inorgânicos minerais são transformados em formas orgânicas, que podem ser 
perfeitamente absorvidos pelas vilosidades intestinais, passando, desse modo, à 
corrente sanguínea. Nesta forma, são absorvidos minerais como o ferro, cálcio, 
magnésio, unidos a aminoácidos procedentes da digestão da proteína. Pesquisas 
comprovam que a absorção dos quelados de aminoácidos e minerais é muito superior 
a qualquer outro tipo de suplemento mineral. Cálcio e ferro são os dois participantes 
mais famosos do grupo dos sais minerais. 
 
 
18 
 
Os quelados, também chamados de minerais orgânicos, são moléculas 
formadas pela ligação de um íon metálico a um carreador orgânico – 
aminoácidos ou carboidratos normalmente – por meio de ligações 
covalentes. Tais carreadores, ou ligantes, acoplam-se aos minerais por 
ligações covalentes através de seus grupos amino ou oxigênio. Esta 
ligação covalente permite que a molécula resultante tenha carga elétrica 
praticamente nula. A obtenção do quelato se dá após a hidrólise de uma 
fonte proteica e a exposição do elemento mineral ao hidrolisadoresultando 
na formação de complexos íons metálicos quelatados. Alternativamente, 
os minerais quelatados podem ser sintetizados por meio de um processo 
biossintético, como ocorre com o uso de leveduras. (LESSON 1997, apud 
OLIVEIRA 2008, p. 2). 
Cálcio 
O cálcio é um macroelemento e é o mineral mais abundante do organismo, dos 
quais 90% estão no esqueleto. O restante é repartido entre os tecidos, sobretudo os 
músculos e o plasma sanguíneo. É um elemento primordial da membrana celular, na 
medida em que controla sua permeabilidade e suas propriedades eletrônicas. Está 
ligado às contrações das fibras musculares lisas, à transmissão do fluxo nervoso, à 
liberação de numerosos hormônios e mediadores do sistema nervoso, assim como a 
atividade plaquetária (coagulação do sangue). 
As trocas entre o tecido ósseo e o plasma sanguíneo se fazem nos dois 
sentidos, de maneira equilibrada nos indivíduos normais. A quantidade de cálcio 
presente no sangue resulta de vários movimentos: duas entradas (a absorção do 
cálcio no intestino delgado e a reabsorção óssea) e duas saídas (depósito nos ossos 
e perdas através da urina). A calcemia não é um espelho fiel destes movimentos e 
não pode ser o único parâmetro para identificação de uma patologia cálcica. Pode-se 
observar uma redução do mineral ósseo (osteoporose) ou uma anomalia do 
metabolismo cálcico (doença de Paget) sem que seja modificado na taxa de cálcio no 
sangue. 
Os principais fatores de regulação do metabolismo cálcico são o paratormônio, 
secretado pelas glândulas paratireoides, que tendem a liberar o cálcio a nível ósseo e 
favorecer a reabsorção a nível renal, e a vitamina D, que é indispensável para a 
mineralização correta. 
Enquanto que dificilmente se podem administrar os fatores interiores, que 
intervém na fisiologia do cálcio, é possível atuar sobre os fatores externos, o aporte 
de cálcio e da vitamina D, a relação do cálcio com o magnésio e o fósforo ou, ainda, 
a composição da dieta alimentar. Assim, por exemplo, o excesso de proteínas na 
 
 
19 
 
refeição aumenta a eliminação urinária do cálcio. Da mesma forma, a ingestão de 
alimentos ricos em ácido oxálico (por exemplo, espinafre) ou em ácido fítico (pão 
integral) faz diminuir a disponibilidade do cálcio em razão da formação de sais 
insolúveis. A cafeína, o álcool e diversos medicamentos são fatores desfavoráveis à 
disponibilidade do cálcio. 
As carências profundas em cálcio - hipocalcemias, são bastante raras, contudo, 
as carências moderadas são frequentes. Os sintomas provocados pela 
hiperexcitabilidade neuromuscular incluem formigamentos, agulhadas, 
entorpecimento dos membros e contrações musculares. A nível ósseo, a redução da 
taxa de cálcio no organismo pode ser traduzida por sinais de descalcificação, como 
raquitismo, retardamento do crescimento e osteoporose. 
As hipocalcemias são devidas, mais frequentemente, ao déficit de vitamina D e 
também à falta de aporte de cálcio e se manifestam sob formas diversas, como 
poliúria, formação de cálculos renais, inapetência, sonolência, fraqueza muscular e 
palpitações. Os hipercalcêmicos apresentam uma patologia subjacente, como câncer 
com metástase óssea, hiperparatireoidismo e insuficiência renal, ou um incidente 
iatrogênico, como nos casos de utilização prolongada de grandes doses de vitamina 
D ou de certos diuréticos. 
Normalmente, a concentração do cálcio na célula é pequena, mas em 
circunstâncias patológicas há uma sobrecarga de cálcio intracelular, pois a membrana 
celular não preenche mais seu papel de barreira face ao cálcio extracelular. Esta 
entrada maciça de cálcio no interior da célula implanta canais membranários rápidos, 
que se abrem quando o equilíbrio da célula é perturbado. A elevação do cálcio livre 
na célula tem consequências desastrosas, como a vasoconstrição, uma diminuição 
da deformabilidade dos glóbulos vermelhos com aumento da viscosidade do sangue 
e a tendência à hiperagregação das plaquetas sanguíneas. É importante lembrar que 
as necessidades em cálcio aumentam no período de crescimento, durante a gravidez 
e o aleitamento. 
A necessidade de adequação da ingestão do cálcio tem despertado a atenção 
de inúmeras pesquisas. O cálcio é um nutriente essencial necessário em 
funções biológicas como a contração muscular, mitose, coagulação 
sanguínea, transmissão do impulso nervoso ou sináptico e o suporte 
estrutural do esqueleto. (MILLER 2001, apud PEREIRA 2009, p.164). 
 
 
20 
 
O cálcio é também o centro de debate da osteoporose, que se tornou uma 
espécie de “epidemia silenciosa”, notadamente entre as mulheres. É difícil analisar a 
eficácia do aporte de cálcio nesta doença, devido às divergências encontradas nos 
resultados dos estudos. Estas divergências são provenientes, por um lado, pelo 
diferente comportamento dos ossos nas várias regiões do esqueleto; por exemplo, os 
ossos do rádio não reagem ao suprimento de cálcio, enquanto que as taxas de fraturas 
dos outros ossos (fêmur, bacia) diminuem de maneira significativa. 
Nas mulheres com taxa normal de estrógenos, o equilíbrio cálcico se 
estabelece mais rapidamente do que nas mulheres carentes de estrógenos. Todavia, 
as pesquisas concordam que é primordial assegurar à massa óssea a maior 
densidade possível entre os 20 e 40 anos. Os primeiros anos da idade adulta são 
decisivos para uma predisposição futura à osteoporose. 
Como fonte de cálcio, os derivados do leite são os mais ricos. Em caso de 
intolerância à lactose, os iogurtes podem substituir o leite. Pode-se recorrer, ainda, a 
um complemento alimentar de cálcio. 
Cobre 
O cobre é um ótimo antioxidante, além de componente de diversas enzimas 
envolvidas na produção de energia celular, na formação de tecidos conectivos e na 
produção de melanina. 
O organismo humano contém cerca de 80mg de cobre para um homem de 70 
kg. A recomendação das academias científicas considera como mínimo a absorção 
diária de cerca de 2mg /dia. Um regime equilibrado contém de 2 a 5 mg/dia. 
Os órgãos mais ricos em cobre, são o fígado onde o excesso é estocado, e o 
cérebro. Cerca de 1/3 está nos músculos e no esqueleto. O transporte de cobre é 
assegurado por uma proteína, a ceruloplasmina. Quando este transportador está 
saturado, a absorção do cobre pelos intestinos é diminuída. 
A deficiência de cobre é rara. No entanto, um sinal clínico de sua manifestação 
é revelado por um tipo de anemia que não se cura com o consumo de ferro, mas que 
é corrigida com uma suplementação de cobre. Outros sintomas das taxas insuficientes 
de cobre são a baixa pigmentação e a deficiência no crescimento. A deficiência do 
sistema imunológico é outro sintoma, porque as baixas no mineral levam à diminuição 
das células de defesa do sangue, aumentando a suscetibilidade para infecções. 
 
 
21 
 
O cobre está ligado ao metabolismo de numerosas enzimas, como a 
ceruloplasmina, a citocromo oxidase, as transaminases, a lisina oxidase, que favorece 
a reticulação do colágeno e da elastina, as aminos oxidases, e a tirosinase. 
Os alimentos ricos em cobre são carnes, frutos do mar, sementes e 
oleaginosas. A recomendação de consumo de cobre para adultos é de 900mcg diárias 
Cromo 
Apesar de ser reconhecido como um nutriente essencial, as funções do cromo 
no organismo ainda não são totalmente conhecidas, com exceção do seu papel no 
metabolismo da glicose. O cromo potencializa os efeitos da insulina, responsável por 
captar a glicose no sangue, levando-a para dentro das células. A falta de cromo pode 
ocasionar resistência à ação da insulina, impedindo-a de captar a glicose. 
O cromo é absorvido ao nível do jejuno e menos de 1% do cromo ingerido é 
absorvido. Sua absorção é influenciada pela presença de agentes quelantes, sendo, 
em particular, diminuída na presença de fitatos e de ferro diminui. Após a absorção, o 
cromo é transportado pela mesma proteína que transporta o ferro, ou seja, a 
transferrina.Há sugestões de que o cromo desempenhe o papel de ativação das enzimas, 
estabilização das proteínas e ácidos nucléicos (papel na espermatogênese). Contudo, 
sua principal atuação é a de potencializar o papel da insulina, não unicamente no 
metabolismo dos açúcares, mas também no das proteínas e das gorduras, além de 
um efeito favorável sobre as taxas de colesterol e de lipoproteínas. Os alimentos ricos 
em cromo são carnes, feijão, brócolis, batata e cereais integrais. 
Ferro 
O ferro é indispensável para o desenvolvimento correto de numerosas funções 
fisiológicas. É um constituinte da hemoglobina e ocupa o centro do núcleo pirrolidínico, 
chamado heme. Com outros constituintes proteicos, o ferro faz parte da mioglobina, 
que estoca o oxigênio no músculo, e dos citocromas, que asseguram a respiração 
celular, além disso ativa numerosas enzimas, como a catalase, que assegura a 
degradação dos radicais livres prejudiciais. 
Do total de ferro ingerido, 5% a 10% é absorvido no duodeno e no jejuno, sendo 
captado pela ferritina, uma proteína de estocagem que sequestra o ferro e pode 
transformar o ferro bivalente em ferro trivalente ativo. Uma outra molécula, proteína 
de transporte, a transferrina, sintetizada no fígado, vai se carregar de ferro junto a 
 
 
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ferritina. É a transferrina que fornece o ferro aos reticulócitos, células precursoras dos 
glóbulos vermelhos. 
A dosagem de ferritina permite avaliar o estado das reservas de ferro no 
organismo. Um grama de ferritina pode estocar até 8mg de ferro. Os valores dessas 
proteínas permitem avaliar o estado do organismo quanto ao metabolismo do ferro. 
A carência de ferro pode ser devida a perdas excessivas (hemorragias 
digestivas, hemorroidas, ulcerações digestivas, hipermenorreias), à má absorção 
(diarreias, gastrectomia) ou, ainda, a dieta diária insuficiente, causada por alimentação 
composta de gorduras, farinhas brancas e açúcar refinado, todos pobres em ferro. O 
déficit de ferro ocasiona diminuição das defesas imunitárias e, consequentemente, 
menor resistência às infecções, além de alteração das estruturas epiteliais. 
Os cereais integrais são bastante ricos em ferro. Outros alimentos ricos em 
ferro são espinafre, aspargo, alho poro, salsa, batatas, lentilhas, cenouras e cerejas, 
carnes vermelhas, folhas verde- escuras, leite e derivados. 
Fósforo 
A maioria do fósforo no organismo se encontra no esqueleto, combinado ao 
cálcio, e 10% nos tecidos moles, músculos, fígado e baço. Assim como o cálcio, o 
fósforo está sob a influência da vitamina D e do hormônio paratireoideano. Exerce 
papel estrutural na célula, notadamente nos fosfolipídios, constituintes das 
membranas celulares. Participa de numerosas atividades enzimáticas e, sobretudo, 
desempenha papel fundamental para a célula como fonte de energia sob a forma de 
ATP (adenosina trifosfato). É graças ao fósforo que a célula pode dispor de reservas 
de energia. 
O aporte de fósforo é amplamente coberto pela alimentação, uma vez que este 
mineral se encontra em quantidade relativamente importante em numerosos 
alimentos, notadamente os que contém cálcio (leite, queijo, frutas secas). 
A carência em fósforo pode ter causas múltiplas, como diminuição dos aportes 
no curso da alimentação parenteral exclusiva, alcoolismo crônico, jejuns ou 
desnutrição prolongados, perdas de origem digestiva (diarreias, vômitos, pancreatite 
crônica,), ou precipitação por antiácidos gástricos em tratamentos prolongados. Enfim, 
a excreção renal é aumentada no hiperparatireoidismo, no raquitismo, no déficit de 
vitamina D ou em casos de utilização de determinados medicamentos, como os 
barbitúricos, por exemplo. 
 
 
23 
 
As hipofosforemias podem ser assintomáticas ou, ao contrário, provocar sinais 
clínicos dominados por diminuição dos reflexos, parestesias (formigamentos) das 
extremidades e ao redor do orifício bucal, fraqueza muscular e distúrbios da atenção. 
O fósforo é classicamente prescrito em casos de desmineralização óssea, de 
sobrecarga física e intelectual e na espasmofilia. 
Flúor 
O flúor é um dos oligoelementos mais conhecidos por seu papel na prevenção 
das patologias buco dentária e óssea, atuando também nos tecidos e nas células. O 
tecido mineral contém praticamente 99% de flúor do organismo com uma grande 
maioria nos ossos. O componente mineral dos tecidos duros do organismo é 
geralmente a apatita, um fosfato de cálcio que consiste em pequenos cristais 
encaixados em uma matriz. 
 Apesar de seu papel indiscutível na prevenção dentária, a concentração de 
flúor no esmalte é menor do que nos ossos. 
O flúor é rapidamente absorvido ao nível do estômago e do intestino delgado, 
por via passiva ligada ao gradiente de concentração. Mesmo não se falando de 
mecanismos de regulação homeostásicas, como no caso do cálcio, sódio ou cloro, há 
ainda assim uma adaptação às concentrações pelos ossos e pelos rins. A excreção 
do flúor se dá pela urina. É difícil encontrar exemplos de deficiência em flúor 
determinando uma patologia particular, mas tende-se a considerar o flúor como um 
oligoelemento essencial. 
Apesar da quantidade de flúor encontrada na alimentação ser baixa, boas 
fontes do micronutriente são chás e peixes de água salgada consumidos com ossos, 
como a sardinha, por exemplo. A ingestão adequada do mineral é de 4mcg diárias. 
Iodo 
O iodo é um elemento indispensável ao funcionamento de todo o organismo. 
Integra a formação de dois fatores hormonais da glândula tireoide (tiroxina e 
triiodotiroxina), que agem na maioria dos órgãos e nas grandes funções do organismo; 
no sistema nervoso (atua na termogênese), no sistema cardiovascular, nos músculos 
esqueléticos, nas funções renais e respiratórias. Em suma, estes hormônios são 
indispensáveis ao crescimento e ao desenvolvimento harmonioso do organismo. 
O principal sinal de carência de iodo é o bócio. Com a carência de iodo, há uma 
diminuição da formação de hormônios tireoideanos e, por um mecanismo de 
 
 
24 
 
feedback, um aumento da estimulação da glândula pelo hormônio hipofisiário que rege 
a tireoide, gerando um aumento do volume da glândula. Quando a carência atinge 
crianças, estas ficam raquíticas por deficiência no crescimento ósseo, são atingidas 
pelo cretinismo, sua pele se torna seca e edemaciada (mixedema), e seus traços são 
grosseiros. A insuficiência tireoidiana pode existir sem bócio, neste caso, a glândula 
apresenta frequentemente nódulos. 
Os sintomas de hipotireoidismo são cutâneos, com presença de pálpebras 
inchadas, tegumentos sem vida e secos, cabelos quebradiços e se rarefazendo, 
musculares como astenias e câimbras, com um metabolismo reduzido (sensação 
hipotérmica, anorexia, distúrbios dispépticos), amenorreia ou impotência sexual, 
sinais neuropsíquicos (apatia, lentidão de raciocínio). 
O hipertireoidismo resulta de um hiper funcionamento da glândula tireóide, cuja 
etiologia mais frequente é a doença de Graves, uma doença de natureza imunológica, 
cíclica e que evolui espontânea e lentamente para a cura. 
 As principais fontes de iodo são os peixes de água salgada e frutos do mar, 
como bacalhau, sardinha, molusco, ostra e camarão. O leite e seus derivados também 
contêm quantidade importante de iodo, assim como os legumes (vagem, agrião, 
cebola, alho poró, rabanete, nabo) e certas frutas (ananás, groselhas, ameixas). 
Sua recomendação diária é de 150mcg para pessoas com mais de 14 anos. 
Gestantes, no entanto, precisam consumir 220mcg/dia. A quantidade ideal de iodo 
para lactantes é de 290mcg diariamente. 
Magnésio 
O magnésio é o cátion intracelular mais importante, depois do potássio. Mesmo 
sendo menos abundante que os outros três grandes macroelementos (sódio, potássio 
e cálcio). O papel fisiológico do magnésio é importante na regulação da atividade de 
mais de 300 reações enzimáticas; intervém, igualmente, na duplicação dos ácidos 
nucléicos, na excitabilidadeneural e na transmissão de influxo nervoso, agindo sobre 
as trocas iônicas da membrana celular. 
Uma parte importante do magnésio é fixada sobre os ossos sob a forma de 
fosfatos e bicarbonatos, outra pequena parte entra na composição da massa 
molecular, e outra fração minúscula, presente no sangue, está ligada às proteínas, 
ionizadas e fisiologicamente ativas. Mesmo variações mínimas da concentração do 
 
 
25 
 
magnésio nas células, podem afetar o metabolismo, o crescimento e a proliferação 
celular. O magnésio também é importante na função cardíaca. 
Dados epidemiológicos demonstraram que uma hipomagnesemia (associada 
frequentemente a uma hipopotassemia) é acompanhada de um determinado número 
de problemas cardiovasculares, notadamente de ritmo cardíaco. Foi também 
constatado que após um dano provocado por antiarrítmicos, somente a administração 
concomitante de magnésio pode debelar certas arritmias cardíacas. Outra descoberta 
interessante foi a relação entre o déficit magnesiano e o prolapso da válvula mitral, 
que apresentam como sintomas a clássica bolha na garganta com dificuldade de 
deglutição, uma pequena instabilidade com mudanças de posição da cabeça e do 
corpo, rinites persistentes ligadas a hiper-reatividade das mucosas nasais e, 
sobretudo, uma fadiga vocal durante o dia. Este último sintoma, acompanhado às 
vezes de dores faríngeas e de pigarro na garganta, geralmente ligada a uma origem 
infecciosa e a distúrbios psicossomáticos, podem desaparecer com a 
magnesioterapia. 
A deficiência em magnésio pode causar hiperexcitação neuromuscular, que 
apresenta uma espécie de círculo vicioso: um déficit magnesiano crônico conduz a 
uma baixa no nível da excitação neuromuscular e a uma maior sensibilidade ao stress, 
o que favorece ainda mais uma perda magnesiana. Esta depleção magnesiana passa 
por mecanismos muito complexos de desregulações nervosa e endocrinológica, 
ligadas ao stress agudo ou crônico. Outras causas que podem dar origem à depleção 
de magnésio são intoxicação por chumbo, uso prolongado de determinados 
medicamentos, notadamente diuréticos, problemas intestinais crônicos, alimentação 
parenteral prolongada, pancreatite e diabetes. O álcool e alimentação rica em glicídios 
e em lipídeos podem igualmente aumentar a eliminação de magnésio. 
Boas opções de magnésio são as verduras e legumes verdes, cereais integrais 
e oleaginosas. Carnes e leite apresentam uma quantidade intermediária, enquanto os 
alimentos refinados contêm baixo nível de magnésio. 
Envolvido no metabolismo do cálcio, na síntese da vitamina D e na integridade 
da formação da estrutura mineral do esqueleto ósseo. É requerido para o metabolismo 
de carboidratos, de proteínas e de lipídios e é vital para a saúde dos tecidos muscular 
e nervoso. 
Manganês 
 
 
26 
 
O manganês é parte constituinte de diversas enzimas e atua como ativador de 
outras. Entre outras ações, funciona como antioxidante e ativa enzimas que participam 
do metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e colesterol, e colabora na formação 
da cartilagem e ossos. A distribuição do manganês é grande nos tecidos e líquidos do 
organismo, notadamente onde a atividade das mitocôndrias é maior. O papel 
metabólico do manganês é considerável, pois ativa numerosas enzimas implicadas 
na síntese do tecido conjuntivo, na regulação da glicose, na proteção das células 
contra os radicais livres e nas atividades neuro-hormonais. 
No rol dos benefícios imputados ao manganês estão a ação hipoglicemiante, 
ação sobre o metabolismo das gorduras, ação protetora das células hepáticas, papel 
na biossíntese das proteínas e dos mucopolissacarídeos das cartilagens, assim como 
implicação no metabolismo dos neurotransmissores. 
O manganês é considerado em oligoterapia como um carro-chefe, pois é básico 
no tratamento da diátese alérgica, igualmente presente na associação manganês-
cobre, que constitui o remédio da diátese. Este tratamento melhora sensivelmente as 
crianças frágeis, perpetuamente resfriadas e com problemas de fixação da atenção. 
O manganês encontra, ainda, excelentes indicações no campo da artrose. 
O déficit de manganês no organismo pode interferir no crescimento e causar 
anormalidades do esqueleto, disfunções reprodutivas, menor tolerância à glicose e 
alteração no metabolismo dos carboidratos e das gorduras. 
O manganês é encontrado nos cereais integrais, nozes, leguminosas, abacaxi 
e chás. 
Potássio 
O potássio é o principal cátion intracelular que contribui para o metabolismo e 
para a síntese das proteínas e do glicogênio. Desempenha papel importante na 
excitabilidade neuromuscular e na regulação do teor de água do organismo. O líquido 
intracelular contém mais de 90% do potássio do corpo. No plasma sanguíneo, o 
potássio representa uma parte ínfima do potássio total. No entanto, a ausência total 
de potássio sérico é um sinal bastante fiel de um déficit global deste cátion. 
As necessidades de potássio são maiores no período de crescimento; fora esse 
período são mínimas e cobertas pela alimentação. Entretanto, se observam 
hipopotassemias bastante frequentes, raramente ligadas à carência de aporte 
 
 
27 
 
alimentar, salvo para os grandes alcoólatras crônicos e pessoas possuidoras de 
anorexia mental. 
O potássio, juntamente com o sódio, é importante na manutenção do 
equilíbrio hidroeletrolítico celular. Os íons de sódio e potássio ocorrem em 
concentrações específicas dentro e fora das células. Assim, o sódio, em 
maior concentração no meio extracelular, pelo processo da difusão, se move 
para dentro da célula, enquanto o potássio, mais concentrado no meio 
intracelular, se move para fora da célula pelo mesmo processo. Com isso, a 
tendência é o equilíbrio entre as concentrações interna e externa desses dois 
íons, porém, para a manutenção do potencial elétrico da célula, é necessário 
que haja baixa concentração de íons de sódio e elevada de íons de potássio 
dentro da célula. A manutenção das concentrações ideais dos dois íons é 
dada pela sódio-potássio ATPase, que bombeia sódio para fora da célula e 
potássio para dentro dela. Como esse transporte é realizado contra os 
gradientes de concentração desses dois íons, há necessidade de energia, 
obtida com a clivagem de ATP (adenosina trifosfato). Isso permite a 
manutenção da pressão osmótica intracelular e do volume celular. (MORRIS 
2006, apud CUPPARI 2008, p.5). 
Suas causas são mais frequentemente de origem iatrógena e podem se traduzir 
por distúrbios neuromusculares (cãibras e paralisias), aumento da pressão arterial ou, 
às vezes, distúrbios graves do ritmo cardíaco. As principais causas medicamentosas 
de hipopotassemia são a ingestão de diuréticos, suscetíveis de aumentar a excreção 
urinária do potássio, e os laxativos, que aumentam as perdas digestivas. Pode-se, 
também, observar uma transferência de potássio para as células, ocasionando uma 
hipopotassemia nos tratamentos por insulina. Outra causa iatrogênica da 
hipopotassemia é a ingestão prolongada de corticoides. 
A relação sódio/potássio desempenha papel fundamental nos mecanismos da 
hipertensão. Um regime enriquecido em potássio ou uma suplementação sob a forma 
medicamentosa ocasiona um rebaixamento da pressão arterial estatisticamente 
significativo. 
Os níveis de concentração entre potássio e sódio criam uma diferença 
eletroquímica conhecida como potencial de membrana, mantido principalmente, pela 
bomba sódio/potássio/ATPase. Essa bomba utiliza energia para jogar sódio para fora 
da célula e potássio para dentro. O perfeito controle do potencial de membrana das 
células é essencial para a transmissão do impulso nervoso, contração muscular e 
funcionamento do coração. A baixa concentração de potássio no plasma é conhecida 
por hipocalemia. Os sintomas da deficiência são fadiga, fraqueza, cãibra muscular, 
constipação intestinal e dor abdominal. A hipocalemia severa pode levar à arritmia 
cardíaca,o que pode ser fatal. 
 
 
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Frutas e legumes em geral, como banana, tomate, batata e laranja, são ótimas 
fontes de potássio. Outros alimentos ricos nesse mineral são peixes, carnes, aves 
domésticas e damascos. 
É um dos principais eletrólitos que controlam os níveis de pH, a pressão 
osmótica e o balanço hídrico nos espaços corporais, através da bomba de sódio- 
potássio, e a pressão sanguínea, atua na atividade elétrica que leva a regular a função 
dos músculos e das células nervosas, e para o batimento cardíaco e age para a 
conversão da glicose em glicogênio. 
Sódio 
O sódio, juntamente com o cloreto, forma o sal de cozinha. A dupla se destaca 
por estar entre os principais íons do fluído extracelular, importantes para a 
manutenção do potencial de membrana, mantido, como mencionado anteriormente, 
principalmente pela bomba sódio/potássio/ATPase. O sódio desempenha ainda 
outras tarefas, como participação na absorção de aminoácido, glicose e água. Por ser 
um micronutriente determinante no volume extracelular, é possível regular a pressão 
arterial ajustando o conteúdo de sódio no organismo, ou seja, quem sofre de pressão 
alta deve diminuir a ingestão de sal, pois é rico no mineral. Já quem apresenta pressão 
baixa, precisa ter um consumo adequado de sódio. 
As necessidades de sódio são mínimas e largamente cobertas pela 
alimentação. Além disso, os rins são capazes de reabsorver praticamente todo o sódio 
filtrado anteriormente. 
Selênio 
O selênio é um oligoelemento por excelência. Entre as funções 
desempenhadas, destacam-se a participação na síntese de hormônios tireoidianos, a 
ação antioxidante e o auxílio a enzimas que dependem dele para terem um bom 
funcionamento. Foi provado que o selênio é um componente da glutationa peroxidase, 
uma enzima que destrói os peróxidos, ou seja, os agentes oxidantes que atacam a 
célula. Não há dúvida, hoje, de que o selênio, por seu papel na glutationa peroxidase, 
faz parte dos defensores das células contra a ação dos agentes oxidantes, como o 
fazem a vitamina E, a catalase e a superóxido dismutase. 
A atividade catalítica do selênio é reforçada na presença da vitamina E, que é 
também indispensável na redução dos radicais livres. Sua associação aparece como 
fundamentalmente necessária às células na prevenção de sua degeneração. Também 
 
 
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destaca-se por suas propriedades anti-inflamatórias e imune estimulantes. No 
homem, a suplementação em selênio é benéfica para melhorar a forma geral e 
prevenir o envelhecimento. 
A deficiência de selênio é rara, mas tem sido observada em condições em que 
não há oferta suficiente do micronutriente, como regiões onde o solo é pobre no 
mineral. Castanha de caju e carnes fornecem números significativos de selênio. 
O aporte alimentar diário de selênio varia de acordo com cada país. No Brasil, 
a quantidade ideal de ingestão para adultos é de 55mcg/ dia. 
Zinco 
Diversos aspectos do metabolismo celular são dependentes do zinco. 
Aproximadamente 100 enzimas dependem do zinco para realizar reações químicas 
vitais. O mineral tem papel importante, por exemplo, no crescimento, na resposta 
imune do organismo, na função neurológica e na reprodução. Além dessas funções, 
o zinco atua na estrutura das proteínas e membranas celulares e também está 
envolvido na expressão dos genes, na síntese de hormônios e na transmissão do 
impulso nervoso. Na Antiguidade, era utilizado sob a forma de óxido de zinco para 
curar feridas e queimaduras. 
É encontrado em todos os órgãos, mas sua concentração é particularmente 
elevada no pâncreas, no fígado, na pele e nos fâneros. No sangue, está ligado às 
proteínas e aos aminoácidos. O organismo aproveita apenas de 5% a 10% do zinco 
contido na alimentação. O estudo de sua biodisponibilidade é importante, pois há 
certas substâncias existentes na alimentação que modificam sua absorção, assim, os 
fitatos que são encontrados em grande número de alimentos vegetais, entre os quais 
as fibras, inibem a absorção do zinco. Outros queladores do zinco são o álcool, os 
taninos, alguns antibióticos e os contraceptivos orais. 
A biodisponibilidade do zinco depende da interação com outros minerais na luz 
intestinal. Quando a falta de zinco acontece, surgem sintomas como atraso da 
maturidade sexual, déficit de crescimento, diarreia crônica, pouco apetite e deficiência 
do sistema auto-imune; produz também modificações importantes no metabolismo 
dos ácidos graxos e pode constituir-se em um fator de risco à arteriosclerose. 
Boas fontes de zinco são carne bovina, peixes, aves, leite e derivados, 
mariscos, feijão e nozes. 
 
 
30 
 
Destacam-se também a regulação de uma variedade de atividades do sistema 
imunológico, tem função antioxidante, além de ser componente da insulina e regular 
a atividade desta. É necessário para a maturação do esperma, para a ovulação e para 
a fertilização. 
Outros minerais 
Existem ainda outros minerais, cujos benefícios foram descobertos 
recentemente. Entre eles, estão o boro, o enxofre, o molibdênio, o silício e o vanádio. 
Boro: Começou a atrair a atenção devido a um estudo que indica seus possíveis 
benefícios na prevenção da osteoporose pós menopausa. É um mineral encontrado 
principalmente nos alimentos de origem vegetal e aparentemente, é essencial ao 
crescimento e desenvolvimento das plantas. 
Embora seja importante para o crescimento e desenvolvimento de animais, sua 
importância em animais e seres humanos ainda não foi comprovada. Por outro lado, 
seus efeitos estimulantes da saúde em seres humanos estão se tornando cada vez 
mais aparentes. Além de promover benefícios no tratamento da artrite, previne a 
osteoporose em mulheres na fase pós menopausa. 
Enxofre: É um elemento fundamental da matéria viva, protagonista dos fenômenos 
biológicos celulares. Possui funções energéticas, plásticas e de desintoxicação. Está 
presente na constituição de todas as proteínas celulares, nos aminoácidos taurina, 
metionina, cistina e cisteína, e é indispensável para a síntese do colágeno. É 
importante nos tecidos densos, como cartilagens, cabelos e unhas, e faz parte dos 
mucopolissacarídeos, que são fundamentais na constituição das cartilagens, das 
secreções mucosas, do humor vítreo e do fluido sinovial. 
Como o manganês, o enxofre é o elemento do artritismo sob todas as formas, 
ou seja, asmas, erupções, cefaleias e reumatismos. É indicado nas manifestações 
dermatológicas, como acne, eczema e urticária; nas manifestações alérgicas, tais 
como urticária, rinite alérgica, asma brônquica, alergias alimentares; nas 
manifestações reumáticas de naturezas inflamatória, degenerativa e dismetabólica; 
nas infecções recidivas a nível otorrinolaringológico, respiratório, urinário; na cefaleia 
vaso motriz e músculo tensora. 
Os alimentos ricos em enxofre são carne, leite, ovos, queijos, cereais e frutas 
secas. 
 
 
31 
 
Molibdênio: Está presente em pequena quantidade no organismo e é rapidamente 
absorvido no estômago e intestino delgado. Participa de várias reações no organismo, 
já que aparece como co-fator de três enzimas. As funções dessas enzimas são 
metabolizar os aminoácidos metionina e cistina, quebrar os nucleotídeos (precursores 
do DNA e RNA) para a formação de ácido úrico e participação do metabolismo de 
toxinas. Suas funções biológicas são bem conhecidas; é absolutamente indispensável 
à vida dos microrganismos vegetais e animais e ao desenvolvimento normal do 
homem. 
No corpo humano, o molibdênio se encontra, sobretudo, no fígado, nos rins e 
nas glândulas suprarrenais, local da atividade de numerosas enzimas ligadas a ele. 
Não existem relatos de deficiência de molibdênio em humanos, sendo as principais 
fontes encontradas na ervilha, feijão e lentilha. 
Silício: É um elemento essencial, cuja ação fisiológica é fundamental. Esse mineral 
se revelou necessário para a formação dos ossos, cartilagem e tecido conjuntivo.É o 
segundo elemento mais importante em concentração na crosta terrestre, sendo raro 
na água do mar. É encontrado, em geral, sob a forma de silicato ou de óxido. A 
concentração de silício diminui com a idade nos diferentes tecidos, em particular na 
pele e vasos arteriais. 
Colabora na construção da matriz orgânica para a correta mineralização dos 
ossos e dos dentes. É componente de mucopolissacarídeos e do colágeno de tecidos 
conectivos que fornecem força, rigidez e flexibilidade aos ossos, dentes, tendões, 
ligamentos, paredes e membranas celulares, unhas e pele. 
Vanádio: Também faz parte dos “novos” oligoelementos. É encontrado nas águas de 
fontes e na água do mar. 
Nos vegetais, o vanádio está presente na maioria das frutas e legumes, mas 
em concentrações diferentes, dependendo do local onde são cultivados. As 
oleaginosas e as nozes são particularmente ricas em vanádio. Os crustáceos e os 
peixes possuem quantidades relativamente importantes. Somente 1% da quantidade 
ingerida é absorvida. As taxas de vanádio são muito baixas, em torno de 0,1 a 0,3mcg 
por grama de peso. 
Desempenha papel no crescimento, na fertilidade, na psicose maníaco-
depressiva e nas cáries dentárias. Além disso, experimentalmente, pôde-se 
demonstrar que tem ação sobre a contração das fibras musculares cardíacas, sobre 
 
 
32 
 
a função da bomba de sódio, do metabolismo dos glicídios e dos lipídeos. Numerosos 
estudos estão sendo realizados para provar a relação entre o vanádio, a atividade 
cerebral, o crescimento e a reprodução. 
Este possui um metabolismo ligado ao do fósforo. Está presente em numerosas 
reações enzimáticas, nas quais o fósforo é o encarregado. Seu papel específico 
parece ser o de regulador da bomba de sódio. É também um co-fator para algumas 
enzimas, como a adenilciclase e as transaminases. Seu metabolismo é, 
provavelmente, ligado a determinadas funções endócrinas. 
3.3 A importância dos minerais para a saúde humana 
O corpo humano tem como componentes principais a água, as proteínas, os 
lipídios, os carboidratos, os minerais e as vitaminas. Cada um destes componentes 
apresenta características e funções especiais, próprias para o perfeito funcionamento 
e estrutura saudável do organismo. 
Suas funções são essenciais à saúde como a regulação de processos 
enzimáticos; manutenção do equilíbrio osmótico e acidobásico; facilitação da 
transferência de substâncias pelas membranas celulares; estimulação nervosa e 
muscular. Para cumprir estas funções os minerais se encontram na forma iônica ou 
como constituintes de compostos como, por exemplo, as enzimas, os hormônios e as 
proteínas estruturais. 
As necessidades são pequenas e variam de acordo com cada indivíduo, e 
mesmo necessitando de pequenas quantidades de micronutrientes, é comum 
encontrar diversas deficiências nutricionais de vitaminas e minerais. Quando 
não há deficiências a suplementação em excesso de vitaminas e minerais 
não altera na capacidade física e intelectual, mas pode trazer danos à saúde 
(GARZÓN, 2002 apud FRINHANI 2016, p. 654). 
Todos os minerais desempenham funções especiais e de forma coordenada 
entre eles. É fundamental tomar em conta que, para o perfeito funcionamento do 
organismo, os teores distintos de minerais devem se manter dentro de limites 
especiais para que, individualmente, apresentem seu melhor desempenho e para que 
haja uma ação harmônica destes com os demais componentes inter-relacionados do 
organismo. 
 
 
33 
 
3.4 Herbais 
 
Fonte: br.synergytaste.com 
A utilização de preparações a base de plantas tem se expandido enormemente 
ao longo da última década, dentre elas, os suplementos herbais e dietéticos vêm 
sendo cada vez mais consumidos pela população em geral. 
Eles podem ser classificados como um produto alimentício que tem como 
principal finalidade suplementar a alimentação, tendo em sua composição básica: 
vitamina, mineral, erva ou outras plantas, aminoácidos e alguma substância que 
aumente o conteúdo calórico de uma dieta, para que tenha capacidade de substituir 
uma refeição. Em geral são utilizados para perda de peso, melhora da estética 
corporal, prevenção de doenças e retardo dos efeitos do envelhecimento e se 
apresentam na forma de shakes, chás, cápsulas, sopas e sucos. 
Os produtos naturais podem ser facilmente adquiridos em farmácias, lojas de 
saúde, academias e, mais recentemente, a partir de fontes da internet, sem a 
necessidade de prescrição médica ou mesmo de uma recomendação de um 
nutricionista. Entretanto, a hepatotoxicidade, vem sendo descrita como a reação 
adversa mais comum entre os usuários desses produtos. 
Eles podem ser classificados como um produto alimentício que tem como 
principal finalidade suplementar a alimentação, tendo em sua composição 
básica: vitamina, mineral, erva ou outras plantas, aminoácidos e alguma 
substância que aumente o conteúdo calórico de uma dieta, para que tenha 
capacidade de substituir uma refeição. Em geral são utilizados para perda de 
peso, melhora da estética corporal, prevenção de doenças e retardo dos 
 
 
34 
 
efeitos do envelhecimento. Dentre as marcas de suplementos nutricionais 
mais vendidos, existe uma que ocupa o maior espaço neste cenário, a 
Herbalife. (STICKEL 2015, apud BEGOTTI 2017, p.81). 
3.5 Aminoácidos 
As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes nas células e 
correspondem a cerca de 50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas 
as partes de todas as células, tendo funções fundamentais na lógica celular. Em 
virtude desta importância qualitativa e quantitativa, as proteínas têm sido largamente 
estudadas e seus segredos desvendados, no que diz respeito à sua síntese ou 
aproveitamento metabólico. 
As proteínas são macromoléculas de alto peso molecular, polímeros de 
compostos orgânicos simples, os α-aminoácidos. A união entre dois aminoácidos, 
forma um dipeptídeo, assim como três unem-se formando um tripeptídeo e assim 
sucessivamente, sendo que a união de vários aminoácidos irá dar origem a uma 
cadeia polipeptídica. 
São conhecidos 20 aminoácidos; a Alanina, Arginina, Aspartato, Asparagina, 
Cisteína, Fenilalanina, Glicina, Glutamato, Glutamina, Histidina, Isoleucina, Leucina, 
Lisina, Metinonina, Prolina, Serina, Tirosina, Treonina, Triptofano e Valina, 
encontrados nas moléculas de proteínas, com sua síntese controlada por mecanismos 
genéticos, envolvendo a replicação do DNA e transcrição do RNA. 
A metade dos aminoácidos é sintetizada pelo organismo e vai suprir as 
necessidades celulares; são os não-essenciais, e aqueles que não são sintetizados 
precisam estar presentes na dieta e são chamados de aminoácidos essenciais. 
 Esta grande variabilidade proporciona arranjos incontáveis entre as cadeias 
peptídicas em sua estrutura tridimensional bem como na função da proteína, uma vez 
que os diferentes aminoácidos possuem diferentes propriedades químicas que, em 
conjunto, serão responsáveis pela função da proteína. 
Classes 
Aminoácidos com grupamento R apolar ou hidrofóbico: São os menos solúveis, 
devido à ausência de grupamentos hidrofílicos no grupamento R. 
A alanina representa o aminoácido mais solúvel deste grupo é a prolina, na 
realidade, um aminoácido onde o grupamento R é um substituinte do aminogrupo. A 
 
 
35 
 
glicina é o aminoácido mais simples em virtude de possuir como R apenas um átomo 
de hidrogênio (apolar), sendo também o único aminoácido que não possui carbono 
assimétrico. Algumas vezes é classificado como polar, pois o grupamento funcional 
lhe confere certa solubilidade. 
Aminoácidos com grupamento R polar não-carregado: Possuem grupamentos 
hidrofílicos na cadeia carbonada que não se ionizam, porém conferem maior 
solubilidade ao aminoácido. 
A cisteína e a tirosina tem os grupamentos R mais polares, sendo, portanto, os 
mais solúveis desta classe. A cisteína, frequentemente, ocorre nas proteínas em sua 
forma oxidada, a cistina,na qual as sulfidrilas estão unidas formando pontes dissulfeto 
que são ligações covalentes importantes na estabilização da molécula proteica. A 
asparagina e a glutamina são amidas do ácido aspártico e do ácido glutâmico, 
respectivamente. 
Aminoácidos com grupamento R polar carregado positivamente (básicos): 
Lisina, arginina e histidina; todos possuem grupamento R de 6 carbonos e a carga 
positiva localiza-se em um átomo de nitrogênio do R. 
Aminoácidos com grupamento R polar carregado negativamente (ácidos): Ácido 
aspártico e ácido glutâmico. São citados como aspartato e glutamato em virtude de se 
ionizarem em pH fisiológico adquirindo carga negativa no grupamento carboxila. 
3.6 Metabolismo dos aminoácidos 
A fração metabólica de energia obtida a partir de aminoácidos, se eles são 
derivados de proteína dietética ou a partir de proteína tecidual, varia muito com o tipo 
de organismo e com condições metabólicas. 
A maioria dos microrganismos pode expulsar aminoácidos a partir de seu 
ambiente e utilizá-los como combustível, quando exigido pelas condições metabólicas. 
Plantas, no entanto, raramente ou nunca oxidam aminoácidos para fornecer energia, 
os hidratos de carbono produzidos a partir de CO2 e H2O na fotossíntese são 
geralmente sua única fonte de energia. Nos animais, aminoácidos sofrem degradação 
oxidativa em três diferentes circunstâncias metabólicas: 
 
 
36 
 
1. Durante o procedimento normal de síntese e degradação de proteínas celulares 
alguns aminoácidos que são liberados a partir de proteína de degradação e não são 
necessários para a nova síntese proteica sofrem degradação oxidativa. 
2. Quando uma dieta é rica em proteínas e aminoácidos e a ingestão ultrapassa as 
necessidades do organismo para a síntese proteica, o excedente é catabolizado; 
aminoácidos não podem ser armazenados. 
3. Durante o jejum prolongado ou de diabetes mellitus não controlada, quando 
carboidratos ou estão indisponíveis ou não devidamente utilizados, as proteínas 
celulares são utilizadas como combustível. 
De acordo com todas estas condições metabólicas, aminoácidos perdem os 
seus grupos amino para formar grupos α-ceto ácidos, os "esqueletos de carbono" de 
aminoácidos. Os α-ceto ácidos sofrem oxidação a CO2 e H2O, ou, muitas vezes mais 
importante ainda, fornecem três e quatro unidades de carbono que podem ser 
convertidos por neoglicogênese em glicose, o combustível para o cérebro, músculo 
esquelético, e de outros tecidos. 
Os aminoácidos são importantes fontes de energia para o metabolismo celular, 
porém só são utilizados quando há uma extrema carência energética ou durante a 
prática de exercícios físicos intensos. É importante frisar que os carboidratos e lipídios 
são melhores produtores de energia e a mobilização de aminoácidos pode estar 
relacionada a uma degradação de proteínas musculares ou plasmáticas levando o 
organismo a uma depleção dessas proteínas, o que pode trazer consequências 
desastrosas como a atrofia muscular e a hipoalbuminemia. 
A síntese da ureia é um dos processos metabólicos mais importantes, pois 
impede a formação de amônia tóxica ao organismo a partir do nitrogênio proteico, é 
exclusiva do fígado, o que o torna o centro da degradação de aminoácidos. Os 
músculos precisam ajustar o consumo de aminoácidos com a exportação da amônia 
para o fígado na forma dos aminoácidos glutamina ou alanina. 
3.7 Síntese dos aminoácidos 
Os aminoácidos essenciais são sintetizados nos vegetais através do 
aproveitamento do nitrogênio na forma de NH4+, nitritos e nitratos presentes no solo e 
 
 
37 
 
que são produzidos por bactérias capazes de fixar o N2 atmosférico convertendo-os 
nos produtos nitrogenados absorvidos pelos vegetais. 
 Os aminoácidos não-essenciais são sintetizados nos animais a partir de 
moléculas precussoras que fazem parte do ciclo de Krebs e do grupamento amino 
proveniente da degradação de aminoácidos. Como vários aminoácidos fornecem 
intermediários do ciclo de Krebs, há uma interdependência entre os aminoácidos no 
seu processo de degradação e síntese. 
Aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína. Em 
humanos saudáveis, nove aminoácidos são considerados essenciais, uma 
vez que não podem ser sintetizados endogenamente e, portanto, devem ser 
ingeridos por meio da dieta. Dentre os aminoácidos essenciais, se incluem os 
três aminoácidos de cadeia ramificada (ACR), ou seja, leucina, valina e 
isoleucina [...] A concentração de ACR também difere em relação ao tipo de 
fibra muscular, sendo 20-30% maior em fibras de contração lenta em 
comparação àquelas de contração rápida. Os ACR correspondem a cerca de 
35% dos aminoácidos essenciais em proteínas musculares e, uma vez que a 
massa muscular de humanos é de cerca de 40-45% da massa corporal total, 
verifica-se que grande quantidade de ACR está presente em proteínas 
musculares. (MARCHINI 1998, apud ROGERO 2008, p. 565). 
O glutamato, glutamina e prolina são sitentizados a partir do α-cetoglutarato. O 
aspartato é sintetizado a partir do oxalacetato (recebendo o grupo amino do 
glutamato). A asparagina é sintetizada a partir do aspartato e o grupo amino provém 
da glutamina. A alanina é oriunda da transaminação do piruvato e glutamato. A serina 
é sintetizada a partir do gliceraldeído-3-fosfato, sendo que a glicina e a cisteína derivam 
da serina. A arginina é utilizada durante o ciclo da ureia. A tirosina origina-se a partir 
da hidroxilação da fenilalanina. 
 
 
38 
 
4 SUPLEMENTOS ORAIS 
 
Fonte: posugf.com.br 
Os Suplementos Nutricionais Orais são produtos industrializados, formulados 
com macronutrientes, hidratos de carbono, proteínas e lipídios e micronutrientes, 
vitaminas e minerais, além de diversas substâncias importantes para a saúde. 
Devem ser usados quando a alimentação habitual não satisfaz as 
necessidades nutricionais. No entanto, devem ser associados a uma alimentação 
equilibrada, não devendo substituir as refeições, mas sim complementá-las. 
A ingestão de suplementos poderá ser importante no tratamento e recuperação 
dos pacientes com disfagia (dificuldade de deglutição) e em idade geriátrica, onde se 
verifica uma redução da ingestão de alimentos. 
O principal objetivo dos suplementos é aumentar a ingestão nutricional, 
corrigindo ou evitando carências nutricionais, provocadas pela alimentação 
inadequada. Além disso, melhora as condições clínicas e funcionais e contribui para 
o tratamento e recuperação da perda de peso. 
Os suplementos Nutricionais Orais são tomados entre as refeições principais. 
Alguns produtos já estão prontos para a ingestão, outros precisam ser preparados. A 
escolha do suplemento adequado depende de diversos fatores como: as 
características do produto (composição nutricional, volume, sabor, etc.), as condições 
clínicas e o custo total do tratamento. 
 
 
39 
 
4.1 Tipos de suplementação oral 
Suplementos orais completos: Têm o macro e micronutrientes de modo a satisfazer 
as necessidades dos indivíduos. São indicados para situações de anorexia, perda de 
peso involuntária, desnutrição e doentes com cancro. 
Suplementos orais modulares: Contém apenas um macronutriente de modo a 
suplementar a alimentação de indivíduos que não atingem a necessidade diária desse 
macronutriente com a alimentação tradicional. 
 Maltodextrina: Módulo de hidratos de carbono em pó para enriquecer a dieta. 
Indicado em caso de necessidades energéticas aumentadas, tais como: atraso 
de crescimento, desnutrição, anorexia, insuficiência renal e cardiopatias 
congénitas. 
 Proteínas (caseína, lecitina de soja, etc.): Módulo de proteínas solúvel em pó. 
Indicado em situações associadas a necessidades proteicas aumentadas 
como: perda de massa muscular associada ao envelhecimento, queimaduras 
graves, anorexia, desnutrição, perda de peso involuntária, dietas 
desequilibradas. 
 L-arginina: Indicado como suplementação em indivíduos que

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