Buscar

Anestesiologia Veterinária

Prévia do material em texto

Anestesiologia
Veterinária 
S A M A R A M O U R A
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Anestesiologia 01
Medicação pré anestésica 04
Anestesia Local 24
Anestesia Dissociativa 38
Anestesia Geral 42
 
Sumário
Material desenvolvido por meio de conteúdo
ministrado em aulas da disciplina de
Anestesiologia do curso de Medicina
Veterinária.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Período pré-anestésico
Definição
O período pré-anestésico é classificado quanto à duração em: 
Período destituído de urgência
 Período de extrema urgência
Período de relativa urgência
Intervalo de tempo compreendido entre a indicação anestésica e o momento de
iniciá-la. 
 
Suas etapas incluem: avaliar exames, jejum acomodações, contenção, verificar
materiais e conferir medicação.
1.
2.
3.
. 
Anestesiologia
01
Período pré-anestésico
Período trans-anestésico 
Período pós-anestésico
Estudo de todas as fases da anestesia 
Dividida em 3 períodos: 
Para que se possa ordenar de maneira sequencial a Anestesiologia, é necessária
essa divisão que classifica as técnicas e vias de administração. 
Período destituído de urgência Período de extrema urgênciaPeríodo de relativa urgência
Paciente com funções orgânicas 
em ordem; apresentando 
quadro de bom estado de 
higidez.
 
Pacientes de alto risco onde 
existem condições de realizar 
melhores exames, com 
possível controle das grandes 
funções e demais cuidados 
necessários antes de 
prescrever a anestesia.
Paciente instável exige uma 
conduta rápida, segura e 
eficiente.
 EX: choque, cesariana, 
hemorragia abundante, 
convulsões.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Período trans-anestésico
Anestesiologia
02
É o intervalo de tempo que vai desde o início da anestesia propriamente dita até o
início da recuperação.
Nessa fase os cuidados estão ligados: ao paciente e aos aparelhos.
Cuidados relacionados ao paciente
Zelar e vigiar os reflexos pertinentes ao plano anestésico desejado; reflexos 
oculopalpebrais, reflexos interdigitais, reflexo laringotraqueal e observar 
posição do paciente durante o ato cirúrgico.
Cuidados relacionados aos aparelhos
Vigiar as diferentes partes do aparelho; o fluxo diluente (02 ou ar comprimido); 
borbulhamento; turbilhonamento; a frequência a respiratória através das 
válvulas inspiratória e expiratória ou pelos movimentos do balão anestésico.
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Período pós-anestésico
Anestesiologia
03
Intervalo que vai desde o início da recuperação até o restabelecimento total da
consciência e dos parâmetros fisiológicos. 
Dividido em: imediato, mediato ou tardio.
 
 
Imediato
De tempo variável
Se cuida para que o animal não se fira
Vigilância constante até o restabelecimento completo
Evitar ao máximo estimulações mecânicas
De preferência os animais deverão permanecer sem alimento e água em
ambientes calmos e na penumbra.
EX: estação voluntária
 
Mediato
Este período é mais tardio e sequencial ao anterior 
Ligado a deficiências orgânicas do paciente
O paciente deve ser acompanhado periodicamente realizar correções dos
distúrbios do equilíbrio ácido-básico e o restabelecimento das funções
principais.
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Medicação pré-anestésica (MPA)
Presente geralmente em todos os protocolos anestésicos
Auxilia na contenção do paciente: modificando seu comportamento
Fornece devida sedação 
Reduz agressividade 
Potencializa fármacos indutores anestésicos e inibe seus efeitos adversos 
Inibe fase excitatória do anestésico geral 
Realiza sinergismo com anestésico geral (aumenta a ação)
Aumenta o limiar de dor
Viabiliza indução direta por anestésico volátil
Antecede a anestesia e objetifica tornar o ato cirúrgico menos desconfortável. 
MPA
04
Fármacos anticolinérgicos 
Fármacos tranquilizantes 
Fármacos ansiolíticos 
Fármacos hipnoanalgésicos 
Fármacos alfa-2 agonista
Fármacos hipnóticos
Fármacos pré-anestésicos
Na medicação pré-anestésica são utilizados:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fármacos Anticolinérgicos
MPA
05
Apresentam mecanismo competitivo com ligação reversível dos receptores
muscarínicos a nível periférico.
Atuam bloqueando secreções e antagonizando as ações parassimpáticas
indesejáveis. 
 
Quer dizer que os fármacos anticolinérgicos irão agir por meio de um 
mecanismo de competição, se ligando aos receptores muscarínicos e impedindo 
que a acetilcolina (neurotransmissor) se ligue a eles. Com isso teremos bloqueio 
da transmissão de sinais de uma célula nervosa a outra. 
O que isso significa?
 
Exemplos de fármacos: Atropina e Escopolamina 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Atropina 
Bloqueia acetilcolina nas terminações pós-ganglionares das fibras sinérgicas do
Sistema Nervoso Autônomo. 
Reduz secreção mucosa do trato respiratório
Broncodilatadora 
Diminui o peristaltismo e atividade secretora do Sistema Gastroenteral 
Metabolizado – fígado
Excretado – rim 
Administração:
IV ou IM: ação mais rápida e efeito fugaz.
SC: efeitos mais prolongados, mas com períodos de latência de 15 minutos. 
Escopolamina 
Tem maior ação sobre glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas que a Atropina 
10x mais potente que a Atropina para reduzir tremor postural 
Leva a depressão do Sistema Nervoso Central (sonolência e adinamia) 
MPA
06
 Possui ação midriática, antiespasmódica, anti-secretora levemente superior a 
Atropina, porém mais fugaz.
Grande fraqueza 
muscular 
Doses altas causam emese, alucinações e ataxia. 
(Fármacos Anticolinérgicos)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fármacos Tranquilizantes 
Antagonista alfa-1, adrenolítico 
Produtos que além de tranquilização e sedação, causam acentuada depressão 
do SNC, agindo a nível de substância reticular mesencefálica. 
MPA
07
Significa que os fármacos tranquilizantes atuam mediante a ligação reversível ou 
irreversível com os adrenorreceptores (tipo alfa), impedindo a ativação desses 
receptores pela ação das catecolaminas. 
 
O que isso significa?
O bloqueio dos receptores alfa, impede a ligação das moléculas agonistas,
causando a diminuição da atividade simpática.
Proporciona discreta analgesia (sem permitir intervenção cruenta) 
 
Possui 2 grupos importantes: 
1. Derivados da fenotiazina 
2. Derivados das butiferonas 
Antes de prosseguir com o conteúdo, 
clique no link ao lado e assista um 
videozinho que irá te ajudar a relembrar a 
função e ação dos receptores
adrenérgicos!
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
https://youtu.be/BLjl40UsGtI
https://youtu.be/BLjl40UsGtI
https://youtu.be/BLjl40UsGtI
Derivados da Fenotiazina
MPA
08
Ação simpatolítica/adrenolítica
Ação anti-histamínica 
Ação ansiolítica 
Ação antiespasmódica 
Possui ação sedativa ou psicodepressora.
Aumento da dose não proporciona aumento em efeito sedativo.
Exemplos: Clorpromazina e Acepromazina
Clorpromazina Acepromazina
Age sobre vasos periféricos:
levando a vasodilatação e
hipotensão.
Reduz levemente a contratilidade
cardíaca.
Reduz o metabolismo basal:
diminuindo frequência
respiratória, pulso arterial e
temperatura retal. 
Pó branco-acinzentado, altamente
solúvel em água. 
Potencializa a ação dos miorrelaxantes
Administração: 
IV ou IM: lenta 
Ocasionalmente pode ocorrer
excitação após seu uso; fenômeno
bifásico, que talvez se deva a
liberação subcortical. 
Castração de equinos, pois leva a
protusão de pênis.
Uso em braquicefálicos,devido as
alterações respiratórias causadas.
Ação semelhante a anterior
(antiespasmódica, hipotensão...).
Contraindicações:
Administração: 
IV, IM ou SC
 
(Fármacos Tranquilizantes)
Pelo fato do pênis dos equinos possuir 
apenas inervação adrenérgica
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Derivados das Butiferonas
MPA
09
Droperidol
Azaperone
Os mais bem adaptados são: 
(Fármacos Tranquilizantes)
Droperidol
Age seletivamente sobre a
formação reticular mesencefálica 
Causa boa sedação 
Não causa reação bifásica,
diferente das fenotiazinas 
Possui efeitos bloqueadores
adrenérgicos: previne
arritmias causadas pela epinefrina 
Potencializa a ação dos
barbitúricos 
Antagoniza os efeitos eméticos da
apomorfina 
Promove queda da atividade
motora 
Efeito máximo: 20 a 30 minutos
após aplicação, com duração de
até 3 horas.
Ação neuroléptica butirofenônica
Administração: 
IV: ação se manifesta em 3 minutos 
 
Azaperone
Age a nível de substância reticular
mesencefálica 
Reduz reações a estímulos
externos 
60x mais potente na prevenção de
choque 
Mais eficiente em equinos e suínos
Pouco eficiente em cães 
Neuroléptico butiferônico
 
Administração: 
IV ou IM: exceto em equinos que será
somente IM, pois a administração IV
causa excitação.
 
 
Estímulos táteis, 
odores, ruídos e 
estímulos luminosos
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fármacos Ansiolíticos 
Reduzem agressividade
Aferem ação ansiolítica 
Miorrelaxamento de ação central 
Ação anticonvulsivante 
Pouca ação analgésica 
Quando associadas a tranquilizante causam prostração a tal ponto vantajosa,
que permitem, inclusive a indução direta por máscara. Evitando a aplicação
de agentes indutores (barbitúricos). 
Exemplos: Diazepam e Midazolam 
Atuam nos receptores Gabaérgicos, facilitando a ação dos
neurotransmissores GABA, reduzindo a ação cerebral. 
Dentro dessa classe de medicamentos, temos os Benzodiazepínicos, que serão
descritos a seguir. 
Produto capaz de causar uma ação ansiolítica, anticonvulsivante,
miorrelaxante, hipnótica, amnésia, sem acentuada depressão do SNC. 
MPA
10
Benzodiazepínicos
Em equinos causa ataxia e incoordenação 
motora: logo, não deve ser utilizado em 
procedimentos que se objetifique manter 
o animal em estação. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Diazepam 
Altera pouco os parâmetros
Atua no sistema límbico (reduz reações emocionais)
Causa miorrelaxamento: por meio da inibição de reflexos espinhais 
Discreta analgesia 
Realizam seu mecanismo de ação por meio da modulação do efeito dos
neurotransmissores GABA.
Administração: 
IV: preferencial 
Com o seu uso pode ocorrer excitação 
paradoxal: relacionada a velocidade de 
administração. 
 
11
O que é excitação paradoxal?
Deixa que eu te explico: 
MPA
(Fármacos Ansiolíticos)
A excitação paradoxal é um efeito contrário ao esperado com o uso dos
benzodiazepínicos de causa não definida. Essa reação acontece de maneira
oposta ao modo de ação desses medicamentos, pois os benzodiazepínicos
modulam o efeito dos neurotransmissores GABA, aumentando a atividade
depressora do Sistema Nervoso Central, logo não faz sentido que ocorra
uma excitação ou aumento de agressividade, por isso é um paradoxo; um
fato que acontece sem uma justificativa lógica. 
Na verdade, a explicação é que não há explicação!? 
Ficou confuso? Calma, já vai fazer sentido. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Midazolam 
Medicamento altamente hidrossolúvel (baixa toxicidade)
Não altera significativamente a frequência cardíaca e temperatura retal.
Eleva discretamente a frequência respiratória 
Possui meia vida de 1,3-2,2 horas.
Administração: 
IV ou IM
Fármacos Hipnoanalgésicos
12
MPA
(Fármacos Ansiolíticos)
Administração em equinos 
associado a fenotiazinas 
provoca bom relaxamento. 
Dentro dessa classe de medicamentos temos os Opiáceos e Opioides.
Além na analgesia promovem ação hipnótica.
 
 
Opioides: produtos sintéticos 
com estrutura química 
diferente, porém com atuação 
similar à dos opiáceos.
Opiáceos: alcaloides naturais, são 
substâncias derivadas do ópio e, 
portanto, estão incluídos na classe dos 
opioides 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Os Opioides possuem receptores específicos, aos quais se ligam para
desencadear seus efeitos, são eles: receptores KAPPA, receptores MU
(subclassificados em MU1 e MU2) e receptores DELTA. A maioria desses
receptores estão localizados no Sistema Nervoso Central, mas também podemos
encontrá-los em diversos órgãos espalhados pelo corpo. Cada receptor irá levar
a um efeito diferente. 
Veja no quadro abaixo cada um desses receptores e seus respectivos efeitos:
Ex: Morfina (opiáceo) e Fentanil (opioide)
13
MPA
Fármacos Hipnoanalgésicos
Receptor KAPPA
 
Receptor DELTA
 
Receptor MU1
 
Receptor MU2
Analgesia
 
Disforia
 
Sedação 
 
Aumento do apetite
 
Constipação 
 
Dirurese
Analgesia
 
Depressão respiratória
 
Aumento do apetite
 
Constipação 
 
Termorregulação
 
Imunomodulção
Depressão respiratória
 
Constipação 
 
Euforia
 
Reduz peristaltismo
 
Náusea 
 
Prurido
Analgesia
 
Euforia 
 
Retenção urinária
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Opioides
Agonistas totais: os quais tem afinidade a todos os receptores e atividade
intrínseca relativa. 
Agonistas parciais: onde os opioides tem afinidade a apenas alguns receptores
Agonistas antagonistas: os opioides tem afinidade aos receptores, mas efeito
contrário a depender de cada um.
Antagonistas: onde os opioides tem afinidade a todos os receptores, mas não
tem atividade intrínseca. 
A afinidade e atividade intrínseca desses medicamentos nos receptores
opioides, vão subdividi-los em 4 classes. 
 
1.
2.
3.
4.
Abaixo temos um quadro com alguns exemplos de fármacos e suas classes: 
14
MPA
(Fármacos Hipnoanalgésicos)
Opioides
 
Receptores
 
Morfina +++
 
 
+
 
 
 
-
 
 
---
+
 
 
+
 
 
 
+
 
 
---
+
 
 
+
 
 
 
+++
 
 
---
 
MU KAPPA DELTAAgonista total
MU KAPPA DELTAAgonista parcial
Tramadol
MU KAPPA DELTAAgonista 
antagonista
Butorfanol
MU KAPPA DELTAAntagonista
Naloxona
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Alterações
Analgesia: principal efeito esperado com o uso de opioides. 
Sedação: esse efeito não ocorre com o uso de todos os opioides e também
depende da espécie. Existem opioides que desencadeiam efeitos de euforia e
excitação principalmente em equinos e felinos. 
Em geral são bem modestas, principalmente em pequenos animais
Efeitos gerais 
Esse efeito é decorrente da diminuição da liberação de neurotransmissores
excitatórios (serotonina e norepinefrina) e também pela hiperpolarização de
nociceptores. 
Em alguns opioides quanto maior a dose, maior o risco de promover euforia e não
sedação.
Alterações cardiovasculares
O que pode ocorrer são casos de bradicardia moderada a depender do opioide
utilizado, sem alterações do débito cardíaco. 
15
MPA
(Fármacos Hipnoanalgésicos)
Morfina e Meperidina promovem a 
liberação de histamina, quando 
administrados por via IV, podendo 
desencadear quadros de hipotensão. 
Sendo assim, esses medicamentos não 
são indicados na MPA por via IV, 
principalmente de pequenos animais.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Doses adequadas de opioides geralmente não causam muitas alterações no
sistema pulmonar.
Principal entrave no uso dos opioides, principalmente em grandes animais.
Estudosmostraram que o uso de opioides causa diminuição da ação linfocitária e
de interferon, o que leva a imunossupressão.
 
Alterações pulmonares
Deve-se ter uma cautela maior com o uso em neonatos, pois tendem a ter depressão
respiratória com mais facilidade.
Alterações no sistema digestório
Êmese: principalmente Morfina e Meperidina causam êmese em cães e gatos, efeito
potencializado quando feita administração por via intravenosa. A associação
neuroleptoanalgésica de Morfina+Acepromazina diminui essa possibilidade de
êmese. 
Redução de motilidade: não ocorre uma parada dos movimentos digestórios
intestinais, há na verdade uma diminuição da propulsão intestinal que clinicamente
leva a diminuição desses movimentos, efeito que deve ser muito considerado
pincipalmente em grandes animais. 
Imunossupressão
Esse é um assunto bastante discutido e que se mostra ainda sem muitas
investigações para definir em que circunstâncias esses efeitos podem ser
desencadeados. 
Alterações
16
MPA
(Fármacos Hipnoanalgésicos)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
17
Para finalizar nosso tópico sobre opioides, temos abaixo o exemplo de dois fármacos
e seus respectivos efeitos. 
Medicamentos
MPA
(Fármacos Hipnoanalgésicos)
Morfina
Causa analgesia
Sedação em algumas espécies
Atravessa a barreira
hematoencefálica 
Menos usada atualmente devido
os efeitos
Administração: 
IV e IM: amplamente utilizadas
Oral: não é indicada uma vez que ela é
inativada na circulação enterohepática
e no rúmen dos animais ruminantes.
SC: pouco eficiente, principlamnete no
pós operatório. 
 
 
Fentanil
Apresentado na forma de citrato
100x mais potente que a morfina
Potente ação hipnótica e
analgésica 
Não causa vômito 
Causa discreta depressão
respiratória 
Diminui atividade motora 
Causa relaxamento dos esfíncteres
 
 
Administração: 
IV ou IM: exceto em equinos que será
somente IM, pois a administração IV
causa excitação.
 
 
Vômito 
Salivação 
Depressão respiratória
 
Podendo levar a 
eliminação de fezes
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fármacos Alfa-2 agonistas
Efeito anti-hipertensivo
Analgesia
Sedação
Diminuição da concentração alveolar mínima (CAM) dos anestésicos inalatórios
Redução de tremores pós-operatórios
Classe de drogas com propriedades potencialmente úteis em anestesia.
 
Mecanismo de ação: agonista de receptores adrenérgicos alfa-2 
EX: Detomidina e Xilazina
18
MPA
Os receptores alfa-2 podem ser pré ou pós-sinápticos. Os pré-sinápticos regulam 
a liberação de noradrenalina e ATP através de mecanismo de retroalimentação 
negativo. Assim, quando esses receptores são ativados por fármacos alfa-2 
agonistas a liberação de noradrenalina é inibida. Já a ativação dos receptores 
alfa-2 pós-sinápticos situados na musculatura lisa dos vasos, promovem 
vasoconstrição.
 
Como isso acontece?
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
 Para entender melhor o mecanismo de ação dos agonistas alfa-2 adrenérgicos,
veja o esquema abaixo. 
Esse mecanismo leva a diversos efeitos, que variam de acordo o local de ação. A
seguir veremos cada um deles, bem como os efeitos desejáveis e indesejáveis que
são desencadeados a partir do uso de fármacos alfa-2 agonistas na MPA. 
Detomidina
19
MPA
(Fármacos Alfa-2 agonistas)
Mecanismo de ação
Tanto a noradrenalina 
quanto os alfa-2 agonistas 
vão atuar nos receptores 
alfa-2 pré-sinápticos.
Quando esse receptor é 
ativado, ele desencadeia um 
feedback negativo, inibindo a 
liberação de noradrenalina.
1.
2.
Com a menor liberação de 
noradrenalina na fenda 
sináptica, não há a ativação 
do receptor alfa-1 pós 
sináptico e temos efeitos 
adrenérgicos desencadeados. 
3.
X
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
A ativação dos alfa-2 no cérebro leva a sedação intensa
Analgesia
Miorrelaxamento 
Para compreender a sequência de efeitos cardiovasculares que podem ser
causados pelo uso de alfa-2 agonistas, é preciso entender quais fatores irão
desencadeá-los. 
Alguns fármacos da classe dos alfa-2 agonistas são menos seletivos para
receptores alfa-2, como a Xilazina por exemplo, isso significa que esse
medicamento irá também ativar em algum grau os receptores alfa-1 pós-
sinápticos, levando a alguns efeitos não desejáveis.
Efeitos no cérebro
Efeitos na medula espinhal 
Efeitos cardiovasculares
Efeitos
Desejáveis
Indesejáveis
20
MPA
A ativação de receptores 
alfa-1 leva a hipertensão e 
aumento da resistência 
vascular periférica.
Esse aumento de resistência 
vascular periférica irá 
estimular o nervo vago, 
reduzindo a frequência 
cardíaca.
Essa diminuição da 
frequência cardíaca ocorre 
na tentativa de compensar a 
fisiologia vascular.
Esse quadro pode ainda se 
agravar pois a hipertensão é 
somente inicial e irá 
diminuindo gradativamente, 
ao contrário da FC que não 
aumenta.
Então em alguns casos, o 
animal pode apresentar 
bradicardia e hipotensão, 
prejudicando o débito 
cardíaco.
Esses efeitos são mais 
comuns com o uso de 
medicamentos alfa-2 
agonistas menos seletivos!
(Fármacos Alfa-2 agonistas)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Para finalizar nosso tópico sobre os fármacos alfa 2- agonistas adrenérgicos,
veremos abaixo dois medicamentos e seus efeitos na MPA.
21
Medicamentos
MPA
Xilazina
Promove analgesia 
Proporciona miorrelaxamento 
Sedação 
Promove analgesia visceral
Pode levar a bradicardia por
bloqueio átrio ventricular!
 
Administração: 
IV e IM 
 
 
Detomidina
Eleva inicialmente a pressão
arterial e os batimentos cardíacos
Possui uma potente ação sedativa
e analgésica 
Não apresenta ação embrionária 
Deprime o sistema nervoso
simpático 
Promove miorrelaxamento 
 
 
Administração: 
IV e IM
 
 
Sendo indicada para 
quadros de cólica em 
equinos
 
(Fármacos Alfa-2 agonistas)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Causa hipnose, pois potencializa o efeito do ácido 
aminobutírico sobre o receptor GABA; 
hiperpolariza as membranas pós-sinápticas pelo 
aumento da condutância do cloro.
Mioclonia na
indução
Êmese pós
operatória
Curta 
duração
Alto custo
Promovem ou induzem sono
Providos de ação analgésica insignificante 
Principal: Etomidato (não tão utilizado atualmente como MPA)
22
MPA
(Fármacos hipnóticos)
Fármacos Hipnóticos
Fortemente hipnótico 
Usado como indutor na anestesia volátil 
Período de latência e duração dos efeitos muito curto 
O etomidato é um excelente anestésico para pacientes cardiopatas. Praticamente
não promove depressão cardiovascular em doses clínicas. Outra característica
interessante é que ele é biotransformado por hidrólise hepática e por esterases
plasmáticas, sendo interessante para hepatopatas.
Administração: 
IV 
Etomidato
Características indesejáveis
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Resumão
Para auxiliar na fixação sobre as informações e classificações dos fármacos listados
até aqui, veja o quadro a seguir: 
23
MPA
Classe Efeitos Modo de ação Vias
Anticolinérgicos
 
 
Tranquilizantes
 
 
Ansiolíticos 
 
 
Hipnoanalgésicos
 
 
Alfa-2 agonistas
 
 
Hipnóticos
Fármacos
Anti-secretor 
Broncodilatação
Antiespasmódico
Inibidor competitivo 
de receptores 
muscarínicos
IV
IM
SC
Atropina 
Escopolamina 
 
Antagonista alfa-1, 
adrenolítico 
Sedação 
Ansiolítico
Antiespasmódico
IV
IM
SC
Acepromazina
Clorpromazina 
Droperidol
Modulam o efeito dos 
neurotransmissores 
GABA
IV
IM
Diazepam
Midazolam
Miorrelaxante
Ansiolítico
Deprime SNC
Analgesia 
Hipnose 
Ligação a receptores 
opioides específicos
Morfina 
Tramadol 
Fentanil
IV
IM
Analgesia 
Miorrelaxamento
Sedação
Detomidina
Xilazina
Agonista de 
receptores alfa-2 
adrenérgicos
IV
IM
IV Etomidato
Hipnose
Sedação
Potencializa o efeitosobre o receptor 
GABA
OBS: As informações do quadro estão relacionadas as características gerais de cada
classe de medicamentos, sendo necessário considerar os aspectos individuais de
cada fármaco. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Definição
Meios mecânicos
Meios físicos
Meios químicos
Perda de sensibilidade em uma área circunscrita sem perda de consciência 
Bloqueia de maneira reversível a condução nervosa 
Existem vários meios de se produzir uma anestesia local de forma transitória ou
permanente (o que é indesejável), com maiores ou menores intensidade e duração.
Dentre eles, citam-se como exemplos: 
Anestesia Local
24
Garrete
Compressão sobre
o feixe nervoso
Éter
Gelo 
Cloreto de etila
Beta-bloqueadores, como propranolol 
Venenos protoplasmáticos, tais como álcool, fenol e ortocresol
Fenotiazinas, como a promazina e a levomepromazina
Anestésicos locais de ação específica: novocaína, lidocaína, bupivacaína e
prilocaína
Hoje são empregados apenas os 
anestésicos locais de ação 
específica, pois sua ação é sempre 
reversível, segura e prática.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Anestésico local
Dessensibilização e analgesia da superfície cutânea, tecidos e bloqueio regional 
Auxiliar à anestesia intravenosa 
Baixo custo
Ação reversível 
Não irritante/tóxico
Possibilitar o uso com outras drogas sem efeito competitivo 
O uso de um anestésico local tem como objetivo: 
Características desejáveis
 
Essa forma tem a capacidade 
de bloquear o canal iônico, 
impedindo a repolarização 
celular.
25
Modo de ação
Anestesia Local
Os anestésicos locais são substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma
reversível, por bloqueio dos canais de sódio nos axônios das fibras aferentes. Então
o que nós temos é uma perda sensitiva e motora por um determinado período. 
Para que isso ocorra, a forma 
molecular do anestésico local 
passa a camada fosfolipídica e 
chega à porção interna da 
célula.
Após isso, uma parte das 
formas neutras ganham um 
elétron, passando à forma 
protonada. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Modo de ação
26
Forma molecular do 
anestésico local atravessa 
a membrana fosfolipídica
Para compreender melhor como ocorre o mecanismo de ação dos anestésicos locais,
veja o esquema abaixo:
Anestesia Local
1.
Chegando à porção interna 
da célula uma parte das 
formas neutras recebem 
um elétron
2.
Forma molecular (AL) se 
transforma em Forma 
protonoada (AL+)
A forma protonada do 
anestésico local bloqueia o 
canal de sódio, evitando a 
despolarização da 
membrana 
3.
Isso é o que causa o 
retardo ou a inibição da 
transmissão neurológica
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fibras aferentes
27
1° temos o bloqueio das fibras mais finas e mielinizadas 
2° temos o bloqueio das fibras mais grossas e mielinizadas
A anatomia das fibras aferentes influencia diretamente na velocidade de bloqueio.
Existem basicamente, quatro tipos diferentes de fibras: fibras A-alfa, A-beta, A-delta e
Fibras C.
O bloqueio segue então uma sequência lógica: primeiro temos a perda da dor, tato,
pressão e depois da propriocepção. A volta do bloqueio segue de maneira contrária:
primeiro temos a volta da propriocepção, pressão, tato e por fim dos estímulos
dolorosos.
Anestesia Local
A-alfa e A-beta são 
responsáveis pelos 
estímulos de pressão, tato 
e propriocepção
As fibras C e A-delta são 
responsáveis pela 
propagação dos estímulos 
dolorosos
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fundamental para um efeito rápido e efetivo
Está relacionado com a difusão do anestésico na área a ser bloqueada 
Existe uma dose máxima para cada espécie: visando evitar a toxicidade 
Os anestésicos locais são altamente lipossolúveis 
Quando administrados em uma região altamente lipídica, sua absorção sistêmica
é prejudicada e a anestesia tende a durar mais tempo
Por outro lado essa alta lipossolubilidade pode também atrapalhar a difusão do
anestésico naquele local 
Quanto maior a concentração menor o período de latência e maior o período de
ação 
Deve-se analisar, no entanto, a concentração ideal: para evitar a toxicidade 
Promove a vasoconstrição local, retardando a absorção sistêmica 
Aumenta o período de ação do anestésico 
A latência, efetividade e duração do bloqueio dependem de diversos fatores, aqui a
seguir veremos os principais deles.
Volume administrado 
Lipossolubilidade 
Concentração
Associação com vasoconstritores
Efeitos
28
Anestesia Local
Essa associação de vasocontritores+anestésicos 
locais, não deve ser utilizada em procedimentos em 
extremidades, como ponta de orelha, extremidade 
de membros, cauda e bordas de feridas, pois há o 
risco de causar necrose tecidual. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Medicamentos
Já estamos quase encerrando nosso tópico sobre anestesia local, e não poderíamos
deixar de fora os exemplos de medicamentos utilizados. 
29
Anestesia Local
Lidocaína
Mais utilizado 
Versátil: pode ser usada em
infiltrações simples ou complexas,
bloqueios periféricos ou loco-
regionais 
Promove efeito antiarrítmico 
Alto poder de penetração
Administração: 
Epidural, IM, IV, Infiltrações,
Intradérmica, Perineural, SC e Tópica
 
 
Bupivacaína
Três a quatro vezes mais potente
que a lidocaína
Período longo de latência (aprox.
20 min)
Bastante usada em anestesias
intraarticulares e raquidianas 
Ação longa, de duas a quatro horas
 
Administração: 
Infiltrações e Perineural
 
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
30
 Anestesias tópicas
Anestesias infiltrativas: intradérmica, subcutânea e profunda
Anestesias perineurais: em emergências ou não de forames
Anestesias espinhais: pendurais e subaracnóides
Anestesias intra-articulares
As técnicas anestésicas locais na Medicina Veterinária podem ser assim classificadas:
Geralmente, requerida para fins exploratórios (olhos, mucosas bucais ou nasais).
Emprega-se principalmente a lidocaína em concentrações mais altas (4 e 10%),
em preparações líquidas a 4% ou em forma de spray a 10%.
O único cuidado a ser tomado é o de que, em pequenos animais, o emprego da
lidocaína em spray deve ser feito com cautela, pois é difícil calcular a dose
máxima permitida (7 mg/kg).
Por ser a mucosa bem vascularizada, a absorção do anestésico também é rápida,
atingindo-se, assim, facilmente níveis séricos altos do anestésico local, o que
levaria o animal a um risco maior de intoxicação. 
Principais técnicas
Anestesia Local
Anestesias tópicas
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Pequenas incisões na pele
Retiradas de pequenos nódulos (neoformações)
Para biópsias de pele que costumam ser úteis para estudos dermatológicos
Botão anestésico (para biópsias) (Fig. 1.);
Cordão anestésico (para incisões) (Fig. 2.); 
Figuras planas geométricas, como retângulos, quadrados, triângulos, losangos
(para retirada de tumores cutâneos e cistos ou feridas cutâneas).
Quando se emprega um anestésico local por essa via, é importante considerar a 
 profundidade e área atingida, para evitar doses excessivas que colocariam em risco
o animal, face a uma intoxicação.
Anestesia local infiltrativa intradérmica 
Geralmente é requerida para: 
Anestesia local infiltrativa subcutânea
A técnica mais empregada e normalmente obedece às seguintes infiltrações:
A anestesia local infiltrativa subcutânea tem diversas indicação, dentre elas: Suturas
de pele de maneira geral (anaplasias ou correções), retirada de corpos estranhos,
ruminotomias, excisões tumorais, retiradas de cistos, biópsias de pele com
comprometimento subcutâneo e castração em equinos (bolsa escrotal, seguida da
anestesia do cordão espermático).
Anestesias infiltrativasNo último caso, o cuidado a ser tomado 
é o de que o botão anestésico é 
contraindicado, pois interfere na 
microscopia da lesão (espongiose)
31
Anestesia Local
Figura 1. Botão anestésico Figura 2. Cordão anestésico
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Anestesias infiltrativas 
A única diferença entre essa técnica e a anterior é a de que as figuras
geométricas usadas para efetuar um bloqueio na anestesia infiltrativa profunda 
 são tridimensionais (sólidos), descrevendo um cone ou uma pirâmide.
Entenda melhor essa diferença, analisando a figura abaixo: 
Sugerida em todos os corpos de formas cilíndricas, tais como membros ou
cauda. A técnica consiste em infiltrar radialmente, depositando o anestésico
superficial e profundamente, como mostra a imagem abaixo: 
Anestesia local infiltrativa profunda
É importante salientar que, se a área a ser anestesiada for extensa, deve-se recorrer
a outro tipo de anestesia, geralmente a anestesia geral.
Indicações: Ruminotomia (musculatura), excisão de linfonodos, excisões tumorais
em planos profundos, biópsias que requeiram envolvimento dos tecidos conjuntivos,
pequenas vulvoplastias em éguas, dentre outras. 
Anestesia local infiltrativa circular
32
Anestesia Local
Anestesia local infiltrativa profunda
Anestesia local infiltrativa circular
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Efetuada com maior frequência em membros (anteriores ou posteriores)
Nas emergências de forames, tais como os supra-orbitários, infraorbitários e
mentonianos
Descornas
Recalques dentários e trepanações em equinos
Intervenções nos membros de modo geral
Laparotomias em bovinos (paravertebrais)
Palatites
Suturas
Excisões tumorais
Técnica bastante utilizada que se baseia fundamentalmente na deposição do
anestésico no perineuro (ao redor do nervo, daí sua denominação), em
concentrações que variam de acordo com o tempo cirúrgico requerido e nas doses
suficientes para que ocorra a embebição perineural, o que ocasionará bloqueio do
impulso nervoso.
Indicações
Anestesias perineurais 
33
Anestesia Local
Exemplo de bloqueio perineural 
em membro posterior 
Fonte: Facultad de Ciencias Agrarias y Veterinarias, de la Universidad Católica de Salta
 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
34
Anestesia peridural (epidural) 
Anestesia Local
É uma anestesia regional, segmentar, temporária, produzida por fármacos
anestésicos em diferentes concentrações e doses e depositadas no canal espinhal. 
Modo de ação 
A anestesia peridural se estabelece da seguinte maneira: 
Inicialmente, através do espaço 
epidural, são atingidos os nervos 
espinhais que passarão pelos forames 
intervertebrais, obtendo-se um 
bloqueio paravertebral múltiplo
Segue-se, dentro do espaço epidural, o 
bloqueio dos ramos nervosos e 
gânglios
Ocorre difusão na dura-máter, que 
poderá causar, quando houver 
deposição excessiva de anestésico, 
uma anestesia subaracnóidea 
retardada
Difusão e absorção seletiva nos ramos 
ventrais e dorsais, região de drenagem 
linfática ativa
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fibras pré-ganglionares autônomas ocorrendo bloqueio simpático; 
fibras térmicas;
Fibras sensoriais; 
Fibras do tato;
Fibras de alta pressão; 
Fibras motoras; 
Fibras de sensibilidade vibratória e impulsos proprioceptivos.
Vasodilatação arteriolar com vasoconstrição compensatória;
Paralisia das fibras simpáticas no bloqueio torácico anterior; 
Redução do débito cardíaco por bloqueio beta-receptor;
Depressão do miocárdio, em casos de níveis séricos altos de anestésico local. 
Bloqueios altos por ação central ou periférica podem provocar,
progressivamente, respiração mais diafragmática, chegando, de acordo com a
severidade, a atingir as raízes do nervo frênico, ocasionando parada respiratória,
fato geralmente ligado à falha técnica ou sobredose do anestésico. 
Efeitos neurológicos
Seletivamente, os anestésicos locais bloqueiam as fibras nervosas na seguinte
sequência: 
Efeitos cardiovasculares
Os efeitos cardiovasculares na anestesia peridural ou raquianestesia são muito
controvertidos, mas o que se sabe até o presente momento é que ocorre:
Efeitos respiratórios 
Os efeitos respiratórios causados pela anestesia espinhal estão diretamente
relacionados à altura do bloqueio causado. 
35
Anestesia Local
Anestesia peridural (epidural) 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
A anestesia peridural em pequenos animais é indicada em
cirurgias obstétricas, em intervenções sobre o reto, assim como
tem serventia em cirurgias ortopédicas em pacientes de alto risco,
nos quais a anestesia geral é desaconselhável.
Em grandes animais, essa técnica é requerida em manipulações
obstétricas, intervenções a nível retal com o animal em estação,
posição eletiva em bovinos e equinos, em função do desconforto
causado pelo decúbito lateral (compressão das vísceras e perda
das referências cirúrgicas). 
Indicações
Anestesia subaracnóide 
36
Técnica: A punção é feita preferencialmente nos espaços intervertebrais das
últimas vértebras lombares (L4, L5, L6 e L7), evitando-se assim o possível risco de
bloqueios altos, que poderiam comprometer a respiração.
Indicação: Em pacientes que requeiram manipulações obstétricas (de
preferência pequenos animais), pacientes de alto risco, animais que devam ser
submetidos a cirurgias abdominais retro-umbilicais e que estejam de estômago
repleto ou em animais que devam permanecer acordados. 
É uma anestesia espinhal, segmentar, na qual se deposita o anestésico na região
subaracnóidea, entrando em contato direto com o líquido Cefalorraquidiano.
Anestesia Local
Anestesia peridural (epidural) 
Contraindicada em casos de hipotensão arterial ou 
estados de choque, convulsões, septicemias, choques 
hemorrágicos ou meningites, anemias ou hipovolemias, 
alterações anatômicas da coluna ou animais idosos.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
37
Veja abaixo alguns exemplos: 
Estas vias de aplicação anestésica são recomendadas em equinos e denominam-se
anestesias diagnósticas, pois, ao se aplicar o anestésico na região intra-articular,
imediatamente cessa a claudicação, indicando assim a sede da lesão.
Anestesia Local
Anestesia intra-articular 
 Anestesia em articulação interfalangiana distal 
 Anestesia em articulações da quartela 
 Anestesia em articulações intercárpicas 
Fonte: MANUAL DE COJERAS EN EQUINOS
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Definição
38
Anestesia 
Dissociativa
Ela pode ser administrada por via intramuscular
 Ela promove analgesia 
 A janela terapêutica é bem ampla
Os anestésicos dissociativos atuam como antagonistas dos receptores NMDA e 
 bloqueando a recaptação de catecolaminas.
Na Anestesia Dissociativa ocorre depressão seletiva do SNC, é uma das modalidades
mais versáteis de anestesia dentro da Medicina Veterinária. Isso acontece por
basicamente três motivos: 
1.
2.
3.
Para entendermos os efeitos clínicos dessa anestesia, temos que compreender o
mecanismo de ação dos anestésicos dissociativos. 
Então, temos ao mesmo tempo uma área do cérebro sendo deprimida (o córtex) e
uma outra área sendo estimulada (o sistema límbico). Sendo assim, o animal está
anestesiado, porém não está em hipnose, e portanto essa anestesia não pode ser
classificada como anestesia geral. 
Os receptores NMDA são os principais receptores do glutamato 
(neurotransmissor excitatório do SNC), os anestésicos dissociativos são 
bloqueadores não competitivos do glutamato, ou seja, eles se ligam a outro sítio 
de ligação nos receptores NMDA, impedindo a ligação do glutamato e inibindo a 
excitação neuronal. Isso leva a depressão do córtex cerebral, diminuindo osestímulos de tato, dor, temperatura e visão. Já o bloqueio da recaptação de 
catecolaminas (como a serotonina), estimula o sistema límbico, que está 
relacionado a emoções, como memória, aprendizado e sensação de prazer.
O que isso quer dizer?
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Mecanismo de ação 
39
Para compreender melhor o modo de ação da Anestesia Dissociativa descrito na
página anterior, veja o esquema abaixo: 
Anestesia 
Dissociativa
Anestésicos dissociativos 
se ligam a outros sítios de 
ligação dos receptores 
NMDA e bloqueiam o 
glutamato.
3.
Atuam como antagonistas 
não competitivos do 
glutamato.
Adaptado de: 
http://www.cnsforum.com/imagebank/item/hrl_rcpt_sys_NMDA/
default.aspx
Glutamato ativa receptores 
NMDA, causando excitação 
neuronal.
Ou seja, bloqueiam a ação 
do glutamato ao receptor 
NMDA, deprimindo o 
córtex cerebral. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Aumento do fluxo sanguíneo cerebral 
Vasodilatação
Aumento da pressão intracraniana
Taquicardia
Hipertensão 
Aumento de débito cardiáco 
Diminuição do volume sistólico 
As alterações nesse sistema são poucas 
Respiração apnêustica: tempo inspiratório maior e tempo expiratório menor 
Aumento das secreções respiratórias 
Rigidez muscular: gerando movimentos involuntários
Efeitos no SNC 
Efeitos no sistema cardiovascular
Efeitos no sistema pulmonar
Sistema muscular
Efeitos
40
Anestesia 
Dissociativa
Por isso é importante sempre associar um 
miorrelaxante ao anestésico dissociativo: 
EX: Cetamina+Alfa-2 agonista ou 
Cetamina+Benzodiazepínico
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Mais utilizado 
Promove analgesia 
Atua nos receptores opioides também
Mantém frequência cardíaca 
Promove broncodilatação
Cetamina + Xilazina: a via de administração é prática, pois é a intramuscular
e o paciente permanece com os reflexos protetores presentes, pois não é
uma anestesia geral; 
Cetamina + Detomidina: o paciente vai a decúbito permanecendo prostrado
acima de 60 minutos; a analgesia é de boa qualidade e não precisa de
assistência contínua. 
Administração: 
IV
IM 
Oral
 
Associações
Sintomas da Traqueobronquite 
41
Cetamina
Anestesia 
Dissociativa
Para finalizar nosso tópico sobre Anestesia Dissociativa, veremos o exemplo do
medicamento mais utilizado nessa técnica anestésica: 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Definição
42
Anestesia Geral
Perda da consciência ou sono artificial, isto é, narcose; 
Supressão temporária da percepção dolorosa, isto é, analgesia; 
Proteção neurovegetativa; 
Relaxamento muscular ligado à ausência de reação de defesa contra uma
agressão, isto é, anestesia cirúrgica.
Anestesia geral é todo ato anestésico, reversível, que satisfaz os seguintes
requisitos básicos: 
Classificação
Barbitúrica 
Não-barbitúrica 
Volátil Halogenada 
Volátil Não-halogenada
A Anestesia geral é dividida em: 
Essa classificação é baseada no tipo de medicamento utilizado. E a escolha do
anestésico baseia-se na técnica cirúrgica a ser desenvolvida e em características
individuais do paciente.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Os barbitúricos foram os primeiros anestésicos gerais intravenosos utilizados em
ampla escala, principalmente durante a primeira metade do século XX.
Promovem depressão generalizada do cérebro atuando nos receptores gabaérgicos,
de maneira semelhante aos Benzodiazepínicos que vimos anteriormente (página11).
A diferença é que os fármacos barbitúricos deixam o canal iônico aberto por mais
tempo, com isso promovem o efeito anestésico. 
Veja no esquema abaixo como essa ação aos receptores GABA ocorre de maneira
diferente:
43
Barbitúrica
Anestesia Geral
Agem modulando a ação 
dos receptores GABA.
Atuam na abertura dos 
canais iônicos.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Ainda falando sobre os medicamentos barbitúricos, vamos abordar as principais
vantagens e desvantagens de sua utilização:
44
Barbíturicos
Anestesia Geral
Obtenção de bons planos 
anestésicos: Desde que se 
transponha a fase de excitação, 
os planos anestésicos alcançados 
variam de acordo com a dose 
aplicada, obtendo-se assim os 
planos requeridos.
Praticidade de aplicação: 
Possibilitando que o profissional 
que realize a anestesia, possa em 
determinados casos, efetuar a 
cirurgia.
Preço razoável: Os barbitúricos
não são anestésicos de alto 
custo, o que possibilita sua
aquisição. 
Vantagens
Inviabilidade em pacientes 
cardiopatas, hepatopatas,
nefropatas ou Chocados: Os 
barbitúricos são anestésicos 
metabolizados pelo fígado 
(detoxicação) e eliminados por 
via renal (excreção), daí o 
descarte de uso em pacientes de 
alto risco.
Recuperação tardia: Os animais 
anestesiados por barbitúricos 
sem MPA e submetidos a doses 
anestésicas de reforço 
(complementares) apresentam 
uma recuperação anestésica 
tardia, acompanhada de 
excitação.
Depressão cardiorrespiratória 
acentuada: Em planos 
anestésicos profundos, os 
barbitúricos deprimem 
diretamente os centros bulbares,
Desvantagens
(Barbitúrica)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Efeitos no Sistema Nervoso Central
Os barbitúricos causam uma depressão progressiva que vai desde a sedação ligeira
até o choque bulbar, podendo sua ação provocar excitação, delírio, euforia e
confusão mental. 
Efeitos no Sistema Nervoso Autônomo
Os barbitúricos apresentam uma ação parassimpatomimética em doses que
provocam planos profundos. 
Efeitos no Sistema Respiratório
Há uma depressão direta do centro bulbar, ocasionando a diminuição da frequência
e da amplitude, o que acarreta a queda do volume-minuto. Os tiobarbituratos,
quando aplicados lentamente, ocasionam respirações profundas antes da perda da
consciência, com apneia fugaz por ação direta sobre o centro respiratório,
coincidindo com o baixo teor de C02 causado pelas respirações profundas
anteriores. 
Efeitos no Sistema Cardiocirculatório
Há uma diminuição da pressão arterial por depressão do centro vasomotor, com
bloqueio vagal quando aplicado rapidamente. Deprime o miocárdio por ação direta,
causando bradicardia. Ocorre diminuição da contratilidade cardíaca, hipotensão, e
ainda arritmia cardíaca com extrassístoles ventriculares.
45
Efeitos
Anestesia Geral
(Barbitúrica)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Classificação
Efeitos no Aparelho Digestivo
Todos os barbitúricos deprimem a motilidade intestinal, influindo no tônus e na
amplitude por ação sobre a musculatura lisa. Isto se reveste de importância, pois na
recuperação anestésica deve-se observar o retorno da motilidade gastrointestinal,
para não ser confundida com o íleo paralítico observado nas primeiras 48 horas nas
intervenções abdominais com tração exagerada de vísceras. 
Efeitos no Aparelho Urinário
Os barbitúricos diminuem o fluxo plasmático renal e a filtração glomerular devido à
hipotensão arterial e vasoconstrição renal, ocasionando redução do volume urinário
graças à maior reabsorção tubular da água, causada pela maior liberação do ADH. 
46
Efeitos
Anestesia Geral
(Barbitúrica)
Duração ultracurta: de 15 a 30 minutos
Duração curta ou moderada: 60 a 120 minutos
Duração longa: acima de duas horas 
Os barbitúricos podem-se classificar quanto ao seu tempo de duração anestésica, da
seguinte maneira: 
Exemplo: Tiamilal, Tiopental e Metohexital. 
Exemplo: Pentobarbital sódico. 
Exemplo: Amobarbital. 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Para finalizar nosso tópico sobre Anestesia Geral Barbitúrica, veremos a seguir
exemplos de medicamentos dessa classe:
47
Fármacos
Anestesia Geral
(Barbitúrica)
Tiobarbitúrico
Ação ultracurta 
Hipnótico
Extremamentelipossolúvel
Biotransformado exclusivamente 
pelo fígado por oxidação
Indicado para indução anestésica 
ou anestesias curtas
Administração: 
IV
Tiopental Pentobarbital
Hipnótico
Efeitos anestésicos são de 60 a 
120 minutos
 Período de recuperação tardio
O emprego do pentobarbital 
sódico, tem-se limitado apenas a 
pequenos animais e, mesmo 
assim, de preferência naqueles 
para fins experimentais, pois, 
com o advento dos 
tiobarbituratos e anestésicos 
voláteis, ele começou a cair em 
desuso na rotina hospitalar.
Administração: 
IV
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
48
Modo de ação
Informações gerais
Anestesia Geral
(Não-barbitúrica)
Infelizmente, em nosso meio, existem poucos fármacos que não fazem parte do
grupo dos barbitúricos. Os principais fármacos que encabeçavam o tópico dos
anestésicos não-barbitúricos eram a alfaxolona e a alfadolona (atualmente fora do
comércio), substituídos atualmente pelo propofol. 
Acredita-se que o modo de ação dos anestésicos gerais não-barbitúricos seja similar
ao modo de ação dos anestésicos barbitúricos, já visto no capítulo anterior (página
43).
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Deprime o Sistema Nervoso Central de maneira não seletiva 
Bradicardia
Hipotensão 
Deprime Sistema Nervoso Parassimpático 
Rápida biotransformação: sendo indicado para hepatopatas
Promove indução rápida e recuperação rápida e suave
Base da anestesia geral intravenosa (TIVA)
Não hidrossolúvel: precisa de uma solução especial para ser injetado no paciente
Essa formulação é um excelente meio de cultura, o que é um grande problema
no uso do Propofol: favorecendo infecções 
Reduz volume Sistólico
Causa Venodilatação
1 a 1,5 % dos pacientes podem apresentar mioclonias 
IV
O Propofol pode ser associado a diversos medicamentos para favorecer seus
efeitos desejáveis.
Atualmente o anestésico geral não-barbitúrico mais utilizado é o Propofol, veremos
a seguir suas características. 
Efeitos Gerais
Vantagens
Desvantagens
Administração
10% de óleo de soja 
2,25 % glicerol
1,2 % de fosfolipídeo de ovo purificado 
49
Anestesia Geral
(Não-barbitúrica)
Fármacos
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Definição
50
Anestesia Geral
(Volátil)
A anestesia geral volátil representa, atualmente, uma das intervenções
anestésicas mais seguras, considerando-se aparelhos anestésicos de boa
qualidade, fármacos empregados e adequações dos agentes voláteis para cada
intervenção, o que permite ao profissional que milita nessa área uma escolha
segura da técnica anestésica.
É a introdução de um produto ativo pela via respiratória, para fins de absorção a
nível pulmonar, com passagem imediata para a corrente circulatória.
A via de administração é a 
respiratória.
A idade não é fator limitante para 
seu emprego.
Pronta metabolização e 
eliminação. 
Em animais com MPA e indução, 
há ausência de excitação. 
Em determinadas MPA, dispensa- 
se o uso da indução barbitúrica.
Recuperação rápida. 
Possui antagonistas eficazes e 
específicos 
O tempo anestésico hábil pode 
ser controlado, assim como os 
planos anestésicos. 
Vantagens
Requerem aparelhamento 
específico e indivíduos 
especializados para seu controle.
Desvantagens
Nota-se que as vantagens em 
relação ao emprego dessa técnica 
anestésica são bem superiores as 
desvantagens, o que justifica sua 
ampla utilização.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Classificação
Anestesia volátil não-halogenada 
51
Anestésicos voláteis nã0-halogenados 
Anestésicos voláteis halogenados 
Os agentes anestésicos voláteis são classificados em: 
Veremos primeiramente as características dos anestésicos voláteis não-halogenados.
Éter dietílico 
Oxido nitroso 
Ciclopropano 
Exemplos de alguns agentes voláteis não-halogenados: 
Esses fármacos foram empregados na anestesia inalatória por volta do século XIX, 
por mais ou menos 100 anos. Com o passar dos anos foi sendo percebido que esses 
fármacos apresentavam alta toxicidade e também eram inflamáveis e então caíram 
em desuso. 
Anestesia Geral
(Volátil)
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Anestesia volátil halogenada
52
Halotano: considerado o primeiro anestésico inalatório não inflamável
Metoxifluorano
Sevoflurano
Isofluorano: mais utilizado atualmente
Principais agentes anestésicos voláteis halogenados:
Para entender a ação desses fármacos no organismo, falaremos de suas
características físicoquímicas:
Pressão de Vapor: traz informações sobre a capacidade de vaporização de um
fármaco, quanto maior a pressão de vapor mais fácil será vaporizar o agente.
Solubilidade: A solubilidade é importante para entendermos sobre o ponto de
equilíbrio do anestésico em cada meio biológico. Definindo se o anestésico irá
chegar ao cérebro rapidamente ou lentamente.
Concentração Alveolar Mínima (CAM): A Concentração Alveolar Mínima (CAM) é a
concentração mínima necessária para abolir a resposta motora por um estímulo
doloroso supramáximo em 50% dos indivíduos.
Anestesia Geral
(Volátil)
Modo de ação
Para entender um pouco melhor, 
clique ao lado e assista a aula 
Anestesia Inalatória no NAVE!
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
https://youtu.be/act8BPb4JFU
https://youtu.be/act8BPb4JFU
Mecanismo de ação
Depressão cardiovascular
Queda da Pressão Arterial dose dependente
Diminuição de volume sistólico
Redução do débito cardíaco 
Efeitos Cardiovasculares 
 
O mecanismo de ação dos anestésicos voláteis halogenados no cérebro ainda
não foi devidamente esclarecido, mas atualmente sabe-se que eles agem da
seguinte forma: 
53
 Efeitos Gerais
Anestesia Geral
(Volátil)
Inibem os neurônios excitatórios : Glutamatérgicos, NMDA e AMPA
E estimulam os neurônios inibitórios: GABA
Pode ocorrer aumento da frequência cardíaca como movimento compensatório
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Depressão respiratória dose dependente
Isoflurano: possui odor desagradável, sendo não indicado na indução por
máscara (sevoflurano é mais indicado nesse caso)
Essa característica está mais relacionada ao halotano, que tem em média 25%
de biotransformação, gerando o ácido trifluoroacético, que é hepatotóxico.
 Ele promove diminuição do fluxo sanguíneo hepático e hepatite imunomediada. 
É mandatório a remoção do anestésico do ambiente cirúrgico, por meio de
sistemas passivos ou ativos. 
A contaminação da sala cirúrgica pode gerar problemas na equipe cirúrgica,
como déficit cognitivo, motor, náuseas, cefaleia, irritação dentre outros. 
O halotano (contem Br e Cl) e o isofluorano (Cl) agridem a camada de ozônio. Já o
sevo e desflurano não promovem esse efeito. Porém, todos os anestésicos
contribuem para o efeito estufa. 
Efeitos Respiratórios 
Hepatotoxidade 
Poluição ambiental
Ambiente cirúrgico:
Atmosfera:
Efeitos Gerais
54
 
Anestesia Geral
(Volátil)
Esses efeitos são raramente vistos com os outros anestésicos.
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
Fármacos
55
 
Para finalizar nosso tópico sobre Anestesia Geral Volátil Halogenada, abordaremos
de maneira individual os fármacos mais utilizados: 
 
Anestesia Geral
(Volátil)
Possui odor etéreo
Apresenta rápida indução
Potencializa os miorrelaxantes 
Não produz lesão hepática, 
devido à baixa biotransformação 
Diminui o fluxo sanguíneo renal
Usado na indução ou 
manutenção anestésica
Administração: 
Inalatória
Isoflurano Sevoflurano
Líquido incolor de odor pungente
Baixa solubilidade no sangue
Menos potente
Eliminação total pelos pulmões
Indução e recuperação rápidas
Diminui a pressão arterial
Não irrita vias aéreas
O seu uso rotineiro é 
recomendado para pacientes de 
alto risco, toxêmicos ou prenhez.
Administração: 
Inalatória
Licenciadopara - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com
 
Agora que você já teve acesso a parte 
do conteúdo Universo da Vet, que tal 
conhecer um pouco mais?
 
 
Se você tem o desejo de otimizar os 
seus estudos, não deixe de conferir 
nosso material completo.
Siga o perfil no instagram e acompanhe as novidades !
OBRIGADO
por chegar até aqui!
@universodavet 
Licenciado para - N
ycole A
lves de S
ouza - 14998658727 - P
rotegido por E
duzz.com

Continue navegando