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TRANSTORNO FONOLÓGICO Emilly Peres - Fonoaudiologia - UFES Definição: é a produção inadequada de sons e uso inadequado das regras fonológicas da língua quanto à distribuição do som e ao tipo de estrutura silábica. A causa é desconhecida e pode ser avaliado juntamente com a motricidade orofacial. Deve-se avaliar também a tonicidade dos órgãos articulatórios. -Inventário fonético restrito quanto à: quantidade, variedade de segmentos, combinações de traço fonético (omissão, substituição, distorção, acerto). -Características evolutivas: processos normais persistentes e desencontro fonológico. -Processos incomuns: sonorização de plosiva, sonorização de fricativa, ensurdecimento de plosiva, ensurdecimento de fricativa, glotarização (ex. de glotarização: fissura até o fundo do palato), uso variável de processos, preferência sistêmica por um som. Transtorno fonológico “puro” ● Alteração de manifestação primária de causa indefinida; ● Pode ser por dificuldades na percepção, produção ou organização das regras fonológicas; ● A inteligibilidade de fala está comprometida. Características comuns ● Diagnóstico geralmente entre 4 a 8 anos; ● Mais frequente em homens (qualquer quadro) devido à predominância nas áreas cerebrais, e proteína que os homens produzem menos; ● Inventário fonético reduzido; ● Substituição é mais comum que distorção, na substituição ocorre a troca fonológica e na distorção há uma alteração na pronúncia e um exemplo é o ceceio; ● Processos fonológicos permanecem após a idade de eliminação; ● Média de três processos fonológicos mas há crianças que podem apresentar oito ou nove processos fonológicos. Queixas frequentes ● “ninguém entende”; ● “estão rindo dele na escola’; ● “daqui a pouco ele vai aprender a ler e ainda não sabe falar”; ● “só eu que sou mãe entendo”; ● “fala tudo embolado”. Inteligibilidade: quantidade, tipo e ocorrência de processos fonológicos. Gravidade: percentual de consoantes corretas (PCC-R revisado): só substituição. ● leve: 85-100% ● moderado: 65-95% ● moderadamente grave: 50-65% ● grave: abaixo de 50% Até 6 anos: deve-se considerar conforme a tabela, mas se a criança for mais velha, vai para o nível seguinte. Exemplo: PCC-R 57% até 6 anos é moderadamente grave, acima de 6 anos é grave e depende de uma demanda social grande. 𝑃𝐶𝐶𝑅 = 𝑁𝐶𝐶/𝑁𝑇𝐶 Cálculo: PCC-R = número de consoantes corretas (NCC) / número total de consoantes (NTC) Avaliação: ➔ Fala espontânea ➔ Fala dirigida ➔ Teste: nomeação e imitação ➔ Observar o conjunto de dados Produtividade: ➔ Depende da quantidade de ocorrências no processo no teste; ➔ Em um vocábulo pode ocorrer mais de um processo. Classificação da gravidade: ➔ Análise quantitativa: Porcentagem de Consoantes Corretas (Shriberg e Kwiatkowski, 1982)/PCC-R. ➔ Análise qualitativa: Classificação de tipologia (Keske-Soares, 2001). INCOMUM defasagem com relação ao típico, uso de processos incomuns (fricatização, glotalização, apagamento de fricativa/plosiva), preferência sistemática por um som baixa inteligibilidade ATRASADO Atraso simples Alterações que combinam com estágio final da aquisição fonológica (fricativas palatais, líquidas, maior complexidade da estrutura silábica) Boa inteligibilidade INICIAL SF com características típicas do desenvolvimento inicial Processos persistem (plosivação, anteriorização de plosiva, dessonorização) Melhor inteligibilidade, fala parece mais infantil CARACTERÍSTICAS FONÉTICAS ADICIONAIS Fatores fonéticos que interferem no desenvolvimento e adequação do sistema fonológico (ex.: freio lingual curto, otite média de repetição....) As características podem estar associadas aos outros três grupos anteriores Qualidade (não usamos pois é consensual): • incomum • inicial • atrasado (miofuncional + fonológicos). Fatores associados: não explica o transtorno mas podem acontecer durante o mesmo. São eles: ● Discriminação auditiva; ● Otite de repetição; ● Alteração das vias aéreas superiores; ● Memória de trabalho; ● Consciência fonológica; ● Nomeação rápida; ● Aspectos emocionais e culturais; ● Hereditariedade. Diagnóstico: ● Geralmente entre 4;0 e 8;0; ● Mais observado em meninos; ● Relação não especificada com quadro de otite; ● Presença de fator hereditário. -PF mais frequentes: simplificação de líquida, simplificação do encontro consonantal, simplificação da consoante final (ocorre até os 7 anos), ensurdecimento e frontalização de palatal. -50 a 70% do sujeitos com TF apresentam dificuldades de leitura, escrita e consciência fonológica. Preditores: discriminação auditiva ✅ ❌ processamento fonológico ✅ ❌ nível fonológico ❌ nível morfossintático ✅ nível semântico ✅ nível pragmático ✅ brincadeira simbólica ✅ �luência de fala ✅ compreensão ✅
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