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PATOLOGIA DAS FUNDAÇÕES

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1 
 
 
 
PATOLOGIA DAS FUNDAÇÕES: 
RECALQUE DIFERENCIAL EM FUNDAÇÕES SOBRE ATERRO 
PATHOLOGY OF FOUNDATIONS: 
 DIFFERENTIAL REPORT ON FOUNDATIONS ON GROUND 
 
PEREIRA, Breno Rossinholli; LOPES, Wilson Matheus; 
 Prof. Mestre. Ricardo Simões – Universidade São Francisco 
Brenno.rossi@hotmail.com; Wilson_matheus@outlook.com 
 
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar os principais causadores dos 
problemas que geram patologias nas fundações, quando executado sobre aterros. O caso real a 
ser analisado, ocorreu no município de Munhoz-MG. A casa do tipo térrea construída de 
alvenaria e concreto armado apresentou recalques devido à interação solo-estrutura; a 
patologia atingiu o canto da casa construída sobre o aterro e como conseqüência demonstrou 
fissuras e trincas da estrutura. 
A omissão do estudo do solo, ausência de mão-de-obra qualificada, falta de acompanhamento 
na execução, bem como a falta de drenagem e má compactação do aterro são os fatores 
determinantes e causadores dos problemas ocorridos. 
Foi realizada uma análise no local onde foram medidas as espessuras das fissuras e trincas da 
região mais afetada da residência, posteriormente verificado as condições do aterro e do muro 
de arrimo. 
A partir de análises técnicas junto ao orientador, foram propostas algumas possíveis soluções 
ao proprietário, como a realização da estaca mega, onde primeiramente deverá refazer o muro 
de arrimo corretamente e o aterro, para que suporte a pressão gerada quando realizar a 
cravação estaca mega. Foi indicado ao proprietário um profissional adequado e experiente na 
área de patologias para execução da proposta acima, por questão monetária, o proprietário 
optou por não executar a solução proposta. Assim a casa está em crescente aumento de 
recalque, afetando ainda mais seu estado. Os gastos estimados para reparar a patologia podem 
ser significativos, quando negligenciada as etapas essenciais. 
 
Palavras-chave: Fundações, Recalque e Patologia 
 
ABSTRACT: The present work aims to present the main causes of the problems that 
generate pathologies in the foundations, when executed on landfills. The actual case to be 
analyzed occurred in the municipality of Munhoz-MG. The one-story house built of masonry 
and reinforced concrete presented settlements due to soil-structure interaction; the pathology 
reached the corner of the house built on the landfill and as a consequence showed cracks and 
cracks of the structure. 
Failure to study the soil, absence of skilled labor, lack of follow-up in the execution, as well 
as the lack of drainage and bad compaction of the landfill are the determining factors and 
cause of the problems occurred. 
An analysis was carried out at the site where the cracks and cracks thicknesses of the most 
affected region of the residence were measured, after which the conditions of the embankment 
and the retaining wall were verified. 
 
2 
 
Based on technical analysis with the supervisor, some possible solutions were proposed to the 
owner, such as the realization of the mega stake, where he must first redo the retaining wall 
correctly and the landfill, so that it will support the pressure generated when performing the 
cutting mega stake. It was indicated to the owner a suitable and experienced professional in 
the area of pathologies to execute the above proposal, for monetary matter, the owner chose 
not to execute the proposed solution. Thus the house collapses with each passing day, further 
affecting its state. The estimated expenditures to repair the pathology can be significant, when 
neglected the essential step. 
 
Keywords: Structure, stress and pathology 
 
INTRODUÇÃO 
 
Devido às necessidades de desenvolvimento urbano, muitos empreendimentos são 
iniciados a partir de breves estudos do solo e da região em torno do edifício. Se esta etapa de 
suma importância for negligenciada, mal dimensionada e mal interpretada; causará diversas 
patologias em toda a edificação gerando altos custos com reparos, além de transtornos com 
moradores. 
A melhoria nas investigações e nas interpretações dos resultados dos processos de 
sondagens resultará em melhores dimensionamentos de fundações, consequentemente, 
menores incidências patológicas. Entretanto, em diversos casos quando este processo não é 
devidamente aplicado, observa-se a incidência de patologias como recalques e rachaduras 
fazendo-se necessário o reforço das fundações tornando os custos muito superiores aos do 
início do projeto. 
 Ao se propor uma solução para uma patologia nas fundações, é necessário avaliar 
diversos fatores como: o solo, o espaço de trabalho, os materiais que serão aplicados e o 
processo executivo. 
 No presente estudo serão analisadas todas as possíveis falhas de projetos, assim como 
suas consequências, problemas relacionados com materiais, falhas de acompanhamento, 
interpretações e execuções. Assim, para que ocorra uma boa análise e uma proposta de 
solução para uma patologia na fundação da estrutura, será necessário o conhecimento de 
como a estrutura está transmitindo seus esforços para a fundação e esta para o solo. 
Enfim, este trabalho tem por objetivo mostrar a importância do estudo das patologias 
ocorridas em fundações profundas sobre aterros realizadas sem o estudo dos solos, 
demonstrando suas causas e possíveis soluções de reforço através da estaca mega. 
 
METODOLOGIA 
 
Para esta pesquisa, foram utilizados computadores com acesso à internet para 
pesquisas de artigos e livros de diversos autores. Foi atribuído o máximo de informação 
teórica e diversos casos citados em livros para que se pudesse, com base teórica, redigir uma 
monografia com estudos de patologias em fundações e suas soluções, servindo de base para 
este artigo. 
 Realizando análises e possíveis motivos que geraram patologia na fundação, em uma 
construção de pequeno porte, onde parte da sua fundação foi apoiada sobre aterro mal 
 
3 
 
compactado, sofrendo recalque diferencial. As fissuras foram medidas com fissurômetro para 
acompanhamento e determinação do nível de recalcamento 
Baseados no estudo, na análise do caso e junto ao orientador, foram propostas algumas 
soluções ao proprietário da residência para correção da patologia detectada em sua fundação. 
 
INVESTIGAÇÕES DO SUBSOLO 
As investigações do subsolo estão associadas às causas mais frequentes de patologias 
relacionadas com fundações, já que o solo será o meio que irá suportar as cargas transmitidas 
pela fundação, sua identificação e seu comportamento são essenciais a solução de qualquer 
problema. (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, 2015)1 
Para construções comuns de pequeno porte, algumas das propriedades dos solos 
podem ser desconsideradas devido a não necessidade de conhecer especificamente todas, 
levando apenas em consideração os estudos da sondagem. Porém, em certos casos de 
patologias é necessário saber especificamente os tipos de solo em que a obra está apoiada, o 
que exige ensaios de laboratório. 
Segundo o autor Rebello (2008, p.19)2 
Todos os solos são derivados das rochas, que ao longo do tempo sofrem influência 
mecânica, física e química, provocando a sua deterioração, originando grãos cada 
vez menores. “Essa variabilidade nas dimensões das partículas dos solos atribui 
diversas características que constituem as propriedades particulares de cada tipo.” 
As forças que serão transmitidas para o solo serão pelo contato entre as partículas que 
podem gerar forças inclinadas com componentes verticais e horizontas. De acordo com 
Rebello (2008)3, para o dimensionamento das fundações, interessam as tenções a que os solos 
estão submetidos divididas por uma área de solo, sendo que as forças verticais originam 
tensões normais de compressão e as horizontais tensões de cisalhamento. 
O Standard Penetration Test (SPT), apesar de não ser o mais perfeito processo de 
sondagem, é o mais que mais se utiliza no brasil como no mundo todo, sendo reconhecido 
como sondagem a percussão pela sua formade executar. (REBELLO, 2008)4 
A sondagem dos solos tem um papel muito importante nas construções, pois através 
dela pode-se identificar indicativos de densidade do solo, identificação da consistência de 
solos coesivos e determinação da resistência do solo em função dos resultados de sondagem. 
Segundo ABNT (NBR, 6484)5, os ensaios de SPT devem seguir aspectos 
padronizados, para que não ocorram falhas na execução de projetos, devido à norma ABNT 
deve ser feito um furo de sondagem (SPT) a cada 200 m², até o tamanho do terreno ser 1200 
m²; se maior, fazer um furo a mais a cada 400 m²; neste método são utilizados amostradores 
de 0,45 m cravados para cada metro, onde são cravados 0,15 m por vez fixada no solo por um 
peso de 65 kgf; assim desprezam-se os primeiros 0,15 m do amostrador e o número de golpes 
 
1MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª 
Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
2Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
3Ibid. 
4 Ibid 
5ABNT (NBR, 6484),Solo - Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio 
Disponível em:<https://engenhariacivilfsp.files.wordpress.com/2014/11/spt 
metodo_de_ensaio_nbr_6484.pdf>. Acesso em: 19 de novembro de 2018. 
 
4 
 
utilizados para cravar, é adotado apenas o número de golpes utilizado para cravação dos 
0,30m restantes, para determinar se ocorrerá uma fundação profunda ou fundação rasa. 
Também a um sistema de sondagem conhecida como CPT (“Cone Penetration Test”) 
não muito utilizado no Brasil. Este teste de sondagem de solo é um método que apresenta 
bons resultados; o ponto negativo é quando o cone de penetração ocorre um desvio dando 
inclinação, devido a este problema é utilizado um método de nível na haste do cone, chamado 
inclinômetro onde realiza medida de ângulo e profundidade (REBELLO, 2008, p. 36) 6. 
O método CPT leva vantagem sobre o SPT, pois faz a análise do solo através de todo 
o percurso de furação, diferentemente do SPT onde há análise de 30 cm de solo apenas para 
cada metro de penetração. O sistema de CPT é realizado através de um cone de penetração 
que penetra 1 cm/s, calculando a resistência de ponta (Qc) e atrito lateral. 
SOLOS COLAPSÍVEIS 
O tema em questão tem por objetivo discorrer sobre os cuidados, reforços e ensaios 
que devem ser realizados nos solos, quando forem colapsíveis, a fim de evitar problemas 
estruturais que possam comprometer a estrutura. 
“O projeto de fundações superficiais em solos colapsíveis é extremamente difícil, 
sendo os resultados de ensaios de laboratório e de campo utilizados para a previsão de 
recalques.” (MILISTITSKY; JARBAS; CONSOLI, 2015 p.214)7 
Os solos colapsíveis são formados por solos porosos não saturados que, quando 
inundados, apresentam variação volumétrica devido à expulsão de ar e rearranjo das 
partículas, consequentemente, por recalques diferenciais podem causar fissuras e trincas em 
edificações e em casos mais graves colapsos estruturais. Em caso de solos colapsíveis, é 
recomendado o uso de fundações profundas, de modo que se apoie a estrutura em um solo 
estável. Existem técnicas para tratamento dos solos colapsíveis que podem viabilizar o uso de 
fundações diretas, como a substituição do solo, que consiste em remover a camada de solo 
colapsível substituindo-a e fazendo a compactação do novo solo atingindo um grau de 
compactação entre 95 e 100%. 
Os solos colapsíveis são, na maioria das vezes, um problema de difícil solução, pois 
em sua maioria ocorre uma saturação do solo onde há adensamento de água no subsolo. 
Muitas vezes o solo saturado não chega a ser verificado, pois as sondagens para obras de 
pequeno porte são quase inviáveis devido ao alto custo. 
Por outro lado, de uma maneira oposta podemos citar os Solos Expansíveis que são 
compostos por solos argilo-minerais cuja principal função é o inchaço de moléculas devido ao 
teor de umidade. Este tipo de solo expansível tem um efeito negativo principalmente em 
fundações superficiais devido à expansibilidade, pois ocorre movimentação da estrutura 
surgindo desníveis, fissuras e trincas. 
 Para esses problemas são aplicados 3 tipos de soluções: 
1°- Isolamento da estrutura em contato com material expansivo; 
2°- Reforço da estrutura para inibir sua movimentação em contato com o solo; 
 
6Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
7MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 
2ª Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
 
 
5 
 
3°- Eliminação de solos expansivos. 
Estes procedimentos são feitos para sanar os problemas, mas na maioria das vezes são 
falhas as tentativas; nos tempos atuais estão surgindo alguns métodos como o preenchimento 
de isopor a lateral das fundações a fim de minimizar o atrito entre solo e a estrutura. 
 
Figura 1: Recalque de prédio em Santa Catarina devido à movimentação de solos 
colapsíveis tipo argila aonde o SPT chega a ser nulo (Fonte: Milititsky, Consoli e 
Schnaid, 2015)8 
 
FUNDAÇÕES 
As fundações são os elementos estruturais que tem como função transmitir as cargas 
de uma estrutura para o terreno, sendo divididas em fundações diretas ou rasas e fundações 
indiretas ou profundas (AZEREDO, 1997)9. A fundação ideal para determinada obra será 
baseada através de estudos do solo proporcionados pelas sondagens. 
 
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS 
 
“Define-se fundação direta ou rasa aquela em que as cargas da edificação 
(superestrutura) são transmitidas ao solo logo nas primeiras camadas”. (REBELLO, 2008, 
p.41)10 
As fundações superficiais ou diretas ocorrem com maior frequência em obras de 
pequeno porte, onde as tensões no solo tendem a ser menores, consequentemente, elas não 
receberão tanto esforço devido ao peso da estrutura. 
 Segundo a NBR 6122 (2010, p.02)11 as fundações superficiais são elementos que a 
carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões que são distribuídas sob a 
 
8 MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª Edição. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
9AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 1997. 
10REBELLO, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
11 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122. Projeto e execução de fundações. Rio de 
Janeiro, 2010 
 
6 
 
base da fundação. Dentre os tipos de fundações superficiais incluem-se as sapatas, os blocos, 
os radier, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas. 
 A fundação superficial ou direta tem custo economicamente viável em se tratando de 
obras de pequeno porte. Para determinar este tipo de fundação devem ser realizados ensaios 
de SPT, cuja norma estabelece que, para adotar este tipo de fundação, o número de golpes 
deve ser superior a 8, e a profundidade inferior a dois metros. Apesar de ser uma fundação 
superficial, podemos adotar vários métodos construtivos como: sapatas isoladas, sapatas de 
divisa, vigas alavancas entre dois blocos ou divisa, radies e sapatas corridas. 
 
FUNDAÇÕES PROFUNDAS 
 
Segundo a NBR 6122 (2010, p.02)12 fundações profundas são elementos que através 
da sua superfície latera ou pela base ou pela combinação da duas, transmitem a carga ao 
terreno, devendo sua base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor 
dimensão em planta e no mínimo 3,0 m. Dentre os tipos de fundações profundas incluem-se 
as estacas e tubulões. 
As fundaçõesprofundas são, obviamente, utilizadas quando a fundação direta não for 
a mais bem indicada, com base em resultados de sondagem maior ou igual a 8 estiver em uma 
profundidade superior a 02 metros. A transmissão de esforços da fundação profunda se dá 
através do seu corpo, transmitindo a carga da superestrutura usando o atrito entre ela e o solo 
e a resistência na sua ponta. (REBELLO, 2008)13 
Na maioria das vezes em que se trata de fundação profunda, já se estima alguns 
aspectos logo de cara, como: local da obra com terreno não compacto, obras de grande porte, 
locais com caixa de elevadores, entre outros. 
Neste caso deve se ter alguns cuidados primordiais para não gerar recalques e 
problemas com a estrutura, como uma boa sondagem do solo, uma análise de local a ser 
construído, acompanhamentos de armação se está sendo realizado de forma correta, os 
cobrimentos mínimos de armadura, limpeza de cabeça de estacas e FCK correto com a norma 
de projeto. 
As fundações profundas requerem ainda uma atenção especial devido aos cortes do 
terreno e perfuração com máquinas; pois devem ser analisadas construções vizinhas para não 
as afetar, e prever se onde será efetuado o corte da fundação têm como o maquinário chegar 
ao local. Para as fundações profundas a base de FCK adotado varia de 25 a 30 MPA. 
Segundo Biarrez (1974 apud MILITITSKY; JARBAS; CONSOLI, 2015 p.94)14, 
considerando os detalhes e cuidados construtivos e sua possível repercussão no sucesso ou 
fracasso de desempenho do elemento construído, pode ser comparada à culinária, onde um 
pequeno detalhe esquecido ou mal executado pode resultar em fracasso total. 
 
 
 
12 Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122. Projeto e execução de fundações. Rio de 
Janeiro, 2010 
13 Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
14MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª 
Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p.Apud. 
 
7 
 
PATOLOGIAS NAS FUNDAÇÕES 
Uma fundação bem dimensionada será aquela que apresentar conveniente fator de 
segurança prevendo as patologias que poderiam ocorrer como rupturas e apenas recalques 
admissíveis previstos em projeto que não irão prejudicar a obra. 
Segundo Milititsky, Consoli e Schnaid (2015)15, os maiores responsáveis pelos 
problemas de comportamento das fundações são as falhas de execução, o sucesso na 
concepção e construção de uma fundação não dependera somente das condições de subsolo, 
de calculo e projetos adequados, mas também de especificações precisas e detalhamento dos 
materiais e procedimentos assim como acompanhamento supervisionado e controle 
construtivo rigoroso. No quadro a seguir temos os problemas típicos de fundações: 
Quadro1: Problemas típicos decorrentes de ausência de investigação para os diferentes tipos 
de fundação 
Tipo de fundação Problemas típicos decorrentes 
Fundação 
diretas 
Tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do 
solo, resultando em recalques inadmissíveis ou ruptura. 
Fundações em solo/aterros heterogêneos, provocando recalques diferenciais. 
Fundações apoiadas em matérias de comportamento muito diferente, sem 
junta, ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais. 
Fundações apoiadas em crosta dura sobre solo moles, sem análise de 
recalques ocasionado a ruptura ou grandes deslocamentos da fundação. 
Fundações profundas Estacas de tipo inadequado ao subsolo, resultando em mau comportamento. 
Geometria inadequada, comprimento ou diâmetro inferiores aos necessários. 
Estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques 
incompatíveis com a obra. 
Ocorrência de atrito negativo não previsto reduzindo a carga admissível 
nominal adotada para a estaca. 
Fonte: Milititsky (2015, p.29)16 
 
 
RECALQUE EM FUNDAÇÕES 
 
 Recalque das fundações denomina-se como deformação que ocorre no solo quando 
submetido a determinada carga, provocando movimentação nas fundações e dependendo da 
intensidade destas movimentações, poderá resultar em sérios danos a estrutura. (REBELLO, 
2008).17 
Sobre os efeitos que os recalques em fundações causam nas estruturas, podemos 
classificá-los em três tipos: os danos visuais ou estéticos, que são aqueles que não apresentam 
riscos de qualquer natureza para a estrutura, danos que comprometem o uso e a 
 
15 MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª Edição. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
16Ibid. 
17Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
 
8 
 
funcionalidade da construção e, finalmente, danos estruturais pondo em risco a segurança dos 
usuários (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, 2015).18 
Segundo Rebello (2008)19, os recalques naturais que podem ocorrer por conta de deformações 
do solo podem ser classificados em três tipos: 
 Recalque elástica sendo aquele que ocorre imediatamente após uma aplicação de carga 
sendo maiores em solos não coesivos. 
 Recalque por escoamento lateral acontecendo com maior frequência em solos não 
coesivos, é aquele em que o ocorre uma migração do solo de regiões com maior 
solicitação para a de menor solicitação ocorrendo do centro para a lateral. 
 Recalque por adensamento que é a diminuição no volume aparente do solo, quando 
submetido, devido a redução dos vazios deixado pela água intersticial expulsa pela 
pressão. 
De acordo com Rebello (2008)20 existe ainda outras formas que levam a recalques das 
fundações, estas são provocadas por ações externas. São os seguintes tipos de recalques: 
 Recalques por rebaixamento de lençol freático, que ocorre quando há a necessidade de 
rebaixamento do lençol freático do solo por bombeamento da água existente em seu 
interior, que devido a mudança de pressões, as fundações de sapata podem sofrer 
afundamento e nas estacas com o aumento de cargas pode sofrer rompimento pelo 
atrito solo-estaca, 
 Recalque devido a solos colapsíveis que são ocasionados devido a solos com grande 
porosidade formados por areais ou por argilas, estes apresentem suas partículas unidas 
por uma espécie de cimentação que ao entrar em contato com a água, tem a ligação 
rompida entre suas partículas podendo ocasionar em recalques bastantes drásticos e 
perigosos. 
 Recalques por escavações próximas a fundação tendendo a desestabilizar o maciço já 
que o solo irá ter a tendência de migrar para a região escavada provocando o recalque. 
 
O recalque por si próprio pode não resultar em danos as edificações quando forem 
uniformes em todos os pontos da fundação, neste caso, ocorrera apenas o afundamento do 
nível térreo causando problemas de uso, mas não estruturais. Quando ocorrem recalques 
diferenciais, ou seja, com intensidades diferentes de um apoio para o outro, dependendo da 
intensidade pode provocar danos a edificação podendo levar a estrutura a ruína parcial ou 
total. (REBELLO, 2008)21 
De acordo com Rebello (2008),22os primeiros indícios que está ocorrendo um recalque 
diferencial começam a aparecer nas alvenarias de vedação, que são mais frágeis do que a 
estrutura portante. Devido as forças cortantes, ocorre a ruptura da alvenaria por ângulo de 
aproximadamente 45º, sendo a direção que se dá a ruptura, o lado de maior recalque. 
 
 
18MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª Edição. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
19 Rebello, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução e 
dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
20Ibid. 
21Ibid. 
22Ibid. 
 
9DEGRADAÇÃO DO CONCRETO 
Em relação a vida útil do concreto “A durabilidade do concreto de cimento Portland é 
definida como a sua capacidade de resistir à ação das intempéries, ataques químicos ou 
quaisquer outros processos de deterioração”. (MILISTITSKY; JARBAS; CONSOLI, 2015 
p.210)23 
O processo de degradação do concreto pode ocorrer física ou quimicamente. Desse 
modo, existe a necessidade do controle da qualidade e o acompanhamento do concreto que 
será usado nas fundações, utilizando traços e slump corretos de acordo com o definido em 
projeto. Como o concreto é um solido poroso, seu principal agente causador de agressões 
seria a água, a qual além de causar algumas patologias mediante a porosidade contida no 
concreto, também pode servir como veículo de transporte para algumas substâncias ainda 
mais agressivas, causando patologias mais acentuadas em menos tempo. 
Para uma adequada prevenção de patologias no concreto pode-se diminuir a relação 
água/cimento de modo que resulte em menor porosidade e permeabilidade, servindo como 
primeira defesa contra agentes agressivos. Outro processo que deve receber grande atenção é 
o momento da cura do concreto, um tempo maior de impedimento da evaporação da água, 
evita que ocorram fissuras. 
 Algumas reações de origem expansivas podem causar deterioração das estruturas de 
concreto, portanto, a verificação dos agregados usados na composição do concreto é de 
grande importância para que se evite a reação conhecida como álcali-agregado, que a longo 
prazo pode comprometer a estrutura. 
Um tratamento ao qual é submetido o local da degradação é a injeção de graute. O 
processo é realizado com a injeção sobre as trincas e o concreto deteriorado, onde este tipo de 
argamassa fixa e torna-se uma peça só novamente. 
Outro tipo de solução para degradação não muito conhecida ébio-concreto, ainda não muito 
utilizado em mercado. Ele tem função de regeneração, é composto por bactérias, que, quando 
em exposição entram em contato com à água, começam a reconstituir fechando trincas com 
espessuras de até 8 mm. O reparo é realizado no máximo em três semanas, sem que, se 
precise de profissionais para executar seu reparo. 
REFORÇOS UTILIZANDO ESTACA MEGA 
Abordando sobre algumas soluções estruturais para reforço de fundações, será 
discutida a utilização de estacas mega, abordando seu processo executivo, viabilidade e 
eficiência na solução de patologias estruturais. 
Sobre o processo executivo deste método de reforço e sua viabilidade, “Estacas 
“Mega“ que, pelo fato de serem introduzidas no terreno por uma bomba hidráulica, não 
induzem vibrações, o que reduz os riscos de instabilidade que possam existir devido à 
precariedade das fundações defeituosas”. (DONADON, 2009, p.53)24 
 
23MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 2ª 
Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
24DONADON, Emanuelle F. Comportamento de estacas “Mega” de concreto, implantadas em 
solos calapsível. Disponível em: 
<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258206/1/Donadon_EmanuelleFazendeiro_M.pdf>
. Acesso em: 15 set. 2018. 
 
10 
 
Estas estacas são segmentos de concreto, geralmente moldadas em tubos de PVC, 
podendo ter seção circular ou quadrada, podendo ser armada ou simples, com comprimento 
de 0,5 a 1,0 m de diâmetro; de 0,2 a 0,25 m, cravadas por um macaco hidráulico que reage 
com a própria fundação da estrutura. 
Devido à facilidade de execução, a estaca mega é utilizada na maioria dos casos de 
reforço de fundação causados por recalques diferenciais na estrutura. Torna-se muito viável 
pela não-produção de vibrações, o que evita as possíveis instabilidades da fundação já 
existentes durante o processo; e pela possibilidade de execução em pequenos espaços e de 
difícil acesso. Este tipo de estaca não tem como fator limitante a profundidade de cravação, 
pois isto dependerá da profundidade em que a relação solo-estrutura se estabilize, apoiando a 
estaca na profundidade correta para a carga da estrutura. 
Seu processo executivo consiste em abrir uma vala que possibilite que o cilindro 
hidráulico e os segmentos de estacas sejam posicionados por uma pessoa. As estacas são 
cravadas sobrepostas no solo pelo cilindro hidráulico utilizando o próprio peso da estrutura 
para cravação. Desta forma, assim que se alcança um equilíbrio de forças entre o solo e a 
estrutura, pode-se interromper a cravação de novas estacas e fazer a consolidação do ponto 
locando um bloco, duas estacas e uma viga pré-moldada entre a última estaca cravada e a 
estrutura do edifício. 
 
 
Figura 2: Consolidação com viga pré-moldada de concreto (Fonte: Donadon, 2009)25 
REFORÇO UTILIZANDO MICRO-ESTACAS 
De acordo com os diversos problemas associados às fundações, sua manifestação 
ocorre com assentamentos causando diversos tipos de danos estruturais e funcionais. 
Mediante as patologias apresentadas, será adotada a utilização de micro-estacas para reforços 
das fundações, procurando nivelar a estrutura danificada para a realização do reparo. 
Para o autor, 
Visto que muitas das vezes as obras relativas ao reforço de fundações apresentam 
espaços de difícil acesso e em locais com edifícios adjacentes, o recurso a micro-
 
25 DONADON, Emanuelle F. Comportamento de estacas “Mega” de concreto, implantadas em 
solos calapsível. Disponível em: 
<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258206/1/Donadon_EmanuelleFazendeiro_M.pdf>
. Acesso em: 15 set. 2018 
 
11 
 
estacas torna-se numa boa opção, não só devido aos aparelhos mecânicos utilizados, 
cujas dimensões são adequadas para os trabalhos a realizar. (NEVES, 2010, p.23)26 
 
 Em diversos casos ocorrem falhas nos estudos de solos. Não sendo determinada 
corretamente a resistência da relação solo-estrutura, haverá grande deformação na estrutura 
sendo necessário implementar o recalcamento da fundação, levando as cargas da estrutura 
para camadas mais profundas utilizando como solução a micro-estaca. 
As micro-estacas estão sendo bastante utilizadas para reforços e recalçamentos de 
fundações para controle de assentamentos, devido ao fato de o diâmetro dos furos serem 
reduzidos e à possibilidade de execução das furações em lugares de difícil acesso. Além disso, 
podem ser executados furos inclinados a fim de conter tensões horizontais. 
Elas podem ser executadas através de furação direta nas sapatas existentes, sendo um 
aspecto muito importante neste tipo de furação, a ligação destes elementos à estrutura, que 
será responsável por transferir a carga para o solo. Existem diversos tipos de ligações entre as 
micro-estacas e a estrutura dependendo de alguns fatores como: tipo de solicitação e tipo de 
armaduras utilizadas. 
De acordo com Pereira (2012, p. 40) 27, 
No caso de ligações a fundações de betão armado de estruturas 
novas recorre-se, normalmente, á utilização de dispositivos especiais na 
cabeça da micro-estaca (chapas de ancoragem). No caso de ligações a 
fundações de betão armado existentes recorre-se, normalmente, a uma 
amarração direta da armadura, através da selagem desta com calda de 
cimento num furo previamente executado 
 
 
São necessárias algumas verificações de segurança durante a perfuração da fundação 
existente para reforço, pois haverá o seccionamento da armadura da sapata reduzindo sua 
resistência estrutural e também devido às vibrações induzidas durante o processo. Deste 
modo, é necessária a realização de pré-cargas. 
Sua execução após a furação consiste na introdução da armadura de aço e 
posteriormente na injeção de argamassa sob forte pressão, o que garante a boa qualidade e 
resistência da estaca. Depois de injetado o concreto, acontece à consolidação da estaca com a 
estrutura existente para que haja a passagem de cargas da estrutura. 
 
26NEVES, Manuel J. N.Técnicas de recalcamento e reforço de fundações. Disponível em: 
<https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395142103007/Tese%2056426.pdf>. Acesso em: 19 
set. 2018 
27PEREIRA, João P. V. V. Reforço de fundações com micro-estacas. Disponível em: 
<https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21469/3/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20Douto
ramento_Jo%C3%A3o%20Veludo%20Pereira.pdf>. Acesso em: 04dez. 2018 
 
12 
 
 
Figura 3: Exemplo de ligações micro-estaca / fundações de betão armado 
(Fonte: Pereira, 2012) 28 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
No caso estudado de patologia de fundações sobre aterro, foi analisada uma chácara 
construída sobre corte e aterro, onde devido ao aterro mal compactado e falho sistema de 
drenagem gerou recalque na fundação, causando deslocamento parcial de terra, gerando 
rachaduras como pode ser observado na Figura 4 abaixo. Foi determinado um recalque 
excessivo e rápido, ocorrendo deformações na estrutura e em suas paredes. 
 
Figura 4: Rachaduras causadas devido a recalque nas fundações (Fonte: Dos autores, 
2019). 
 
 
 
 
28PEREIRA, João P. V. V. Reforço de fundações com micro-estacas. Disponível em: 
<https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21469/3/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20Douto
ramento_Jo%C3%A3o%20Veludo%20Pereira.pdf>. Acesso em: 04dez. 2018 
 
13 
 
Parte da construção da obra se realizou sobre o aterro, assim sendo o aterro contido 
por um muro de arrimo com 5 metros de altura, tendo sistema de drenagem realizado de modo 
incorreto e com quantidade insuficiente de drenos, fazendo ter concentração de umidade no 
local conforme Figura 5. 
Figura 5: Muro de arrimo com excesso de humidade devido à falta de drenagem 
(Fonte: Dos autores, 2019). 
 
Em decorrência do recalque nas fundações, pode se observar no interior da residência 
um cômodo que apresentou maiores quantidades de rachaduras, caracterizando assim, que 
devido a diversas falhas de projeto e execução, houve um recalque diferencial entre as 
fundações conforme a Figura 6. 
 
 
Figura 6: Rachaduras no interior da residência (Fonte: Dos autores, 2019). 
 
Foi realizado análise da espessura das rachaduras utilizando uma régua translúcida 
conforme Figura 7. As réguas foram coladas na alvenaria com fita e anotação do dia, medindo 
espessura de cada fissura conforme Figura 08, desta forma, será possível fazer o 
 
14 
 
acompanhamento das fissuras, para que se verificasse o grau de gravidade da patologia e as 
necessidades de reparos. 
 
 
Figura 7: Análise de espessura de Rachaduras. 
 (Fonte: Dos autores, 2019). 
 
Figura 8: Anotação para acompanhamento de Rachadura (5 mm). 
(Fonte: Dos autores, 2019). 
 
15 
 
 
 
A casa em estudo não apresentava projetos; a região onde se encontra a obra é 
considerada solo argiloso, o número de SPT mínimo para cota de apoio neste solo segundo os 
parâmetros é de 11 a 19 golpes onde é determinada rija ou dura. Segundo o proprietário, as 
estacas feitas no local foram realizadas com 3,50 metros, sendo assim levantou-se a hipótese 
que a estaca não chegou ao solo ideal, pois o muro de arrimo tem 5,00 metros de altura, 
concluindo que a fundação foi dimensionada e executada incorretamente. Os principais 
fatores agravantes do problema foram causados devido à omissão de projeto, falta de 
sondagem do solo, falta de acompanhamento e falta de mão de obra qualificada. No local 
situado sobre o aterro, apresentavam rachaduras de 3 mm até 5 mm. Determinação de fissuras, 
trincas e rachaduras na Tabela 01. 
 
Tabela 01. determinação de anomalias conforme aberturas 
 
ANOMALIAS ABERTURA (mm) 
FISSURA ATÉ 0,5 
TRINCA DE 0,5 A 1,5 
RACHADURA 1,5 A 5,0 
FENDA 5,0 A 10,0 
BRECHA ACIMA DE 10,0 
 
 (Fonte: De Oliveira, 2012).29 
 
Os principais fatores que estão agravando os problemas foram citados abaixo: 
 
FALTA DE SONDAGEM DO SOLO: A região onde está realizada a obra é 
determinada argilosa, mas devido à falta da sondagem (SPT), fez com que o bloco de 
fundação e as estacas, fossem feitas sem as dimensões corretas e apoiadas fora da cota ideal, 
causando recalque diferencial, fazendo ocorrer a patologia na fundação. 
UMIDADE: No caso onde houve recalque, pode-se notar a falta de drenagem das 
águas pluviais, onde os drenos colocados no muro de arrimo estão todos entupidos fazendo 
com que todo muro umedeça e abaixe o solo de aterro. 
DRENAGEM: A drenagem feita foi inadequada, pois os drenos foram feitos distantes 
das caídas de água do telhado, não havendo calhas de captação; assim água despeja sobre 
aterro, fazendo com que gerem umidade. A proposta feita foi fazer meio corte do aterro, 
plantar grama e limpar os drenos, fazendo com que ocorra a drenagem correta, sem acúmulo 
de água perto da fundação. 
 
29 DE OLIVEIRA, Alexandre Magno. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por 
recalque de diferencial de fundações. 2012. 
 
16 
 
ATERRO MAL COMPACTADO: O aterro foi feito de modo incorreto, pois ocorreu à falta 
de compactação e drenagem, devido a isso gerou coeficientes de vazios, assim preenchidos 
com água devido ao período chuvoso quando executado, com o tempo o solo expulsou os 
vazios onde ocorreu recalque afetando a fundação. Ainda foi analisado junto ao orientar que 
está ocorrendo deslocamento de aterro horizontal como na Figura 10, impossibilitando fazer o 
reparo, se não removido o aterro. 
 
 
Figura 10- Rachadura devido a deslocamento horizontal do aterro 
 (Fonte: Dos autores, 2019). 
 
Devido ao recalque e aos problemas citados acima, foi apresentada uma possível 
proposta de solução ao proprietário, a realização da estaca mega, primeiramente refazendo o 
muro de arrimo, o conserto do aterro e a drenagem. Foi indicado um engenheiro experiente no 
assunto para execução do reparo das patologias. 
O proprietário recusou a realização do reparo devido ao custo elevado, ainda foi 
apresentada outra possibilidade afim de retardar o recalque. Foi proposto fazer calhas e caixas 
de captação de águas pluviais, cortes no aterro perto do muro de arrimo, plantação de grama e 
limpeza de drenos; a fim de amenizar o problema da umidade até se realizar o reparo da 
patologia. 
 
CONCLUSÃO 
 
O estudo realizado propôs uma visão dos riscos que as pessoas podem estar sujeitas 
quando negligenciados análises de solo, projetos, bom acompanhamento e execução da obra. 
Muitas vezes reparar uma patologia pode custar um percentual alto em relação do valor total 
da obra. Concluiu-se que o custo é alto para tratar de uma patologia e que se tivesse realizada 
de forma correta evitaria gastos desnecessários e perturbações ao proprietário. 
O caso foi analisado junto ao orientador, promovendo ao proprietário a solução de 
fazer a estaca mega, conserto de aterro e drenagem, para estabilizar o recalque, onde o caso é 
delicado e tem que ser realizado com urgência. 
 
17 
 
 Por fim concluiu que o problema estudado está em processo acelerado e colocando 
em risco a vida de pessoas, foi orientado o proprietário a fazer o reparo da patologia o mais 
rápido possível ou se não tiver condições de realizar que desocupe o local e deixe de utilizar, 
pois a obra está sujeita em entrar em colapso a qualquer momento. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Venho por este trabalho agradecer primeiramente a Deus por nos proporcionar saúde e 
força para superar as dificuldades. 
 A universidade São Francisco (USF), que nos proporcionou a seguinte pesquisa 
apresentada acima; dando-nos oportunidade de realizar o curso de engenharia civil. 
Agradeço aos docentes e professores que nos forneceram materiais de apoio para o 
trabalho acadêmico apresentado, de patologia das fundações, nos concedendo métodos 
específicos para análise de cada caso. 
Ao orientador Ricardo Simões que nos proporcionou seus conhecimentos e nos 
norteou como realizar o método correto de soluções do trabalho realizado. 
A todos queconfiaram em minha competência para realização deste curso entre pais e 
amigos. 
 
REFERÊNCIAS 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122. Projeto e execução de fundações. 
Rio de Janeiro, 2010 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6484. Solo - Sondagens de simples 
reconhecimento com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1995. 
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgar Blucher Ltda, 
1997. 188p 
DE OLIVEIRA, Alexandre Magno. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por recalque 
de diferencial de fundações. 2012. 
DONADON, Emanuelle F. Comportamento de estacas “Mega” de concreto, implantadas 
em solos calapsível. Disponível em: 
<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258206/1/Donadon_EmanuelleFazendeiro
_M.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018 
MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo C; SCHNAID, Fernando. Patologia das Fundações – 
2ª Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p. 
NEVES, Manuel J. N. Técnicas de recalcamento e reforço de fundações. Disponível em: 
<https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395142103007/Tese%2056426.pdf>. Acesso 
em: 19 set. 2018 
PEREIRA, João P. V. V. Reforço de fundações com micro-estacas. Disponível em: 
<https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21469/3/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%
20Doutoramento_Jo%C3%A3o%20Veludo%20Pereira.pdf>. Acesso em: 04dez. 2018 
 
18 
 
REBELLO, Yopanan Conrado Pereira, 1949-Fundações: guia prático de projeto, execução 
e dimensionamento / Yopanan C. P. Rebello. -São Paulo: Zigurate Editora, 2008. 
WOLLE, Claudio Michael, 1993-O Ensino de Engenharia de Fundações na Escola Politécnica da 
USP. São Paulo: EDUSP, 1993.

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