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Redes Elétricas Nova Metodologia Material de consulta do aluno 4º Tópico – Tarifação As tarifas do fornecimento de energia elétrica são cobradas pelas empresas as concessionárias (Light, Enel etc.), para permitir a justa remuneração do capital, o melhoramento e a expansão dos serviços. 4.1 – Terminologia Consumo de energia elétrica: Quantidade de potência elétrica (kW) consumida em um intervalo de tempo, expresso em quilowatt-hora (kWh) ou em pacotes de 1000 unidades (MWh). No caso de um equipamento elétrico o valor é obtido através do produto da potência do equipamento pelo seu período de utilização e, em uma instalação residencial, comercial ou industrial, através da soma do produto da demanda medida pelo período de integração. Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado. Demanda contratada: Demanda de potência ativa a ser obrigatoriamente e continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência no contrato de fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW). Demanda de ultrapassagem: Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em quilowatts (kW). Demanda faturável: Valor da demanda de potência ativa, identificada de acordo com os critérios estabelecidos e considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW). Demanda medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW). Energia elétrica: Simplificadamente, é o produto da potência elétrica pelo intervalo de tempo de utilização de um equipamento ou de funcionamento de uma instalação (residencial, comercial ou industrial). Fatura de energia elétrica: Nota fiscal que apresenta a quantia total que deve ser paga pela prestação do serviço público de energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando as parcelas correspondentes. Horário de ponta: É o período de 3 (três) horas consecutivas exceto sábados, domingos e feriados nacionais, definido pela concessionária, em função das características de seu sistema elétrico. Em algumas modalidades tarifárias, nesse horário a demanda e o consumo de energia elétrica têm preços mais elevados. Horário fora de ponta: Corresponde às demais 21 horas do dia, que não sejam às referentes ao horário de ponta. Período seco: Período compreendido pelos meses de maio a novembro (7 meses). É, geralmente, um período com poucas chuvas. Em algumas modalidades, as tarifas deste período apresentam valores mais elevados. Período úmido: Período compreendido pelos meses de dezembro a abril (5 meses). É, geralmente, o período com mais chuvas. Potência: Quantidade de energia elétrica solicitada na unidade de tempo. A potência vem escrita nos manuais dos aparelhos, sendo expressa em watts (W) ou quilowatts (kW), que corresponde a 1000 watts. Tarifa: Preço da unidade de energia elétrica (R$/MWh) e/ou da demanda de potência ativa (R$/kW). Tarifa binômia: Conjunto de tarifas de fornecimento, constituído por preços aplicáveis ao consumo de energia elétrica ativa (kWh) e à demanda faturável (kW). Esta modalidade é aplicada aos consumidores do Grupo A. Tarifa monômia: Tarifa de fornecimento de energia elétrica, constituída por preços aplicáveis unicamente ao consumo de energia elétrica ativa (kWh). Esta tarifa é aplicada aos consumidores do Grupo B (baixa tensão). 4.2 – Classificação dos consumidores No Brasil, as unidades consumidoras são classificadas em dois grupos tarifários: Grupo A, que tem tarifa binômia e Grupo B, que tem tarifa monômia. O agrupamento é definido, principalmente, em função do nível de tensão em que são atendidos e também, como consequência, em função da demanda (kW). As unidades consumidoras atendidas em tensão abaixo de 2.300 volts são classificadas no Grupo B (baixa tensão). Em geral, estão nesta classe as residências, lojas, agências bancárias, pequenas oficinas, edifícios residenciais, grande parte dos edifícios comerciais e a maioria dos prédios públicos federais, uma vez que, na sua maioria são atendidos nas tensões de 127 ou 220 volts. O Grupo B é dividido em subgrupos, de acordo com a atividade do consumidor, conforme apresentados a seguir: Subgrupo B1 – residencial e residencial baixa renda; Subgrupo B2 – rural e cooperativa de eletrificação rural; Subgrupo B3 – demais classes; Subgrupo B4 – iluminação pública. Os consumidores atendidos em alta tensão, acima de 2300 volts, como indústrias, shopping center’s e alguns edifícios comerciais, são classificados no Grupo A. Esse grupo é subdividido de acordo com a tensão de atendimento, como mostrado a seguir. Subgrupo A1 para o nível de tensão de 230 kV ou mais; Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138 kV; Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69 kV; Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44 kV; Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25 kV; Subgrupo AS para sistema subterrâneo. Dentro do grupo A, a Light atende aos subgrupos A2 (com tensão de 88 kV a 138 kV), A3a (com tensão de 30kV a 44kV), A4 (com tensão de 2,3 kV a 25 kV) e AS (atendidas a partir do sistema subterrâneo, com tensão menor que 2,3 kV). 4.3 – Modalidades de tarifações As tarifas de energia elétrica são dividas em monômias – de baixa tensão – e binômias, que incluem as tarifas horárias Verde e Azul. A tarifa monômia é a tarifa de fornecimento de energia elétrica composta por preços aplicáveis unicamente ao consumo de energia elétrica ativa. Já a tarifa binômia é a estrutura tarifária composta por preços aplicáveis ao consumo de energia elétrica ativa e a demanda faturável. 4.3.1 – Convencional monômia: Tarifa aplicada aos consumidores de baixa tensão, onde é cobrada apenas a energia elétrica ativa consumida (kWh). 4.3.2 – Horossazonal Verde: Opcional para fornecimento de tensão inferior a 69 kV, é composta por dois valores diferenciados para o consumo de energia (R$/ MWh) que variam de acordo com o horário do dia (ponta ou fora de ponta), além de valor fixo para qualquer nível de demanda de potência contratada. O modelo atende à clientes que controlam o consumo no horário de ponta. 4.3.3 – Horossazonal Azul: É uma tarifa composta, obrigatória para fornecimento de energia em tensão igual ou maior que 69 kV e opcional para tensão abaixo desse limite. Baseia-se no nível de consumo de energia e no nível da demanda de potência e oferece tarifas diferenciadas. Para a demanda de potência, há uma tarifa para o horário de ponta e outra para horário fora de ponta. Para consumo de energia, estabelece tarifas distintas para horário de ponta e horário fora de ponta. 4.3.4 – Bandeiras Tarifárias: Desde o ano de 2015, as contas de energia passaram a trazer uma novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que apresenta as seguintes modalidades: verde, amarela e vermelha – as mesmas cores dos semáforos – e indicam se haverá ou não acréscimo no valor da energia a ser repassada ao consumidor final, em função das condições de geração de eletricidade. Cada modalidade apresenta as seguintes características: Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo; Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 2,93* para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 6,24* para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 9,33* para cada 100 quilowatt- hora (kWh) consumidos. Bandeira branca: Ela é oferecida para as unidades consumidoras que são atendidas em baixa tensão (127, 220, 380 ou 440 volts, denominadas de grupo B) e para aquelas pertencentes ao grupo A optantes da tarifa de baixa tensão. Nos dias úteis, o valor tarifa branca varia em três horários: ponta, intermediário e fora de ponta. Na ponta e no intermediário, a energia é mais cara. Fora de ponta, é mais barata. Nos feriados nacionais e nos finais de semana, o valor é sempre fora de ponta. Figura 1 - Comparação entre tarifa convencional e a branca (*) Dados da ANEEL para Março 2022. http://www.aneel.gov.br/tarifas-consumidores/-/asset_publisher/zNaRBjCLDgbE/content/modalidade/654800?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Ftarifas-consumidores%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_zNaRBjCLDgbE%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_pos%3D2%26p_p_col_count%3D3 4.4 – Curva de carga É a representação gráfica de um determinado período de tempo, do modo como o consumidor utiliza a energia elétrica. Para um gerenciamento do consumo racional de uma unidade consumidora, com a finalidade de minimizar os custos com as tarifas de energia elétrica, é de suma importância elaborar uma curva de carga. Assim, se torna possível fazer um remanejamento na utilização das cargas, em função dos horários em que a tarifa é mais elevada, além de escolher a melhor modalidade tarifária (monômia ou binômia). As curvas de carga variam com os usos e hábitos dos consumidores, não permanecendo constante, mais mudando de valor em cada dia após dia no período de tempo considerado. Podemos distinguir dessa maneira: 4.4.1 – Curva de carga típica comercial Na carga comercial nota-se a sensível continuidade das solicitações a partir dos horários comuns de inicio de serviço (8 às 9 h) e a queda acentuada de carga após o encerramento do expediente (22 h). Figura 2 - Curva de carga comercial 4.4.2 – Curva de Carga Típica Industrial Na carga industrial, distinguem – se 2 (dois) períodos típicos: manhã e tarde, sendo comum a maior solicitação de carga no período da manhã. No horário do almoço (11 às 13 h) a carga sofre uma queda e no encerramento do expediente (17 às 18 h) se reduz aos valores das cargas de processamento continuado (fornos, iluminação, etc.) que não são desligados durante a noite. Figura 3 - Curva de carga industrial 4.4.3 – Curva de Carga Típica de Iluminação Pública A curva de carga de iluminação pública mostra os períodos em que a mesma esta ou não ligada durante o ano. A curva típica diária sofre modificações, sendo mais longo o tempo de funcionamento durante o inverno e mais curto durante o verão. Figura 4 - Curva de carga de iluminação pública 4.4.4 – Curva de Carga Típica do Sistema Urbano de Tração A curva típica do sistema de tração elétrica urbano mostra os dois maiores períodos de cargas: durante a manhã (5 às 9 h) e a tarde (15 às 20 h), quando é mais intenso o tráfego de trens, metros e ônibus elétricos. Links para acesso aos vídeos do YouTube https://www.youtube.com/watch?v=cJWfwauCFkM – Classificação dos Consumidores. https://globoplay.globo.com/v/7631844/ - Bandeiras Tarifárias. https://www.youtube.com/watch?v=5ndSih-fX-g – Escolha entre tarifação monômia ou binômia. BIBLIOGRAFIA http://www.light.com.br/para-empresas/Tarifas-e-Tributos/grupos-tarifarios.aspx - último acesso em 20/04/2018 às 18h38min. http://www.mme.gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20de%20Tarif%20 En%20El%20-%20Procel_EPP%20-%20Agosto-2011.pdf – último acesso em 20/04/2018 às 19h04min. https://www.youtube.com/watch?v=cJWfwauCFkM https://globoplay.globo.com/v/7631844/ https://www.youtube.com/watch?v=5ndSih-fX-g http://www.light.com.br/para-empresas/Tarifas-e-Tributos/grupos-tarifarios.aspx http://www.mme.gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20de%20Tarif%20En%20El%20-%20Procel_EPP%20-%20Agosto-2011.pdf http://www.mme.gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20de%20Tarif%20En%20El%20-%20Procel_EPP%20-%20Agosto-2011.pdf
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