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ABERTURA CORONÁRIA DOS DIVERSOS GRUPOS DENTÁRIOS

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ABERTURA CORONÁRIA DOS DIVERSOS GRUPOS DENTÁRIOS 
Ana Maria Ramos – Endodontia – 2022.1 
 O conhecimento anatômico é imprescindível para o 
sucesso terapêutico. O tratamento endodôntico é dividido 
em etapas: 
1- ABERTURA CORONÁRIA / CIRURGIA DE ACESSO AO 
INTEIOR DOS CANAIS RADICULARES / PREPARO 
PARA ACESSO À CAVIDADE PULPAR 
2- PREPARO BIOMECÂNICO 
3- OBTURAÇÃO 
ABERTURA CORONÁRIA 
 É a primeira etapa cirúrgica do tratamento 
endodôntico e é a mais importante, pois “na endodontia, 
o acesso é tudo”. 
 A cirurgia de acesso se trata do passo operatório que 
vai desde a trepanação do teto da câmara pulpar até a 
sua completa remoção, permitindo que os canais possam 
ser localizados, acessados diretamente e adequadamente 
instrumentados e obturados. 
 A abertura coronária deve ter extensão suficiente 
para permitir um acesso adequado e ser pequena o 
suficiente para não fragilizar a coroa dental. 
Como referência para a execução desta etapa 
operatória, são inicialmente estabelecidas formas 
geométricas 
que refletem 
o aspecto 
anatômico 
da câmara 
pulpar, para 
se evitar o 
risco de 
fratura. 
 A abertura coronária deve levar em consideração a 
anatomia dentária do paciente, avaliada pela radiografia 
periapical do elemento dental no exame clínico apurado, 
de modo que a partir dele pode-se ver a posição do dente 
a dimensão da câmara pulpar, sua forma, presença de 
restaurações no dente, doenças periodontais, angulação. 
 São realizadas radiografias periapicais interproximais 
para se analisar a relação do assoalho com o teto. Como 
medidas de diagnósticos faz-se a localização dos orifícios 
de canal radicular, múltiplas radiografias, exame do 
assoalho (identificação dos sulcos). Além disso, podem ser 
usadas pontas ultrassônicas como auxiliares para o 
melhoramento da abertura coronária, microscópio 
operatórios e pode ser solicitado, em caso restritos, outros 
exames de imagem como a tomografia computadorizada. 
 Os objetivos da cirurgia de acesso são: 
1. Remover todo o tecido cariado 
2. Conservar estrutura dentária sadia 
3. Expor a câmara pulpar por completo 
4. Remover todo o tecido coronário (vivo ou necrótico) 
5. Localizar as embocaduras dos canais radiculares 
6. 
7. Conseguir acesso franco e direto ao forame 
apical ou à curvatura inicial do canal radicular 
8. Definir as margens do preparo para o futuro 
procedimento restaurador. 
 A cirurgia inicial permite um acesso amplo, 
franco e direto em linha reta ao interior do SCRs (Sistemas 
de Canais Radiculares) sem que haja interferências para o 
acesso ao ápice radicular. 
 Instrumentais usados: turbina de alta rotação, 
micromotor e contra-ângulo, brocas esféricas diamantadas 
(endoZ), brocas carbides – as brocas são selecionadas de 
acordo com o comprimento e volume da câmara pulpar. 
Os materiais clínicos são: pinça, odontoscópio sonda 
exploradora simples e modificada, carpule (caso 
necessário anestesiar o paciente), broca pêra (3118), broca 
carrertel (1045,1047 – remoção de material restaurador), 
broca transmetal (remoção de coroas, principalmente as 
mal adaptadas), endo-Z – usada no desgaste 
compensatório. 
OBS: ENDO Z é diferente de broca dourada multilaminada. 
Princípio Geral da Abertura Coronária 
 A remoção do tecido cariado deve ser realizada, 
pois a permanência desse tecido acarreta na deficiência 
no isolamento, em seguida se faz a restauração necessária 
mesmo antes do preparo para depois realizar a abertura 
coronária normalmente. 
 Então: 
1° princípio: Permitir acesso amplo e direto por meio 
de linha reta ao interior do canal radícula, de modo 
que não se pode ter interferência da liga 
2° princípio: Remoção de restaurações arenosas 
(amalgamas e provisórias) 
3° princípio: Fazer o Toillete da cavidade, ou seja, 
fazer a limpeza do campo operatório para evitar 
contaminação posterior. 
4° princípio: incluir em seu desenho todas as 
saliências e retenções da câmara pulpar (teto é a 
representação fiel da coroa) 
5° princípio: A parede cervical ou assoalho da 
cavidade nunca devem ser deformados, pois 
pode causar a perda do elemento dentário 
 A abertura coronária é formada por quatro fases: 
1- Abertura inicial – é o delineamento inicial da cavidade 
intracoronária, onde se iniciará a perfuração. 
Ponto de eleição: nos dentes anteriores é a face 
palatina/lingual e nos dentes posteriores a face 
oclusal 
2- Trepanação/remoção do teto – é a abertura coronária 
propriamente dita. Realiza-se em dentina, 
posicionando-se a brica no sentido onde a câmara 
pulpar é mais volumosa ou em direção ao canal de 
maior diâmetro. É nessa etapa que tem a “queda no 
vazio” onde se há o rompimento do teto da cavidade. 
Uso da endo Z como movimento suave de entrada e 
retirada para que não haja o escurecimento do dente. 
ABERTURA CORONÁRIA DOS DIVERSOS GRUPOS DENTÁRIOS 
Ana Maria Ramos – Endodontia – 2022.1 
3- Forma de contorno – é o delineamento da abertura 
coronária. Nessa etapa se tem a localização 
dos orifícios de entrada dando expulsividade. 
O seu desenho é determinado pelo volume 
da câmara pulpar, pela 
localização e número de 
orifícios da entrada dos canais 
radiculares 
4- Forma de conveniência – é a ultima fase da abertura. 
Nessa fase realizam-se manobras de refino da abertura 
inicial, permitindo uma melhor visão da entrada do 
canal radicular. Dessa forma se remove as projeções 
dentinária, convexidades das paredes e desgastes 
compensatórios. 
 A forma final da cavidade da abertura vai refletir a 
forma anatômica interna da câmara pulpar. As 
dimensões e forma da abertura devem propiciar, além da 
localização dos canais, condições para facilitar o uso dos 
instrumentos endodônticos e a realização da obturação. 
 
TÉCNICA DE ABERTURA DE ACORDO COM O GRUPO 
DENTÁRIO 
Antes de iniciar é necessário ter a radiografia inicial 
A. INCISIVOS (ICS, ICI, ILS,ILI) e CANINOS 
A abertura inicial se da no ponto de eleição que esta 
localizado no centro da face palatina 2mm acima do 
cíngulo (na prática desenhamos uma #passando 
acima do cíngulo e protegendo a linha de reforço 
para evitar fragilidade do dente, o ponde de eleição 
é o centro da #) 
Em seguida seleciona a broca esférica 
(1012,1013,1014) compatível com o volume da 
câmara pulpar. Naquele ponto, com a broca 
perpendicular ao eixo do dente inicia a trepanação 
em esmalte ao chegar na dentina direciona a broca 
no sentido do canal radicular (45° para cima para 
não trepanar a coroa) até cair no vazio. Troca a 
broca por uma Endo-Z levando de encontro a 
remoção do teto sempre sondando 
com a sonda exploradora para que 
não se encontre nenhuma 
interferência. 
Terminado o processo de remoção do 
teto a próxima etapa é a forma de 
contorno paredes proximais expulsivas 
que reflete a forma do dente (apx um 
triângulo com base voltada para a 
incisal). A forma de conveniência que é 
o desgaste compensatório, tem-se a 
remoção do ombro palatino para que o 
instrumento penetre livremente sem 
interferência para que não haja 
nenhuma trepanação e prejudique o preparo. 
OBS: Variações Clínicas: dente muito cariados, dentes in dentes faz a 
instrumentação normal sem precisar de procedimento anterior, como 
restauração. 
B. PRE-MOLARES SUPERIORES 
A radiografia inicial é orto-radial. Abertura inicial o 
ponto de eleição é na face oclusal (técnica da #) no 
centro do sulco central. Esse dente apresenta 2 
canais, o mais volumoso é o canal palatino. Nesse 
caso, quando chegar no esmalte a broca é 
direcionada para o canal de maior diâmetro. 
Na trepanação a broca vai cair no vazio e inicia o uso 
com a Endo-Z para remover todo teto, que deverá ter 
uma forma elíptica porque tem um achatamento. 
Feito isso delimita-se a forma de contorno com a 
expulsividade e retificação das paredes sempre 
sondando tanto a parede vestibular quanto palatina. 
C. PRÉ-MOLAR INFERIOR 
Não apresenta grandedificuldade, pois é um dente 
de canal único. 
A radiografia inicial é orto-radial. Abertura inicial o 
ponto de eleição é na face oclusal (técnica da #) no 
centro do sulco central. Por ter apenas um canal, 
quando chegar no esmalte a broca segue o curso até 
trepanar/cair no vazio onde será substituída pela 
Endo-Z para remover todo teto, que deverá ter uma 
forma elíptica porque tem 
um achatamento. Feito isso 
delimita-se a forma de 
contorno retificação das 
paredes sempre sondando. A 
forma de conveniência da 
expulsividade divergência no 
sentido oclusal. 
D. MOLARES SUPERIORES 
A radiografia inicial é orto-radial. Abertura inicial o 
ponto de eleição é na face oclusal (técnica da #) no 
centro do sulco central. A broca entra perpendicular 
ao sulco central e paralela ao longo do eixo. 
Chegou em dentina o canal de maio diâmetro é o 
palatino, então a broca será direcionada para esse 
canal. Trepanou/caiu no vazio usa agora a Endo-Z e 
leva para a face vestibular mesial e distal com a 
remoção do teto e sondagem até a remoção total. 
Forma de contorno – retificação das paredes – 
paredes proximais expulsivas com forma triangular ou 
trapezoidal (caso haja o 4° canal). 
Nunca a parede cervical ou assoalho da cavidade 
deve ser deformado. 
A forma de conveniência – 
ombro dentinário na entrada 
dos canais mésio e disto-
vestibulares, desgaste 
compensatório e o aspecto 
final vai depender no número 
de canais. 
E. MOLARES INFERIORES 
A radiografia inicial é orto-radial. Abertura inicial o 
ponto de eleição é na face oclusal (técnica da #) no 
centro do sulco central. A broca entra perpendicular 
ao sulco central e paralela ao longo do eixo. 
Chegou em dentina o canal de maio diâmetro é o 
distal, então a broca será direcionada para esse 
canal. Trepanou/caiu no vazio usa agora a Endo-Z e 
leva para a face vestibular mesial e distal com a 
remoção do teto e sondagem até a remoção total. 
ABERTURA CORONÁRIA DOS DIVERSOS GRUPOS DENTÁRIOS 
Ana Maria Ramos – Endodontia – 2022.1 
Nunca a parede cervical ou assoalho da cavidade 
deve ser deformado. 
Forma de contorno – retificação das paredes – 
paredes proximais expulsivas com forma triangular ou 
trapezoidal. 
A forma de conveniência – ombro dentinário na 
entrada dos canais mesial – desgaste compensatório 
da parede mesial e convexidade da parede mesial. 
 
 Terminada a abertura se faz o tratamento das 
paredes de esmalte a partir da remoção de esmalte sem 
suporte, irregularidade das cúspides (fratura coronária, 
microinfiltração). No paciente idoso pode ocorrer 
calcificação e/ou câmara pulpar retraída. É essencial 
medir a distância da ponta da broca ao assoalho. 
 Canal em forma de C, a abertura segue o mesmo 
princípio. 
Passo a passo da cirurgia de abertura:

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