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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA ...................................................................................... 4 3 CONCEITO DE NUTRIENTES ............................................................................. 5 3.1 Classes Nutricionais ....................................................................................... 5 3.2 Grupos dos Alimentos: ................................................................................... 5 4 MACRONUTRIENTES .......................................................................................... 6 4.1 Carboidratos ou hidratos de carbono ............................................................. 7 4.2 Classificação dos Carboidratos ...................................................................... 7 4.3 Oligossacarídeos ........................................................................................... 9 4.4 Dissacarídeos ................................................................................................ 9 4.5 Polissacarídeos ............................................................................................ 11 5 LIPÍDIOS ............................................................................................................. 12 6 PROTEÍNAS ....................................................................................................... 15 7 MICRONUTRIENTES ......................................................................................... 17 8 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ........................................................................... 18 8.1 Vitamina A (Retinol) ..................................................................................... 18 8.2 Vitamina D .................................................................................................... 19 8.3 Vitamina E (tocoferol) ................................................................................... 20 8.4 Vitamina K .................................................................................................... 22 9 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS ........................................................................ 23 9.1 Vitamina C .................................................................................................... 23 9.2 Vitamina B1 (tiamina) ................................................................................... 24 9.3 Vitamina B2 (riboflavina) .............................................................................. 25 9.4 Vitamina B3 (niacina) ................................................................................... 26 9.5 Vitamina B5 (ácido pantotênico) .................................................................. 27 9.6 Vitamina B6 (piridoxina) ............................................................................... 27 9.7 Vitamina B7 (biotina) .................................................................................... 27 9.8 Vitamina B9 (ácido fólico) ............................................................................. 28 9.9 Vitamina B12 (cobalamina) .......................................................................... 28 10 MINERAIS ....................................................................................................... 28 10.1 Cálcio ........................................................................................................... 29 10.2 Fósforo ......................................................................................................... 31 10.3 Magnésio ...................................................................................................... 32 10.4 Ferro ............................................................................................................. 32 10.5 Água ............................................................................................................. 34 11 SUPLEMENTOS ALIMENTARES ................................................................... 35 11.1 Whey Protein ................................................................................................ 36 11.2 BCAA ........................................................................................................... 38 11.3 Creatina ........................................................................................................ 40 11.4 Glutamina ..................................................................................................... 41 11.5 Cafeína ......................................................................................................... 42 3 1 INTRODUÇÃO O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante o da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 NUTRIÇÃO ESPORTIVA Fonte: denisereal.com.br A nutrição é um processo que envolve os alimentos desde a ingestão até sua eliminação pelo organismo vivo. É a transformação dos alimentos em geral em nutrientes que o nosso corpo precisa para desempenhar diversas funções. São envolvidos nesse processo a utilização de diversos nutrientes capazes de ofertar energia, construção, manutenção e reparo dos tecidos, como é o caso dos carboidratos, lipídios, proteínas, minerais, vitamina e água que tem como objetivo regular e manter em equilíbrio a fisiologia do corpo humano (SANTOS, 2017). A nutrição tem um papel de suma importância na prática do exercício físico. Através da orientação nutricional, pode-se proporcionar aos indivíduos fisicamente ativos a alimentação ideal para a melhora do rendimento do organismo, além de contribuir positivamente para a saúde. Os praticantes de atividades físicas têm necessidades nutricionais específicas, de acordo com a modalidade e intensidade do exercício que praticam. A oferta equilibrada de nutrientes, proveniente de uma orientação profissional adequada, tem a capacidade de melhorar o rendimento na atividade física, bem como, proporcionar mudanças positivas na composição corporal, melhora do condicionamento físico, estética e autoestima (OLIVEIRA et al, 2017). Segundo o Conselho Federal de Nutrição, somente o nutricionista está apto a realizar prescrição dietética, com base no diagnóstico nutricional (CFN, 2004). 5 3 CONCEITO DE NUTRIENTES Componentes dos alimentos que são indispensáveis ao funcionamento do corpo. Eles fornecem energia (alimentos energéticos), servem como material de construção, a manter e reparar partes do corpo e sustentam o crescimento. São Nutrientes: água, carboidratos, gordura, proteína, vitaminas e minerais (SIZER & WHITNEY, 2000). Fonte: pt.slideshare.net 3.1 Classes Nutricionais Carbono Oxigênio Hidrogênio Nitrogênio Minerais ÁGUA X X CARBOIDRATO X X X GORDURAS X X X PROTEÍNAS X X X X VITAMINAS X X X X MINERAIS X Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. DeFrances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> 3.2 Grupos dos Alimentos: 1- Alimentos construtores: São aqueles que fornecem proteínas para o corpo e como o próprio nome faz pressupor, têm a função construtora, pois formam novos tecidos, promovem o crescimento e contribuem para a resistência do organismo às doenças. Possuem substâncias que desenvolvem e mantém os músculos, ossos, 6 sangue, órgãos, pele e o cérebro. São encontrados em carnes (aves, suínos, bovinos...), leguminosas, leite e derivados (LELIS, 2013). 2- Alimentos Energéticos: são os que fornecem a maior parte da energia para o corpo. Nesse grupo estão os Carboidratos (açucares) e as Gorduras (lipídios), possuem a função de abastecer o funcionamento do organismo. São encontrados nos cereais, tubérculos, raízes e óleos. Os energéticos extras são considerados caloria vazia, á que são pobres em relação ao valor nutricional (LELIS, 2013). 3- Alimentos Reguladores: são os que desempenham as funções específicas e vitais nas células e nos tecidos (auxiliam na imunidade do organismo e aumentam a mobilidade no trato gastrointestinal). Os mesmos são ricos em vitaminas, sais minerais e fibras, sendo encontrados em legumes, frutas e hortaliças. 70% do peso corporal total correspondem à água que possui duas funções: construtoras e reguladora (LELIS, 2013). Fonte: afh.bio.br/digest/img/Digest23.jpg 4 MACRONUTRIENTES Comparativamente com os não praticantes, os atletas não necessitam de uma alimentação drasticamente diferente. No entanto, a distribuição de macronutrientes da dieta, hidratos de carbono, proteínas e gorduras, tem algumas especificidades para se otimizar o processo de treino e o desempenho desportivo (MINDERICO, 2016) 7 4.1 Carboidratos ou hidratos de carbono Fonte: freepik.com.n/ Os carboidratos são moléculas importantes para a saúde humana, uma vez que os disponíveis são a principal fonte e energia para o organismo, enquanto que os carboidratos não disponíveis, além de fornecerem energia (4kcal/g), podem apresentar benefícios locais e sistêmicos, alguns relacionados à produção de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC). Quanto ao aspecto químico, o termo carboidrato sugere uma composição geral, Cn H2 On. (TOBARUELA, 2016) Tipos de alimentos que possuem Carboidratos: Batata, pão, arroz, farinha, massas, cereais em geral. 4.2 Classificação dos Carboidratos Monossacarídeos: São os açúcares mais simples, os quais apresentam de 3 a 7 átomos de carbono, e sua fórmula molecular pode ser representada por (CH2 O)n , onde “n” varia de 3 a 7. Como exemplos de monossacarídeos, há a triose (C3 H6 O3), a tetrose (C4 H8 O4), a pentose (C5 H10O5), a hexose (C6 H12O6) e a heptose (C7 H14O7), nomes esses que são dados de acordo com a quantidade de carbono (C) presente em suas moléculas, por isso, recebem o prefixo tri-, tetr-, pent-, hex-, hept-, e são acompanhados pelo sufixo -ose. Os monossacarídeos de maior importância são a pentose (ribose e desoxirribose) e a hexose (glicose, frutose e galactose), ambas, respectivamente, com 5 e 6 átomos de carbono. Os monossacarídeos unem-se dando origem à outra substância, que pode ser um dissacarídeo ou, até mesmo, um trissacarídeo ( SANTOS et al, 2017). 8 Nº carbonos Fórmula Nome Exemplo 3 C3H6O3 Triose D-Gliceraldeído 4 C4H8O4 Tetrose D-Eritrose e D-Triose 5 C5H10O5 Pentose D-Ribose, D-Xilose e D-Lixose 6 C6H12O6 Hexose D-frutose, D-glicose, D-galactose, D- manose 7 C7H14O7 Heptose Sedoeptulose Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. De Frances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> Pentoses: Pentose Função Ribose Participa da produção do ácido ribonucleico (RNA) atuando como matéria-prima. Desoxirribose Participa da produção do ácido desoxirribonucleico (DNA) atuando como matéria-prima. Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. De Frances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> Hexoses: Hexose Função Glicose É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais na fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos na alimentação. Frutose Possui função energética https://www.infoescola.com/bioquimica/glicose/ https://www.infoescola.com/biologia/rna/ https://www.infoescola.com/biologia/dna/ https://www.infoescola.com/biologia/fotossintese/ https://www.infoescola.com/bioquimica/frutose/ 9 Galactose Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos da lactose, junto com a glicose. Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. De Frances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> 4.3 Oligossacarídeos São glícidos hidrolisáveis que resultam da ligação glicosídica entre dois a dez monossacarídeos. A ligação glicosídica ocorre sempre entre o carbono anomérico (C1) de um monossacarídeo e um grupo hidroxilo de outro. Os dissacarídeos (2 unidades de monossacarídeo) e os trissacarídeos (3 unidades de monossacarídeo) são os oligossacarídeos mais importantes e abundantes na natureza. As moléculas de dissacarídeo são relativamente pequenas e solúveis em água, podendo alterar o equilíbrio osmótico das células. São também a principal forma de transporte dos hidratos de carbono (BRAS, 2015). 4.4 Dissacarídeos São moléculas orgânicas pertencentes ao grupo dos carboidratos, formadas pela ligação de dois monossacarídeos. Os monossacarídeos fazem parte do grupo mais simples de carboidratos, havendo diversos isômeros para uma mesma fórmula. A formação do dissacarídeo ocorre por meio de uma ligação glicosídica entre grupos hidroxilas de cada monossacarídeo. Existe uma grande diversidade de dissacarídeos, uma vez que para um mesmo par de monossacarídeos existem diversas opções de ligação (TAVARES & DORN, 2018). Carboidratos Monossacarídeos Importância Nutricional Dissacarídeos Sacarose Glicose + frutose Função energética Lactose Glicose + galactose Função energética Maltose Glicose + glicose Função energética Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. De Frances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> http://rce.casadasciencias.org/art/2015/081/ 10 Sacarose: É um tipo de açúcar dissacarídeo encontrado em plantas, constituído de dois monossacarídeos (as moléculas mais simples dos carboidratos) ligadas por uma ligação glicosídica. É produzido comercialmente a partir de cana-de- açúcar – em países tropicais como o Brasil, onde a cana é cultivada com facilidade – ou de beterraba – em países onde o clima é mais ameno, como os da Europa. Em condições normais, a sacarose é um sólido branco cristalino que se dissolve muito bem em água e possui um sabor muito doce, motivo pelo qual passou a ser utilizado na culinária. As unidades que formam a sacarose são os monossacarídeos glicose e frutose (SANTOS & MAKOTO, 2020) Lactose: é um dissacarídeo formado pelos monossacarídeos glicose e galactose que são ligados através do grupo aldeído (C-1) da galactose ao carbono C- 4 da glicose, formando a ligação glicosídica (1,4) e existindo em duas formas isoméricas, a α-lactose e β-lactose, que diferem na posição da hidroxila e do hidrogênio do grupo redutor da lactose, esta diferença estrutural influência a solubilidade das duas formas. A doçura da lactose é muito menor do que outros carboidratos como, galactose, glicose, sacarose e frutose. Isso, juntamente com a baixa solubilidade da lactose que restringe suas aplicações como um adoçante. Esse açúcar é encontrado somente no leite e derivados, representando cerca de 2% a 8% do leite, contudo esse percentual varia em função da espécie, sendo utilizada pelos organismos como fonte de energia para o desenvolvimento do sistema nervoso central, facilitando a absorção de cálcio, fósforo e vitamina D, além de favorecera retenção de cálcio (ALMEIDA, 2014). Maltose: é produzida durante a malteação dos grãos, em particular da cevada, e, comercialmente, pela hidrólise do amido, catalisada por enzimas específicas, usando a β-amilase de espécies de Bacillus. É um açúcar redutor, por ter seu grupo aldeído livre para reagir com oxidantes e, de fato, sofrer quase todas as reações contanto que esteja presente como uma aldose livre (OLIVEIRA, 2017). O xarope de maltose apresenta uma infinidade de aplicações, sendo muito utilizado na indústria alimentícia. Por exemplo, em balas moles para o controle da cristalização, umidade e manutenção da consistência. Outra característica importante é o seu efeito antisséptico que possibilita sua utilização como veículo de transporte em vacinas, antibióticos e nutrientes intravenosos. Além disso, o xarope com mais de 11 70% de maltose é utilizado na indústria farmacêutica para produção do adoçante maltiol (OLIVEIRA, 2017). 4.5 Polissacarídeos São polímeros de carboidratos que variam entre baixa a alta massa molecular, sendo constituídos por monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Esses polímeros diferenciam-se, principalmente, pela composição dos monômeros, tipo de ligação, comprimento da cadeia e número de ramificações. Essas macromoléculas são produzidas principalmente por bactérias, fungos e plantas e são importantes na estrutura celular (celulose, glicoproteínas e quitina), no armazenamento de energia (glicogênio e amido), como indicadores de endereçamento para proteínas e ainda como mediadores para interações específicas entre as células e/ou a matriz extracelular (BASSO, 2017). Carboidratos Monossacarídeos Importância Nutricional Polissacarídeos Amido 1.400 glicoses Principal reserva energética dos vegetais. Glicogênio 30.000 glicoses Principal reserva energética dos animais e fungos. Celulose 1.000 glicoses Função estrutural na célula vegetal, como um componente da parede celular. Quitina Constitui o exoesqueleto dos artrópodes (insetos como aranha) e está presente na parede celular dos fungos. Fonte: “Nutrição: conceitos e controvérsias”. De Frances Sienkiewicz Sizer, Eleanor Whitney. <books.google.com.br> 12 5 LIPÍDIOS Fonte: google.com/url Os lipídeos fazem parte das biomoléculas, são compostos químicos orgânicos que ocorrem nos seres vivos. São insolúveis em água, porém são solúveis em outros solventes orgânicos como o álcool, querosene, éter e benzina. Os lipídeos podem ser divididos em quatro tipos, sendo eles: triglicerídeos, cerídeos, esteroides e fosfolipídios (RIBEIRO, 2019). Os triglicerídeos são as gorduras e os óleos. São formados pelo glicerol (álcool), nesta forma, pode ser de origem animal, como gordura do tecido adiposo do boi, porco e do homem. Também apresenta origem vegetal, como manteigas de cacau e coco (RIBEIRO, 2019). Os cerídeos possuem consistência sólida, sua função principal é impermeabilização. Podem ser de origem animal, como cera de abelha, constituindo a colmeia, e cera do ouvido, protegendo o canal auditivo. Os esteroides são reconhecidos pela presença de quatro anéis interligados. O colesterol é o exemplo mais conhecido de lipídeo esteroide, sendo de grande importância. Está presente na membrana plasmática da célula garantindo sua fluidez. O colesterol é encontrado exclusivamente em animais e também em hormônios sexuais, como estrógeno e testosterona. Os fosfolipídios são os lipídeos associados ao ácido fosfórico. São moléculas anfipáticas, ou seja, uma região (cabeça) é hidrofílica, e outra região (cauda) é hidrofóbica (FERREIRA, 2019). As gorduras também podem ser classificadas como: 13 Insaturadas Fonte: google.com/url Não causam problemas de saúde, exceto quando consumidas em grandes quantidades. Uma alimentação equilibrada e saudável permite o controle do consumo total de gorduras e outros componentes nutricionais. É importante dar preferências às gorduras insaturadas em detrimento das gorduras saturadas (PIRES, 2011). Saturadas Fonte: google.com/url Podem ser divididos em dois grupos: cadeia e cadeia longa. Após a absorção intestinal, os de cadeia média são transferidos para a circulação sanguínea. São transportados ligados à albumina, pela veia porta, diretamente para o fígado, onde são metabolizados, não sendo responsáveis pelo aumento do colesterol sérico (SANTOS et al, 2013). Os principais ácidos graxos saturados de cadeia longa são: mirístico (14:0), encontrado no leite e seus derivados; palmítico (16:0), cujas principais fontes são a 14 gordura animal e o óleo de palma; esteárico (18:0), presente na gordura do cacau. O ácido palmítico é o mais abundante na alimentação humana. Os ácidos graxos saturados (SFA) de cadeia longa encontram-se no estado sólido à temperatura ambiente. Após a absorção, os ácidos graxos (AG) de cadeia longa são esterificados nos enterócitos, formando os triglicérides; são então transportados pelos quilomícrons no sistema linfático e em seguida na corrente sanguínea. Os triglicérides dos quilomícrons são hidrolisados pela lipoproteína lípase, liberando os ácidos graxos para os tecidos, onde são re-esterificados, formando novamente os triglicérides, forma de armazenamento da gordura no organismo (SANTOS et al, 2013). Trans Fonte: google.com/imgres Ocorre por meio da hidrogenação parcial de óleos vegetais, sendo o mais comum o ácido elaídico (18:1,9t). Tal processo se aplica aos óleos vegetais líquidos à temperatura ambiente, com o objetivo de conferir consistência de semissólida a sólida a essas gorduras. Na configuração Trans, os dois átomos de hidrogênio ligados ao carbono na dupla ligação estão localizados em lados opostos, formando uma molécula mais rígida e com configuração retilínea, assemelhando-se, assim, ao ácido graxo saturado. Ácidos graxos Trans estão presentes em diversos produtos industrializados que utilizam esse tipo de gordura, tendo como exemplos mais frequentes os biscoitos — incluindo de maizena e de polvilho —, sorvetes cremosos e tortas. Podem ser encontrados também em diversos produtos de panificação, como pão francês, folhados, pão de batata e pão de queijo (SANTOS et al 2013). As gorduras interesterificadas podem ser produzidas industrialmente a partir de método enzimático ou químico, sendo este último o preponderante. A 15 Interesterificação química é utilizada para modificar óleos e gorduras, aumentado o seu ponto de fusão, possibilitando a formação de uma gordura mais dura. Esse processo modifica as propriedades físicas de óleos por meio do rearranjo aleatório da distribuição de ácidos graxos no glicerol sem alterar a composição química do óleo utilizado inicialmente. Dessa forma, ocorre a introdução de ácidos graxos saturados na posição sn-2 do glicerol, e essa posição normalmente é ocupada por ácidos graxos insaturados em óleos vegetais (SANTOS et al, 2013). Em razão dos efeitos nocivos de ácidos graxos trans sobre a saúde, especialmente por aumentar o risco cardiovascular, ocorreram diversas ações simultâneas provenientes tanto de Agências Reguladoras de Saúde quanto de Sociedades responsáveis pela elaboração de Diretrizes Nutricionais, no sentido de recomendar a redução do consumo desses ácidos graxos pela população mundial. Desse modo, foram implementadas políticas públicas para redução do consumo de gorduras trans, o que obrigou a indústria de alimentos a alterar a fonte de gordura utilizada, adequando os seus produtos (SANTOS et al, 2013). 6 PROTEÍNAS Fonte: freepik.com.n/ É um macronutriente vital para a modificação da composição corporal com fins de hipertrofia muscular, os suplementos com elevado teor de proteínas ou aminoácidos merecem bastante atenção, uma vez que estes fazem parte da rotina de indivíduos praticantes de atividades recreativase de atletas. Nesse sentido, o consumo adequado de proteínas, alimentares e/ou oriundas de suplementos proteicos, associado a outros fatores como o consumo adequado de carboidratos e o 16 estimulo mecânico sobre o músculo esquelético exercem efeito positivo sobre a hipertrofia muscular, no entanto, especialmente em atletas, esse consumo, por muitas vezes, encontra-se acima dos valores de referência (MACÊDO, 2017). As proteínas são fundamentais no treinamento de força, reparo das fibras musculares e resistência. Sua necessidade varia de acordo com idade, gênero, nível de treinamento físico, assim como sua duração e intensidade. A deficiência desse nutriente implica em prejuízo na fase de recuperação do treinamento. Seu consumo em excesso, traz consequências como a hipercalciúria, desidratação, elevação do trabalho hepático e renal (SAULLO, 2016). Para o atleta de força, o consumo recomendado deve variar de 1,4 a 1,8 g/kg de peso/dia, diferente da recomendação para a população sedentária (1 g/kg de peso/dia) e atletas de resistência (1,2 a 1,4 g/kg de peso/dia), para modalidade de luta, como é o caso do judô, a quantidade necessária é de 1,7 g/kg/dia. A qualidade da proteína também precisa ser considerada, pois estão envolvidas na síntese de proteínas dos tecidos além de possuírem outras funções essências. A proteína corporal possui em sua composição 20 aminoácidos, cada um com uma função metabólica, o consumo dos aminoácidos ramificados Isoleucina, Leucina e Valina é fundamental para manter o balanço nitrogenado igual a zero, regular processos anabólicos que envolvem a síntese e a degradação proteica no músculo. Especialmente os aminoácidos de cadeia ramificada promovem a síntese proteica tão eficazmente quanto todos os aminoácidos essenciais reunidos além disso, atenuam a perda de massa magra durante o processo de perda de peso (SAULLO, 2016). Nos últimos anos, o interesse na suplementação de proteínas e aminoácidos com interesse no remodelamento da musculatura esquelética ganhou interesse renovado. É bem sabido que indivíduo praticante de atividades de força visando hipertrofia muscular devem consumir quantidades aumentadas de proteínas diárias, de acordo como o RDI (do Inglês, recommended daily intakes), e que essas proteínas devem seguir padrões específicos como fonte (animal e/ou vegetal), composição (quantidade de aminoácidos por porção) e velocidade de absorção entre outros. Importantemente, o tempo de consumo dessas fontes proteicas deve ser respeitado, de acordo com a hipótese de que o músculo exercitado tem uma capacidade de absorver e utilizar aminoácidos provenientes da dieta de maneira finita no período pós- exercício (PESSÔA et al, 2016). 17 Se por um lado todos esses fatores são importantes para se otimizar a resposta de crescimento muscular, por outro lado o consumo de aminoácidos de forma isolada tem ganho força na literatura. É sabido, por exemplo, que, se uma dada proteína for consumida em quantidades ótimas, mas a mesma proteína apresentar baixa concentração de aminoácidos ramificados (BCAA) (especialmente a leucina), o músculo não responderá maximamente ao estímulo do treinamento físico de força (GUIMARÃES-FERREIRA et al, 2014). Essas considerações colocam a suplementação de proteínas e aminoácidos na fronteira do metabolismo muscular. De um lado, a nutrição deficitária em proteínas ou em aminoácidos específicos pode levar a uma resposta de mal adaptação ou, na pior das hipóteses, no bloqueio completo das adaptações musculares (ausência de hipertrofia). Do outro lado, a otimização da nutrição proteica não só eleva a síntese de proteínas musculares, como também acelera sobremaneira o reparo da musculatura esquelética e o ganho de massa muscular. Vivemos numa época em que a suplementação proteica vive seus tempos áureos. Dentre os 20 AA encontrados na natureza (e participantes do metabolismo proteico de mamíferos), os aminoácidos essenciais (EAA) são os únicos responsáveis pelo aumento da síntese proteica muscular pós-exercício. Dentre os EAA os BCAAS são os mais anabólicos. Dentre os BCAAs, a leucina é capaz de equiparar a síntese muscular proteica a uma mistura completa de proteínas (ou seja, todos os outros aminoácidos) (PESSÔA et al, 2016). 7 MICRONUTRIENTES Os micronutrientes desempenham um papel importante na produção de energia, na síntese da hemoglobina, na manutenção da saúde óssea, na função imunológica e na proteção do organismo contra os danos oxidativos (provocados pelos radicais livres de oxigénio, entre outros). Ajudam ainda na síntese e reparação do tecido muscular durante a recuperação do exercício e de lesões. As adaptações bioquímicas ao treino aumentam as necessidades de micronutrientes. O exercício pode também aumentar o equilíbrio entre a síntese e a degradação proteica e a perda desses micronutrientes pelo organismo. Como resultado, uma maior ingestão de micronutrientes pode ser necessária para responder ao aumento das necessidades para a construção, reparação e manutenção da massa isenta de gordura nos atletas. As vitaminas e os minerais mais comuns e que são mais relevantes nas dietas dos 18 atletas são o cálcio e a vitamina D, o complexo de vitaminas B, o ferro, o zinco e o magnésio, assim como alguns antioxidantes, como as vitaminas C e E, os betacarotenos e o selénio. Os atletas com risco elevado de desnutrição em micronutrientes são os que restringem o consumo de energia ou que têm práticas extremas de perda de peso, eliminando um ou mais dos grupos alimentares da sua dieta ou que consomem dietas desequilibradas e pouco densas em micronutrientes. São estes atletas que podem beneficiar com um suplemento multivitamínico e mineral diário, não se verificando melhorias no desempenho em atletas que consumam, normalmente, dietas nutricionalmente adequadas (MINDERICO, 2016). Fonte: crossoversuplementos.com.br/wp- 8 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS As vitaminas lipossolúveis são solúveis em lipídios ou solventes orgânicos. Nos alimentos, encontram-se geralmente associadas aos lipídios e podem ser armazenadas em quantidades moderadas no fígado. São lipossolúveis as vitaminas A, D, E e K (MARTINS et al, 2019). 8.1 Vitamina A (Retinol) Fonte: google.com/url 19 A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal (provitamina A). Como o organismo humano não é capaz de produzir vitamina A, esse micronutriente deve introduzido nas refeições e pode ser obtido nos alimentos. Entre os alimentos de origem animal, as principais fontes são: leite humano, fígado, gema de ovo e leite. A provitamina A é encontrada em vegetais folhosos verdes (como espinafre, couve, beldroega, bertalha e mostarda), vegetais amarelos (como abóbora e cenoura) e frutas amarelo-alaranjadas (como manga, caju, goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê e pequi) que são as mais ricas fontes de provitamina A (PIGNITTER et al, 2016). Atuando em diferentes funções no organismo humano, a vitamina A exerce ações na acuidade visual, na atividade imunológica e na proliferação/diferenciação celular. As deficiências primárias de vitamina A resultam das ingestões inadequadas de vitamina A pré-formada ou de carotenoides pró- vitamina A. As deficiências secundárias podem resultar da má absorção causada pela gordura dietética insuficiente, insuficiência biliar ou pancreática, transporte prejudicado por abetalipoproteinemia, hepatopatia, desnutrição proteico-calórica ou deficiência de zinco. Um dos primeiros sinais de deficiência de vitamina A é a visão prejudicada pela perda dos pigmentos visuais. Esse quadro manifesta-se clinicamente como cegueira noturna ou nictalopia (MAHAN, et al, 2013). 8.2 Vitamina D Fonte: google.com/imgres A vitamina D é adquirida, nos seres humanos,através da produção de 7- dehidrocolesterol, pró-vitamina D3, na pele, pela absorção de radiação UVB, e por ingestão alimentar (leite, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordos, como salmão e 20 sardinha). A pele provê de 80 a 100% das necessidades de vitamina D, a qual é estocada na gordura corporal em períodos de maior exposição solar. A vitamina D é importante para a saúde óssea, sistema imune, cardiovascular e reprodutivo. Além disso, pesquisas recentes verificaram a expressão de receptores de vitamina D em diversos tecidos e órgãos, como fígado, pâncreas, cérebro, pulmão, mamas, pele, músculos e tecido adiposo (FERRERINI & MACEDO, 2015). A suficiência de vitamina D [25(OH)D ≥30 ng/ml] parece estar relacionada, dependendo da população estudada, a: melhor desempenho físico (aeróbico e anaeróbico); melhor recuperação muscular; menor percentual de gordura corporal, incluindo menor quantidade de gordura abdominal; maior quantidade de massa magra; melhor função vascular; menores níveis de PTH; menor incidência de Síndrome Metabólica; melhor perfil lipídico; melhor resposta imunológica; maior tolerância à glicose; menor incidência de anemia. Dada a importância de níveis suficientes de vitamina D para a saúde do ser humano, de forma geral, também é essencial destacar alguns dos fatores de relacionados à deficiência desse nutriente como: idade, sexo, etnia, exposição solar, IMC, percentual de gordura, prática de exercícios físicos, ingestão de fontes de cálcio e vitamina D, consumo de suplementos de cálcio e vitamina D, sazonalidade, diabetes e hipertensão (FERRERINI & MACEDO, 2015). 8.3 Vitamina E (tocoferol) Fonte: google.com/url Micronutriente antioxidante comumente encontrado na alimentação usual, cujas recomendações dietéticas variam de acordo com a idade, sexo, lactação e outros fatores (SOARES et al, 2019). 21 É absorvida na porção superior do intestino delgado por difusão dependente de micelas, e o seu uso depende da presença de gordura dietética e das funções biliar e pancreática adequadas. As formas esterificadas da vitamina E, encontradas nos suplementos, são mais estáveis, podendo ser absorvidas somente após a hidrólise pelas esterases na mucosa duodenal. Contudo, os ésteres de α-tocoferol natural e sintético são igualmente digeridos. A absorção da vitamina E é altamente variável, e as eficiências variam de 20 a 70%. A vitamina E absorvida é incorporada nos quilomícrons e transportada na circulação geral pela linfa. A vitamina E distribuída para o fígado é incorporada nas VLDLs através da proteína de transporte específica para a vitamina E. No plasma, o tocoferol é também distribuído entre a LDL e as HDLs, protegendo as lipoproteínas da oxidação (MAHAN et al, 2013). A vitamina E é o antioxidante lipossolúvel mais importante na célula. Localizada na porção lipídica das membranas celulares, ela protege os fosfolipídios insaturados da membrana da degradação oxidativa das espécies de oxigênio altamente reativas e de outros radicais livres. A vitamina E realiza essa função por meio da sua capacidade de reduzir tais radicais em metabólitos não prejudiciais por meio da doação de um hidrogênio. Esse processo é chamado de bloqueio do radical livre. Os alvos da deficiência são os sistemas neuromuscular, vascular e reprodutor. A deficiência de vitamina E, que pode levar de 5 a 10 anos para se desenvolver, manifestasse clinicamente com perda de reflexos tendíneos profundos, prejuízo da sensação de posição e vibratória, alterações no equilíbrio e coordenação, fraqueza muscular e distúrbios visuais (MAHAN et al, 2013). Os óleos vegetais são as melhores fontes, sendo o α- e γ-tocoferol as formas nos alimentos mais comuns. Quase dois terços da vitamina E, na dieta típica dos norte-americanos, são fornecidos pelos óleos de saladas, margarinas e manteigas, aproximadamente 11% por frutas e vegetais e cerca de 7% por grãos e seus derivados (MAHAN et al, 2013). 22 8.4 Vitamina K Fonte: carolinadamy.files.wordpress.com A vitamina K está presente em alimentos de origem animal e vegetal. Dentre as formas da vitamina K – estão a Filoquinona (vitamina K1), forma predominante, presente nos vegetais, sendo os óleos vegetais e as hortaliças, prementemente as de folhas verde escuras suas fontes mais significativas, aDihidrofiloquinona (dK), formada durante a hidrogenação industrial de óleos vegetais, a Menaquinona (vitamina K2), sintetizada por bactérias, presente em produtos animais e alimentos fermentados e a Menadiona (vitamina K3) que é um composto sintético a ser convertido em K2 no intestino. Esta vitamina participa do processo de coagulação sanguínea e do metabolismo ósseo, por meio da ativação da osteocalcina (MIRANDA, 2017) Vitamina K é essencial para a carboxilação pós-translacional dos resíduos do ácido glutâmico em proteínas para formar resíduos de carboxiglutamato (GLA); os resíduos ligam-se ao cálcio. No processo de geração de resíduos, a vitamina K é oxidada para um epóxido. Ela é restaurada para a sua forma de hidroquinona pela enzima epóxido redutase. Esse processo é conhecido como o ciclo da vitamina K. O ciclo de vitamina K pode ser interrompido por fármacos semelhantes a cumarina, como a warfarina e o dicumarol, que servem de base para suas atividades anticoagulantes. Pacientes utilizando essas medicações anticoagulantes não precisam eliminar a vitamina K de suas dietas, porém, devem manter um nível consistente da ingestão dessa vitamina (MAHAN et al, 2013). 23 9 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS Essas vitaminas tendem a ser absorvidas pela difusão simples quando ingeridas em grande quantidade e por processos mediados por carreador quando ingeridas em quantidades menores. Elas são distribuídas nas fases aquosas da célula (p. ex., o citoplasma e o espaço da matriz mitocondrial) e são cofatores ou cossubstratos essenciais das enzimas envolvidas em vários aspectos do metabolismo. A maior parte não é armazenada em quantidades apreciáveis, fazendo do seu consumo regular uma necessidade. As vitaminas hidrossolúveis são levadas pelos transportadores e excretadas na urina (MAHAN et al, 2013) São elas a vitamina C e as vitaminas do complexo B. Fonte: i.ytimg.com/vi/ 9.1 Vitamina C É um micronutriente essencial com várias funções biológicas importantes, sendo cofator para a biossíntese do colágeno, cartinina, neurotransmissores e também de hormônios peptídicos. Uma dieta rica em alimentos fonte de vitamina C baseia-se em frutas cítricas/ácidas ou seus sucos (acerola, laranja, abacaxi, caju, goiaba, manga, maracujá, limão), frutas vermelhas, pimentões verdes e vermelhos, tomate, brócolis e vegetais folhosos, como o espinafre. As recomendações mais recentes de vitamina C, de acordo com a National Academy of Sciences, são de 75mg para mulheres e 90mg para homens, sendo que fumantes podem requerer 35mg extras. O consumo máximo tolerado pelo organismo diariamente é de 2.000 mg (QUADROS, 2016). 24 A vitamina C também é um agente redutor forte, devido à sua facilidade em doar elétrons, com propriedades antioxidantes importantes. Ela pode inativar uma grande variedade de espécies reativas de minimizar os danos para os tecidos do corpo. Dentre outros efeitos, reduz os sintomas das gripes e resfriados, acelerando o processo de recuperação e tem um efeito anticatabólico. Esse efeito anticatabólico tem importância fundamental para os praticantes de musculação (QUADROS, 2016). A vitamina C controla uma substância produzida pelo organismo denominada cortisol. Esse é um hormônio liberado, quando uma pessoa entra em estresse etambém quando elevados esforços físicos são realizados, como um treinamento pesado. Esse hormônio é antagonista à testosterona. De fato, a liberação de cortisol suprime a testosterona natural produzida em nosso organismo. Inicia- se então, uma disputa entre esses dois hormônios; enquanto o cortisol tem um efeito catabólico, a testosterona tem um efeito anabólico. Ela também é conhecida para regenerar outros antioxidantes, tais como vitamina E, glutationa, de volta para o seu estado de redutor. Assim, ocorre a manutenção de uma rede equilibrada de antioxidantes (QUADROS, 2016). 9.2 Vitamina B1 (tiamina) Desempenha importante papel no metabolismo de carboidratos e na função neural. A vitamina deve ser ativada pela fosforilação em tiamina trifosfato ou cocarboxilase, que serve como uma coenzima no metabolismo de energia e na síntese de pentoses. É absorvida no intestino delgado proximal por transporte ativo (em doses baixas) e por difusão passiva em doses elevadas (> 5 mg/dia). O transporte ativo é inibido pelo consumo de álcool, que interfere no transporte da vitamina, e pela deficiência de folato, que interfere com a replicação dos enterócitos. A absorção da mucosa de tiamina é acoplada à sua fosforilação em tiamina difosfato (ThDP); a ThDP ativada é transportada para o fígado pela circulação portal (MAHAN et al, 2013). A tiamina é fosforilada em muitos tecidos pelas cinases específicas em ésteres de difosfato e trifosfato. Cada um desses ésteres pode ser catabolizado por uma fosforilase para produzir ThMP. Pequenas quantidades de cerca de 20 outros metabólitos excretórios também são produzidas e excretadas na urina. Atua como coenzima para vários complexos de enzimas desidrogenases essenciais para 25 metabolismo de piruvato e de outros α- cetoácidos. A tiamina é essencial para a descarboxilação oxidativa dos α-cetoácidos, inclusive para a conversão oxidativa do piruvato em acetil CoA, que entra no ciclo (TCA) ou ciclo de Krebs para gerar energia. Ela também é necessária para a conversão de α- cetoglutarato e 2-cetocarboxilatos, derivados dos aminoácidos metionina, treonina, leucina, isoleucina e valina. A ThDP também atua como coenzima para a transcetolase, que catalisa as reações de troca de fragmentos de dois carbonos na oxidação da glicose pelo desvio da hexose monofosfato (RAYMOND et al, 2013) A tiamina está amplamente distribuída em muitos alimentos, mas em pequenas quantidades. As fontes mais ricas são o levedo e o fígado; entretanto, os grãos integrais são a fonte mais importante da vitamina (MAHAN et al, 2013). 9.3 Vitamina B2 (riboflavina) É essencial para o metabolismo dos carboidratos, aminoácidos e lipídios e assegura a proteção antioxidante. Ela realiza essas funções como as coenzimas flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e flavina adenina mononucleotídeo (FMN). É absorvida na forma livre por um processo mediado por carreador no intestino delgado proximal. Como a maioria dos alimentos contém a vitamina nas suas formas de coenzima, FMN e FAD, a absorção ocorre somente após a clivagem hidrolítica da riboflavina livre de seus vários complexos de flavoproteínas pelas várias fosfatases. A absorção da riboflavina é um processo mediado por carreador que requer ATP. A captação de riboflavina livre pela mucosa depende da sua fosforilação em FMN (RAYMOND et al, 2013) A riboflavina é convertida em suas formas de coenzima pela fosforilação dependente de ATP para produzir riboflavina-5- fosfato, ou FMN, pela enzima flavoquinase. A maior parte da FMN é então convertida em FAD pela FAD- pirofosforilase. Ambos os passos são regulados pelos hormônios tireoidianos, adrenocorticotrófico e aldosterona. Encontra-se amplamente distribuída nos alimentos na forma ligada às proteínas como FMN e FAD. Os vegetais folhosos verdes são ricos nessa vitamina; contudo, as carnes e os laticínios são suas principais fontes (MAHAN et al, 2013). A deficiência de riboflavina manifesta-se após vários meses de privação da vitamina. Os sintomas iniciais incluem fotofobia, lacrimejamento, queimação e coceira 26 dos olhos, perda da acuidade visual e da sensibilidade e queimação dos lábios, boca e língua. Sintomas mais avançados incluem fissuras labiais (queilose) rachaduras na pele nos cantos da boca (estomatite angular). Pode se manifestar como uma erupção gordurosa da pele nas dobras nasolabiais, escroto ou vulva, língua magenta e inflamada, crescimento excessivo de capilares ao redor da córnea do olho e neuropatia periférica (MAHAN et al, 2013). 9.4 Vitamina B3 (niacina) Niacina é o termo genérico para nicotinamida (Nam) e ácido nicotínico (NA). Ela atua como componente das coenzimas do nucleotídeo de piridina, a nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADH) e NADPH, que são essenciais em todas as células para a produção de energia e para o metabolismo. A NAD e a NADPH são as formas reduzidas de NAD e NADP, elas contêm um íon de hidrogênio (MAHAN et al, 2013). A niacina pode ser sintetizada a partir do aminoácido essencial triptofano. A síntese de NAD e NADPH ocorre a partir do ácido quinolínico, um metabólito essencial do aminoácido triptofano. A conversão do triptofano em niacina depende de fatores tais como a quantidade de triptofano e niacina ingeridos e o estado nutricional de piridoxina (B6); portanto, o corpo deve ter concentrações adequadas de riboflavina e uma menor quantidade de vitamina B6. As coenzimas NAD e NADPH são os carreadores de elétrons mais centrais das células, desempenhando importante papel como cossubstratos de mais de 200 enzimas para o metabolismo de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos. Em geral, NAD e NADPH facilitam o transporte de hidrogênio pela transferência de dois elétrons, que usam o íon hidrogênio (H+) como carreador, mas desempenham papéis muito diferentes no metabolismo. A niacina pode desempenhar um papel importante nos mecanismos de reparação de DNA e de estabilidade genética (RAYMOND et al, 2013) Quantidades significativas de niacina são encontradas em muitos alimentos: carnes magras, carnes de aves, peixes, amendoins e levedos são fontes particularmente ricas. Os sintomas de deficiência de niacina iniciam com fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupções cutâneas. A deficiência grave de niacina leva à pelagra, doença caracterizada por dermatite, demência e diarreia (“os 3 D”); tremores e língua avermelhada, inchada e sensível. As alterações dermatológicas normalmente são as mais proeminentes. Os sintomas de envolvimento do sistema 27 nervoso central incluem confusão, desorientação e neurite. As anormalidades digestivas causam irritação e inflamação das membranas mucosas da boca e do aparelho GI. A pelagra não tratada pode causar morte, que é com frequência chamada de “o quarto D” (do inglês, death) (MAHAN et al, 2013). 9.5 Vitamina B5 (ácido pantotênico) É um componente da coenzima A, sendo, portanto, importante nas reações de liberação de energia. Essa vitamina também participa do metabolismo lipídico e auxilia na formação das hemácias. Também apresenta papel na manutenção das cartilagens. A falta dela pode provocar: fadiga, sensação de dormência e formigamento nas mãos e pés, e fraqueza muscular. Essa vitamina pode ser encontrada em vários alimentos, tais como: carne, cereais, tomate, brócolis, vísceras, e gema de ovo (SANTOS, 2020) 9.6 Vitamina B6 (piridoxina) Funciona como coenzima no metabolismo dos aminoácidos, estando relacionada com a síntese de neurotransmissores e gliconeogênese (produção de glicose com base em substâncias não carboidratos). É importante na prevenção contra doenças cardíacas, e também ajuda a manter o funcionamento adequado do sistema nervoso e do sistema imune (SANTOS, 2020) A deficiência dessa vitamina pode desencadear: inflamações na cavidadebucal e na língua, irritabilidade, e confusão mental. A deficiência mais grave dela pode causar anemia normocítica e normocrômica (em que o tamanho e a concentração das células estão preservados). A vitamina B pode ser encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, sendo observada sua presença em: levedura de cerveja, cereais integrais, soja, castanhas, vísceras (como o fígado), e carne de galinha (SANTOS, 2020) 9.7 Vitamina B7 (biotina) É importante para o funcionamento de certas enzimas, sendo encontrada na síntese de ácidos graxos, na via gliconeogênica e no catabolismo de aminoácidos. Também tem papel na regulação da expressão gênica. A deficiência dela pode provocar descamação da pele e distúrbios neuromusculares. A vitamina B7 é 28 encontrada, principalmente, no fígado bovino, e também em outros alimentos em menor quantidade, tais como: cereais, frutas e carnes (SANTOS, 2020). 9.8 Vitamina B9 (ácido fólico) Atua como coenzima no metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos, sendo importante, portanto, no metabolismo de proteínas e na síntese de DNA. A ausência dela pode provocar anemia e defeitos congênitos, sendo estes últimos o motivo pelo qual a suplementação com ácido fólico é recomendada para mulheres que pretendem engravidar (dois meses antes) e nos primeiros dois meses de gestação. Essa vitamina pode ser encontrada em alimentos de origem animal e vegetal, tais como: vegetais folhosos verdes escuros, vísceras, grãos integrais, amendoim e ovos. As farinhas de trigo e de milho, no Brasil, são enriquecidas com ácido fólico (SANTOS, 2020) 9.9 Vitamina B12 (cobalamina) Participa como cofator para enzimas relacionadas, por exemplo, com o metabolismo de aminoácidos e ácidos graxos. Essa vitamina também está associada com a produção dos ácidos nucleicos e das hemácias e com a absorção do ácido fólico. A deficiência de B12, que normalmente está relacionada a problemas de saúde que levam a uma má absorção desse nutriente, pode causar insuficiência pancreática, complicações hematológicas e neurológicas, perda de dentes, e anemia perniciosa — típica dessa falta. Essa vitamina é conseguida via ingestão de alimentos de origem animal, tais como: peixes, mariscos, carnes, leite e derivados. Vegetarianos restritos podem apresentar deficiência dela, uma vez que não é produzida pelos vegetais (SANTOS, 2020). 10 MINERAIS Minerais são reconhecidos como essenciais para a função humana, mesmo que as necessidades específicas não tenham sido estabelecidas para alguns deles. A biodisponibilidade também é equacionada com a absorção de um elemento mineral após a sua ingestão a partir do alimento e antes de seu uso nos tecidos e células. 29 Vários fatores podem afetar a biodisponibilidade dos minerais ingeridos. Certos minerais geralmente possuem uma baixa biodisponibilidade quando provenientes dos alimentos (p. ex., ferro, cromo, manganês), enquanto outros possuem uma alta biodisponibilidade (p. ex., sódio, potássio, cloro, iodo e flúor). O cálcio e o magnésio possuem uma biodisponibilidade média (CUPPARI, 2014). 10.1 Cálcio O cálcio, o mineral mais abundante no organismo, constitui aproximadamente 1,5 a 2% do peso corporal e 39% de todos os minerais do corpo. Aproximadamente 99% do cálcio está nos ossos e dentes. O cálcio presente nos dentes, ao contrário do nos ossos, não pode ser mobilizado de volta para o sangue, os minerais dos dentes irrompidos estão fixados para a vida toda. O restante (1%) do cálcio está no sangue e nos fluidos extracelulares e dentro das células de todos os tecidos, nos quais regula muitas funções metabólicas importantes. É absorvido por todas as partes do intestino delgado, mas a absorção mais rápida, após uma refeição, ocorre no duodeno mais ácido (pH < 7). A absorção é mais lenta no restante do intestino delgado devido ao pH alcalino, mas a quantidade de cálcio absorvido é significativamente maior nos segmentos inferiores do intestino delgado, inclusive o íleo (MAHAN et al, 2013). Pequenas quantidades de cálcio também podem ser absorvidas no cólon. O cálcio é absorvido por dois mecanismos: transporte ativo, que funciona predominantemente em baixas concentrações luminais de íons cálcio, e transporte passivo ou transferência paracelular, que funciona em altas concentrações luminais de íons cálcio (MAHAN et al, 2013). O mecanismo de transporte ativo, principalmente no duodeno e jejuno proximal, tem capacidade limitada. É controlado por meio da ação de 1,25(OH)2D3. Essa vitamina hormônio aumenta a captação de cálcio na borda em escova da célula da mucosa intestinal por estimular a produção de proteínas ligadoras de cálcio (calbindinas) e outros mecanismos (MAHAN et al, 2013). O segundo mecanismo de absorção, passivo, não saturável (sem limite) e independente de vitamina D, ocorre por toda a extensão do intestino delgado. Quando grandes quantidades de cálcio são consumidas em uma única refeição (p. ex., a partir de um laticínio ou de um suplemento), grande parte do cálcio é absorvida por essa via passiva. O mecanismo de transporte ativo é mais importante quando as ingestões de 30 cálcio estão bem abaixo das recomendações, não atingindo as necessidades corporais (MAHAN et al, 2013). O cálcio é absorvido apenas se estiver presente na forma iônica. Dessa forma, o cálcio é mais bem absorvido no meio ácido; o ácido clorídrico secretado no estômago, tal como aquele secretado durante uma refeição, aumenta a absorção de cálcio pela diminuição do pH no duodeno proximal (MAHAN et al, 2013). O cálcio dietético adequado é necessário para permitir o ganho ótimo na massa e densidade ósseas no período pré-puberal e na adolescência. Esse ganho é especialmente crítico para as meninas, pois o osso acumulado pode fornecer proteção adicional contra a osteoporose nos anos após a menopausa O leite de vaca e os laticínios são as fontes mais concentradas de cálcio. Os vegetais de folhas verde- escuras, tais como couve, nabiça, folhas de mostarda e brócolis, as amêndoas, o melaço, os pequenos ossos de sardinhas, salmão enlatado, moluscos e ostras são boas fontes de cálcio. Os grãos de soja também contêm grande quantidade de cálcio. O ácido oxálico limita a disponibilidade de cálcio no ruibarbo, espinafre, acelga e folhas de beterraba. Muitas águas engarrafadas e barrinhas energéticas possuem cálcio e, algumas vezes, vitamina D adicionados. O tofu preparado pela precipitação de cálcio também é uma fonte de cálcio. Uma ingestão inadequada de cálcio, juntamente com uma ingestão inadequada de vitamina D. Uma alta ingestão de cálcio (> 2.000 mg/dia) podem levar a hipercalcemia, que pode ser exacerbada por grandes ingestões de vitamina D. Tal toxicidade pode levar à calcificação excessiva nos tecidos moles, especialmente os rins, e pode ser um risco para a vida. Além disso, ingestões elevadas de cálcio em longo prazo podem levar ao aumento de fraturas ósseas nos idosos, pode contribuir para a osteomalácia, o câncer de cólon e a hipertensão (MAHAN et al, 2013). A ingestão elevada de cálcio também pode interferir na absorção de outros cátions divalentes, tais como o ferro, o zinco e o manganês. Portanto, os suplementos de certos minerais devem ser tomados em momentos diferentes. Outro efeito da ingestão excessiva de cálcio é a constipação, comum entre mulheres idosas que tomam os suplementos de cálcio (MAHAN et al, 2013). 31 10.2 Fósforo O fósforo está na segunda posição em abundância nos tecidos humanos depois do cálcio. Aproximadamente 700 mg de fósforo existe em tecidos adultos e cerca de 85% está presente no esqueleto e nos dentes na forma de cristais de fosfato de cálcio. O restante (15%) está no pool metabolicamente ativo em cada célula do corpo e no compartimento do fluido extracelular. As quantidades relativas de fosfatos inorgânicos e orgânicosna dieta variam de acordo com o alimento ou suplemento consumido. Independentemente da forma, a maioria dos fosfatos é absorvida no estado inorgânico. O fosfato ligado organicamente é hidrolisado no lúmen do intestino e liberado como fosfato inorgânico, principalmente por meio da ação das fosfatases pancreáticas ou intestinais (MAHAN et al, 2013). A biodisponibilidade depende da forma do fosfato e do pH. O meio ácido da porção mais proximal do duodeno é importante na manutenção da solubilidade do fósforo e, portanto, da sua biodisponibilidade. Nas dietas vegetarianas, a maior parte do fósforo existe como fitato, que é precariamente digerido. O fósforo participa de várias funções essenciais do corpo. O DNA e o RNA são embasados no fosfato. A principal forma celular de energia, o ATP, contém ligações de fosfato de alto teor de energia, como o fosfato de creatinina e o PEP. O monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) atua como um sinal secundário dentro das células, após a ativação do hormônio peptídio de muitos receptores de membrana (MAHAN et al, 2013). Boas fontes de proteína também são boas fontes de fósforo. Carne, aves, peixes e ovos são fontes excelentes. O leite e seus derivados são boas fontes, assim como as nozes e as leguminosas, os cereais e os grãos. O fósforo está ligado à serina, à treonina e à tirosina nos alimentos proteicos. Na camada externa de grãos de cereais, particularmente o trigo, o fósforo é encontrado na forma de ácido fítico, que pode formar um complexo com alguns minerais, originando compostos insolúveis. Nos pães convencionais, o ácido fítico é convertido para a forma solúvel de ortofosfato durante o processo de fermentação. A deficiência de fosfato é rara. Ela pode se desenvolver em indivíduos que estão utilizando fármacos conhecidos como ligantes de fosfato para doenças renais ou em idosos devido às baixas ingestões em geral (MAHAN et al, 2013). 32 10.3 Magnésio O magnésio é um elemento essencial para estabilidade da membrana e proteção dos ácidos nucléicos, reduzindo os ataques oxidativos. Além disso, apresenta papel fundamental na função muscular e é essencial para o transporte transmembranar, relaxamento e contração muscular (DMITRASINOVIC et al, 2016; PETROVIĆ et al, 2016). O magnésio desempenha funções fisiológicas-reguladoras dentro da contração muscular e relaxamento, regulando a expressão de troponina por meio de gradientes de concentração de Ca2+, transporte de Ca2+; formação de complexo de Mg-ATP otimizando o metabolismo energético/contração muscular; aumentando a taxa de síntese proteica, proteção contra danos celulares e maior quantidade de pontes cruzadas de actina-miosina, favorecendo o aumento e produção de força (KASS & POEIRA, 2015). É importante ressaltar que o magnésio também é cofator da creatina quinase, uma enzima chave do metabolismo anaeróbio alático, que é a principal via necessária para os atletas de explosão. Assim, quanto maior o fornecimento desse mineral, a energia é produzida para movimentos de curta duração e alta intensidade. A melhora no desempenho refletida pela diminuição do lactato pode ser explicado pela energia extra disponível para os músculos. A ação do magnésio em elevar os níveis de hormônios anabolizantes como a testosterona se deve ao aumento do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). Além disso, a literatura tem destacado que o magnésio ativa os aminoácidos e ajuda a inserção do mRNA nos ribossomos na biossíntese de proteínas, auxiliando no ganho de força. Isto é importante no aumento da resistência e síntese de proteínas durante o exercício de resistência e recuperação (MELO et al, 2020). 10.4 Ferro O ferro (Fe) desempenha papel fundamental no transporte de oxigênio e na produção de energia, sendo necessário para manutenção do equilíbrio nutricional em atletas. A deficiência desse nutriente pode comprometer os resultados desportivos, uma vez que o déficit de ferro favorece a queda da concentração de hemoglobina, com manifestação de anemia associada à diminuição da capacidade aeróbica, o que parece reduzir o desempenho de atletas (ARAÚJO et al, 2019). 33 A biodisponibilidade de ferro é mais importante na correção ou prevenção de sua deficiência do que no índice total de sua ingestão na dieta. O índice de absorção depende do estado nutricional de ferro do indivíduo, como evidenciado pelas concentrações das reservas desse nutriente. O ferro dietético existe como ferro heme, encontrado na hemoglobina, na mioglobina e em algumas enzimas, e ferro não heme, encontrado principalmente em alimentos de origem vegetal, mas também em alguns alimentos de origem animal, assim como nas enzimas não heme e na ferritina. O ferro heme é absorvido através das células absortivas intestinais da borda em escova, após ser digerido a partir de fontes animais. Após o ferro heme entrar no citosol, o ferro ferroso é enzimaticamente removido do complexo ferroporfirina. Os íons ferro livres combinam-se imediatamente com a apoferritina para formar ferritina, da mesma maneira que o ferro não heme livre combina-se com a apoferritina. O ferro heme (aproximadamente 15% do que é absorvível) é a forma orgânica em carnes, peixes e aves, e é conhecida como o fator carnes, peixes e aves (CPA). É muito mais bem absorvido do que o ferro não heme. O ferro não heme pode ser encontrado em ovos, grãos, vegetais e frutos, mas não é parte da molécula de heme. O índice de absorção do ferro não heme varia de 3% a 8%, dependendo da presença de fatores amplificadores alimentares, especificamente ácido ascórbico e CPA. O ácido ascórbico não é apenas um potente agente redutor, mas também liga o ferro para formar um complexo prontamente absorvível. (MAHAN et al, 2013). Os alimentos com alto conteúdo de fitato possuem baixa biodisponibilidade de ferro, mas não está claro se o fitato seria ou não a causa. Os oxalatos podem inibir a absorção. Os taninos (polifenóis) presentes no chá também reduzem a absorção do ferro não heme. Por outro lado, a presença de quantidade adequada de cálcio ajuda a remover o fosfato, o oxalato e o fitato, que poderiam de outro modo combinar-se com o ferro e inibir a sua absorção. A disponibilidade do ferro proveniente de vários compostos utilizados para o enriquecimento dos alimentos ou como suplementos varia amplamente de acordo com a sua composição química. Apesar de o ferro na forma ferrosa ser mais prontamente absorvido, nem todos os compostos ferrosos são igualmente disponíveis (MAHAN et al, 2013). As funções do ferro relacionam-se com a sua capacidade de participar das reações de oxidação e redução. Quimicamente, o ferro é um elemento altamente reativo, que pode interagir com o oxigênio para formar intermediários com o potencial 34 de danificar as membranas celulares ou de degradar o DNA. O ferro deve estar firmemente ligado às proteínas para prevenir esses efeitos oxidativos potencialmente destrutivos ((MAHAN et al, 2013). O metabolismo do ferro é complexo, pois esse elemento está envolvido em muitos aspectos da vida, inclusive na função dos glóbulos vermelhos, na atividade da mioglobina e nos papéis de várias enzimas heme e não heme. Devido às suas propriedades de oxirredução (redox), o ferro possui papel no transporte sanguíneo e respiratório de oxigênio e dióxido de carbono, além de ser um componente ativo dos citocromos (enzimas) envolvidos no processo de respiração celular e geração de energia (ATP). O ferro também está envolvido na imunidade e no desempenho cognitivo, o que ressalta a importância de prevenir a anemia por deficiência de ferro em todo o mundo (MAHAN et al, 2013). 10.5 Água Fonte: freepik.com.n/ Principal constituinte do corpo humano e essencial para a homeostase e a vida. Apesar do reconhecimento de que algumas doenças crônicas podem estar associadasà baixa ingestão hídrica, as evidências são insuficientes para que se recomende a ingestão de água visando a reduzir o risco de doenças. De acordo com as novas recomendações, a ingestão média de água total de adultos na faixa de 19 a 50 anos é de 3,7 L para homens e de 2,7 L para mulheres. De acordo com o referido levantamento, os líquidos, incluindo água e outras bebidas, fornecem cerca de 3 e 2,2 L/dia de água para homens e mulheres, respectivamente, na faixa etária de 20 a 30 35 anos, representando cerca de 81% da água total, enquanto a água contida nos alimentos representa cerca de 19% do total ingerido (CUPPARI, 2014). É importante ressaltar que, assim como para os demais nutrientes em indivíduos saudáveis, um consumo hídrico abaixo do nível recomendado não implica, necessariamente, risco de inadequação, uma vez que uma ampla faixa de ingestão é compatível com a hidratação normal do organismo. Além disso, uma ingestão de água total mais elevada pode ser necessária em situações como doenças, aumento da atividade física e exposição a uma temperatura ambiental mais elevada (CUPPARI, 2014). 11 SUPLEMENTOS ALIMENTARES Os suplementos alimentares são produtos produzidos especialmente para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho do exercício, porém não são recomendados para desportistas (BRASIL, 2010). São vendidos em diferentes locais, (academias, farmácias, internet e lojas especializadas) e utilizados sob diversas formas (líquido, pó, gel, cápsulas), contribuindo para o aumento do uso em todas as faixas etárias e ambos os sexos (CRUZ, 2019). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2010, estabeleceu exigências por meio da resolução n° 18, visando a proteção à saúde do consumidor. Essa resolução classifica e designa os suplementos alimentares e define os requisitos de composição e características mínimas de qualidade e de rotulagem que devem ser cumpridas pelos fabricantes desses produtos (BRASIL, 2010). São classificados como produtos para atletas nesta legislação: suplemento hidroeletrolítico, energético, proteico, substituto parcial de refeições, creatina e cafeína. Entretanto, sabe-se que há muitos suplementos disponíveis no mercado e que nem todos obedecem à regulamentação vigente (FARIAS et al, 2019). Observando sobre o ponto de vista nutricional, é extremamente necessário o esclarecimento sobre as consequências do uso indiscriminado de suplementos alimentares, assim como a real necessidade de regulamentações mais rigorosas para comercialização de tais produtos; não só no que diz respeito à sua prescrição, como também à sua eficiência e segurança. Sendo assim, isso facilitaria a atuação do nutricionista, no que se refere à orientação e prescrição de suplementos, permitindo 36 ao mesmo desenvolver, junto às academias, programas de educação alimentar e nutricional (SILVA et al, 2017). 11.1 Whey Protein Fonte: virtualsuplementos.com.br O whey protein (nome classificado pela Anvisa), é um produto a base do soro do leite, conhecido pelo seu alto valor de proteínas e aminoácidos essenciais, com alta capacidade de absorção. Os produtos comercializados contêm baixas concentrações de gordura, utilizados para ganho muscular de massa magra. Sendo um suplemento conhecido no mundo, é considerada uma excelente proteína. Além da recomendação para atletas, é indicado para qualquer pessoa em busca de vida saudável, classificando-o como um produto de uso extensivo e intensivo (CANO, 2017). O soro do leite contém proteínas com uma estrutura globular com algumas pontes de dissulfeto, contendo certo grau de estabilidade estrutural. O conteúdo desses depende da espécie, porém em menor grau que a gordura, podendo variar sua proporção de proteína de 1% até 14%, estando ligada com o percentual de gordura. As frações ou peptídeos do soro são constituídos de: beta-lactoglobulina, alfa-lactoalbumina, imunoglobulinas, albumina do soro bovino e glicomacropeptídeos, sendo estas, presentes em todos os tipos de leite. O leite bovino possui cerca de 80% de caseína e 20% de proteína do soro, percentual esse que pode variar de acordo com a raça do gado e sua alimentação (VIDAL & SARAN, 2018). 37 A Beta-lactoglobulina é o maior peptídeo do soro (45,0%-57,0%), apresentando peso molecular de 18,4-36,8kDa, o que lhe dá maior resistência a ação de ácidos e enzimas proteolíticas presentes no estômago, sendo absorvida no intestino delgado. Apresenta alto teor de aminoácidos de cadeia ramificada (25,1%) e é importante carreadora do retinol. É uma proteína tipicamente globular e encontra-se entre as principais proteínas a serem cristalizadas. É a principal proteína do soro de leite de bovinos, ovinos e caprinos. A Alfa-lactoalbumina é o segundo peptídeo do soro (15%- 25%), com peso molecular de 14,2kDa e caracterizado por ser de fácil e alta digestão. Possui alto teor de triptofano, rica em lisina, leucina, treonina e cistina. Precursora da biossíntese de lactose no tecido mamário tem grande capacidade de se ligar a minerais como cálcio e zinco, o que afeta positivamente sua absorção. Apresenta também ação antimicrobiana, contra bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Klebsiellapneumoniae (PALU et al, 2020). A Albumina do soro bovino representa cerca de 10% do soro do leite, possui alto peso molecular (66kD), é rico em cistina e é um precursor da síntese de glutationa. Apresenta grande afinidade por ácidos graxos livres e outros lipídeos, o que favorece seu transporte na corrente sanguínea. As Imunoglobulinas possuem alto peso molecular (150 -1.000kDa), apresentando apenas quatro classes no soro do leite bovino (IgG, IgA, IgM e IgE), sendo a IgE em maior concentração, cerca de 80%. Suas principais ações biológicas estão relacionadas à imunidade passiva e atividade antioxidante. Os Glicomacropeptídeos (6,7kDa), são resistentes ao calor, digestão e as mudanças de pH. É um peptídeo derivado da digestão da kapa-caseína, apresentando alta carga negativa que contribui para a absorção de minerais pelo epitélio intestinal. As sub-frações ou chamados de peptídeos secundários são denominados assim por serem encontrados em pequenas quantidades no soro do leite, e compreendem a lactoferrina, beta-microglobulinas, gama-globulinas, lactoperoxidase, lisozima, lactolina, relaxina, lactofano, fatores de crescimento IGF-1 e IGF-2, proteoses-peptonas e aminoácidos livres (PALU et al, 2020). As tecnologias compreendidas na cadeia deste produto são muito importantes, pois a partir delas que serão definidas a sua qualidade, começando na extração da proteína a partir do soro do leite, que, quanto melhor a extração for feita, mais puro será o whey protein. Quanto menor for a presença de outras substâncias, como 38 gorduras e carboidratos e o máximo de concentração de proteína, maior importância terá este produto dentro do mercado (PALU et al, 2020). As necessidades energéticas proteicas para os praticantes de atividade física variam de 1,2 a 1,5 g/ Kg de peso, diariamente, porém, o consumo excessivo com propósito de aumento da massa muscular e esse uso abusivo de proteína podem acarretar em danos pela sobrecarga nos rins e fígado e pelo aumento de compostos nitrogenados, além de insucesso no ganho de massa muscular. A quantidade de proteína dietética recomendada varia para indivíduos adultos sadios e indivíduos em situações específicas, como crescimento, gestação e convalescença; o qual necessita de uma quantidade maior de proteínas dietéticas para manter um balanço nitrogenado positivo. Porém, são diferentes para indivíduos sedentários e para praticantes de exercícios com peso. Isso porque o exercício intenso aumenta a excreção de nitrogênio e quando as ingestões proteicas e energéticas são insuficientes, diminui obalanço nitrogenado, tornando-o negativo, o que é indesejado para atletas (ALENCAR, 2018). 11.2 BCAA Fonte: centralfit.com.br É a abreviatura para “Branched Chain Amino-Acids”, ou no português, aminoácidos de cadeia ramificada, são eles L-isoleucina, L-leucina e L-valina e são aminoácidos essenciais, ou seja, nosso corpo não é capaz de produzir, sendo necessário assim, a sua ingestão a partir de alimentos, além disso, desempenham um papel crítico para muitas funções fisiológicas e metabólicas nos mamíferos. 39 (YAMAMOTO et al, 20117), São 20 aminoácidos que compõem as proteínas musculares, sendo que 9 deles são considerados essenciais, portanto, a disponibilidade dietética desses aminoácidos é crucial para o turnover (processo anabólico natural dos tecidos) das proteínas musculares que ocorre continuamente para repor as proteínas perdidas no processo catabólico (protein brakedown) natural ou induzido (WOLF, 2017). Esses aminoácidos desempenham um papeis importantes na regulação da homeostase energética, metabolismo da nutrição, saúde intestinal, imunidade e doenças em humanos e animais. (NIE et al, 2018). A comercialização do BCAA possui muita popularidade entre os suplementos com alegação ergogênica. O principal marketing está na afirmação de que o consumo isolado de BCAA associado ao exercício físico resistido estimula a síntese de proteína muscular. A alegação de que a síntese de proteína muscular é estimulada pelos BCAA tem mais de 35 anos, tendo sido baseada em estudos em modelo celular e animal, que demonstraram aumento da sinalização intracelular de vias anabólicas em resposta a estes (WOLF, 2017) A suplementação de BCAA associada a uma dieta adequada é uma estratégia adicional para o indivíduo que realiza atividades físicas intensas, como o exercício resistido, cuja intensidade promove dano muscular e posterior necessidade dietética desses nutrientes para auxiliar no processo de recuperação (SOUZA, 2018). Segundo estudos realizados por SANTOS e NASCIMENTO (2019), os BCAA exibem capacidade de estimular a síntese de proteína muscular após o exercício físico resistido, mas, na ausência dos demais aminoácidos essenciais, não conseguem sustentar uma resposta máxima de síntese. Se a estimulação da síntese de proteína muscular não pode ser sustentada, há pouco significado fisiológico. Por esta razão, um crescente corpo de literatura continua a endossar que a suplementação isolada de BCAA em humanos não fornece benefícios adicionais à síntese de proteína muscular em detrimento à ingestão de uma fonte de proteína completa de alta qualidade, que fornece todos os aminoácidos essenciais necessários. 40 11.3 Creatina Fonte: centralfit.com.br É um nutriente que pode ser encontrado em diversos alimentos de origem animal, como a carne bovina, de aves e peixes, mas, também pode ser sintetizado pelo organismo humano a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina no fígado, pâncreas e rins, existindo em duas formas, a creatina livre e fosforilada (fosfocreatina), onde aproximadamente 95% da creatina está localizada nos músculos esqueléticos, principalmente nas fibras de contração rápida (SOUZA, 2018). A suplementação com creatina pode aumentar a massa muscular corporal, principalmente favorecer uma composição de massa livre de gordura, esse aumento está relacionado ao volume intracelular de água aumentada devido à creatina ser uma molécula com propriedades osmóticas que favorecem esse processo (BUTTS et al, 2018). A creatina é encontrada nas formas monohidratada, micronizada, alcalina, étil ester e fosfato, podendo ser em pó, gel, líquidos, barras e goma. A creatina fosfato que é menos utilizada por seu maior custo de produção, mas contém os mesmos efeitos ergogênicos sobre a massa muscular. A creatina alcalina é a menos famosa em relação aos outros tipos de creatinas, possuindo um Ph maior que as outras, assim a molécula fica mais estável entrando em contato com uma substância líquida. Quanto maior o pH, menor é a conversão da creatina em creatinina (OLIVEIRA et al, 2017). A creatina micronizada possui partículas menores, dissolve-se melhor em líquidos, possuindo uma maior absorção intestinal. A creatina monohidratada é um pó branco solúvel em água sendo a mais comum, mais barata e mais estudada em artigos, sendo composta por 88% de creatina e 12% de água tendo uma absorção mais fraca (OLIVEIRA et al, 2017). 41 A creatina étil ester é um monohidrato de creatina com uma ligação ester adicional ligada à sua estrutura molecular, ela pode ter vantagens sobre a forma monohidratada, pois sua eficiência de absorção no corpo é quase máxima (OLIVEIRA et al, 2017). O suplemento de creatina para atletas foi regulamentado pela ANVISA segundo a Resolução n. 18/2010, que dispõe sobre alimentos para atletas. Estes produtos devem atender aos seguintes requisitos: deve ser utilizada na formulação do produto creatina monohidratada com grau de pureza mínima de 99,9%; este produto pode ser adicionado de carboidratos; este produto não pode ser adicionado de fibras alimentares (BRASIL, 2010). É importante ressaltar que a suplementação deve ser prescrita por um profissional habilitado, levando em consideração o tipo de atividade física, duração e condições fisiológicas do mesmo (BONATO et al, 2018) 11.4 Glutamina Fonte: freepik.com.n/ A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma sanguíneo humano, apresentando concentração de 0,5 a 0,9 mmol/L8, cerca de 80% dela se encontra nos músculos esqueléticos. Este aminoácido é produzido em diversos tecidos corporais como tecido muscular esquelético, pulmões, fígado e cérebro, fazendo com que a glutamina pertença ao grupo dos aminoácidos não essenciais (PAUL et al, 2015). A glutamina é considerada um aminoácido condicionalmente essencial, pois, embora o organismo possa sintetizá-lo, sob condições de estresse metabólico, como durante a realização de exercícios físicos intensos e prolongados sua demanda não é 42 proporcional a oferta. Em seres humanos sadios, a concentração de glutamina no músculo, o principal órgão produtor, é cerca de 20 mmol/L, sendo de 20 a 200 vezes maior do que a de todos os outros aminoácidos essenciais (ALELUIA et al, 2016) Estudos apontam relação entre prática crônica de exercícios em atletas e alta prevalência de infecções, como a do trato respiratório superior (IRTS). A glutamina é utilizada em altas taxas por macrófagos, linfócitos e leucócitos, logo, sua suplementação é comumente apontada como protetora da função imune corporal. A prática de exercício físico pode afetar a síntese de glutamina no músculo esquelético e sua disponibilidade no plasma. Considerando que há uma relação inversa entre a concentração de glutamina no plasma e a intensidade do exercício físico e que a redução dos níveis plasmáticos deste aminoácido pode estar associada à imunossupressão (ALELUIA et al, 2016) Alguns órgãos e células, tais como rins, fígado e sistema imune podem aumentar a captação e utilização da glutamina, durante e após o exercício. Os rins podem utilizar a glutamina em demasia após o exercício por dependerem da amônia carreada pela glutamina, para manterem o balanço ácido básico do organismo (ALELUIA et al, 2016). 11.5 Cafeína Fonte: images.tcdn.com.br/img/ A cafeína é considerada uma das substâncias com atividade biológica mais ingerida do mundo por estar presente em diversos alimentos, como por exemplo café, chás, refrigerantes, chocolates entre outros. Seus efeitos sobre o organismo humano tem sido fonte de estudo durante décadas (ALELUIA et al, 2016). Do ponto de vista biológico, a cafeína pertence ao grupo das xantinas (1,3,7 trimetilxantinas), do qual 43 fazem
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