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DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 CADERNO DE DIREITO DO TRABALHO II POR: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES . 1ª Avaliação (discursiva/tradicional) – 26/09/2022 . 2ªAvaliação (trabalho em grupo) - SISTEMA RETRIBUTIVO TRABALHISTA 1) Introdução: . Temática demasiadamente importante, principalmente para discriminação de valores: . OBS: parcelas de natureza salarial, incidem contribuição previdenciária (INSS). . OBS: parcelas de natureza indenizatória, não incidem contribuição previdenciária. – Assim, fazendo acordo anteriormente à sentença, é mais interessante para o advogado do reclamante colocar as verbas discriminadas total ou no máximo que conseguir, em forma de parcela indenizatória, para não se ter contribuição previdenciária incidindo. . OBS: acordo pós sentença (em face de execução, por exemplo), deve se observar proporcionalidade dos termos. . OBS: Julgamento do STF que derrubou súmula do TST (que era um entendimento consolidado há muito tempo), que tratava do pagamento de férias. – Em suma, férias devem ser pagas pelo menos 02 dias antes de um empregado sair de férias. O entendimento da súmula dizia, por exemplo, que caso o empregador não cumprisse esse prazo de 02 dias, ele teria que pagar em dobro esse valor (isso de pagamento em dobro está na CLT apenas em relação a não concessão de férias, que é de 12 meses a partir da aquisição do Direito). - https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf- derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo- tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no% 20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,- 14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20 na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias. . O ministro do STF Alexandre de Moraes disse que o tribunal trabalhista violou os princípios de legalidade e separação de Poderes, por aplicar uma punição prevista para uma situação que não pode ser considerada análoga. O entendimento do TST era o de que, ao não pagar as férias dentro do prazo legal, o empregador acaba impedindo o gozo pleno do descanso, o que seria o mesmo que não conceder as férias. Para Moraes, o TST não poderia impor ao empregador uma punição diferente da que já é estipulada pela legislação trabalhista nos casos de atraso do pagamento das férias, de multa à empresa. https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias https://www.gazetadopovo.com.br/economia/breves/stf-derruba-punicao-por-atraso-no-pagamento-de-ferias-criada-pelo-tst/#:~:text=STF%20derruba%20puni%C3%A7%C3%A3o%20por%20atraso%20no%20pagamento%20de%20f%C3%A9rias%20criada%20pelo%20TST,-14%2F08%2F2022&text=O%20Supremo%20Tribunal%20Federal%20(STF,atraso%20na%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20f%C3%A9rias DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 . Decisão extremamente retrógrado para o Direito do Trabalho. . OBS: existia um processo no STF para questionar a pejotização dos médicos (aqueles que na prática possuem todos requisitos da relação de emprego, mas recebem como PJ). O STF dizia que no caso de médicos eles podem ser PJ, desde que não se tenha principalmente a subordinação jurídica (isto é, eles teriam que fazer os próprios horários). Em verdade, este é mais um episódio de enfraquecimento dos direitos trabalhistas pelo STF (na medida em que reforça a pejotização), um entendimento totalmente restritivo em relação a competência material do Direito do Trabalho. . OBS: horas in itinere, isto é, trata-se daquela hora que o trabalhador gasta para ir ao trabalho quando este é situado em local de difícil acesso e sem possibilidade de deslocamento por transporte púbico (assim, a própria empresa é quem fornece/faz o processo). – Essas horas de transporte eram computadas como extra, se ultrapassassem as oito horas de trabalho normal. – ISSO FOI EXTINTO PELA REFORMA TRABALHISTA. A) Pagamento: . Pagamento é ato de fidúcia do empregado. . Na relação de emprego você presta o serviço e recebe, normalmente, depois dos 30 dias de labor em até 05 dias uteis. . Fala-se em expectativa porque o empregado, crendo em promessa retributiva futura, antecipa seu trabalho na esperança de conquistar, ao final de um período de espera, os meios que lhe garantam a subsistência própria e familiar. . Origem de salário advém de “sal”, que era a moeda de troca no passado do Império Romano. . O salário também é utilizado de maneira imprópria quando falamos, por exemplo, em “salário maternidade”, quando, em verdade, ele é um benefício previdenciário. – Utilizado erroneamente também em denominações como salário-família, salário de contribuição, salário de benefício, salário-educação etc. . Salário de contribuição = o que da remuneração trabalhista irá incidir a alíquota previdenciária. – NÃO NECESSARIAMENTE É SALÁRIO, MAS SIM UMA BASE DE CÁLCULO. B) Remuneração e salários – Distinções: . Salário: é o conjunto de parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em função do contrato de trabalho. Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. . Art. 76 CLT e Leis salário mínimo pós CRFB/88. . Gorjeta é salário? Não. Integra a remuneração da pessoa, mas não é salário. . Irão compor o 13° salário no final do ano. - De acordo com a média anual do que você recebe como gorjeta, precisa estar anotado, pois integra a remuneração. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 . OBS: GUELTAS - é uma forma indireta de remuneração, ainda que paga por terceiros não vinculados ao contrato de trabalho e resultam da atividade laboral desenvolvida junto à empregadora e, desta forma, teria natureza remuneratória, equiparando-se as gorjetas pagas em restaurantes, que também são pagas por terceiros. – CLT NÃO FALA DAS GUELTAS, MAS É UMA PARCELA EXISTENTE. . Remuneração – acepções: . 1ª Remuneração = Salário. . 2ª Remuneração – Gênero / Salário – Espécie. . 3ª art. 457, CLT: Remuneração= Salário + Gorjetas . GORJETAS - Súmula 354 TST – integra a remuneração, mas não integra base de cálculo para demais parcelas (Aviso-prévio, ad. Noturno, HE, RSR). . Art. 29, § 1º, CLT –anotação na carteira (estimativa). Integram salário- contribuição – fins previdenciários. § 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. . Lei n. 8.036/90 – FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): gorjeta integra a base de cálculo. . Lei 4.090/62 e 4.749/65 – gorjeta compõe a remuneração para efeitos de cálculo do 13º salário. . Vertente do art. 76 e 457, CLT: regra geral – somente terá natureza salarial/remuneratória, parcelas retributivas habituais devidas e pagas diretamente pelo empregador ao empregado. - Exceção: aceita-se que a média das gorjetas habitualmente recebidas integre-se ao salário contratual obreiro para todos os fins (exceto salário- mínimo). . Súmula 354 do TST: Súmula nº 354 do TST GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. . Empregador não pode contar com as gorjetas para falar que o empregado recebe salário mínimo. Art. 76, CLT - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 . Quem recebe somente por remuneração em comissão, no mês que não atingir o salário- mínimo, o empregador deverá completar até chegar ao supracitado valor (R$1212,00). C) Parcelas oriundas do Trabalho: . Parcelas de natureza trabalhista e remuneratórias. . Inclui as parcelas retributivas do dispêndio de energia laboral (do trabalho prestado), pagas diretamente pelo empregador (salário-base e complementos salariais) ou por terceiros (gorjetas e gueltas). . Parcelas de natureza trabalhista e não remuneratórias. . Verbas que não têm a finalidade de retribuir o trabalho, mas apenas o propósito de indenizar prejuízos perpetrados pelo empregador e de ressarcir gastos com a execução de serviços. . Exemplo: de natureza indenizatória ou parcelas de recompor o salário (o exemplo de reembolso das diárias de viagens de trabalho). . A lei pode entender por intitular uma verba como não remuneratória. . Parcelas de natureza não trabalhista conexas ao contrato de emprego. . Parcelas não inseridas na legislação do trabalho. – Apesar de não trabalhistas, tais verbas têm origem no contrato de emprego. . Exemplo: direito de imagem (direito personalíssimo/indisponível, em que só é possível dispor do uso, e não do direito em si, devendo ser feito um contrato civil de cessão do uso de imagem, o qual estará conexo com o contrato de trabalho, apesar de com ele não se confundir). . Exemplo: stock option. - Conhecido como plano de Opção de Compra de Ações, traduzindo para o português, é uma forma da empresa ou startup fornecer aos seus colaboradores a opção de adquirir as ações do negócio a um valor pré-determinado passado um certo período de tempo. D) Parcelas de natureza remuneratória: . Salário-base – Vai sempre existir, pois é aquele valor que é pago por aquele conjunto de atribuições para as quais o empregado é contratado. . Complementos salariais – Podem ou não aparecer na remuneração, pois dependem de um fato gerador para surgirem como forma de pagamento. Isto é, por exemplo, se eu realizar horas extras, farei jus a tais, o que implica no referido complemento salarial (mas, quando não tenho horas extras, neste caso, não faço jus a esse complemento salarial). . Temos os complementos salarias impróprios, isto é, que não dependem de um fato gerador para existir, a exemplo do 13° salário (que é, pois, instituído por lei). . Suplementos salariais. – Gorjetas e gueltas. . Remuneração = salário base + complementos salariais + suplementos salariais. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 2) Salário-base: A) Definição: É a unidade básica de retribuição pelo trabalho acertado. Valor estipulado como retribuição pelos serviços que compõem o plexo mínimo de suas atividades. . Leva-se em consideração as relações entre oferta e demanda de serviços, a capacidade de pagamento do contratante e as qualidades pessoais do contratado. . Atividades que compõem cada cargo. B) Modalidades de aferição: . Unidade de tempo: . Aquele valor que será pago para estar disponível na empresa ou remotamente durante 08 horas diárias e 44 semanais (limites máximos previstos na CF, mas pode ser de outra forma, como por exemplo, contrato de 12hx36h etc.). . Aqui o trabalhador ganha (por hora, dia, semana, quinzena ou mês) simplesmente pelo fato de estar à disposição do empregador e, consequentemente, sob seu comando. . Carga horária semanal que não supere os limites máximos. . Admite-se por exceção o CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE, por força da Reforma trabalhista. - É uma maneira de formalização da prestação de serviço não contínua, no qual se alternam períodos de atividade e inatividade. . Unidade de produção: valor atribuído ao que ele produziu. – Retribuição é fixada na quantidade de energia efetivamente prestada, medida pela produção obtida. . Comissionista Puro x Comissionista Impuro (ou misto): . Comissionista Puro (só ganha o que produzir). – As comissões normalmente são calculadas na base de percentuais ou participações que variam conforme o serviço ou produto fabricado ou vendido. . Hora Extra – Súmula 340 do TST : tem direito apenas ao adicional (o pagamento de horas extras tradicional é feito pagando hora extra + adicional de 50%, mas se você for comissionista puro você só faz jus ao adicional de 50%). . Para atividades muito extenuantes, a exemplo do cortador de cana, fará jus ao pagamento de horas extras total, mesmo que não tenha controle de jornada com cartão de ponto. - OJ 235 SDI-I – exceção: atividades extenuantes – cortador de cana. . S. 27, TST – RSR - É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. – ESSES VALORES SÃO PAGOS SEPARADAMENTE. . Valor-Hora: Montante total do resultado da produção / número de horas efetivamente trabalhadas. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 . Comissionista Impuro: Salário-base é estipulado por unidade de tempo + comissões (complemento salarial). . Vai ter que cumprir as 08 horas diárias, então receberá horas extras normal. . Aqui ele trabalha pelo tempo, e pode ganhar pela produção. . Exemplo: gerente de banco que além de seu salário-base, estipulado por unidade de tempo mensal, recebe, como complemento salarial, comissões decorrentes da venda de produtos financeiros do empregador (título de capitalização, seguros ou promoção de investimentos). . Garantia do padrão salarial mínimo: art. 7, VII, CF/88 / art. 78 CLT. Lei n. 8.716/93. . Quem recebe por unidade de produção precisa ter garantida uma retribuição mínima em nome de seu mínimo existencial, a despeito dos resultados da atividade desenvolvida. Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantidaao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) . Cláusula stare del credere: não recebimento da comissão pelo vendedor quando o comprador não vier a promover a liquidação da dívida. . O comissário responderá solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente. . Art. 698, CC/02 – Essa cláusula está prevista neste artigo, sendo também parte integrante do sistema jurídico dos empregados vendedores (viajantes ou pracistas). . Vendedores Viajantes e pracistas (lei 3.207/57 – art. 5 e 7) - somente é possível mediante negociação coletiva. . É vedada pela lei 4.886/65 art. 43 aos representantes comerciais autônomos. . Unidade de tarefa: . Tempo + produção. . Exemplo: você tem que produzir um número x de sapatos num tempo y. . SUM-149, TST. TAREFEIRO. FÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - A remuneração das férias do tarefeiro deve ser calculada com base na média da produção do período aquisitivo, aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 . Art. 78 da CLT: Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. C) Pisos salariais: . Existência digna (art. 7°, IV e 170 CF/88): . Salário mínimo legal geral (CF): u SV 4 e 6 do STF, OJ 71 SDI-2. . O salário-base para um trabalho em regime de tempo integral (oito horas diárias e 44 horas semanais, em regra, salvo ajuste mais favorável) não pode ser inferior a um padrão mínimo fixado por lei para todo o território nacional. . OBS: as retribuições pelo exercício de atividades em sentido estrito (estágio, serviço voluntário, serviço militar) não estão vinculadas à outorga do salário-mínimo, simplesmente porque nessas hipóteses não se visa o sustento próprio do exercente familiar, mas sim outros propósitos. . Base de Cálculo do Adicional de Insalubridade – continua sendo o salário mínimo (Medida Cautelar em Reclamação n. 6.266-0 DF – suspensão da aplicação da súmula 228 TST. . Dimensão ética do salário-mínimo = satisfação das necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família. . Salário Mínimo refere-se ao total da remuneração (soma de todas as parcelas de natureza salarial recebidas pelo empregado diretamente do empregado) e não ao salário-base: OJ 272 SDI-I. . Dimensão proporcional do salário mínimo: deve-se aferir o mínimo na dimensão proporcional ao número de horas ou dias trabalhados. . Salário mínimo legal (federal) específico ou salário profissional: profissionais que gozam de estatuto próprio. OJ 358 SDI-I / OJ 393 SDI-I/ súm. 143 TST. . Trabalhador inserido em determinadas profissões beneficia-se de norma legal criadora de um salário-mínimo específico, maior do que o salário mínimo geral, intitulado SALÁRIO PROFISSIONAL. . É a retribuição mínima para profissionais que gozam de estatuto próprio. . Exemplo: técnicos em radiologia que fazem jus ao recebimento do salário profissional no importe básico de dois salários mínimos gerais. . Salário mínimo legal (estadual) específico ou piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho: (art. 7º, V, CF). Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 . Não confundir com o nacionalmente unificado (LC 103/2000). . Não abarcados por L. Federal, CCT ou ACT. . Não pode servir de indexação para outros contratos. – Exemplo: você não pode utilizar contratos fixando pagamento no valor de 02 salários mínimos (pois, ele aumenta). – SÚMULA VINCULANTE 4 DO STF. . Adicional de insalubridade foi criado com a base de cálculo do salário mínimo. – A depender do grau de insalubridade (mínimo, médio ou máximo) pode chegar até 40% do salário-mínimo. Depois de inúmeras discussões se o salário-mínimo deveria ou não ser usado como base de cálculo (inclusive a súmula 228, TST, a qual foi revogada), manteve- se o entendimento inicial, ou seja, o salário-mínimo é hoje a base de cálculo do adicional de insalubridade. . Periculosidade é sobre o salário base (e não sobre o salário mínimo). . OBS: OJ é uma Orientação Jurisprudencial. /// SDI é uma seção individualizada especializada dentro do TST. . Salário Mínimo Contratual Coletivo ou Piso Salarial: . Por norma coletiva elaborada por sindicato. – Tem força normativa, pois é uma fonte autônoma (regulamento advindo das próprias partes) do Direito do Trabalho. . OBS - pode ser previsto também em sentença normativa: quando os sindicatos não chegam a um denominador comum (dissídio coletivo/normativo), a situação é levada à Justiça do Trabalho para decidir o conflito, de forma que será fixado, em lugar dos litigantes, um padrão salarial mínimo intitulado SALÁRIO MÍNIMO NORMATIVO/SALÁRIO NORMATIVO. (art. 114, §2º, CF/ art. 766 CLT). . Exemplo – conselho de CLASSE: engenheiros tem um piso de x mil reais (mínimo da categoria daquele profissional especializado). - Limite mínimo de remuneração em vista da complexidade das obrigações. . Salário mínimo contratual individual (contrato): . É fixado com base na autonomia privada de cada empregador. . Há empresas que estabelecem salários-mínimos mais vantajosos do que aqueles ditados por lei ou por contrato coletivo. . Plano de cargos e salários ou quadros de carreira. – Quando a empresa possui esse plano, ela vai dizer o que cada cargo executa de obrigações. – Delimitar quais são as obrigações, impedindo-se que eventualmente se tenham pessoas que exerçam o mesmo feixe de atribuições, com nomes de cargos distintos e remunerações distintas = pode gerar prejuízo para o empregador. . Crítica que se faz hoje as empresas que não inserem no rol de atribuições fazer vídeos no Tiktok e Instagram. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 . OBS: ninguém pode receber menos do que o salário-mínimo (valor atualizado todo os anos para todos estados brasileiros). . E se eu não trabalho 08 horas diárias e 44 semanais? Se trabalho menos que isso tenho que receber o salário-mínimo ou proporcional? Recebo proporcional com base no salário- mínimo. – EXCETO SERVIÇO PÚBLICO (mesmo trabalhando menos de 08 horas diárias/44 semanais, isto é, independentemente da quantidade de horas recebem o salário-mínimo). D) Teto salarial: . Serviço público: . Tem limite de remuneração. . OBS – discussão jurisprudencial a respeito de como ficaria a situação de empresa pública ou de economia mista. – O que ficou consignado na jurisprudência é que quando essas empresas recebem subsídios de algum ente federal para pagamento de despesas com o pessoal, vai se limitar o teto salarial. Se o recurso for destinado a outras coisas (que não o pagamento de pessoal), não limita o teto salarial. . OBS: Sociedade de economia mista e empresa pública e subsidiárias, quando recebem recursos da U, E, M, DF, para pagamento de despesas de pessoal (art. 37, §9º, CF/88/ OJ 339 SDI-I/TST – não contempla a exceção – E-EDRR-5249/2005/004-22-00.0). . Âmbito privado: . Não tem limite de remuneração. E) Formasde pagamento (art. 458, CLT): “Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (sic)” . Proporção (art. 82, CLT): . Dinheiro: mínimo de 30%. – Pagar pelo menos 30% do salário com espécie/dinheiro. – BUSCA CONSAGRAR O PEDIDO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, trazendo autonomia e arbítrio do próprio destino do empregador, ainda que em pega dimensão. . Prestação in natura: 70%. – Exemplo: vestuário, moradia, alimentação etc. Oj 18 SDC18. DESCONTOS AUTORIZADOS NO SALÁRIO PELO TRABALHADOR. LIMITAÇÃO MÁXIMA DE 70% DO SALÁRIO BASE. (inserida em 25.05.1998) Os descontos efetuados com base em cláusula de acordo firmado entre as partes não podem ser superiores a 70% do salário base percebido pelo empregado, pois deve-se assegurar um mínimo de salário em espécie ao trabalhador. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 . OBS – TRUCK SYSTEM: O termo é usado para definir o sistema em que o empregador promove o endividamento dos empregados por meio de compra de mercadorias comercializadas na empresa, muitas vezes a preços abusivos. – UMA DAS HIPÓTESES DE TRABALHO EM CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO (PESSOA AQUI TRABALHA PARA COMER/SOBREVIVER). . Salário in espécie ou salário em efetivo: dinheiro, moeda corrente. Forma preferencial e naturalmente exigível. . Salário in natura ou salário em utilidades: utilidades como alimentação, habitação, vestuário, etc. Não é a forma preferencial, mas pode ocorrer. . Necessita de ajuste contratual escrito, sob pena de caracterizar o NÃO pagamento. . Definição de utilidades salariais – “bens suscetíveis de apreciação econômica que poderiam ser adquiridos pelos empregados mediante os salários recebidos, mas que, por um ajuste com os empregadores são-lhes oferecidos como substituintes do dinheiro. . Destinação: para o trabalho ≠ pelo trabalho. . . Percentual máximo do salário em utilidades (art. 82, CLT): . 30% em dinheiro. . 70% em utilidades. . Art. 458 CLT – valores justos e razoáveis. Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 1º Os valôres atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) . §3º do art. 458, CLT: § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. . Habitação: 25%. . Alimentação: 20%. . OBS: empregados urbanos sobre o salário contratual. Empregados rurais percentuais invertidos (art, 9º, “a” e “b”. Da lei 5.889/73) sobre o salário mínimo. . Empregado rural pode ter descontado 20% habitação e alimentação 25%. – É o contrário da regra. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 . Habitação coletiva: o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de coocupantes. - VEDADA A UTILIZAÇÃO DA MESMA UNIDADE RESIDENCIAL POR MAIS DE UMA FAMÍLIA EM QUALQUER HIPÓTESE. . Habitação = salário utilidade -> gozar de liberdade e privacidade. ≠ alojamento funcional. . Somente poderá ser considerada salário in natura se efetivamente o EMPREGADO DISPÕE DE UM ESPAÇO A ELE RESERVADO, COM TODA A PRIVACIDADE DE UMA RESIDÊNCIA, PARA MORAR E RECEBER QUEM DESEJE. . Exemplo: se a empregada doméstica tem quarto na residência empregadora, mas não pode fazer “festa” em seu quarto, não pode levar seu namorado para dormir com ela, ou não pode restringir a entrada do empregador no quarto, tem-se que, em verdade, trata- se de ALOJAMENTO FUNCIONAL e não HABITAÇÃO. Logo, não poderia ser considerada salário in natura, de forma que se o valor fosse deduzido seria, pois, ILEGAL. . Bens insuscetíveis de servir como utilidades salariais: . Caput, Art. 458, CLT – bebidas alcoólicas e drogas nocivas. . Súmula 367 TST – II – cigarro. . Utilidades não salariais (§2° do art. 458, CLT): . Para o trabalho x pelo trabalho. . OBS: não têm natureza salarial os bens fornecidos pelo empregador ao empregado quando indispensáveis para a realização do trabalho, ainda que sejam destinados em algumas situações à vida particular do empregado. Exemplo disso podem ser os celulares e veículos oferecidos pelo empregador PARA o trabalho, e usados também com finalidade particular. . Não serão consideradas como salário as vantagens abaixo, tendo em vista que não têm como destinatário o empregado, mas sim o serviço (diz-se PARA o serviço, e não PELO serviço). – ART. 458, §2° da CLT. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 Lei 13.467/2017 – §5º no art. 458 da CLT: o valor relativo à assistência prestada por serviço médico, ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea “q” do §9º do art. 28 da lei 8.212/91. . Vale-cultura: . Vale de caráter pessoal e intransferível, válido em todo território nacional, fornecido pelos empregadores pessoas jurídicas optantes pelo Programa da Cultura do Trabalhador aos seus empregados com remuneração de até 05 salários-mínimos mensais. . R$ 50,00 reais mensais, insuscetível de reversão em pecúnia. . Não tem natureza salarial e nem se incorpora à remuneração para nenhum efeito. Não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do FGTS. Também não é rendimento tributável do trabalhador. . OBS: empregados com renda superior a 5 salários-mínimos podem receber, desde que se garanta o atendimento à totalidade dos empregados com remuneração de até 05 salários-mínimos. . Empresa Operadora (pessoa jurídica cadastrada no programa e autorizada a produzir e comercializar o vale). Usuário (o trabalhador com vínculo empregatício com a empresa beneficiária). Empresa beneficiária (pessoa jurídica optante pelo programa, e autorizada a distribuir o vale entre seus trabalhadores com vínculo empregatício, fazendo jus a incentivos fiscais). Empresa recebedora (pessoa jurídica habilitada pela empresa operadora para receber o vale cultura como forma de pagamento de serviço ou produto cultural). . OBS: o empregado com remuneração mensal de até 5 salários-mínimos poderá ter descontado o percentual máximo de 10% do valor do benefício; e os que recebem mais de 5 salários poderão ter descontado entre 20% a 90% do valor do benefício. . Alimentação: . Será considerada utilidade NÃO SALARIAL a alimentação na medida em que for outorgada como auxílio, em qualquer forma, ainda que com habitualidade, desde que não seja o pagamento em dinheiro. – LÓGICA VIGENTE A PARTIR DA REFORMA TRABALHISTA DE 2017. . A partir da l. 13.467/2017, §2ª do art. 457 da CLT. . Pode ou não estar segundo o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador – L. 6.321/76), desde quenão atribuído em dinheiro. . INAPLICABILIDADE da Súm. 241 TST que dizia que integraria a remuneração do trabalhador. . Antes da Reforma: Vale-Refeição pago por fora do PAT = Integrava o salário para os efeitos legais. – Exemplo: “quando um empregador ganhava salário-base de R$2.000,00 e, além disso, era destinatário de vales-alimentação contratuais correspondente a DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 R$1.000,00, o salário total desse trabalhador, somada a parte em espécie com a parte em utilidades de natureza salarial, eram consideradas para o cálculo das horas extraordinária, do FGTS, do 13° salário e das férias + 1/3. . Pós-Reforma: qualquer auxílio alimentação, desde que não concedido em dinheiro, não mais será integrável à remuneração. . Fringe Benefits/Employee Benetifs: conjunto de vantagens e compensações, normalmente extrassalariais, que são oferecidas aos empregados como uma forma de estimulá-los a melhor realizar seus serviços. . Assume a feição de utilidades não salariais, mas isso não isenta de tributos aqueles que oferecem ou o que recebem. E) Parcelas que completam o salário-base – COMPLEMENTOS SALARIAIS: . Além do salário-base, há também os complementos salariais, sendo estes, parcelas que irão complementar o salário e estão ligadas a circunstancias especiais, são os salários sob condição, que só haverá a necessidade desse pagamento se existir um fato gerador para que assim ele seja pago. . Por exemplo: adicional de periculosidade, noturno, insalubridade, etc. . Não fere o princípio da irredutibilidade, pois os complementos salariais surgem na remuneração em face de condições específicas. . OBS: complementos salariais PRÓPRIOS são aqueles que precisam de um fato gerador para incrementarem o salário-base. 3) Complementos salariais próprios – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: . Art. 7º, XXIII, CF e Arts. 189 a 192 da CLT: . Atividades que exponham o trabalhador a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância. . Limites de tolerância são estabelecidos pelo Ministério do Trabalho (art. 190 da CLT): . Grau Máximo: 40%. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 . Grau Médio: 20%. . Grau Mínimo: 10%. . Base de cálculo (Salário Mínimo): . Art. 192, parte final, da CLT, Súmula Vinculante nº 4, parte final, do STF e Suspensão da Súmula nº 228 TST. . Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. . Como ocorre com qualquer complemento salarial próprio, uma vez desaparecendo o fator gerador, o empregado não fará mais jus. . De acordo com a Súmula 139, o adicional de insalubridade integra o salário para todos os efeitos legais. . Trabalho a céu aberto: . OJ 173. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR. (Redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. . I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE). . II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE. . É se entender, desta nova redação, que a intenção foi a de esclarecer que a exposição ao sol, nas atividades a céu aberto, embora não gere o direito ao adicional de insalubridade, em relação à própria radiação solar, por falta de previsão legal, pode gerar o direito, caso tal exposição supere os limites de tolerância para o calor. . Trabalho com lixo: . Súmula nº 448 do TST. . ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do item II) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014. . I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 . II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano. . Apuração: perícia técnica por engenheiro ou médico especializado em segurança do trabalho. . Art. 195, § 2º, da CLT - Regulamentação pela NR 15 do MTE. . Impossibilidade de acúmulo com adicional de periculosidade: o que for mais vantajoso para o empregado => periculosidade ou insalubridade (CLT, 193, § 2º). . Informativo 206 do TST: . Incidente de Recursos de Revista Repetitivos. “Tema nº 0017 – Cumulação de adicionais de periculosidade e de insalubridade amparados em fatos geradores distintos e autônomos.” A SBDI-I, em sua composição plena, por maioria, definiu a seguinte tese jurídica para o Tema Repetitivo nº 0017 – CUMULAÇÃO DE ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE E DE INSALUBRIDADE AMPARADOS EM FATOS GERADORES DISTINTOS E AUTÔNOMOS: o art. 193, § 2º, da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal e veda a cumulação dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, ainda que decorrentes de fatos geradores distintos e autônomos. Vencidos os Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, relator, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann, Cláudio Mascarenhas Brandão e Lelio Bentes Corrêa. TSTIRR-239-55.2011.5.02.0319, SBDI-I, rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, red. p/ acórdão Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 26.9.2019. 4) Complementos salariais próprios – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE: . Atividades que implicam risco acentuado em virtude de exposição permanente a inflamáveis, explosivos, energia elétrica, roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (L. 12.740/2012), trabalho em motocicletas (L. 12.997/2014) e radiação ionizante/substância radioativa (OJ 345 SDI-I). . Acréscimo pago em favor de quem realiza atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho. . Desaparecendo o fator causador da periculosidade = desaparecerá o correspondente adicional. . Lei 11.901/2009 – art. 6º, III: Bombeiro Civil. . Inerente a profissão. Art. 6º É assegurado ao Bombeiro Civil: DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 16 III - adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do salário mensal sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa; . 30% sobre o salário-base. – NÃO TEM GRAU, É SEMPRE 30% SOBRE O SALÁRIO-BASE. . Súmula 132 do TST: SÚMULA Nº 132 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horasextras II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas. . É integrado à remuneração para o cálculo de férias, 13º salário, gratificações habituais, FGTS e verbas resilitórias e horas extras. . Em sobreaviso o empregado não está em seu posto de trabalho = logo, não terá direito à incidência do adicional de periculosidade sobre as horas de expectativa por eventual convocação. – MAS, SE ELE FOR CONVOCADO EM PERÍODO DE SOBREAVISO PARA EFETIVA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, PASSARÁ ENTÃO A FAZER JUS AO RECEBIMENTO DO ADICIONAL. . OJ-SDI1-385 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010). É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical. . Se a quantidade de explosivos estiver dentro do estabelecido nas NR’s, não há dever de pagamento de adicional por periculosidade. . A questão do pagamento espontâneo: . Súmula nº 453 do TST ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195 DA CLT. (Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 406 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas. . Súmula nº 191: DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 . ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO (cancelada a parte final da antiga redação e inseridos os itens II e III) - Res. 214/2016, DEJT divulgado em 30.11.2016 e 01 e 02.12.2016 . I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. . II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. . III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT. . Exposição permanente x intermitente x eventual (Súmula n. 364 do TST): . ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. . I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003). . II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, da CLT). . A eliminação do perigo (art. 194 da CLT): . Eliminado o perigo = elimina-se o pagamento. 5) Complementos salariais próprios – ADICIONAL DE HORAS EXTRAORIDNÁRIAS: . Art. 7º, XVI, CF/88. . Acréscimo salarial pago sempre que são extrapolados os limites de duração do trabalho normal. . Min. 50% sobre a hora normal. - NÃO PODERÁ SER MENOR QUE ISSO NUNCA, NEM MESMO EM FUNÇÃO DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. . Pode ser maior o percentual por lei específica ou por contrato, individual ou coletivo. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 18 . Base de cálculo = salário-base + adicional (por tempo de serviço, insalubridade, ou periculosidade e horas noturnas). *caso estes complementos sejam devidos. . Súmula 354 do TST: GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. . Não incide sobre parcelas atribuídas por terceiros com quem o empregador mantém relação mercantil, tal qual no caso das gorjetas e gueltas. . Exceção – HE Portuários (OJ 60, II, SDI-I/TST) - 60. PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS EXTRAS. (LEI Nº 4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º) II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores portuários, observar-se-á somente o salário básico percebido, excluídos os adicionais de risco e produtividade. . Também compõem a base de cálculo de outras verbas (pagas pelo empregador - ver súm. 354, TST): quando habituais – a média das HE – integram o salário-base para efeito de cálculos das demais verbas (RSR, férias, 13º, etc). 6) Complementos salariais próprios – ADICIONAL DE HORAS NOTURNAS: . Art. 7º, IX, CF/88. . Min. 20% (urbanos – art. 73, caput, CLT) – hora ficta 52’30 – Das 22h às 5h. . Min. 25% (Rurais – parágrafo único do art. 7º, L. 5.889/73) – Das 21h às 5h (lavoura) – Das 20h às 04h (pecuária). . Súm. 265 TST – a transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. . OJ 259 SDI-I - O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as condições de risco. . Súm. 60, I, TST - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. – DO MESMO MODO QUE AS HORAS EXTRAS. . OBS: HORA FICTA em ambiente urbano = uma hora não tem 60 minutos, mas sim 52 minutos e 30 segundos. 7) Complementos salariais próprios – ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA: . “Constitui acréscimo devido ao empregado provisoriamente transferido do local onde originariamente foi contratado. ” DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 . Arts. 469 e 470, CLT. Art.469, CLT – a transferência que acarretar, NECESSARIAMENTE, a mudança de domicílio. Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador. . Min. 25% sobre os salários que o empregado recebia na localidade originária. . OJ 113 SDI-I - Adicional de transferência. Cargo de confiança ou previsão contratual de transferência. Devido. Desde que a transferência seja provisória. . O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a circunstância existir previsão de transferência no próprio contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional de transferência. – EM CASO DE CESSAR-SE A TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA (com o retorno do empregado ao local onde ordinariamente foi contratado) ou TRANSFORMANDO-SE EM PERMANENTE A TRANSFERÊNCIA, DESAPARECE O CORRESPONDENTEADICIONAL. 8) Complementos salariais próprios - Gratificações: . Ideia de contentamento, reconhecimento patronal. . SÓ INTEGRA O SALÁRIO QUANDO PREVISTA EM LEI. . §1º do Art. 457, CLT Status de Complemento Salarial = a gratificação precisa ser legal para integrar o salário. . Gratificação ≠ Prêmio – estimular uma conduta positiva, servir de exemplo, decorrem de qualidades individuais. Gratificações decorrem de comportamentos praticados no passado e que irradiam efeitos no presente, em regra ter caráter coletivo. A) Gratificação pelo exercício da função de confiança: . Recompensa oferecida pelo empregador a empregado investido no exercício de função qualificada como de confiança (direção, gerência, fiscalização, chefia ou equivalentes). . Não necessariamente terá critérios objetivos, pois exige o critério de fidúcia/confiança (que é algo muito pessoal). . Não há controle de jornada, logo não há possibilidade de pagamento de verbas de adicional noturno, horas extras etc. . Acréscimo de responsabilidades. - Intenção do empregador de compensação pelo acréscimo subjetivo de responsabilidades. . Desaparecendo a confiança, desaparece a correspondente gratificação, revertendo o empregado a seu cargo originário. . Art. 62, II e parágrafo único, CLT. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 20 . Remuneração (salário-base + gratificação de função, se houver) for 40% superior à remuneração dos demais empregados. . Ex: Gerente – R$ 3.000,00 e Demais funcionários – R$ 1.500,00. . Dimensão mínima é 40% sobre o salário-base. . Quando o empregador coloca no contracheque a gratificação discriminando-a, isto é, constando no contracheque “valor X a título de gratificação por função de confiança”, este poderá ser retirado quando a pessoa sair do cargo de confiança (e não irá ser considerado rebaixamento e tampouco irá ferir o princípio da irredutibilidade salarial). . Se não estiver discriminado, virá salário-base e não pode retirar depois. . Logo, é melhor para o empregador pagar salário-base + gratificação discriminada de tal forma. B) Gratificação de balanço: . Manifestação de agradecimento, reconhecimento patronal por evidências positivas no balanço. . Não tem sede legal, logo a previsão é contratual. . Livre estipulação quanto a periodicidade/percentual. . Súm. 253 TST : . A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso prévio, ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização por antiguidade e na gratificação natalina. 9) Complementos salariais próprios - Prêmios anteriores à Lei 13.467/17: . São estímulos oferecidos ao empregado para que ele inicie ou mantenha condutas positivas ao empreendimento. . Ex: assiduidade, pontualidade, produtividade e cumprimento de metas. . Caráter exemplar – Funcionário do mês. . Somente passaram a ter sele legal a partir da reforma trabalhista de 2017. Antes a previsão meramente contratual (inter partes ou contrato coletivo). . Diversos fatos geradores, periodicidade e forma de aferição. . Normalmente são calculados sobre o salário-base. . ANTES DA REFORMA TRABALHISTA = Complemento Salarial – pagamento com habitualidade. - Súm 209 STF: DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 O salário-produção, como outras modalidades de salário-prêmio, é devido, desde que verificada a condição a que estiver subordinado, e não pode ser suprimido unilateralmente, pelo empregador, quando pago com habitualidade. . Pós Reforma = os prêmios não integram mais a remuneração do empregado e não mais se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem mais base de incidência de encargos trabalhistas e previdenciários. (§4º do art. 457, CLT). 10) Complementos salariais próprios – Comissões e percentagens: . Comissão = remuneração paga pelo comitente ao comissionado. - Montante normalmente fixado em percentual sobre uma base de cálculo variável, mas que em grosso modo coincide com o preço do produto ou serviço intermediado. . Comissionados ou comissionistas puros: unidade de produção. – AQUI A ATIVIDADE DE VENDAS É TAREFA ESSENCIAL. . Comissionistas impuros/mistos: unidade de tempo + produção (súmula 93, TST). – AQUI A ATIVIDADE DE VENDAS É TAREFA ADICINAL (lembrar do exemplo do gerente de banco). . Percentagem = retribuição que muitas vezes coincide com a ideia de comissão, lucro ou vantagem. 11) Complementos salariais próprios – Quebra de caixa: . Natureza contratual. . Atribuído ao empregado responsável pela guarda de numerário do empregador (caixa, tesoureiro ou ocupante de função equivalente). . Verba de incentivo para atenuar eventuais diferenças negativas no fechamento do fluxo contábil. . Como o empregado pode sofrer desconto salarial pelos danos culposamente impostos ao empregador (art. 462, §1° da CLT), a quebra de caixa surge como verba que INCENTIVA A ATENÇÃO E O CUIDADO NA OPERAÇÃO COM O DINHEIRO ALHEIO. . Se o empregado for desleixado/negligente/descurado = a quebra de caixa é absorvida pelo desconto feito. . Se o empregado não cometer deslizes na operação de entrada e saída de numerário = montante destinado à satisfação de suas necessidades pessoais, como autêntico salário. . Súm. 247 TST: Súmula nº 247 do TST - QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA - A parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 22 . Contagem deve ser feita na presença do empregado (RO 00974-2006.015.03.00.0). . Se ele for impedido de acompanhar a contagem = fica isento de qualquer responsabilidade. 12) Complementos salariais próprios – Luvas: . São verbas salariais atribuídas ao empregado como incentivo à assinatura do contrato. . Quanto mais nome e mais prestígio tiver o trabalhador no transcurso de sua carreira = maior será o bônus (luvas) exigido na assinatura do contrato com determinado empregador. . Atleta profissional, cabelereiro, etc. . Liberdade Contratual: podem ser pagar em montante único ou parcelado; em dinheiro ou em utilidades. . Doutrina e Jurisprudência: Parcela de natureza salarial. . “Fundo de trabalho” X “fundo de comércio”. . Integram a remuneração para efeitos de cálculo de férias, 13º, recolhimento de FGTS. 13) Complementos salariais impróprios: . São verbas que incrementam o salário-base, mas independem de fato gerador. São, em verdade, acréscimos ao salário-base. 14) Complementos salariais impróprios - ABONO SALARIAL ANTERIOR À LEI 13.467/2017: . Antecipações salariais que visam minorar os danos causados ao trabalhador por conta da demora do processo de outorga de efetivo aumento salarial. São integrados ao salário na medida em que são concedidos os acréscimos salariais. . Podem ser antecipações salariais de natureza espontânea ou coacta (por força de lei ou de norma coletiva). . OBS: tiveram natureza não remuneratória durante 4 dias entre a data de vigência da L. 13.467/2017 e a MP 808/2017. 15) Complementos salariais impróprios – ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO: . Também chamados de “gratificações” por vezes. . Ideia de aumento destacado oferecido ao salário-base. . Não tem sede legal. – Quando existentes, a previsão é contratual. . Geralmente calculados sobre o salário-base. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 . Integra o salário para todos os efeitos previstos em lei. – Súmulas 203 e 226 do TST. SUM-203 GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003A gratificaçãopor tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais. . MAS, o TST exclui o direito de integração do adicional por tempo de serviço para fins de cálculo de RSR (Repouso Semanal Remunerado), já que esses dias de repouso já se consideram devidamente remunerados. SUM. 225 REPOUSO SEMANAL. CÁLCULO. GRATIFICAÇÕES POR TEMPO DE SERVIÇO E PRODUTIVIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. As gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado. . Existindo concomitante adicional por tempo de serviço outorgado por força de contrato de emprego e adicional por tempo de serviço concedido por meio de acordo ou convenção coletiva, o empregado terá o direito de receber exclusivamente um, sendo aquele que lhe for mais benéfico. SUM-202 GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica. 16) Complementos salariais impróprios – GRATIFICAÇÃO NATALINA OU 13° SALÁRIO: . Lei 4.749/65 e Dec. 57.155/65 u Art. 7º, VIII, CRFB/88 (denomina de 13º salário) – SÃO OS DISPOSITIVOS LEGAIS QUE REGULAMENTAM ESSE COMPLEMENTO SALARIAL. . Vantagem de natureza salarial paga a cada ano correspondente a 1/12 avos da remuneração devida até dezembro. . A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será havida como mês integral. . Exemplo de Luciano Martinez: um empregado contratado em janeiro/2014 com salário correspondente a R$1.200,00 nos primeiros 06 meses do ano, e R$2400,00 nos últimos 06 meses do ano = fará jus, até o dia 20/12, a R$2.400,00 a título de 13° salário. . Pode ser pago de 01 ou 2 vezes: . Primeira parcela paga até o dia 30/11. . O restante até 20 de dezembro. . OBS: a gratificação será proporcional na cessação dos contratos cujo fim tenha ocorrido antes de dezembro, salvo se a terminação tiver ocorrido por justa causa operária. 17) Observação importante: DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 24 . A Reforma Trabalhista de 2017 exterminou a gratificação de função incorporada em nome da estabilidade financeira (COM OU SEM JUSTO MOTIVO). . Antes a Reforma, não se podia retirar gratificação de função de empregado que já recebia há dez ou mais anos, corridos ou não, salvo por justo motivo. 18) Suplementos salariais: . Gorjetas e gueltas. . Pagamento feito por terceiros com os quais o empregador mantém relações comerciais com o objetivo de incentivar os empregados. . Fornecedores e/ou clientes. . Remuneração = salário-base + complementos salariais + suplementos salariais. . OBS: se um empregador permite o recebimento de gueltas ou gorjetas não poderá, senão mediante o concurso dos pressupostos da necessidade, consenso e da ausência de prejuízo para o trabalhador, alterar o contrato de emprego para vedar a conduta. . Pode os empregados ser contratados para receber unicamente suplementos salariais? . Não, pois o salário-base do empregado é pago diretamente pelo empregado. . Vai compor a remuneração, mas o salário-base em si é pago pelo empregador (onerosidade = requisito para configuração da relação empregatícia). DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 A) Gorjeta: . OBS: Com a queda da MP 808/2017, o único dispositivo, da CLT, que trata sobre gorjetas é o art. 457, caput e §3º, da CLT. . Lei 13.419/17 (havia trazido um regramento enorme para gorjeta), mas foi tudo revogado pela Lei 13.467/17. . Única regulamentação que sobrou foi o art. 457, caput e § 3º da CLT: Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. . Efeitos: Integração para todos os efeitos, exceto aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado (Súmula 354 do TST). Súmula nº 354 do TST - GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. B) Gueltas: . Incentivos pagos pelos fornecedores do empregador, com anuência deste. . Aplicação analógica da Súmula n. 354 do TST. - Integração para todos os efeitos, exceto aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado . Muito utilizado em agências de viagens, lojas de eletrodomésticos (a exemplo do empregado que fica oferecendo demais para o cliente uma televisão de uma marca X = indícios de que ele recebe gueltas daquela marca) e farmácias. . Integra também a remuneração do trabalhador na condição de suplemento salarial. . Não possui disposição legal. . OBS: o direito de arena, compreendendo os valores pagos aos atletas profissionais pela mera participação nos eventos desportivos, independentemente de seus atributos pessoais ou de seu desempenho no jogo, passou a TER NATUREZA JURÍDICA CIVIL (e não mais trabalhista). 19) Parcelas de natureza não salarial: . Não possuem como objetivo retribuir o trabalho, mas tão somente indenizar prejuízos perpetrados pelo empregador, ressarcir gastos com a execução do serviço, ou atuar como penalidade. . Inserem-se também as demais verbas que a lei entender como “não salarial”. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 26 A) Indenizações: . Reparatórias: é a situação em que o empregador conserta ou repõe equipamentos de propriedade dos empregados que tenham sido eventualmente destruídos em serviço. . Pode ser também relativa à alimentação por prestação de horas extras; e reparação decorrente de seguro-desemprego não recebido (Súmula 389 do TST). . Exemplo: alimentação por prestação de horas extras (tem muita previsão em norma coletiva) = empregador obrigado a fornecer alimentação para o início das horas extras. . Compensatórias: . Art. 7°, I, CF: “relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos”. . Importâncias a título de férias indenizadas. - OBS: férias indenizadas irão ocorrer quando o empregador não conceder férias no período correto. – Férias, em regra, são adquiridas mês a mês, até completarem 12 meses. . Quantia referente ao aviso prévio indenizado. . Licença-prêmio indenizada. . Arts. 496 e 497, CLT. Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte. Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro. B) Penalidades: . Objetiva sancionar o transgressor de um comando legal ou contratual para que, por meio do exemplo a todos oferecido, ainfração não se repita. . MULTAS MORATÓRIAS: . São em virtude de algum tipo, como exemplos dos artigos 467 e 477, §8°, da CLT. . Penalidade para o empregador que está ciente de dívidas certas e relacionadas às verbas decorrentes da cessação do vínculo, não as paga na data do comparecimento à Justiça do Trabalho em virtude do ajuizamento de ação promovida por seus ex-empregado. . Aqui o juiz deve definir precisamente o que seria verba incontroversa para em fase de execução ter o montante preciso da incidência desta penalidade. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento". . Multa aqui é decorrente do atraso no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho. – O valor será o salário-base do empregado atingido, salvo se o próprio tenha sido responsável pelo atraso. Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. § 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora. . MULTAS COMPENSATÓRIAS: . Normalmente são multas decorrentes do descumprimento de normas coletivas (que já preveem tais multas em seu próprio texto). . Os valores estarão definidos no próprio instrumento contratual coletivo. . Os valores destas multas são normalmente destinados ao empregado, e excepcionalmente dirigida à entidade sindical. SUM-384 MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o pagamento da multa referente ao descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas respectivas. (ex-OJ nº 150 da SBDI-I - inserida em 27.11.1998) II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa, convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal. (ex-OJ nº 239 da SBDI-I - inserida em 20.06.2001) . OBS: Por quê temos tantos acordos coletivos repetindo texto legal? Pois, são sindicatos fracos. C) Ressarcimentos: . AJUDA DE CUSTO: . Visa a cobertura das despesas gastas pelo empregado quando se fixa em novo território, por ordem do empregador. . Aqui o empregado se fixou DEFINITIVAMENTE no local novo (por isso esta é a diferença da ajuda de custo), isto é, alterou definitivamente o domicílio. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 . Essa ajuda de custo é paga de uma só vez para auxiliar na mudança etc. . Art. 457, §2º, CLT: §2° As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. . DIÁRIAS: . Visa a cobertura das despesas gastas pelo empregado quando se desloca por ordem do empregador, INDEPENDENTEMENTE DA PROPORÇÃO QUE TENHAM EM RELAÇÃO AO SALÁRIO. . Esse deslocamento é diferente de transferência, pois aqui trata-se de uma “viagem” para resolver questões interligadas à empresa. . Empregado também pode ser ressarcido através de notas. . Pode ser paga de diversas formas, pois não há previsão legal especificando qual deve ser a forma. Art. 457, §2º, CLT: As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. . OBS: Reforma extirpo/excluiu a antiga presunção contida no §2º de que as diárias que excediam a 50% do valor do salário teriam natureza salarial. . Súm. 101 e 318 TST e IN 8 da Secretaria Nacional do Trabalho. . VERBAS DE QUILOMETRAGEM: . Não tem previsão legal, mas muitas empresas estipulam em seus regimentos internos, de forma coletiva etc. . Visa a cobertura dos custos decorrentes do desgaste e da manutenção do veículo do empregado que é utilizado em serviço. . PRÊMIOS: . Também sofreram alterações, uma vez que a Reforma Trabalhista inseriu o §4° no art. 457 da CLT. . Art. 457, §2º e §4º, CLT: § 2° As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 § 4° Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. . OBS: a limitação ao pagamento por duas vezes ao ano inserida pela MP 808/2017 (que caducou) deixou de existir com a queda desta. . Assim, é possível estipular prêmio sempre. D) Parcelas não salariais por força de lei: . SALÁRIO-FAMÍLIA: . Art. 7°, XII. . Trabalhador tem esse direito quando possuir filhos/dependentes. . É chamado salário, mas isso não é um termo técnico, tendo em vista que não possui natureza salarial. . PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS: SUM-451 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 390 da SBDII) Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex empregado concorreu para os resultados positivos da empresa. . A participação nos lucros não é um direito do trabalhador, de forma que pode ou não ser concedida por contrato de trabalho, acordo coletivo ou convenção coletiva. . Uma vez instituída por norma coletiva ou norma individual, o empregado que for despedido antes do pagamento desta, fará jus a essa PL (participação dos lucros). . Exemplo: PL paga anualmente em dezembro, e o empregado foi despedido em novembro = receberá proporcionalmente. . ABONO PECUNIÁRIO DE FÉRIAS: . Valor relativo à venda das férias. . O empregador pode comprar dias de férias do empregado, e esse valor da venda também não terá natureza salarial. . Art. 143 e 144. . PARCELA IN NATURA RECEBIDA DE ACORDO COM O PAT: . Toda vez que a alimentaçãofor recebida via PAT (consumida no pátio da empresa propriamente) não terá natureza salarial. DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 30 . Quando paga em vale também não tem natureza salarial, consoante a Reforma Trabalhista. . Quando paga em dinheiro = tem natureza salarial. . PARCELA RECEBIDA A TÍTULO DE VALE-TRANSPORTE: . Não tem natureza salarial também. 20) Parcelas de natureza não trabalhista conexas ao contrato de trabalho: A) Direito de arena: . A jurisprudência vinha atribuindo a mesma natureza da Gorjeta – Súmula n. 354 do TST. . A Lei 9.615/98, entretanto, foi alterada em março/2011 (art. 42, §1º), passando a atribuir natureza civil a esta parcela. . Não vai integralizar a remuneração do empregado para fins de reflexos em outras parcelas. Art. 42. Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculo desportivo de que participem. § 1º Salvo convenção coletiva de trabalho em contrário, 5% (cinco por cento) da receita proveniente da exploração de direitos desportivos audiovisuais serão repassados aos sindicatos de atletas profissionais, e estes distribuirão, em partes iguais, aos atletas profissionais participantes do espetáculo, como parcela de natureza civil. § 2o O disposto neste artigo não se aplica à exibição de flagrantes de espetáculo ou evento desportivo para fins exclusivamente jornalísticos, desportivos ou educativos ou para a captação de apostas legalmente autorizadas, respeitadas as seguintes condições: I - a captação das imagens para a exibição de flagrante de espetáculo ou evento desportivo darse-á em locais reservados, nos estádios e ginásios, para não detentores de direitos ou, caso não disponíveis, mediante o fornecimento das imagens pelo detentor de direitos locais para a respectiva mídia; (Incluído pela Lei nº 12.395, de 2011). II - a duração de todas as imagens do flagrante do espetáculo ou evento desportivo exibidas não poderá exceder 3% (três por cento) do total do tempo de espetáculo ou evento; (Incluído pela Lei nº 12.395, de 2011). III - é proibida a associação das imagens exibidas com base neste artigo a qualquer forma de patrocínio, propaganda ou promoção comercial. (Incluído pela Lei nº 12.395, de 2011). B) Stock options: . Reservar determinadas ações para aquisição do empregado. . Vai adquirir com o valor fixado no momento da reserva. . Oferta aos empregados de ações que ficam estocadas (guardadas/reservadas), garantindo a estes o direito de comprá-las por valores históricos depois e um período de DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 expectativa: uma vez aderindo ao plano, os empregados precisam comprar as ações depois do período de carência, correndo, assim, o risco das ações terem valorizado ou não. . Compra-se por valores históricos / vende-se pelo preço de mercado. . Ausência de natureza salarial: . Precedentes: RO nº 00895-2009-014-03-00-5 / TST AIRR-89600- 84.2009.5.03.0009 / TST-AIRR-133600-72.2009.5.03.0106. C) Direito de imagem: . Contrato de natureza civil. - . Não tem repercussão trabalhista. Art. 87-A. O direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo. Parágrafo único. Quando houver, por parte do atleta, a cessão de direitos ao uso de sua imagem para a entidade de prática desportiva detentora do contrato especial de trabalho desportivo, o valor correspondente ao uso da imagem não poderá ultrapassar 40% (quarenta por cento) da remuneração total paga ao atleta, composta pela soma do salário e dos valores pagos pelo direito ao uso da imagem. . A permissão para a livre negociação entre atletas e clubes pavimentava a irregularidade. Foi esse cenário de práticas fraudulentas na contratação de atletas que deu ensejo à regulamentação do tema na Lei Pelé com o acréscimo do artigo 87-A, que estabelece: "O valor correspondentemente ao uso da imagem não poderá ultrapassar 40% (quarenta por cento) da remuneração total paga ao atleta)". . Por que essa limitação? Pois, tivemos um julgado muito importante de uma jogadora de vôlei que mantinha com o clube um contrato de trabalho de R$ 812,05 (mensal) e, paralelamente, um contrato de imagem no valor de R$ 98.891,55, correspondente, portanto, a 99,5% do seu contrato de trabalho. Quando a atleta ficou grávida, o clube resolveu não renovar o contrato de imagem, passando a atleta a receber, de um dia para o outro, apenas o valor anotado na carteira de trabalho, pouco mais de R$ 800 por mês. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região reconheceu a fraude trabalhista, nos termos do artigo 9º da CLT, salientando não ser "crível se imaginar que uma atleta profissional com o curriculum da reclamante, com passagens por vários clubes de renome e até mesmo pela Seleção Brasileira, que conquistou vários títulos e medalhas na modalidade, seja remunerada com valores tão ínfimos, como aquele lançado em sua CTPS, ou seja, R$ 812,05 (oitocentos e doze reais e cinco centavos)", considerando, ainda que, "é zombar do Judiciário a apresentação de um contrato de trabalho de uma jogadora de voleibol profissional, e de renome nacional, com o apontamento de um salário inferior àquele percebido por qualquer profissional não qualificado. Isso porque o direito de imagem é apenas acessório do contrato de trabalho (...), não pode suplantar o salário pago para a atividade principal". . No caso concreto, o tribunal de Minas, última instância competente para analisar fatos e provas, deixou muito clara a inexistência de qualquer vinculação da imagem da atleta a campanhas publicitárias, considerando emblemático que os valores por ela DIREITO DO TRABALHO II – GABRIELA CURI RAMOS GASPAR – FBD – 2022.2 NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 32 recebidos, a título de contrato de imagem, remuneravam, na verdade, sua atividade principal, que é jogar voleibol. . A indenização pelo uso indevido da imagem do empregado para fins comerciais (“outdoor humano”). . Quando se coloca o empregado com vestimentas que remetem a uma publicidade. . Não pode ser algo vexatório. . No fardamento pode ter empresas parceiras e isso não será considerado outdoor humano. . Art. 20 do CC/2002: Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. . Art. 456-A: Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum. 21) Regras de proteção ao salário: A) Contra abusos do empregador: . Irredutibilidade dos salários (art. 7º, VI, C.F/88). . A redução salarial não pode ocorrer, salvo se por negociação coletiva. . OBS: O caso da pandemia da COVID 19 e a ADI 6363 – MP 936 - L. 14.020/2020 (art. 7º, I e art. 11). – Entraram com uma ADI questionando a constitucionalidade
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