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Semiologia neurológica Anamnese · Identificação, queixa principal, HMA, história patológica pregressa e história familiar. Exame neurológico · Exame do estado mental: (Estado de consciência) · Consciência: hemisférios cerebrais e Movimentos: tronco cerebral. 1. Consciente: tem percepção do mundo exterior e de si mesmo. 2. Obnubilado: nível de consciência pouco comprometido, permanecendo o paciente em estado de alerta, ainda que pouco diminuído. 3. Sonolência: o paciente é facilmente despertado. Responde com um pouco de confusão, e logo volta a dormir. 4. Confusão mental: perda de atenção, o pensamento não é claro com respostas lentas e diminuição da percepção temporoespacial. 5. Torpor: consciência diminuída, mas o paciente desperta com estímulos mais fortes e tem movimentos espontâneos. 6. Coma: paciente não é despertado por estímulos fortes, nem tem movimentos espontâneos. · Obs: Mini-exame do estado mental: · · Obs: comprometimento aguda do estado de consciência: (Escala de Coma de Glasgow) · · Escore total – o escore das pupilas: ambas pupilas reagem, apenas uma reage (subtrai um ponto) se nenhuma pupila reage a luz (subtrai dois pontos). · Escore Glasgow 3 a 8: TCE grave. · Escore Glasgow 9 a 12: TCE moderado. · Escore Glasgow 13 a 15: TCE leve. Exame da fala · Avalia-se a fala observando as características da articulação, velocidade, ritmo e entonação. · Alterações de fala: · Disfonia, Disartria, Dislalia e Disfasia (afasia). · Disfonia: · Alteração do timbre e da intensidade do som da voz o que acarreta uma voz rouca. · Resulta da lesão do Nervo vago resultado da junção com o ramo acessório bulbar que acarreta em comprometimento da inervação motora das cordas vocais. · A rouquidão, que é uma forma de Disfonia, ocorre por lesões infra nucleares do nervo laríngeo inferior acarretando paralisia dos músculos da laringe. · Disartria: · É o distúrbio de articulação que acarreta a deformação da palavra falada. · Pode ser ocasionado por alterações neurológicas periféricas (nervos cranianos bulbares) e centrais (síndromes pseudobulbar, cerebelar e extrapiramidal). · Dislalia: · Caracteriza-se pela alteração da articulação da palavra decorrente de troca ou supressão de letras ou sílabas. · Pode ser classificada: · Dislalia de troca e Dislalia de supressão. · Estas duas formas de dislalia são consideradas fisiológicas na criança até a idade de 4 anos. A partir de 5 anos elas já deveram ter sido superadas. · Afasia ou Disfasia: · Afasia ou Disfasia são distúrbios da fala que comprometem diretamente a linguagem do indivíduo visto envolver a capacidade de expressão verbal do pensamento (disfasia motora) ou a capacidade de compreensão do que é verbalizado (disfasia sensitiva) interferindo na capacidade de comunicação. · Utilizaremos do termo Disfasia para os distúrbios da fala e linguagem. · Disfasia Motora (Disfasia de Expressão ou Disfasia de Broca): · Entende perfeitamente, porém não consegue expressar utilizando se palavras. · A fala não é fluente, ocorre da parte do indivíduo uma busca pela palavra correta para expor seu pensamento, mas ele apresenta intensa dificuldade ou mesmo incapacidade plena, total. · Disfasia Sensitiva (Disfasia de Percepção ou Disfasia de Wernicke): · Fala bem, porém sem raciocino lógico. · Dificuldade de compreensão da fala, de entendimento do que é falado ao indivíduo por decodificação incorreta dos fonemas. Exames dos nervos cranianos · Obs: o nervo olfatório e o óptico não são nervos verdadeiros, mas sim, tratos de fibras do cérebro. · Exame da função motora: motricidade ocular, mastigação, mimica facial, deglutição e motricidade lingual. · Exame da função sensitiva: sensibilidade exteroceptiva da face, mucosas do véu do palato e faringe. · Exame da função sensorial: olfação, visão, audição e gustação. Nervo olfatório · Nervo sensitivo. Não é um nervo verdadeiro, mas sim, um trato de fibras do cérebro. · Função: olfato. · Como testar: emprega diferentes substâncias com odores conhecidos (café, canela, álcool) e de olhos fechados tentam reconhecer o odor, utilizando um lado de cada vez do nariz. · Alterações clínicas: hiposmia, anosmia, parosmia, alucinação olfatória, cacosmia. Nervo óptico · Nervo sensitivo. Não é um nervo verdadeiro, mas sim, um trato de fibras do cérebro. · Função: transmite as imagens colhidas pelos cones e bastonete da retina até o centro da visão no lobo occipital. · Como testar: · Acuidade visual: pede-se para o paciente dizer o que vê na sala ou que leia alguma coisa. Cada olho deve ser examinado individualmente. · Campo visual: metodologia de confrontação. · Fundoscopia: utiliza-se o oftalmoscópio para visualizar o fundo do olho (tecido nervoso e vasos). · Alterações clínicas: ambliopia, amaurose, hemianopsia, quadrantopsia. Nervo oculomotor · Nervo motor. · Função: motilidade ocular (RM, OI, RS, RI), músculo elevador da pálpebra e motilidade do esfíncter da pupila. · Motilidade extrínseca: oculomotor, troclear e abducente. · Motilidade intrínseca: avaliar o diâmetro pupilar (oculomotor) e reflexo fotomotor (nervo óptico). · Como testar: examinado em conjunto com o troclear e o abducente. Incidir um feixe luminoso. · Alterações clínicas: estrabismo, midríase, miose, anisocoria, ptose palpebral. · Lesão de um único nervo oculomotor acarreta midríase unilateral com abolição do reflexo fotomotor direto e conservação do reflexo fotomotor consensual. · Lesão de um único nervo óptico acarreta midríase unilateral com abolição do reflexo fotomotor direto e conservação do reflexo fotomotor consensual incidindo a luz na pupila oposto. Nervo troclear · Nervo motor · Função: motilidade ocular – músculo oblíquo superior. Nervo trigêmeo · Nervo misto. Raiz motora inerva o nervo mastigar que inerva os músculos da mastigação e possui 3 raízes sensoriais (oftálmico, maxilar e mandibular). · Como testar: · Músculos da mastigação: analisar os movimentos da mandíbula. · Sensibilidade corneana: com uma mecha de algodão tocando entre a esclerótica e a córnea o paciente terá um reflexo córneo palpebral e irá piscar. · Alterações clínicas: Nervo abducente · Nervo motor · Função: motilidade ocular – músculo reto lateral. · Alterações clínicas: estrabismo convergente. · A lesão de abducente só se manifesta como uma diplopia ao se olhar para o lado ipsilateral da lesão. Nervo facial · Nervo motor. · Função: olfato. · Como testar: pede para o paciente franzir a testa e os supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os dentes, abrir a boca, fazer bico, inflar a boca. · Alterações clínicas: · Paralisia facial central: somente os músculos dos 2/3 inferiores da face estão comprometidos, sendo poupados os 1/3 superior (testa) · Paralisia facial periférica: todos os músculos inervados pelo nervo fácil estão comprometidos. Nervo vestibulococlear · Nervo sensitivo. · Função: · Como testar: · Alterações clínicas: Nervo glossofaríngeo · A lesão unilateral do glossofaríngeo pode exteriorizar por distúrbios na gustação do terço POSTERIOR da língua, por disfagia / a Lesão unilateral do IX e do X observa-se desvio do véu palatino para o lado normal quando o pct pronuncia as vogais a ou e; desvio da parede posterior da faringe para o lado normal (sinal da cortina) a partir de estimulação / lesão ISOLADA DO NERVO X, na porção laríngea, causa disfonia Nervo vago · Como testar: Nervo acessório · Nervo motor · Como testar: avalia a elevação do ombro (trapézio) e a rotação da cabeça para o lado oposto (ECOM). Nervo hipoglosso · Exclusivamente motor que se direciona para a língua – investiga-se pela inspeção da língua movimentando-a para todos os lados e palpando para avaliar a consistência OBS: TUDO QUE É CENTRAL É CONTRA-LATERAL/ TUD QUE É PERIFÉRICO É IPSILATERAL. Semiologia da motricidade · Motricidade: · Motricidade voluntária: · Exercida pelo ser humano propositadamente, sob o seu próprio controle e vontade. · Motricidade reflexa: · Resposta muscular produzida por um estímulo específico e sua base anatômica é o arco reflexo. · Reflexo cutâneo plantar: pesquisado estando o paciente emdecúbito dorsal com os membros inferiores estendidos e o examinador estimula a face externa do pé dirigindo da região plantar até a base do hálux. A resposta normal é a flexão e a resposta anormal é extensão Sinal de Babinski. · Motricidade automática: · Denominada também como motricidade involuntária: ato de piscar, a expressão facial, o balançar dos braços durante a marcha são exemplos. Semiologia da marcha · Marcha na doença do neurônio motor: · Neurônio motor periférico. · Neurônio motor superior. · Marcha escarvante: · Decorrente da lesão do nervo fibular (ou nervo ciático poplíteo externo) onde há paralisia dos músculos dorsiflexores do pés e extensores dos artelhos levando a postura de pé caído. · Marcha ceifante: · Marcha do tipo espástica em que há hipertonia dos músculos extensores dos membros inferiores. · Ocorre por acometimento da via piramidal. · Marcha parética: · Ocorre hipertonia dos músculos extensores. Os passos são pequenos, o paciente caminha com grande esforço, lentamente, arrastando os pés. · Ocorre habitualmente por lesão corticoespinais bilaterais, a nível medular. · Marcha em pequenos passos: · Os passos são de pouca amplitude, irregulares, os membros inferiores apresentam-se enrijecidos e o paciente arrasta os pés. · Marcha com base alargada: · Observam-se oscilações, desvios, incapacidade de andar em linha reta. As pernas afastam-se para aumentar a base de sustentação.
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