Buscar

2608321652470392970dia-17---cap-8---direito-do-trabalho---remuneracao-e-salario

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PDF CERS
 
1 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
E ai, OABeiro! Tudo certinho? 
A apostila de hoje do nosso curso de Direito do Trabalho tratará sobre Remuneração e Salário, 
matéria que é comumente cobradas no Exame de Ordem ao decorrer desses anos! De acordo 
com a nossa equipe de inteligência, esses assuntos estiveram presentes 10 VEZES nos últimos 
3 anos, sendo considerados assuntos de altíssima recorrência! 
Aqui, a banca costuma seguir o seu padrão: Apresentar um caso hipotético, pelo qual a resposta 
é respaldada na legislação vigente. Por isso, recomendamos a leitura atenta da letra seca da lei 
e entendimentos jurisprudenciais, e sempre em companhia de alguma doutrina à sua escolha. 
Adicionamos também questões de outras carreiras jurídicas para que você possa assimilar ainda 
mais o conteúdo visto! 
Lembre-se: A resolução de questões é a chave para a aprovação! 
Vamos juntos! 
 
 
2 
SUMÁRIO 
DIREITO DO TRABALHO ......................................................................................................................... 3 
Capítulo 8 .................................................................................................................................................. 3 
14. Remuneração e Salário. Equiparação salarial ............................................................................. 3 
14.1 Introdução .................................................................................................................................................................................. 3 
14.2 Salário e remuneração .......................................................................................................................................................... 3 
14.2.1 Distinções .................................................................................................................................................................................... 3 
14.2.2 Princípios ..................................................................................................................................................................................... 5 
14.2.3 Modalidades de salário ........................................................................................................................................................ 7 
14.2.4 Características do salário ..................................................................................................................................................... 9 
14.2.5 Parcelas salariais ....................................................................................................................................................................10 
14.2.6 Parcelas não-salariais ...........................................................................................................................................................13 
14.2.7 Salário in natura .....................................................................................................................................................................17 
14.2.8 Descontos salariais ...............................................................................................................................................................19 
14.2.9 Termo de quitação anual ..................................................................................................................................................20 
14.3 Equiparação salarial ..............................................................................................................................................................21 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 23 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 25 
GABARITO ............................................................................................................................................... 35 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 36 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 37 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 39 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 40 
MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 43 
 
3 
 
DIREITO DO TRABALHO 
Capítulo 8 
14. Remuneração e Salário. Equiparação salarial 
 
14.1 Introdução 
Estudamos no capítulo 2 que um dos elementos caracterizadores da relação de emprego 
é a onerosidade, a qual é verificada quando o trabalhador, ao prestar um serviço ao seu 
tomador, possui o intuito (animus contrahendi) de receber uma contraprestação pecuniária. 
Tendo isso em vista, passaremos agora a analisar de forma mais detalhada essa retribuição 
econômica percebida pelo empregado, conhecidas pelo epítetos remuneração ou salário. 
14.2 Salário e remuneração 
14.2.1 Distinções 
De acordo com a doutrina, apesar de a CLT utilizar as expressões “salário” e 
“remuneração”, ora como sinônimos, ora com significados diferentes, tratam-se de coisas 
distintas. Observe o ensinamento do autor Amauri Mascaro Nascimento: 1 
 
1 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2012. p. 341. 
 
4 
“A CLT usa as expressões “salário” (art. 457, §1º)2 e “remuneração” (art. 457, caput) sem 
precisar se o faz com o mesmo ou com sentidos diferentes. No entanto, as razões que a levaram 
a essa dupla denominação referem-se ao propósito de não usar a palavra “salário” para designar 
também as gorjetas. O legislador quis que as gorjetas compusessem o âmbito salarial. Como as 
gorjetas não são pagamento direto feito pelo empregador ao empregado, a solução encontrada 
foi introduzir na lei a palavra “remuneração”. A teoria do direito do trabalho, no entanto, 
emprega a palavra “remuneração” ora como gênero compreendendo o salário (pagamento fixo) 
e outras figuras de natureza salarial (gratificações, adicionais, etc), ora como sinônimo de salário
”. 
Nesse sentido, vejamos os distintos conceitos de salário e remuneração. 
Entende-se como salário a contraprestação paga diretamente pelo empregador. 
Nos termos do §1º do art. 457 da CLT integram o salário a importância fixa estipulada, 
as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. 
Ademais, pela leitura do art. 458 consolidado, compreende-se que as parcelas in natura 
também estão inclusas no conceito de salário: 
CLT, Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos 
os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por 
força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado, e, em nenhuma 
hipótese, será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada 
pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 
Já a remuneração é definida como a contraprestação paga diretamente pelo 
empregador (salário) e, ainda, por terceiros, por meio das chamadas gorjetas. Nessa linha é a 
redação do art. 457 da CLT: 
 
2 Vide questão 03 desse material 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art285 
CLT, Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos 
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação 
do serviço, as gorjetas que receber. 
Em suma, temos o seguinte: 
REMUNERAÇÃO = SALÁRIO + GORJETAS 
Mais à frente veremos o que são as gorjetas quais as suas implicações no contrato de 
trabalho. Por ora, guarde os distintos conceitos que tratamos acima. 
 
14.2.2 Princípios 
São princípios que envolvem a proteção do salário: 
 Intangibilidade salarial: esse princípio destaca a necessidade de assegurar diversas 
garantias e proteções jurídicas ao salário, tendo em vista a sua natureza alimentar. 
Desse modo, a intangibilidade salarial abrange não apenas a irredutibilidade de valor, 
mas também proíbe descontos indevidos. 
Nessa esteira, analise os seguintes dispositivos constitucionais que visam preservar tal 
princípio: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, 
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes 
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
 
6 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
(...) 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
A CLT também traz normas sobre a intangibilidade salarial: 
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do 
empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de 
contrato coletivo. 
 
7 
 Impenhorabilidade salarial: previsto no art. 833, inciso IV do CPC, visa à proteção do 
salário do empregado em face dos seus credores. No entanto, há algumas exceções: 
 Devedor de prestação alimentícia; 
 Empregado condenado ao pagamento de multa por prática de ilícito penal, 
nos termos do art. 50 e §§ do CP. 
14.2.3 Modalidades de salário 
 Salário mínimo: consiste no menor valor que se pode pagar ao empregado no País. 
Conforme visto acima, o salário mínimo possui proteção constitucional (art. 7º, inciso 
IV), sendo nacionalmente unificado e fixado em lei. 
O valor do salário mínimo pode ser fixado via decreto? Sim, desde que apenas sejam 
aplicados índices de correção monetária já previstos em lei. 
Atenção para os seguintes entendimentos do STF: 
Súmula Vinculante nº 4 - Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo 
não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor 
público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. 
 
No que pese a jurisprudência vinculante do Supremo, entende-se que a base de cálculo do 
adicional de insalubridade continuará sendo o salário mínimo até que a lei fixe novo 
parâmetro. 
 
 
8 
Súmula Vinculante nº 6 - Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração 
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
Ainda sobre o salário-mínimo, admite-se a sua percepção de forma proporcional 
quando o empregado é contratado para jornada inferior ao estabelecido pela 
CFRB/88. 
Acerca do assunto, veja o seguinte entendimento do TST: 
OJ 358, SDI-I - SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA 
REDUZIDA. EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO.3 
I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão 
constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o 
pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado. 
II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida 
remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra 
jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. 
 Salário profissional: é o menor valor que pode ser pago a um empregado que esteja 
enquadrado em uma profissão regulamentada (Ex.: engenheiro, médico, etc). É fixado 
pela lei. 
 Salário normativo ou piso salarial: é o mínimo a ser pago para determinada 
categoria profissional. Será fixado por sentença normativa ou ACT/CCT. 
 Piso salarial regional: é o valor mínimo a ser pago a determinada categoria 
profissional no âmbito do estado da federação que o tenha definido em lei. 
 
3 Vide questão 02 desse material. 
 
9 
Ressalta-se que o piso salarial regional deve observar o salário mínimo nacional. 
Ademais, os Estados podem fixar desde que haja lei complementar autorizando a 
delegação de competência privativa da União4 para legislar sobre Direito do Trabalho. 
 Salário base/salário básico: é o valor fixo pago ao empregado e que não inclui 
outras rubricas porventura existentes (ex.: adicionais, gratificações, etc). 
 Salário-condição: representa as parcelas que dependem de condições específicas 
para serem pagas e, cessadas essas condições, deixa de ser devido ao empregado. 
Ex.: adicional noturno, horas extras, adicionais de insalubridade e de periculosidade. 
 Salário complessivo: é a cumulação em um mesmo montante de distintas parcelas 
salariais. 
A jurisprudência não admite tal modalidade de salário: 
Súmula nº 91 do TST - SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa 
determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários 
direitos legais ou contratuais do trabalhador. 
14.2.4 Características do salário 
São elementos característicos do salário, de acordo com a doutrina: 
 Caráter alimentar: o salário é fonte de subsistência do trabalhador; 
 Caráter forfetário: é definido de forma prévia, não dependendo do resultado da 
atividade empresarial; 
 Natureza composta: o salário pode ser composto do salário base e outras parcelas; 
 Indisponibilidade: não se admite a renúncia ou a transação de verbas salariais 
prejudiciais ao obreiro; 
 
4 CFRB/88, Art. 22, inciso I e parágrafo único. 
 
10 
 Periodicidade: o salário é de trato sucessivo, devendo ser pago na periodicidade 
acordada (ex.: mensal, quinzenal, etc); 
 Pós-numeração: via de regra, o salário é pago após a prestação de serviços pelo 
empregado no período correspondente. No entanto, algumas parcelas podem ser 
pagas antes do final do período correspondente, tais como os abonos (adiantamentos 
salariais) e as utilidades. 
 Tendência à determinação heterônoma: trata-se de vontade externa (norma jurídica, 
por exemplo) que intervém no exercício das vontades contratantes para fixar o salário. 
14.2.5 Parcelas salariais 
Para o estudo da remuneração é importante que você saiba a diferença entre as parcelas 
salariais e as parcelas indenizatórias. As primeiras irão repercutir em outras verbas relacionadas 
ao contrato de trabalho. Já as segundas não possuem natureza salarial, não repercutindo, assim, 
nas demais quantias. 
O efeito de repercutir em outras verbas do pacto laboral é denominado por Maurício 
Godinho Delgado de efeito expansionista circular, que seria a “aptidão de produzir 
repercussões sobre outras parcelas de cunho trabalhista e, até mesmo, de outra natureza, como, 
ilustrativamente, previdenciária”5. Dessa forma, por exemplo, o empregado que recebe horas 
extras (verba de natureza salarial), ocorrerá o reflexo destas no valor das férias, do 13º salário e 
nos depósitos do FGTS. 
Estudaremos neste tópico as parcelas de natureza salarial. 
 Salário básico/base: é o valor fixo, pago, geralmente, no período de no máximo um 
mês.5 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 ed. rev. atual. e ampl. – São 
Paulo: Ltr, 2018. p. 853. 
 
11 
A lei exige que haja salário base para todos os empregados? Não. Isso porque se 
admite que o obreiro seja remunerado somente por meio de comissões. Contudo, a 
CF/88 assegura que, mesmo não havendo valor fixo, o empregado comissionista 
receba, pelo menos, o salário mínimo. Observe: 
CFRB/88, Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração 
variável; 
 Adicionais: representam o salário-condição. Atente que, para integrar o salário, deve 
ser pago com habitualidade. 
 
 
 
Atenção, OABeiro! Importante jurisprudência acerca da incidência de adicional de 
periculosidade sobre os salários dos eletricitários é a Súmula 191 do TST. Segundo esta, 
nos contratos de trabalho em vigor antes da Lei 12.740/2012 o adicional de periculosidade 
incide sobre todas as parcelas de natureza salarial (e não apenas sobre o salário-base). Já 
para os instrumentos contratuais posteriores ao advento da referida lei, o adicional de 
periculosidade incide apenas sobre o salário-básico. 
 
 
12 
Muito cuidado com o adicional de transferência previsto no art. 469 da CLT! Ele despenca 
nas provas! Verifique os requisitos para a concessão do adicional e lembre-se de que são 
cumulativos: 
 Pago em razão da alteração do domicílio do empregado e da localidade da 
prestação de serviço; 
 Transferência provisória. 
Somado a isso, nos termos da OJ 113, SD-1, TST, o fato de o empregado exercer cargo de 
confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui 
o direito ao adicional. 
Ressaltamos, no entanto, que a transferência definitiva não gera o direito ao seu 
recebimento. 
Além disso, a percepção do adicional não afasta o dever de o empregador arcar com as 
despesas resultantes da mudança do domicílio do empregado, nos termos do art. 470, CLT. 
 Gratificações: as gratificações podem ser legais ou ajustadas/convencionais. Ocorre 
que o §1º do art. 457 da CLT apenas menciona a gratificação legal, havendo 
controvérsia acerca da natureza das gratificações ajustadas. 
CLT, Art. 457, § 1o - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagas pelo empregador. 
Em razão disso, existem duas correntes doutrinárias: as que entendem pela natureza 
salarial das gratificações convencionais, apesar do silêncio do legislador e as que 
defendem a natureza não salarial dessas verbas, justamente pela ausência de previsão 
expressa na lei. Para a sua prova, o mais importante é que você saiba o que consta 
na letra da lei. 
 Comissões: é o valor fixo por operação ou percentual sobre o valor das vendas. 
 
13 
CLT, Art. 457, § 1o - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagas pelo empregador. 
O empregado pode ser: 
 Comissionista misto: aquele que recebe salário fixo mensal + comissões. 
 Comissionista puro: recebem apenas a parcela variável. 
De acordo com o art. 466 da CLT, o pagamento de comissões só é exigível depois de 
finalizada a transação. No caso de transações sucessivas (vendas parceladas), é exigível 
o pagamento de percentuais e comissões proporcionais à liquidação. 
A cessação do contrato prejudica a percepção das comissões? Não. 
Observe, ainda, a Súmula 27 do TST sobre o empregado comissionista: 
Súmula nº 27 – COMISSIONISTA. É devida a remuneração do repouso semanal e dos 
dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista. 
14.2.6 Parcelas não-salariais 
Consideram-se parcelas não salariais (ou indenizatórias) aquelas que não são pagas com 
habitualidade ou, mesmo sendo pagas com habitualidade, pela sua própria natureza não podem 
ser classificadas como verbas salariais. 
Ao contrário das parcelas de natureza salarial, as quais possuem natureza retributiva, as 
verbas indenizatórias serão, geralmente, ressarcimentos ou reembolsos em virtude de despesas 
que o empregado porventura tenha realizado para o exercício da sua função. 
Nos termos do §2º do art. 457 da CLT, são verbas que não integram a remuneração do 
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência 
de qualquer encargo trabalhista e previdenciário, ainda que habituais: 
 
14 
 Ajuda de custo: valor pago ao empregado a título de indenização em que este 
incorreu para a execução do contrato. 
 Auxílio alimentação: vedado o seu pagamento em dinheiro. 
Sobre o fornecimento de alimentação, é necessário que você tenha conhecimento do 
§5º do art. 457 com redação dada pela MP 905/2019: 
CLT, Art. 457, § 5º - O fornecimento de alimentação, seja in natura ou seja por meio 
de documentos de legitimação, tais como tíquetes, vales, cupons, cheques, cartões 
eletrônicos destinados à aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios, não 
possui natureza salarial e nem é tributável para efeito da contribuição 
previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários e 
tampouco integra a base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física. 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 
 Diárias para viagem: são indenizações pagas ao empregado que incorreu em 
despesas nas viagens a serviço. 
 Prêmios (bônus): nos termos do §4º do art. 457 da CLT, consideram-se prêmios as 
liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em 
dinheiro a empregado ou grupo de empregados, em razão de desempenho superior 
ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. 
Incumbe-nos aqui destacar as seguintes distinções: 
PRÊMIOS PLR 
Dá-se pelo cumprimento de uma 
condição preestabelecida. 
Sua causa é a percepção de lucros pela 
empresa. 
PRÊMIOS GRATIFICAÇÕES 
Está diretamente ligado ao 
esforço/rendimento do empregado. 
Sua causa depende mais de 
fatos/acontecimentos objetivos, externos 
à vontade do empregado. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art28
 
15 
 Abonos: tratava-se de antecipação salarial concedida ao empregado, que recebe 
adiantamento de parte do seu salário do empregador. No entanto, como a Reforma 
Trabalhista retirou a sua natureza salarial, não há hoje um consenso acerca da sua 
definição. 
Afora as parcelas não salariais previstas no §2º do art. 457 da CLT, existem outras dispostas 
na legislação justrabalhista pátria. Vejamos: 
 Participação nos lucros ou resultados (PLR): possui previsão constitucional e 
infraconstitucional. 6 
CFRB/88, Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
Lei 10.101/00, Art. 3º - A participação de que trata o art. 2º não substitui ou 
complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de 
incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da 
habitualidade. 
O empregado que teve o seu contrato de trabalho extinto antes da data de 
distribuição dos lucros possui direito à verba referente à PLR? Positivo. Veja o que 
determina a Súmula 451 do TST: 
Súmula nº 451 - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO 
CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO 
PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. 
Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma 
regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e 
resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a6 Vide questão 9 desse material 
 
16 
distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o 
pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-
empregado concorreu para os resultados positivos da empresa. 
 Stock options: consiste na opção de compra, pelo empregado, das ações da empresa 
em condições mais vantajosas que as oferecidas no mercado de ações. Por serem 
opções de compra ocasionais, sem habitualidade, são consideradas parcelas não 
salariais. 
 Gueltas: são parcelas pagas por terceiros, oferecidas aos empregados para que estes 
vendam produtos de determinado fornecedor. Não se enquadram como salário, mas 
integram a remuneração, isto é, possuem natureza remuneratória. 
 Vale-cultura: instituído pela Lei 12.761/2012, o vale-transporte consiste em um valor 
pago ao trabalhador (por meio magnético ou impresso) para fruição de produtos ou 
serviços culturais no âmbito do “Programa de cultura do trabalhador”. Tal verba, nos 
termos do art. 11 da mencionada lei, não tem natureza salarial; não se incorpora à 
remuneração para qualquer efeito, nem constitui base de cálculo para incidência de 
contribuição previdenciária ou do FGST. 
 Verba de representação: são os valores pagos aos empregados para custear roupas, 
veículos, jantares, etc., utilizados em eventos onde esteja representando a empresa. 
 Intervalos não concedidos: possuem natureza indenizatória, não repercutindo em 
outras verbas. 
 Gorjetas: parcelas pagas por terceiros, as quais não são consideradas salários, mas 
sim remuneração. 
Vejamos a definição contida na CLT: 
CLT, Art. 457, §3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente 
dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, 
 
17 
como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos 
empregados. 
Entende-se, portanto, que as gorjetas podem ser voluntárias (importância 
espontaneamente dada pelo cliente ao empregado) ou compulsórias (o valor cobrado 
pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição 
aos empregados). 
Sobre as gorjetas, destacamos a seguinte jurisprudência do TST muito recorrente em 
provas: 
Súmula nº 354 - GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, 
cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos 
clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo 
para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal 
remunerado. 
 
As gorjetas não servem como base de cálculo para aviso-prévio, adicional noturno, horas 
extras e repouso semanal remunerado. 
Recomendamos a leitura do art. 457-A da CLT acerca das regras da gorjeta. 
14.2.7 Salário in natura 
O salário in natura ou salário utilidade é uma espécie de remuneração em bens ou serviços, 
pagos diretamente ao empregado em decorrência do contrato de trabalho, conforme preleciona 
o art. 458, CLT. 
 
18 
A doutrina aponta dois requisitos essenciais para a caracterização da utilidade como salário 
in natura: 
 Habitualidade; 
 Gratuidade. 
Portanto, se a utilidade for concedida de forma eventual e onerosa, não há que se falar em 
salário in natura, de modo que não haverá incorporação dessas vantagens na remuneração do 
empregado. Ademais, em nenhuma hipótese, o fornecimento pelo empregador ao empregado 
de bebidas alcoólicas ou drogas nocivas será considerado salário in natura. 
Somado a isso, a CLT aponta algumas utilidades que não serão consideradas salário in 
natura, quais sejam: 
 Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e 
utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; 
 Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo 
os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; 
 Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso 
servido ou não por transporte público; 
 Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante 
seguro-saúde; 
 Seguros de vida e de acidentes pessoais; 
 Previdência privada; 
 Vale-cultura. 
A Reforma Trabalhista inseriu o §5º ao art. 458, CLT, segundo o qual, o valor relativo aos 
serviços médicos ou odontológicos também não integram o salário do empregado. 
 
19 
Lembre-se, ainda, de que a habitação fornecida como salário utilidade não pode exceder a 
25% do salário contratual e a alimentação não pode exceder a 20%, nos termos do art. 458, 
§3º, CLT. 
É preciso que você conheça um importante entendimento do TST: 
Súmula nº 367 - UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. 
CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO.7 
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, 
quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no 
caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. 
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. 
14.2.8 Descontos salariais 
Em regra, a legislação trabalhista veda quaisquer descontos no salário do empregado, 
salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 
Além disso, a CLT também traz a seguinte vedação, conhecida por “sistema de barração”: 
CLT, Art. 462, § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de 
mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações "in natura" 
exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do 
armazém ou dos serviços. 
Por outro lado, o § 3º determina que sempre que não for possível o acesso dos 
empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela empresa, é lícito à autoridade 
competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam 
vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício 
dos empregados. 
 
7 Vide questão 04 desse material 
 
20 
Ressaltamos que na hipótese de dano causado pelo empregado, será lícito o desconto 
salarial, desde que a possibilidade haja sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 
Nesse sentido, observe, ainda, a jurisprudência do TST: 
Súmula nº 342 - DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT. Descontos salariais efetuados 
pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado 
em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência 
privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, 
em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo 
se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. 
Observe, por fim, outros entendimentos do TST acerca dos descontos salariais: 
OJ 160, SDI-I - DESCONTOS SALARIAIS. AUTORIZAÇÃO NO ATO DA ADMISSÃO. 
VALIDADE. É inválida a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o 
empregado anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão. É de 
se exigir demonstração concreta do vício de vontade. 
OJ 251, SDI-I. DESCONTOS. FRENTISTA. CHEQUES SEM FUNDOS. É lícito o desconto 
salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as 
recomendações previstas em instrumento coletivo. 
14.2.9 Termo de quitação anual 
A Reforma Trabalhista incluiu o art. 507-B na CLT8, o qual faculta a empregados e 
empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual 
de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria:8 Vide questão 01 desse material 
 
 
21 
CLT, Art. 507-B - É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do 
contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o 
sindicato dos empregados da categoria. 
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas 
mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória 
das parcelas nele especificadas. 
O legislador objetivou estimular as partes a instituírem uma nova espécie de quitação 
ampla, geral e irrestrita das obrigações trabalhistas. 
14.3 Equiparação salarial 
 De início, esteja ciente das seguintes denominações: 
 Paradigma: nome dado ao empregado que serve de base para a equiparação 
salarial; 
 Paragonado: empregado que pleiteia a equiparação salarial. 
A equiparação salarial encontra fundamento no art. 7º, XXX e XXXI, da CF e no art. 5º, da 
CLT e foi substancialmente alterada pela Reforma Trabalhista. 
Nos termos do art. 461, CLT, admite-se a equiparação salarial quando estivermos diante 
de empregados que exerçam idêntica função e trabalho de igual valor, prestado ao mesmo 
empregador, no mesmo estabelecimento empresarial.9 
Para aferir se o trabalho é de igual valor, deve-se atentar para os seguintes requisitos: 
 Igual produtividade e perfeição técnica; 
 Pessoas que não possuam de diferença de tempo de serviço para o mesmo 
empregador superior a 04 anos; 
 
9 Vide questão 8 desse material. 
 
22 
 Diferença de tempo na função não seja superior a 02 anos. 
Somado a isso, não haverá equiparação salarial se o empregador possuir quadro 
organizado de carreira ou norma interna da empresa ou de negociação coletiva, 
independentemente de homologação ou registro em órgão público. 
Ademais, tenha em mente que o empregado readaptado não pode servir de paradigma. 
Admite-se a equiparação apenas entre os empregados contemporâneos no cargo ou na 
função, veda-se a indicação de paradigmas remotos. 10 
Atente ainda para o disposto no art. 461, §3º, CLT. 
Por fim, outra inovação bastante importante a ser considerada está no art. 461, §6º, CLT. 
De acordo com esse dispositivo legal, em caso de diferença salarial entre paradigma e 
paragonado por motivo de discriminação de sexo ou etnia, além do pagamento das diferenças 
salariais, deve-se condenar a empresa a pagar multa em favor do empregado no importe de 
50% do limite máximo dos benefícios do RGPS. 
 
Ocorre o desvio de função quando resta demonstrada a situação em que o trabalhador 
exerce função distinta daquela para o qual foi contratado, afeta a outro cargo. Exemplo: 
recebendo como auxiliar administrativo quando, na verdade, exerce a função de gerente. 
Nesse caso, ele deve ser devidamente enquadrado dentro da empresa e, como 
consequência, deve receber o ajuste salarial em razão do desvio de função. Por outro lado, 
tem-se o acúmulo de função, na qual o empregado exerce além da sua função, atividades 
de um cargo distinto. 
 
10 Vide questão 10 desse material. 
 
23 
QUADRO SINÓTICO 
TIPO DE PARCELA SALARIAL NÃO SALARIAL 
Salário-base  
Adicionais  
Gratificações 
(legais e convencionais) 
 
Comissões  
Ajuda de custo  
Auxílio alimentação  
Diárias para viagem  
Prêmios  
Abonos  
PLR  
Stock options  
Gueltas  
Vale-cultura  
Verba de representação  
Intervalos não concedidos  
Gorjetas  
 
 
 
 
24 
 
Equiparação salarial
(requisitos)
Idêntica função
Trabalho de igual 
valor
Mesmo 
empregador
Mesmo 
estabelecimento 
empresarial
Diferença de tempo 
no emprego não 
superior a 4 anos
Diferença de tempo 
na função não 
superior a 2 anos
Contemporaneidade 
no cargo ou função
Inexistência de 
quadro de carreira
 
25 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(XXVIII EOU FGV 2019) Uma sociedade empresária consultou você, como advogado(a), para 
encontrar uma maneira de, periodicamente, firmar com seus empregados uma quitação de 
direitos, de modo a prevenir conflitos trabalhistas. 
Diante disso, na qualidade de advogado(a) da empresa, assinale a opção que indica a solução 
proposta. 
A) Poderá ser firmado termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato 
da categoria dos empregados. 
B) Os termos de quitação firmados entre empregados e empregadores nada valem, apenas 
sendo válidos os acordos judiciais; logo, a empresa nada pode fazer. 
C) Poderá ser firmado termo anual de quitação de obrigações trabalhistas no sindicato 
profissional ou no sindicato patronal. 
D) Basta firmar termo de quitação anual das obrigações trabalhistas por mútuo consentimento. 
Comentário: 
De acordo com o art. 507-B da CLT: 
 
"É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar 
o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da 
categoria. 
 
 
26 
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e 
dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele 
especificadas." 
Questão 2 
(XX EOU – FGV - 2016) Leônidas trabalha 44 horas semanais como churrasqueiro em um 
restaurante e recebe salário de R$ 1.400,00 mensais. Considerando o aumento da clientela, o 
restaurante contratou Vinícius, também como churrasqueiro, a tempo parcial, para que ele 
cumpra jornada de 22 horas semanais e receba R$ 700,00 por mês. 
Diante da hipótese retratada e de acordo com a CLT e o entendimento do TST, assinale a 
afirmativa correta. 
 
A) O salário pago a Vinicius é ilegal porque inferior ao salário mínimo nacional, cabendo então 
reivindicar a diferença correspondente. 
B) O salário é de livre estipulação em cada contrato, daí porque não cabe ao Judiciário interferir 
nos valores fixados livremente pelas partes. 
C) A situação retrata discriminação salarial, pois não pode haver divergência salarial entre 
empregados que exercem a mesma função. 
D) É possível a estipulação do salário de Vinicius nessa base, pois ele guarda relação com o de 
Leônidas, que cumpre a jornada constitucional. 
 
Comentário: 
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 
a vinte e cinco horas semanais. 
 
27 
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à 
sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. 
OJ 358. SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. 
EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 
16.02.2016) - Res. 202/2016, DEJT divulgado em 19, 22 e 23.02.2016 
I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão 
constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do 
piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado. 
II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de 
empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. 
Precedentes do Supremo Tribunal Federal. 
"Os empregados contratados na modalidade de regime de tempo parcial não poderão prestar 
horas extras (CLT, art. 59, § 4.°), nem poderão converter um terço de férias em abono pecuniário 
(CLT, art. 143, § 3.°). 
 
Questão 3 
(XXVI EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco 
Múltiplo S/A. Recebia salário fixo de R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão de 3% 
sobre cada seguro de carro, vida e previdência oferecido e aceito pelos clientes do Banco, o 
que fazia concomitantemente com suas atividades de caixa, computando-se o desempenho para 
suas metas e da agência.Os produtos em referência não eram do banco, mas, sim, da 
Seguradora Múltiplo S/A, empresa do mesmo grupo econômico do empregador de Jorge. 
Diante disso, observando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem como as 
disposições da CLT, assinale a afirmativa correta. 
A) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge, por 
se tratar de liberalidade. 
 
28 
B) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge, 
porque relacionados a produtos de terceiros. 
C) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remuneração de Jorge. 
D) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a remuneração de Jorge, uma 
vez que ocorreram dentro do horário normal de trabalho, para o qual Jorge já é remunerado 
pelo banco. 
 
Comentário: 
Art. 457, § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as 
comissões pagas pelo empregador. 
 
Questão 4 
(XXV EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) Efigênia foi empregada da sociedade empresária Luz 
Eterna S.A., exercendo, por último, o cargo de chefe do setor de Recursos Humanos. 
Após décadas de dedicação à empresa, Efigênia se aposentou por tempo de contribuição e saiu 
do emprego por vontade própria, recebendo a indenização legal 
Ocorre que, após seis meses da jubilação, Efigênia passou a sentir falta da rotina que o seu 
trabalho gerava e também do convívio com os colegas de trabalho, daí porque manifestou 
desejo de retornar ao mercado de trabalho. 
Ciente disso, a ex-empregadora ofereceu novamente o emprego a Efigênia, nas mesmas 
condições vigentes antes da aposentadoria, já que ela era excelente empregada e tinha profundo 
conhecimento das rotinas do setor de RH. 
 
Com base na situação retratada e na Lei, assinale a afirmativa correta. 
 
 
29 
A) Uma vez que Efigênia se aposentou, ela não pode assumir emprego na mesma sociedade 
empresária na qual se jubilou, por vedação legal expressa, sob pena de nulidade do segundo 
contrato. 
B) Se Efigênia voltar a trabalhar na sociedade empresária, o seu contracheque terá o desconto 
do INSS mensal, sendo irrelevante que ela seja aposentada. 
C) A ex-empregada pode voltar a trabalhar porque sua liberdade é garantida pela Constituição 
da República, mas deverá optar entre receber o salário do empregador ou a aposentadoria pelo 
INSS, já que não é possível o acúmulo. 
D) O tempo trabalhado antes da aposentadoria, caso seja quitado pela sociedade empresária, 
será considerado para fins de pagamento de adicional por tempo de serviço no segundo 
contrato. 
 
Comentário: 
Segundo a LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991, o § 4º diz: O aposentado pelo Regime Geral 
de Previdência Social-RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida 
por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às 
contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade Social. 
Questão 5 
(XXII EXAME DE ORDEM – FGV - 2017) Lino trabalha como diagramador na sociedade 
empresária XYZ Ltda., localizada em um grande centro urbano, e recebe do empregador, além 
do salário, moradia e plano de assistência odontológica, graciosamente. Sobre o caso narrado, 
de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. 
A) Ambos os benefícios serão incorporados ao salário de Lino. 
B) Somente o benefício da habitação será integrado ao salário de Lino. 
C) Nenhum dos benefícios será incorporado ao salário de Lino. 
D) Somente o benefício do plano de assistência odontológica será integrado ao salário de Lino. 
 
30 
 
Comentário: 
 
CLT: 
 
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos 
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, 
por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum 
será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes 
utilidades concedidas pelo empregador: 
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante 
seguro-saúde; 
Súmula nº 367 do TST 
 
UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO 
INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 
da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao 
empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza 
salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em 
atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 - inserida em 20.04.1998 e ratificada pelo 
Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em 20.06.2001) 
Questão 6 
(XX EXAME DE ORDEM – FGV - 2016) Joana é empregada da sociedade empresária XYZ Ltda., 
que possui diversas filiais em sua cidade. Como trabalha na filial a 100 m de sua residência, não 
optou pelo vale-transporte. Dois anos depois, por ato unilateral do empregador, foi transferida 
 
31 
para uma filial localizada a 30 km de sua residência. Para chegar ao local de trabalho necessita 
utilizar duas linhas de ônibus que têm custos distintos. 
Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
A) Como Joana não optou por receber o vale-transporte, deverá custear suas despesas de 
transporte ou utilizar meio alternativo. 
B) A empresa deverá custear apenas uma tarifa modal de transporte, de acordo com a lei do 
vale-transporte. 
C) Como o local de residência de Joana é o problema, porque não é servido por transporte 
público regular, a empresa está obrigada a pagar apenas a tarifa modal. 
D) Se Joana é transferida por determinação do empregador para local mais distante, tem direito 
de receber o acréscimo que terá na despesa com transporte. 
 
Comentário: 
Súmula nº 29 do TST 
 
TRANSFERÊNCIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
 
Empregado transferido, por ato unilateral do empregador, para local mais distante de sua 
residência, tem direito a suplemento salarial correspondente ao acréscimo da despesa de 
transporte. 
 
Questão 7 
(XXX EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) Reinaldo é empregado da padaria Cruz de Prata Ltda., na qual 
exerce a função de auxiliar de padeiro, com jornada de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h, e pausa 
alimentar de 15 minutos. Aproxima-se o final do ano, e Reinaldo aguarda ansiosamente pelo pagamento 
do 13º salário, pois pretende utilizá-lo para comprar uma televisão. 
A respeito do 13º salário, assinale a afirmativa correta. 
 
 
32 
A) Com a reforma da CLT, a gratificação natalina poderá ser paga em até três vezes, desde que haja 
concordância do empregado. 
B) A gratificação natalina deve ser paga em duas parcelas, sendo a primeira entre os meses de fevereiro 
e novembro e a segunda, até o dia 20 de dezembro de cada ano. 
C) Atualmente é possível negociar a supressão do 13º salário em convenção coletiva de trabalho. 
D) O empregado tem direito a receber a primeira parcela do 13º salário juntamente com as férias, desde 
que a requeira no mês de março. 
 
Comentário: 
Conforme art. 2º da Lei 4749/65: 
 
O 13º será pago em duas parcelas: primeira entre os meses de fevereiro e novembro e a segunda até o 
dia 20 de dezembro. 
Questão 8 
(FEPESE – 2018 – PGE-SC – Procurador do Estado - adaptada) Conforme preconizado pela 
legislação trabalhista, 
Com as alterações legais promovidas pela “reforma trabalhista”, consagrou-se que, sendo 
idêntica a função exercida, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, 
numa mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade 
ou idade. 
Comentário: 
Errado. 
CLT, Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestadoao mesmo 
empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem 
distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. 
Questão 9 
 
33 
(CESP – 2018 – PGM João Pessoa – PB – Procurador do Município) Uma convenção coletiva do 
trabalho previu que a base de cálculo da participação nos lucros e resultados (PLR) seria o salário-base 
acrescido de verbas fixas de natureza salarial. Nesse caso, considerando o entendimento do TST, os 
valores pagos a título de horas extras 
A) devem ser considerados para efeito de cálculo na PLR, uma vez que têm natureza salarial. 
 
B) devem ser considerados para efeito de cálculo na PLR se for comprovado que as horas extras eram 
prestadas com habitualidade. 
 
C) não devem ser computados para efeitos de pagamento de PLR, pois têm natureza indenizatória. 
 
D) não devem ser computados para efeitos de pagamento de PLR, mesmo se for comprovado que as 
horas extras eram prestadas com habitualidade, pois eles têm caráter variável. 
 
E) não devem ser computados para efeitos de pagamento de PLR, pois a cláusula é nula por acrescentar 
indevidamente verbas fixas de natureza salarial. 
Comentário: 
 
Alternativa D. Trata-se de julgado disposto no Informativo 173 do TST: 
 
Participação nos Lucros e Resultados. Base de cálculo restrita ao salário base acrescido de 
verbas fixas de natureza salarial. Integração das horas extras. Impossibilidade. Verba de 
natureza variável. Na hipótese em que a norma coletiva da categoria prevê como base de 
cálculo da Participação nos Lucros e Resultados - PLR “o salário base acrescido de verbas 
fixas de natureza salarial”, não é possível incluir as horas extras, ainda que tenham natureza 
salarial e sejam prestadas habitualmente, pois possuem caráter variável. Sob esse 
fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência 
jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para restabelecer o acórdão do TRT quanto 
à exclusão das horas extras da base de cálculo da PLR. (TST-E-RR-1088- 24.2012.5.09.0084, SBDI-
I, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 8.3.2018) 
 
34 
Questão 10 
(COSEAC– 2018 – Prefeitura de Maricá – RJ – Procurador do Município - adaptada) De forma 
a garantir a isonomia entre os empregados, a Consolidação das Leis do Trabalho estabelece 
parâmetros para a equiparação salarial. A respeito desses parâmetros, 
A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando 
vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a 
vantagem em ação judicial própria. 
Comentário: 
 
Correto. A afirmativa encontra-se em conformidade com a CLT: 
 
CLT, Art. 461, § 5º - A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo 
ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma 
contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. 
 
 
 
35 
GABARITO 
 
Questão 1 - A 
Questão 2 - D 
Questão 3 - C 
Questão 4 - B 
Questão 5 - B 
Questão 6 - D 
Questão 7 - B 
Questão 8 - Errado 
Questão 9 - D 
Questão 10 - Certo 
 
 
 
36 
QUESTÃO DESAFIO 
Considerando as disposições da CLT, quais as verbas que compõem 
a remuneração do empregado? 
Responda em até 5 linhas 
 
37 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO 
A remuneração é composta pelo salário pago pelo empregador para o empregado, como 
contraprestação dos serviços prestados, incluindo também as comissões, gratificações 
legais e gorjetas. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 Salário pago pelo empregador para o empregado 
O caput do art. 457, da Consolidação das Leis do Trabalho, aduz expressamente que “
compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário 
devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que 
receber”, uma vez que é o contratante quem deve suportar o ônus de pagar a verba devida ao 
contratado. 
Assim, explicam os Professores Renato Saraiva e Rafael Tonassi que: “remuneração consiste no 
somatório da contraprestação paga diretamente pelo empregador, seja em pecúnia, seja em 
utilidades, com a quantia recebida pelo obreiro de terceiros, a título de gorjeta. (...) Frise-se que 
o salário é a contraprestação paga diretamente pelo empregador, seja em dinheiro, seja em 
utilidades. (...) A remuneração é característica da onerosidade contratual, visto que um dos 
requisitos caracterizadores da relação de emprego é a onerosidade, ou seja, o recebimento de 
contraprestação salarial pelo obreiro em função do serviço prestado ao empregador” (SARAIVA, 
SOUTO, 2018, p. 161-162). 
 Inclui comissões, gratificações legais e gorjetas 
O parágrafo primeiro do art. 457 da CLT detalha que “integram o salário a importância fixa 
estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador”, pois o valor do 
salário deve abranger todas as parcelas contraprestativas que o empregador paga ao 
empregado. Ainda, nota-se que a parte final do caput do art. 457 da CLT é clara no sentido 
de que as gorjetas recebidas também integram a remuneração, mesmo sendo uma verba 
 
38 
paga não pelo empregador, mas por terceiros, o que se consolidou legalmente após o 
advento da Lei nº 13.419/2017. 
Assim, percebe-se que, de acordo com a CLT, integram a remuneração, além do salário, as 
comissões, gratificações legais e gorjetas. Ainda assim, cabe destacar o apontamento de 
parcela da doutrina no sentido que de que o rol constante no §1º do art. 457 celetista é 
meramente exemplificativo, conforme bem explicado pelo Professor Henrique Correia: “A 
Reforma Trabalhista alterou a redação dos §§1º e 2º do dispositivo legal em apreço e reduziu 
consideravelmente as parcelas que são consideradas salariais, pois passou a estabelecer que 
apenas as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador integram o salário 
juntamente com a importância fixa estipulada (...) De acordo com o Enunciado n° 17 da 2ª 
Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, as parcelas previstas no art. 457, §1°, 
da CLT, são meramente exemplificativas, pois sempre terão natureza salarial os valores 
recebidos de forma habitual e decorrente do trabalho prestado. No caso dos prêmios, é 
necessária a vinculação do valor pago ao desempenho profissional diferenciado do 
trabalhador. Se houver concessão habitual sem o atendimento desse requisito, a parcela terá 
natureza salarial” (CORREIA, 2018, p. 842). 
 
 
39 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Salário e Remuneração 
 CLT: Arts. 457; 457-A; 458 ao 460; 462 ao 467; 469. 507-B. 
 CF/88: Art. 7º, IV, V, VI, VII, X, XI. 
 CPC/15: Art. 833, IV. 
 Súmulas do TST: 27, 91, 191, 342, 354, 367, 451. 
 OJ’s do TST da SDI-I: 113, 160, 251, 358. 
 Lei 10.101/00 
 Lei 12. 761/12 
Equiparação salarial 
 CLT: Art. 461. 
 Súmula do TST: 6. 
 
 
40 
JURISPRUDÊNCIA 
Remuneração e salário 
 TST: RO-47-68.2016.5.08.0000, SDC, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, 19.2.2018. (Info 
172) 
Ação anulátoria. Substituição não eventual. Salário do substituto. Limitação temporal. 
Cláusula inválida. Súmula nº 159, I, do TST. A partir da interpretação sistemática dos arts. 450 
e 461 da CLT, esta Corte, por meio do item I da Súmula nº 159, consolidou o entendimento de 
que é garantido ao trabalhador substituto o pagamento do mesmo salário contratual do 
substituído, enquanto durar a substituição não eventual. Deste modo, é inválida a cláusula de 
convenção coletiva que estabelece o não recebimento pelo trabalhador substituto do salário 
equivalente ao do substituído se a substituição for inferior a 30 dias. Sob esse fundamento, a 
SDC, nos termos do art. 140, § 1º, do RITST, negou provimento ao recurso ordinário para manter 
a decisão recorrida que declarara a nulidade da “Cláusula sexta – salário do substituto”da 
convenção coletiva de trabalho firmada entre o Sindicato da Indústria da Construção do Estado 
do Pará – Sinduscon e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefato de Cimento 
Armado, Oficiais Eletricistas e Trabalhadores nas Indústrias de Instalações Elétricas, de Gás, 
Hidráulicas e Sanitárias, Olarias, Construção Civil Leve e Pesada, Mármores e Granitos, Cimento, 
Estrada, Barragem, Pavimentação, Terraplanagem, Portos e Aeroportos, Canais, Engenharia 
Consultiva e Obras em Geral do Município de Ananindeua. Vencidos os Ministros Maria Cristina 
Irigoyen Peduzzi, Renato de Lacerda Paiva, Dora Maria da Costa e Ives Gandra Martins Filho. 
Comentário: é inválida a cláusula de convenção coletiva que estabelece o não recebimento pelo 
trabalhador substituto do salário equivalente ao do substituído se a substituição for inferior a 
30 dias. 
 TST-E-RR-1088-24.2012.5.09.0084, SBDI-I, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan 
Pereira, 8.3.2018 (Info 173) 
 
41 
Participação nos Lucros e Resultados. Base de cálculo restrita ao salário base 
acrescido de verbas fixas de natureza salarial. Integração das horas extras. 
Impossibilidade. Verba de natureza variável. Na hipótese em que a norma coletiva da 
categoria prevê como base de cálculo da Participação nos Lucros e Resultados - PLR “o 
salário base acrescido de verbas fixas de natureza salarial”, não é possível incluir as horas 
extras, ainda que tenham natureza salarial e sejam prestadas habitualmente, pois possuem 
caráter variável. Sob esse fundamento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos 
embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para 
restabelecer o acórdão do TRT quanto à exclusão das horas extras da base de cálculo da 
PLR. 
Comentário: na base de cálculo de participação nos lucros e resultados, não é possível 
incluir as horas extras, ainda que tenham natureza salarial e sejam prestadas 
habitualmente. 
 
 
42 
MAPA MENTAL 
 
 
 
43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CISNEIROS, Gustavo. Direito do Trabalho Sintetizado. 1ª ed. Método, 2016. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 
ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo: Ltr, 2018. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 34ª ed. Saraiva, 2018. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 43ª ed. Saraiva, 2018. 
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed. 
Método, 2018. 
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. 8ª ed. Método, 2018. 
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3. ed. atual. São Paulo: LTr, 2000. 
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2018. 
 
	DIREITO DO TRABALHO
	Capítulo 8
	14. Remuneração e Salário. Equiparação salarial
	14.1 Introdução
	14.2 Salário e remuneração
	14.3 Equiparação salarial
	QUADRO SINÓTICO
	QUESTÕES COMENTADAS
	GABARITO
	QUESTÃO DESAFIO
	GABARITO QUESTÃO DESAFIO
	Assim, percebe-se que, de acordo com a CLT, integram a remuneração, além do salário, as comissões, gratificações legais e gorjetas. Ainda assim, cabe destacar o apontamento de parcela da doutrina no sentido que de que o rol constante no §1º do art. 45...
	LEGISLAÇÃO COMPILADA
	JURISPRUDÊNCIA
	MAPA MENTAL
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Continue navegando

Outros materiais