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urgência e emergência

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1 
1. Explicar os protocolos de atendimento e abordagem de múltiplas vítimas (Protocolo START) 
2. Descrever o protocolo de atendimento ao paciente grave 
2.1. Diferenciar Avaliação primária e secundária 
2.2. Rotinas de exames laboratoriais e de imagem 
2.3. Diferenciar atendimento de urgência e de emergência 
2.4. Critérios de avaliação (MANCHESTER/ ESI) 
2.5. Abordagem inicial do paciente grave 
2.6. Diferenciar suporte básico e avançado de vida 
2.7. Identificar o triângulo de avaliação pediátrica em paciente gravemente enfermo 
3. Classificar as queimaduras quanto a grau, extensão 
3.1. Como realizar o cálculo de queimadura na superfície corporal queimada? 
3.2. Abordagem inicial do paciente queimado 
3.3. Repercussões sistêmicas, principais manifestações e agentes 
4. Compreender a fisiopatologia da insuficiência respiratória aguda 
4.1. Achados clínicos 
4.2. Abordagem inicial 
4.3. Principais etiologias (Insuf Resp Aguda) adulto e criança 
4.4. Descrever a sequência rápida de IOT 
4.5. Quando considerar VNI? 
4.6. Qual o manejo da crise asmática? 
5. Distúrbio ácido-básico 
5.1. Fisiopatologia 
5.2. Achados clínicos 
5.3. Diagnóstico 
5.4. Diagnóstico diferencial 
5.5. Exames complementares 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Protocolo START 
START é a sigla para Simple Triage and Rapid Treatment (triagem simples e tratamento simplificado), que classifica a 
vítima em quatro cores: 
• Vermelho: vítimas graves porém com chances de sobreviver se receberem tratamento rápido. 
• Amarelo: vítimas que podem aguardar até 1 hora para receberem tratamento. 
• Verde: vítimas com ferimentos leves, com capacidade de deambulação preservada e que podem até ajudar no 
manejo de outras vítimas 
• Preto (ou cinza): vítimas em parada cardiorrespiratória. Inviáveis. 
Como realizar a classificação? 
Avaliando quatro critérios: capacidade de deambulação, respiração (após abertura de vias aéreas), pulso e nível de 
consciência. 
• Deambula? Se sim, classificar como verde Se não, seguir para as próximas etapas 
• Respira após abertura de vias aéreas? Se não, classificar como preto. Se FR > 30 irpm, classificar como 
vermelho. Se FR < 30 irpm, continuar para a próxima etapa 
• Pulso e enchimento capilar: se enchimento capilar > dois segundos ou pulso radial ausente, classificar como 
vermelho. Se enchimento capilar ≤ dois segundos ou pulso radial presente, seguir para a próxima avaliação. 
• Nível de consciência: Se inconsciente ou incapaz de responder a perguntas simples, classificar como vermelho. 
Se capaz de responder e realizar perguntas e comandos simples, classificar como amarelo. 
As vítimas classificadas como vermelho devem ser as primeiras a serem atendidas e removidas a seguir atender e 
remover as vítimas classificadas como amarelo. As vítimas classificadas como preto, devem receber atendimento apenas 
depois que as demandas dos grupos vermelho e amarelo terem sido atendidas, pois necessitarão de intervenções que 
demandam mais tempo e tem menor chance de sobrevida.... 
Obs: MOV 
Todos os pacientes encaminhados à sala de emergência são elegíveis para monitorização multiparamétrica, 
oxigenoterapia suplementar e acesso venoso. 
A monitorização multiparamétrica é geralmente realizada com pressão arterial (PA), oximetria de pulso e cardioscopia. 
 
 
 
 
3 
 
A aplicação do método START consiste basicamente em: 
1. Orientar verbalmente todas as vítimas que estejam andando pela cena do IMV (ou que consigam andar) para que 
saiam da cena e: 
• Identificá-los com a cor VERDE; 
• Direcioná-los para área mais apropriada. 
2. Mover-se pela área onde estão as vítimas que restaram, avaliando rapidamente cada uma delas para classificar e 
identificar segundo cores. Durante a avaliação, são permitidos procedimentos breves, como abertura de vias 
aéreas ou controle de sangramento intenso. A cada vítima encontrada: 
• Avaliar a respiração: 
• Se a vítima não respira, realizar manobra manual de abertura de vias aéreas, verificar se há corpo estranho 
visível na boca e desobstruir se possível. Remover próteses dentárias se estiverem soltas. 
• Se não respira mesmo após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como “CINZA”; 
• Se respira após abertura das vias aéreas, classificar e identificar como “VERMELHO”; 
Se a vítima respira, verificar a frequência respiratória: 
• Frequência respiratória > 30, classificar e identificar como “VERMELHO”; 
• Frequência respiratória < 30, seguir para avaliação do reenchimento capilar. 
Avaliar o reenchimento capilar ou a presença de pulso radial: 
• Enchimento capilar > 2 segundos ou pulso radial ausente, classificar e identificar como 
 
 
 
4 
• “VERMELHO”; 
• Enchimento capilar ≤ 2 segundos ou pulso radial presente, seguir para avaliação da capacidade 
• de cumprir ordens simples. 
Avaliar a capacidade de cumprir ordens simples: solicitar que a vítima realize um comando simples,por exemplo, 
“abrir e fechar os olhos” ou “apertar a mão”: 
• Não cumpre ordens simples (inconsciente), classifi car e identifi car como “VERMELHO”; 
• Obedece a comandos simples, classifi car e identifi car como “AMARELO”; 
✓ Considerar o atendimento das vítimas no local da triagem, se seguro, ou sua distribuição pelas cores em uma Área de 
Concentração de Vítimas (ACV), organizada em área segura; 
✓ As vítimas classificadas como cinza, inicialmente não devem ser removidas ou receber abordagem; 
✓ Diante da disponibilidade de equipes e desde que as intervenções críticas das vítimas classificadas como vermelha e 
amarela tenham sido completadas, as vítimas classificadas como cinza deverão ser reavaliadas; 
✓ O processo de classificação da vítima é dinâmico e pode ocorrer a reclassificação de prioridade conforme evolução 
clínica; 
✓ Para identificação, recomenda-se a utilização de cartão de triagem ou outro recurso, como pulseiras e fitas, entre 
outros. O registro do atendimento das vítimas com as demais informações do cartão (nome, idade, sexo, prioridade, 
número, etc.) deve ser realizado assim que possível; 
✓ As falhas de triagem podem ser decorrentes de: visibilidade comprometida; utilização de equipamento de proteção 
individual (EPI) obrigatório (devido à alteração da percepção tátil e visual do profissional); estresse emocional do 
triador; estresse emocional da vítima (levando a hiperventilação); tempo decorrido entre a triagem e o transporte para 
a ACV. 
Obs.: JUMPSTART para pacientes pediátricos 
 
 
 
5 
 
Avaliação primária do paciente (agravo clínico) 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: 
Em toda abordagem de pacientes com agravo clínico. 
Conduta: 
1. Avaliar a responsividade (chamar o paciente) e expansão torácica: 
• se não responsivo e sem movimentos respiratórios, checar pulso central: 
• se pulso ausente, iniciar Protocolo BC5 (PCR); e 
• se pulso presente, abrir VA com manobras manuais (hiperextensão da cabeça e elevação do queixo) e iniciar 
suporte ventilatório Protocolo BC4 (Parada Respiratória). 
• se não responsivo com movimentos respiratórios: garantir a permeabilidade de via aérea e considerar suporte 
ventilatório; e 
• se responsivo, prosseguir avaliação. 
2. Avaliar permeabilidade de via aérea (VA) e corrigir situações de risco com: hiperextensão da cabeça e elevação 
do queixo, cânula orofaríngea, aspiração e retirada de próteses, se necessário. 
3. Avaliar ventilação: 
• padrão ventilatório; 
• simetria torácica; 
• frequência respiratória; e • 
• considerar a administração de O 2. 
 
 
 
6 
4. Avaliar estado circulatório: 
• presença de hemorragias externas de natureza não traumática; pulsos periféricos ou centrais: frequência, 
ritmo, amplitude, simetria; 
• tempo de enchimento capilar; 
• pele: coloração e temperatura; e 
• na presença de sangramento ativo, considerar compressão direta, se possível. 
5. Avaliar estado neurológico: 
• Escala de Coma de Glasgow; e 
• avaliaçãopupilar: foto-reatividade e simetria. 
Observações: 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• O objetivo da avaliação primária é identifi car e corrigir situações de risco imediato de morte. Considera-se 
crítico todo paciente que apresentar alterações signifi cativas em qualquer etapa da avaliação. 
• Se o paciente for considerado crítico, o tempo de permanência na cena deve ser o mínimo possível. 
• Para realizar permeabilidade de VA: considerar o uso de manobras manuais e uso dispositivos de abertura de via 
aérea. 
• Repetir avaliação primária durante o transporte. 
Obs.: exames COMPLEMENTARES 
RX TÓRAX E PÉLVICO → Incidência AP 
FAST (USG à beira do leito) • Detecção rápida de líquido livre abdominal, pleural e pericárdico, além de pneumotórax 
em pct com trauma  Hemoperitôneo, hemopericardio, hemotórax  Pneumotórax – avaliação estendida (E-FAST) 
 Janelas ecográficas:  Saco pericárdico  Espaço hepatorrenal (Morrison)  Espaço esplenorrenal  Suprapúbica (Espaço 
de Douglas)  Linha axilar anterior direita (transição fígado-pulmão-diafragma)  Linha hemiclavicular anterior direita 
entre 3º-5º EIC (hemitórax direito)  Linha axilar anterior esquerda (transição baço-pulmão)  Linha hemiclavicular 
anterior esquerda entre 3º-5º EIC (hemitórax esquerdo) 
Avaliação secundária do paciente (agravo clínico ) 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: 
 Em toda abordagem de pacientes com agravo clínico, após a realização da Avaliação Primária e das intervenções 
específicas dessa fase do atendimento. 
Conduta: 
1. Realizar a entrevista SAMPLA (com o paciente, familiares ou terceiros): 
• Nome e idade; 
• Queixa principal; 
• S: verificação dos sinais vitais: 
• respiração (frequência, ritmo e amplitude); 
• pulso (frequência, ritmo e amplitude); 
• pressão arterial; e 
• pele (temperatura, cor, turgor e umidade). 
• A: história de alergias; 
• M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso; 
 
 
 
7 
• P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia; 
• L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; e 
• A: ambiente do evento. 
2. Realizar a avaliação complementar: 
• instalar oximetria de pulso, se disponível; e 
• mensurar a glicemia capilar, se disponível. 
3. Realizar o exame da cabeça aos pés: 
• Cabeça e face: 
• inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos, pupilas (verificar diâmetro, 
reação à luz e simetria pupilar) nariz, boca; e 
• observar alterações na coloração e temperatura da pele. 
• Pescoço: 
• avaliar região anterior e posterior; e 
• avaliar, em especial, se há distensão das veias jugulares. 
• Tórax: 
• observar, em especial, se há uso de musculatura acessória, tiragem intercostal e de fúrcula, 
movimentos assimétricos. • Abdome: • observar abdome distendido. 
• Membros superiores: 
• observar, em especial, a palpação de pulsos distais e perfusão dos membros; e 
• avaliar a força motora, solicitando que o paciente aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço 
de cada vez, se descartada qualquer potencial lesão. 
• Membros inferiores: 
• observar, em especial, a palpação de pulsos distais e perfusão dos membros (reenchimento 
capilar); e 
• avaliar a força motora, solicitando que o paciente movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada 
vez, se descartada qualquer potencial lesão. 
Observações: 
• Considerar os 3 “S” (Protocolos PE1, PE2, PE3). 
• A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória, principalmente nos pacientes críticos ou se sua 
realização implicar em atraso de transporte. 
• Objetivo específico da avaliação secundária: localizar alterações na cor da pele ou mucosas, assimetrias 
morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos anômalos emitidos pelo paciente, alterações de motricidade 
e sensibilidade. 
• Registrar detalhadamente os achados da avaliação secundária. 
IMPORTANTE! 
PROTOCOLOS PE1, PE2, PE3 
PE1- Aspectos gerais de avaliação da segurança de cena 
Aspectos gerais de avaliação da segurança de cena 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Este protocolo é parte integrante dos 3 “S” para a segurança e se aplica a todos 
os atendimentos. A avaliação da segurança da cena deve ser a primeira prioridade do profissional e deve anteceder o 
início da abordagem do paciente. 
Conduta: 
1. Realizar os 3 passos para avaliação da cena 
 
 
 
8 
 
2. Após avaliar os três passos, defi nir: 
• “CENA SEGURA”: iniciar os procedimentos de aproximação e abordagem do paciente (Protocolos 
PE7, PE2, PE3). 
• “CENA INSEGURA”: 
• posicionar-se em local seguro e próximo (considerar ações de segurança já realizadas ou sinalizadas 
por outros serviços já presentes na cena); 
• comunicar-se imediatamente com a Central de Regulação para informar detalhes e definir solicitação 
de apoio; 
• se necessário considerar as ações básicas de segurança e controle da cena; 
• aguardar orientação e apoio no local seguro. 
3. Considerar as ações de segurança e controle da CENA INSEGURA utilizando regras básicas de posicionamento 
diante de riscos, tais como: 
• rede elétrica afetada, posicionar-se próximo aos postes que ainda estiverem intactos; 
• presença (ou suspeita) de materiais tóxicos inaláveis ou fumaça, levar em consideração a direção do 
vento e/ou da fumaça antes de se posicionar. Posicionar-se sempre a favor do vento; 
• fogo e fumaça na cena, além da direção do vento, posicionar-se pelo menos a 50m de distância do 
local; 
• escoamento de combustível, posicionar-se na direção contrária ao sentido do escoamento; 
• risco de inundação, posicionar-se em local alto e distante; 
• risco de colapso de estruturas (edificações ou vias) considerar a possibilidade de extensão e 
propagação dos danos e posicionar-se em local seguro; 
• cenários hostis com possibilidade de violência contra a equipe (presença de armas, indivíduos hostis, 
animais, etc.) manter-se afastado em local seguro até a chegada de apoio. Se houve evolução para um 
cenário hostil com a equipe já na cena, considerar a saída estratégica diante de ameaça percebida ou 
potencial, com imediata comunicação à Central de Regulação; 
• se a cena já conta com presença de outras equipes ou serviços (bombeiros, policiamento etc.) 
considerar a sinalização e as ações de segurança já realizadas e apresentar-se ao comando da cena para 
disponibilização de recursos e orientações de segurança. 
 
 
 
9 
4. Reavaliar a cena com frequência pois os fatores podem se alterar com rapidez 
Observação: 
• Objetivo: identificar rapidamente os diferentes fatores de risco que estão relacionados com a ocorrência com 
vistas a tomada de decisão para seu controle e início da abordagem. 
• A primeira prioridade da equipe deve ser sua segurança. O desejo de ajudar não deve se sobrepor à própria 
segurança da equipe. 
• Em cenários hostis, é útil o uso de sinais ou palavras previamente combinadas para situações que exijam saída 
estratégica. 
PE2 – Regras gerais de biossegurança 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Este protocolo é parte integrante dos 3 “S” para a segurança e se aplica a todos 
os atendimentos. Biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou eliminar 
riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio 
ambiente. 
Conduta: 
1. Regras gerais de biossegurança durante o atendimento 
• Utilizar EPI obrigatório: 
• uniforme completo apresentável com faixas refletivas e mangas longas; 
• calçado fechado impermeável apropriado; 
• luvas de procedimento; 
• óculos de proteção; 
• máscara facial; 
• capacete (para o caso dos condutores de motolância). 
• Considerar práticas adequadas: 
• manter unhas curtas e limpas (não utilizar unhas postiças); 
• manter cabelos presos (caso se aplique); 
• não utilizar adornos em excesso como correntes,pulseiras, anéis e brincos grandes ou mesmo brincos 
pequenos, se do tipo argola; 
• não fazer uso de perfume durante o horário de trabalho; 
• trocar as luvas durante o atendimento caso exista contato com materiais com alta concentração de 
microorganismos (exemplo, material fecal) ou em caso de realização de procedimentos invasivos 
diferentes em um mesmo paciente; 
• com as mãos enluvadas, evitar tocar em maçanetas, puxadores, telefones e outros e, caso ocorra, 
garantir a realização da limpeza concorrente desses itens ao final do atendimento. 
2. Regras gerais de biossegurança para o período pós-atendimento 
• Higiene pessoal: 
• lavar cuidadosamente as mãos e antebraços, com água e sabão após a retirada das luvas e, na 
impossibilidade, lavar as mãos, utilizar álcool gel ou similar; 
• trocar o uniforme sempre que este estiver úmido ou receber respingos de fluídos corporais de um 
paciente. 
• Cuidados com o descarte de lixo e de material contaminado: 
• recolher da cena e da ambulância, todo o lixo produzido durante o atendimento (luvas, gazes, etc.) para 
descarte no recipiente próprio da ambulância; 
• descartar o saco de lixo da ambulância quando este alcançar 3/4 da capacidade, sendo que o descarte 
deve ser realizado exclusivamente no coletor de lixo hospitalar adequado e previamente pactuado. 
• Cuidados com o descarte de material perfuro-cortante: 
 
 
 
10 
• utilizar coletor de pérfuro cortante (de parede rígida, impermeável e com tampa) para descarte destes 
materiais; realizar o descarte quando o coletor de perfurocortante alcançar 2/3 da capacidade; não 
deixar o coletor de pérfuro-cortante no chão ou solto sobre o balcão da ambulância; para descartar, 
quando cheio, seguir as recomendações do fabricante para o fechamento. 
• Realizar de limpeza concorrente da ambulância e dos materiais e equipamentos ao final de cada 
atendimento. 
3. Práticas gerais de biossegurança aplicadas ao ambiente pré-hospitalar 
• Lavar as mãos sempre após funções fisiológicas e/ou pessoais: uso do banheiro, alimentação, pentear 
os cabelos, assoar o nariz, fumar; após procedimentos: ao final de cada atendimento após retirada de 
luvas, contato com objetos, mobiliário e documentos da ambulância e sempre que se encontrar com 
sujidade. 
• Para a lavagem das mãos, dar preferência ao uso de dispensadores de parede com acionamento manual 
e secagem com o uso de papel toalha. 
• Utilizar saco de lixo branco leitoso para descarte de lixo na ambulância. 
• Não permitir comer, beber, fumar ou utilizar/aplicar cosméticos dentro da ambulância. 
• Utilizar o uniforme exclusivamente durante o horário de trabalho, evitando-se seu uso no 
deslocamento por transporte público ou privado, locais de alimentação e outros ambientes. 
• A limpeza dos óculos de proteção pode ser realizada com água, sabão e hipoclorito de sódio. Não 
utilizar álcool 70%. 
4. Medidas de prevenção contra acidentes envolvendo sangue e outros fl uidos orgânicos 
• Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos. 
• Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolva material 
perfurocortante. 
• Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa. 
• Não utilizar agulhas para fi xar papéis. 
• Desprezar agulhas, escalpes, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéreis, em recipiente próprio. 
• Não descartar material perfurocortante em saco de lixo comum, mesmo que seja branco. 
• Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés em locais úmidos, com presença de material 
biológico ou onde haja risco de acidente percutâneo. 
Observações: 
• Os profi ssionais com lesões cutâneas secretantes ou exsudativas devem evitar atividades na intervenção e 
cuidado com paciente. 
• Todo e qualquer acidente envolvendo o profi ssional do SAMU com ou sem o envolvimento de riscos 
biológicos, deve ser informado imediatamente à Regulação Médica e à gerência do serviço, assim que possível. 
• Os serviços devem estabelecer rotinas para os casos de acidentes de trabalho de qualquer natureza. 
• O uso de máscaras faciais individuais do tipo N95 (ou PFF2), com ou sem válvula de exalação, deve ser restrita 
à assistência a pacientes com alta suspeição ou confi rmação de patologia transmitida por patógenos menores ou 
iguais a 5 micra na forma de aerossóis, como por exemplo, tuberculose pulmonar bacilífera, infl uenza A 
(H1N1), SRAG, sarampo ou varicela. Outras circunstâncias ou condições epidêmicas podem indicar sua 
necessidade de uso. Estas máscaras são reutilizáveis e seu tempo de uso é avaliado pela sua integridade. 
• Considerar as orientações sobre acidentes com material biológico no protocolo próprio. 
PE3 - Práticas para a Segurança do paciente 
Quando suspeitar ou critérios de inclusão 
Este protocolo é parte integrante dos 3 “S” de Segurança e se aplica a todos os atendimentos. 
Conduta 
 
 
 
11 
1. Práticas para a identificação do paciente 
• Identificar o paciente na ficha/boletim de atendimento com duas ou mais informações, dentre elas: nome 
completo sem abreviaturas, acompanhado de endereço completo, data de nascimento e/ou registro de um 
documento. 
• Para pacientes inconscientes, confusas ou sem condição de informar e sem acompanhantes: realizar busca ativa 
de documentos nos pertences e fazer a identificação conforme orientado acima; e na ausência de documentos, 
descrever detalhadamente na ficha/boletim de atendimento duas ou mais características pessoais (sexo, etnia, 
vestes e o local onde o paciente foi encontrado). • Recomenda-se a utilização de uma fita de identificação 
simples no punho direito do paciente, com os dados disponíveis e o endereço onde ele foi encontrado. 
• Na ocorrência de parto no ambiente pré-hospitalar, utilizar as fichas de identificação na mãe e no RN. 
2. Práticas para um cuidado limpo e seguro 
• Lavar as mãos antes e depois de procedimentos ou do contato com o paciente e/ou do contato com material 
biológico. 
• Na indisponibilidade de água e sabão, utilizar solução a base de álcool. 
• Sempre utilizar luvas durante o atendimento. 
• Garantir boas práticas na realização de procedimentos invasivos, mesmo em situação de urgência. 
• Realizar os procedimentos de lavagem e desinfecção interna da ambulância, conforme protocolos locais. 
• Descartar material perfuro-cortante em local adequado. 
• Recolher invólucros e outros artefatos da cena para descarte adequado. 
3. Prática para a utilização de cateteres e sondas 
• Verificar adequação e permeabilidade dos dispositivos e conexões antes de iniciar a infusão. 
4. Práticas para um procedimento seguro 
• Executar a checagem diária dos materiais, medicamentos e equipamentos e realizar a reposição dos itens 
faltantes. 
• Atentar para o armazenamento correto, prazo de validade e integridade dos invólucros. 
• Prever e comunicar etapas críticas e/ou possíveis eventos críticos durante a realização de procedimentos. 
• Registrar a realização de procedimentos, número de tentativas e intercorrências, se houver. 
5. Práticas para a administração segura de medicamentos e soluções 
• Identificar adequadamente os itens da mochila de medicamentos para facilitar a localização. 
• Certificar-se dos “5 certos” da administração de medicamentos: paciente certo, medicamento certo, via 
certa, hora certa, dose certa. 
• Utilizar materiais e técnicas assépticas na administração de medicamentos parenterais. 
• Utilizar recursos de comunicação em alça fechada para confi rmar prescrição verbal em situação de 
emergência e também após a administração de medicamentos. 
• Destacar na fi cha/boletim de atendimento informação positiva sobre alergias a algum medicamento. 
• Manter uma lista de medicamentos utilizados no serviço com a respectiva apresentação, dose utilizada e 
principais cuidados para permitir consulta rápida. 
• Registrar nafi cha de atendimento: droga, dose, diluente, tempo/velocidade de infusão e demais 
informações pertinentes à administração. 
• Notifi car ao serviço a ocorrência de reações ou eventos adversos decorrentes do uso de medicações. 
6. Práticas para promoção do envolvimento do paciente com sua própria segurança 
• Incentivar e valorizar a presença do acompanhante. 
• Utilizar linguagem compreensível para comunicação com o paciente. 
• Comunicar ao paciente e/ou familiares todos os procedimentos e encaminhamentos a serem realizados. 
7. Práticas para a comunicação efetiva 
• Utilizar recursos de comunicação em alça fechada durante o atendimento. 
• Realizar a passagem sistematizada do quadro do paciente durante a transição do cuidado do paciente para a 
unidade de destino. 
• Preencher adequadamente a fi cha/boletim de atendimento e entregar uma cópia para a unidade de destino. 
• Registrar o nome do profi ssional que recebeu o paciente na unidade de destino. 
• Escrever em letra legível. 
 
 
 
12 
8. Prevenção de queda e acidentes 
• Na cena, aproximar ao máximo a maca retrátil do local onde está o paciente para evitar deslocamento 
longo na prancha. 
• Na prancha longa, fi xar o paciente com, no mínimo, 3 cintos de segurança (3 pontos diferentes). 
• Na maca, realizar a fi xação do paciente com os cintos de segurança. 
• Transportar pacientes agitados, contidos fi sicamente ou com alto risco para queda sempre com a maca 
rebaixada. 
• Anotar na fi cha/boletim se há risco para queda. 
• Transporte de crianças com < de 6 meses: sempre no colo do responsável e na ausência deste, no colo do 
profissional de saúde, exceto se houver indicação de uso de incubadora de transporte. Os adultos devem 
estar com os cintos devidamente afivelados. O profissional de enfermagem deve permanecer próximo para 
manter atenção sobre o paciente e zelar pela segurança. 
• Transporte de crianças acima de 6 meses: na maca, acompanhadas do responsável. Se essa atitude 
provocar ansiedade nas crianças menores, elas poderão ser transportadas no colo pelo responsável ou pelo 
profi ssional de enfermagem. Todos deverão estar com os cintos de segurança afi velados. O profi ssional 
de enfermagem deve permanecer próximo para manter atenção sobre o paciente e zelar pela segurança. • 
Seguir as regras de condução de veículos de emergência. 
9. Prevenção de úlcera por pressão 
• Na prancha longa, utilizar coxins nos pontos mais suscetíveis à pressão. 
• No transporte prolongado, se possível, promover a mudança de decúbito e utilizar coxins ou proteção nas 
áreas corpóreas de risco. 
10. Segurança na utilização de tecnologia 
• Manter habilidades no uso dos equipamentos da ambulância. 
• Atentar para a condição das baterias recarregáveis. 
• Assegurar boa fi xação/guarda dos equipamentos e materiais dentro da AM. 
• Comunicar à chefi a qualquer problema relacionado ao uso dos equipamentos e materiais 
Observação 
 
O que é protocolo de Manchester? 
O protocolo de Manchester é um método de triagem de pacientes que os classifica de acordo com a gravidade do seu 
quadro clínico. 
Assim, as pessoas com problemas que representam risco de vida são atendidas primeiro. 
Desse modo, mesmo que um paciente com dor de cabeça forte chegue na unidade de saúde primeiro, outro com as vias 
respiratórias obstruídas deverá ser atendido primeiro. 
Em alguns casos mais urgentes, o atendimento precisa ser realizado imediatamente. Em outros, ainda há tempo para fazer 
alguma preparação, como trazer uma maca. 
 
 
 
13 
O protocolo de Manchester recebeu este nome por causa da cidade onde foi criado. Ele é resultado do trabalho 
colaborativo de médicos e enfermeiros de 9 (nove) hospitais de Manchester, no Reino Unido, entre 1994 e 1995. 
No Brasil, a metodologia foi usada pela primeira vez em 2008, no estado de Minas Gerais. 
Hoje, este sistema de classificação de risco é um dos mais utilizados no mundo, devido à sua abrangência e capacidade 
de triagem. 
A importância do protocolo de Manchester para a gestão 
O uso do protocolo de Manchester é importante para que os atendimentos sejam feitos no tempo que os pacientes 
realmente precisam. 
Em um hospital que recebe muitos pacientes, por exemplo, é fundamental ter um critério claro sobre quem deve ser 
atendido primeiro. 
Desse modo, a fila de atendimento se torna mais organizada, ao mesmo tempo em que atende a todos conforme as suas 
necessidades. 
Além disso, o processo de atendimento fica mais previsível, facilitando o controle e a avaliação do desempenho da 
equipe. 
Há inclusive, como veremos mais adiante, meios específicos para auditar e analisar a aplicação dessa metodologia. 
 Classificações do protocolo de Manchester 
O protocolo de Manchester classifica os pacientes por meio de uma tabela de cores, em que cada cor representa o nível 
de gravidade dos sintomas. Confira a seguir: 
• Vermelho: significa emergência. O paciente deve ser atendido imediatamente. São os casos em que o paciente 
apresenta risco de morte; 
• Laranja: muito urgente. O paciente pode esperar no máximo 10 (dez) minutos para ser atendido. Aqui, o 
paciente também apresenta risco de morte, embora esteja um pouco mais estável que o anterior; 
• Amarelo: casos urgentes, nos quais a gravidade é moderada. O tempo de espera pode ser de 50 minutos; 
• Verde: pouco urgente, é indicado para os casos menos graves. O paciente pode esperar até 2 (duas) horas; 
• Azul: não urgente. É a classificação mais baixa, que envolve problemas simples. Assim, o paciente pode 
esperar até 4 (quatro) horas. 
Quais são os equipamentos necessários para o protocolo de Manchester? 
Ao realizar a triagem conforme o protocolo de Manchester, é preciso de equipamentos para avaliar as condições dos 
pacientes. Eles são os seguintes: 
• Estetoscópio; 
• Termômetro; 
• Esfigmomanômetro; 
• Glicosímetro; 
• Relógio – para medir a frequência cardíaca; 
• Oxímetro; 
• Prontuários; 
• Pulseiras ou etiquetas com as cores do protocolo Manchester. 
https://www.feegowclinic.com.br/importancia-da-humanizacao-na-saude-blog/
https://www.feegowclinic.com.br/importancia-da-humanizacao-na-saude-blog/
 
 
 
14 
Quem pode executar o protocolo de Manchester? 
De acordo com a resolução Nº 661/2021 do Conselho Federal de Enfermagem, a função de classificação de risco e 
priorização é privativa do enfermeiro. 
No entanto, o protocolo é mais abrangente e inclui os médicos em sua capacitação, pois eles podem atuar como auditores. 
Para executar o protocolo de Manchester, o profissional deve ter realizado um curso de capacitação específica para este 
sistema. 
Além disso, para que os pacientes sejam atendidos com segurança, o enfermeiro em questão deve conseguir 
realizar os procedimentos com agilidade. 
A ideia é atingir um tempo médio de 4 (quatro) minutos para cada classificação, com um limite de quinze classificações 
por hora. 
Vale destacar que a instituição deve oferecer toda a infraestrutura adequada para que o enfermeiro cumpra esta função. 
Isto é, ele precisa de um consultório em boas condições e de todos os equipamentos mencionados anteriormente. 
Como funciona o protocolo de Manchester? 
Confira agora, o passo a passo da aplicação do protocolo de Manchester: 
1. Aferição dos sinais vitais 
Assim que o paciente chega a uma unidade de saúde, ele precisa ser imediatamente avaliado. O primeiro passo é 
aferir os seus sinais vitais. 
2. Identificação de sintomas 
Em seguida, deve-se identificar os seus sintomas, começando com a queixa principal do paciente. A partir dela, o 
enfermeiro faz uma série de perguntas a fim de classificar a gravidade do seu quadro. 
3. Classificação de risco 
O protocolo de Manchester possui critérios específicos para conduzir a investigação sobre os riscos. Logo, o 
profissional pode usar um dos 55 fluxogramas que o sistema apresenta. 
Por exemplo, existem opções para casos de alergia,cefaléia, auto-agressão e assim por diante. 
Depois de registrar essas informações no prontuário, o enfermeiro define a classificação de risco em que o 
paciente está. 
Então, o paciente recebe uma pulseira com a cor referente ao seu grau de urgência. 
Índice da Gravidade de Emergência- ESI (Emergency Severity Index) 
 O ESI é um protocolo usado nos Estado Unidos desde 1999. 
O método ESI é baseado em um fluxograma específico utilizado para definir a classificação prioritária de cada 
paciente. As instituições devem decidir o tempo de espera que não é determinado pelo protocolo. 
Deste modo, os cinco níveis de classificação deste protocolo são : 
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-661-2021_85839.html
https://www.feegowclinic.com.br/relacao-medico-paciente-blog/
 
 
 
15 
1° Nível ou emergente- O paciente necessita de atenção médica imediata; 
2° Nível ou urgente- é recomendável que o atendimento não demore mais que 10 minutos para acontecer ou 
podem levar a complicações no quadro clínico do paciente; 
3° Nível- os sintomas podem ter ligação com doença aguda mas não há risco de deterioração rápida dos mesmos; 
4° Nível – São queixas de ordem crônicas, mas não apresenta risco à função dos órgãos vitais; 
5° Nível – Pacientes estáveis sem necessidades de recursos. 
Os pacientes são organizados nos níveis 3°, 4° e 5° de acordo com a quantidade de recursos que necessitam. 
Abordagem inicial do paciente grave 
EXAME PRIMÁRIO 
• Exame primário → identificar e tratar prioritariamente as lesões que implicam em risco de vida 
o Mnemônico → abordagem ABCDE 
 
a) Avaliação e manutenção das vias aéreas com restrição de movimentos da coluna cervical 
Coluna cervical 
• Estabilização da coluna cervical → colar cervical rígido, prancha rígida e coxins laterais de sustentação (na 
prática, também pode ser feita manualmente) 
o Fraturas e movimentações intempestivas podem comprometer de forma fatal a medula espinhal 
o Não é obrigatória em todos os pacientes → se não houver risco na coluna cervical, não é necessária 
(trauma penetrante por arma branca no abdome) 
Via aérea 
• Permeabilidade das vias aéreas → avaliada através da fonação (primeiro sinal a ser observado) 
o Considerar via aérea artificial em casos de impermeabilidade das vias aéreas 
Medidas de permeabilizar a via aérea 
• Manobras → Chin-lift e Jaw-thrust 
• Cânulas orofaríngeas (Guedel) ou nasofaríngea 
• Aspiração de corpos estranhos, vômitos, acúmulo de saliva e sangue observados à inspeção da via aérea 
o Laringoscopia direta seguida de sucção 
X-ABCDE (PHTLS) → controle de hemorragia exsanguinante antes do ABCDE 
• Atendimento extra-hospitalar com hemorragia exsanguinante (tipo muito grave de hemorragia, que deve ser 
controlada mesmo antes de estabilizar a coluna cervical ou avaliar as vias aéreas) 
 
 
 
16 
Indicações de via aérea artificial 
• Apneia 
• Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico (mesmo pérvias) 
• Comprometimento iminente das vias aéreas (lesão por inalação, fraturas faciais) 
• TCE grave (Glasgow  8) 
• Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação sob máscara (mesmo pérvia) 
 
IOT (passo a passo) 
1. Paramentação incompleta (gorro, máscara e 
luvas) 
2. Separar e testar os materiais 
o Montar máscara no ambu 
o Testar ambu 
o Montar e testar laringoscópio 
o Insuflar e desinsuflar o cuff do tubo 
orotraqueal 
o Inserir fio-guia no tubo orotraqueal 
o Separar estetoscópio e fio para fixação 
3. Pré-oxigenação → oxigênio a 100% 
o Acoplar máscara e ambu, cobrindo 
nariz e boca do paciente 
4. Administrar medicamentos 
o Sedativo (midazolam) 
o Bloqueador neuromuscular 
(succinilcolina, rocurônio) 
5. Inserir laringoscópio 
o Inserir pela rima labial esquerda com a 
mão esquerda 
o Rotacionar e tracionar anteriormente 
até visualização da valécula e cordas 
vocais 
6. Inserir tubo orotraqueal 
7. Insuflar cuff do tubo orotraqueal (sem soltar o 
tubo) 
8. Conectar tubo orotraqueal no ambu 
9. Solicitar que um técnico realize a ausculta 
(enquanto ambusa) 
o 5 pontos → epigástrio, bases e ápices 
10. Fixar o tubo orotraqueal com fio 
11. Conectar no ventilador mecânico 
12. Solicitar RX de tórax e capnógrafo 
Via aérea artificial 
Definitiva → protege a via aérea contra broncoaspiração 
• Presença de cânula endotraqueal (com balonete insuflado) adequadamente fixada na traqueia e conectada a um 
sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida de oxigênio 
o IOT, intubação nasotraqueal, cricotireoidostomia cirúrgica, traqueostomia 
Temporária → não protege a via aérea contra broncoaspiração 
• Dispositivos supraglóticos (máscara laríngea, combitubo), cricotireoidostomia por punção 
 
 
 
17 
 
 
 
 
b) Ventilação e respiração 
• Oxigenoterapia suplementar (máscara facial com reservatório ou tubo endotraqueal) 
• Exame físico respiratório (inspeção, palpação, percussão e ausculta do tórax) 
o Diagnóstico de lesões torácicas (pneumotórax hipertensivo e aberto, hemotórax 
maciço) 
• Oxímetro de pulso (monitorização) 
c) Circulação com controle da hemorragia 
 
 
Controle da hemorragia 
• Compressão local de feridas sangrantes 
• Torniquete (indicada somente caso a compressão não seja eficaz) 
Punção de acessos venosos 
• Punção de 2 acessos venosos calibrosos periféricos 
o Infusão de medicamentos e monitorização, através da coleta de sangue 
Avaliação do correto posicionamento do tubo orotraqueal na IOT 
• Visualização do tubo passando entre as cordas vocais e ausculta respiratória 
• Capnografia e RX de tórax 
Paciente com indicação de via aérea artificial (respeitando as contraindicações) 
• IOT → dispositivos supraglóticos (máscara laríngea, combitubo) → cricotireoidostomia cirúrgica → 
cricotireoidostomia por punção 
Contraindicação da cricotireoidostomia cirúrgica → idade < 12 anos 
Local de realização da traqueostomia → entre 2-3 anel traqueal 
Choque mais comum em vítimas de trauma com hipotensão (até que se prove o contrário) → hipovolêmico 
hemorrágico 
Focos de sangramento → tórax, abdome, pelve e ossos longos 
• Lesões intra-abdominais (mais comuns) → devido ao acometimento de vísceras sólidas (baço, fígado) 
 
 
 
18 
o Se não conseguir, considerar acesso central, acesso intraósseo ou dissecção de safena 
Infusão de cristaloide aquecido 
• Infusão de cristaloide aquecido (37-40C) 
o Ringer lactato (preferível) ou soro fisiológico a 0,9% 
o Até 1 litro (adultos) ou 20 ml/kg (crianças) 
 
Estimativa da perda volêmica (classes de perda hemorrágica) 
 
 
Classificação da perda hemorrágica 
• Classe I → perda sanguínea muito pequena (doação de sangue) 
o Não requer reposição de cristaloides → em muitos casos, mecanismos compensatórios 
restauram o volume sanguíneo em 24 horas 
Resumo da conduta na avaliação inicial do C 
• Puncionar 2 acessos venosos calibrosos periféricos 
• Infundir cristaloide aquecido (Ringer lactado ou soro fisiológico) 
• Solicitar exames laboratoriais 
o Coagulograma (TAP, PTT, plaquetas), tipagem sanguínea, beta-hCG (mulheres em idade fértil) 
Hipotensão permissiva → PA mínima para garantir a perfusão sanguínea 
• Contraindicada no TCE (a hipotensão permissiva diminui a PAM e consequentemente, a pressão de perfusão 
cerebral, aumentando a pressão intracraniana) 
• Hipotensão (devido ao sangramento) → a pressão baixa facilita a coagulação, permitindo que a própria pressão do 
paciente tampone o sangramento 
• Excesso de cristaloides é prejudicial → o excesso de líquido aumenta a pressão novamente, que dificulta o 
tamponamento do sangue e retorna o processo de sangramento 
 
 
 
19 
• Classe II → perda sanguínea de  15% 
o Taquicardia, taquipneia e redução da pressão de pulso 
o Requer reposição de cristaloides e, às vezes, transfusão de concentrado de hemácias 
• Classe III → perda sanguínea de > 30% 
o Sinais clássicos de má perfusão → queda na PAS, taquicardiaimportante, taquipneia e 
alterações significativas do estado mental 
o Requer transfusão de concentrado de hemácias e hemoderivados 
• Classe IV → perda sanguínea de > 40% (ameaçador à vida) 
o Sinais de má perfusão acentuados → queda significativa da PAS, redução da pressão 
de pulso, débito urinário desprezível, rebaixamento do nível de consciência e pele fria, 
cianótica e úmida 
o Requer rápida transfusão (protocolo de transfusão maciça) e intervenção cirúrgica 
imediata 
Protocolo de transfusão maciça 
• Transfusão maciça → emprego de > 10 UI de concentrado de hemácias nas 24 iniciais de 
admissão (ou > 4 UI em 1 hora) 
o Indicado para pacientes na classe hemorrágica IV ou classe III refratários à reposição 
volêmica 
o Proporção 1:1:1 → 1 CH (concentrado de hemácias): 1 P (plasma): 1 CP (concentrado 
de plaquetas) 
Ácido tranexâmico (Transamin®) 
• Ácido tranexâmico → antifibrinolítico 
o Indicado para pacientes com lesões extensas e graves, com sangramento não 
compressível, refratários à primeira reposição volêmica 
o Administrado em duas doses de 1 g → 1 g nas primeiras 3 horas do evento traumático, 
ainda no atendimento pré-hospitalar, e depois 1 g ao longo de 8 horas 
 
Avaliação da resposta à reposição volêmica 
• Sinais vitais 
Antifibrinolíticos → inibem o processo que dissolve os coágulos, reduzindo o sangramento 
 
 
 
20 
 
• Diurese (melhor parâmetro) 
o Meta → 0,5 ml/kg/h (adultos) e 1 ml/kg/h (crianças) 
o Realizada em medidas auxiliares do exame primário e reanimação 
d) Incapacidade/estado neurológico 
• Escala de Coma de Glasgow (ECG) 
• Observação das pupilas 
• Movimentação das extremidades 
 
 
 
21 
 
 
e) Exposição/controle do ambiente 
• Retirada de todas as roupas do paciente (avaliação de regiões e lesões ainda não 
diagnosticadas) 
o Rolamento do paciente (busca lesões no dorso ainda não identificadas) 
• Aquecimento do paciente (prevenção da hipotermia) 
o Cobertores térmicos 
Escala de Coma de Glasgow-P → avaliação pupilar junto aos outros parâmetros descritos na ECG 
ECG-P = ECG – resposta pupilar 
Resposta pupilar 
• Duas pupilas reativas → 0 pontos 
• Uma pupila não reativa → 1 ponto 
• Duas pupilas não reativas → 2 pontos 
 
 
 
22 
o Temperatura da sala de reanimação adequada e aquecida 
o Aquecimento de líquidos infundidos 
Reanimação 
• Já realizada simultaneamente ao exame primário 
Medidas auxiliares ao exame primário e reanimação 
• ECG → busca de arritmias (podem ser indício de contusão miocárdica) e AESP 
• Cateter urinário → aferição do débito urinário (avaliar a reposição volêmica pela diurese) 
o Contraindicada na suspeita de lesão uretral 
o Melhor parâmetro para avaliar a resposta inicial à reposição volêmica 
 
• Cateter gástrico (nasogástrico, orogástrico) → evita a broncoaspiração (ao descomprimir o 
estômago) 
o Suspeita de fratura de base de crânio → contraindicação de sonda nasogástrica 
• Monitorização → frequência ventilatória, saturação de oxigênio no sangue (oximetria de 
pulso), gasometria arterial, pressão arterial e débito urinário 
• RX solicitados na avaliação primária → coluna, tórax e pelve 
Exame secundário 
• Exame secundário → realizado somente nos pacientes que, após as medidas de reanimação, 
demonstrem uma tendência à normalização de suas funções vitais 
o História clínica → mnemônico AMPLA 
o Exame físico detalhado 
o Exames complementares necessários 
 
Lesão uretral → sangue no meato uretral, retenção urinária, hematoma perineal, fratura pélvica 
• Realizar uretrografia retrógrada para confirmação diagnóstica ou afastamento da lesão suspeita 
• Contraindicação para passagem de cateter urinário 
 
AMPLA 
• A → alergia 
• M → medicamentos de uso habitual 
• P → passado médico e gravidez 
• L → líquidos e alimentos ingeridos recentemente 
• A → ambiente e eventos relacionados ao trauma 
 
 
 
23 
Medidas auxiliares ao exame secundário 
• Solicitação de exames complementares especializados (identificar lesões específicas) 
o Exige muitas vezes transporte do paciente para outros setores do hospital 
o Realizado somente em pacientes hemodinamicamente estáveis 
Reavaliação 
• Monitorização contínua 
Tratamento definitivo 
• Realizado somente após a identificação das lesões, resolução dos problemas que implicam em 
risco de vida e obtenção dos resultados laboratoriais e exames complementares 
 
SBV e SVA: qual a diferença? 
SBV 
O SBV vem da sigla de Suporte Básico à Vida. Ele é caracterizado por um grupo de ações e 
procedimentos para dar um atendimento primário a qualquer vítima. A principal diferença é que o 
SBV pode ser executado até por uma pessoa leiga, apenas com treinamento. Mas, ela também pode 
ser realizada por um profissional da área da saúde. O objetivo é prestar assistência inicial enquanto 
o atendimento especializado não chega. 
De imediato, o SBV deve manter algumas prioridades, como: 
• fazer o acionamento imediato do serviço de emergência; 
• a ressuscitação cardiorrespiratória imediata caso haja necessidade; 
• conter sangramentos; 
• fazer a rápida desfibrilação; 
• realizar qualquer ação que preste suporte à vida. 
Múltiplas vítimas e vítimas em massa 
Múltiplas vítimas → recursos hospitalares suficientes para atender todas as vítimas 
• Atendimento prioritário para pacientes com risco iminente de vida e com lesões multissistêmicas 
Vítimas em massa → recursos hospitalares insuficientes para atender todas as vítimas 
• Atendimento prioritário para pacientes menos graves com maior probabilidade de sobreviver 
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/11/14/saiba-como-fazer-a-manobra-de-ressuscitacao-cardiaca-veja-o-video.ghtml
 
 
 
24 
SVA 
Por outro lado, o SVA vem da sigla de Suporte Avançado à Vida. Esse segundo é justamente o 
atendimento especializado, como falamos acima. Nesse caso, apenas um profissional de área da 
saúde pode realizar o atendimento. 
Para executar o SVA é preciso seguir um protocolo que visa aumentar as chances de sobrevida da 
vítima. Além disso, o documento prevê medidas que ajudam a minimizar sequelas e facilitem a 
comunicação entre a equipe de SBV e SAV. 
O protocolo consiste em 3 passos: 
1 – Avaliação primária do paciente 
Quando o profissional faz a avaliação inicial checando as vias aéreas bem como a expansão 
torácica. Também é necessário realizar, caso necessário, ações que diminuam os riscos de vida 
como elevação do queixo, aspiração e estancamento de sangramentos. Além disso, é preciso nesse 
estágio avaliar o padrão respiratório do paciente e nível de consciência. 
2 – Avaliação secundária 
Nessa fase deve ser medida a oximetria e glicemia. Se possível, deve ser feita a avaliação dos 
membros superiores e inferiores. 
3 – Manobras de ressuscitação cardiorrespiratória 
Quando necessário, o profissional deve usar um desfibrilador externo automático (DEA) para 
manter o paciente com vida. Após o procedimento, deve ser verificado o pulso, se ausente ou 
presente. 
Lembrando que em todas as situações, o paciente deve ser imobilizado, principalmente em casos 
de traumas ou acidentes automobilísticos. 
O uso do colar cervical antes de mover o paciente para o transporte também é essencial. Isso pode 
evitar o aumento de pressão em partes fraturadas, por exemplo. 
A verdade é que apenas com os conhecimentos de SBV e SAV é possível ajudar pessoas vítimas de 
traumas, acidentes ou em situações de risco. 
Obs: URGÊNCIA X EMERGÊNCIA 
Emergências são consideradas condições que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de morte 
exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Já a urgência, é uma ocorrência imprevista com ou sem 
risco potencial à vida, onde o indivíduo necessita de assistência médica imediata. Dessa forma, ambas as 
definições pressupõem atendimento médico rápido e proporcional a sua gravidade, sendo a emergência 
mais grave que a urgência. 
O Triângulo de Avaliação Pediátrica(TAP) 
Em 2000, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou o primeiro programa educacional 
pediátrico nacional para prestadores de serviços médicos pré-hospitalares, que introduziu uma nova 
ferramenta de avaliação rápida, chamada de Triângulo de Avaliação Pediátrica (TAP). O TAP é uma 
https://posenfermagemdevalor.com.br/trauma-na-emergencia/
 
 
 
25 
ferramenta de diagnóstico, foi destinada a possibilitar que o prestador de serviços médicos articule 
formalmente uma impressão geral da criança, estabeleça a gravidade da apresentação e a categoria da 
fisiopatologia e determine o tipo e urgência da intervenção. O TAP de alguma forma resume os achados 
‘‘instintivos’’ e promove a comunicação consistente entre os profissionais de saúde com relação ao estado 
fisiológico da criança. Destinado a ser usado na avaliação rápida, o TAP faz uso somente de pistas visuais 
e auditivas, sem necessidade de equipamentos e leva de 30-60 segundos. Os três componentes do TAP 
são aparência, trabalho de respiração e circulação da pele. Cada componente do TAP é avaliado 
separadamente, usam-se achados físicos, visuais ou auditivos específicos predefinidos. Caso o médio 
detecte um achado anormal, o componente correspondente é, por definição, anormal. Juntos, os três 
componentes do TAP refletem o estado fisiológico geral da criança ou o estado geral de oxigenação, 
ventilação, perfusão e função cerebral. 
 
A aparência é o componente mais importante ao determinar quão grave é a doença ou lesão, a 
necessidade de tratamento e a resposta à terapia. Ela reflete a adequação da ventilação, oxigenação, 
perfusão cerebral, homeostase corporal e função do sistema nervoso central. Essa característica do TAP é 
delimitada pelo mnemônico ‘‘TICLS’’: Tônus, Interatividade, Consolabilidade, Olhar ou Contemplação e 
Faortantes, como o tônus, a consolabilidade, a interação com cuidadores e outros e a força do choro da 
criança podem informar a aparência normal ou anormal da criança ao profissional (para a idade e o 
desenvolvimento). A interação com o ambiente e o comportamento normal esperado variam de acordo 
com a idade do paciente. Conhecer o desenvolvimento normal na infância é essencial na avaliação da 
aparência. 
Os outros elementos da TAP fornecem mais informações específicas sobre o tipo de distúrbio fisiológico. 
O trabalho da respiração descreve o estado respiratório da criança, principalmente o grau no qual a 
criança deve trabalhar para oxigenação e ventilação. Avaliar o trabalho da respiração exige escutar 
cuidadosamente para ouvir sons anormais audíveis das vias aéreas (por exemplo, estridor, grunhidos e 
pieira) e buscar sinais de aumento no esforço de respiração (posicionamento anormal, retrações ou 
queima das narinas na inspiração). O tipo de ruído anormal nas vias aéreas fornece informações sobre o 
local da doença, ao passo que o número e o local das retrações e a posição do paciente relatam a 
intensidade do trabalho de respiração. 
A circulação da pele reflete a perfusão geral do sangue em todo o corpo. O profissional observa a cor e o 
padrão de cor da pele e das mucosas. No contexto de perda de sangue/perda de fluidos ou alterações no 
tônus venoso, os mecanismos compensatórios desviam sangue da pele e regiões periféricas do corpo para 
órgãos vitais, como o coração e o cérebro. Ao notar mudanças na cor da pele e na perfusão da pele (como 
palidez, cianose ou moteamento), o profissional pode reconhecer sinais precoces de choque. 
Uma anormalidade observada em quaisquer das características do TAP denota uma criança não estável, 
ou seja, uma criança que necessitará alguma intervenção clínica imediata. O padrão de características 
afetadas no TAP ainda classifica a criança em uma de cinco categorias: dificuldade respiratória, 
 
 
 
26 
insuficiência respiratória, choque, sistema nervoso central ou distúrbio metabólico e insuficiência 
cardiopulmonar. A categoria específica então dita o tipo e a urgência da intervenção. 
Grande queimado 
 
• 1° Grau: epiderme (hiperemia) 
• 2° Grau: epiderme e derme superficial (bolhas) 
• 3° Grau: subcutâneo (destruição das terminações nervosas, paciente não sente dor) 
• 4° Grau: tecido profundo e cavidade 
Manejo da ressuscitação volêmica 
• Cuidados precoces com a ferida 
• Melhor suporte da injúria metabólica 
• Suporte nutricional precoce 
• Controle infeccioso 
• Tratamento de lesões inalatórias 
 
• Queimaduras de 2° grau em menos de 10% de área de superfície corporal (ASC) 
• Ausência de queimadura em áreas de função especial (face, mãos, pés, olhos, orelhas 
ou períneo) ou comorbidades importantes 
 
• Queimaduras de 2° e 3° grau em > 10% ASC 
• Face, mãos, pés, olhos, orelhas ou períneo 
• Queimaduras elétricas (independe do grau ou ASC vão para o CTQ) 
• Lesão inalatória ou trauma associado 
• Queimaduras químicas 
• Comorbidades importantes 
 
 
 
 
GRAUS DE QUEIMADURA 
FATORES PROGNÓSTICOS 
REFERÊNCIA PARA HOSPITAL GERAL 
REFERÊNCIA PARA CENTRO DE TRATAMENTO DE QUEIMADOS (CTQ) 
FISIOPATOLOGIA 
RESPOSTA INFLAMATÓRIA 
 
 
 
27 
• Queimaduras > mediadores inflamatórios 
- Induzem vasoconstrição, vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar e 
edemas (perda de líquido para 3° espaço → choque) 
- Ocorre na queimadura e em órgãos a distância 
▪ Coração: alterações orgânicas → alteração volume plasmático, resistência 
vascular e débito cardíaco 
▪ Pulmão: tórax queimado → endurece (diminuição da complacência 
pulmonar) 
▪ Rins: diminuição débito renal e filtração glomerular, disfunção renal → IRA 
▪ Sistema imune: produção de imunoglobulinas, atividade opsônica e 
bactericida → susceptível a infecções 
▪ Queda do metabolismo, ↑ da energia de repouso, lipólise e proteólise → 
pode entrar em desnutrição 
 
 
 
• Remover o paciente da fonte de queimadura 
• Remover completamente roupas e acessórios 
- Não retirar roupas aderidas 
• Prevenir hipotermia 
• Manobras de rolamento → contaminação 
• Remover pós químicos 
- Irrigação copiosa com solução salina morna 
- Chuveiro quando disponível e paciente em condições 
• Fim do processo de queimadura? 
- Cobrir com cobertor morno e limpo 
▪ Prevenção da hipotermia 
 
• Obstrução → dano direto ou edema reacional 
• Quadro obstrutivo insidioso 
- Até o paciente entrar em IRpA 
• Atentar → queimaduras de cabeça, face e boca, lesão inalatória, trauma associado 
ENTUBAR? QUAL INDICAÇÃO? 
• História de confinamento em ambiente em incêndio 
• Sinais precoces de danos de via aérea (fuligem, pelos chamuscados, inflamação, 
lesão de mucosa oral, rouquidão, estridor, odinofagia), rebaixamento do nível de 
consciência 
- Podem levar até 24 horas 
• Ausência de sinais no raio x 
 
TRÍADE MORTAL DA MÁ VENTILAÇÃO→ OFERTAR O2 100% 
1. Hipóxia 
- Lesão de VA 
- Queimaduras circunferenciais 
- Trauma torácico 
ETAPA 1 – PARAR O PROCESSO DE QUEIMADURA 
AVALIAÇÃO DO TRAUMA 
ETAPA 2 – VIAS AÉREAS 
 
 
 
28 
2. Envenenamento por CO 
- Incêndios em locais fechados 
- História ou medida da HbCO (CO >20%) 
- Cefaléia e náusea, confusão, coma, morte 
3. Lesão inalatória 
- Partículas de fumaça 
- Morte de células mucosas 
- Reposta inflamatória 
- Obstrução por células necróticas 
- Pneumonia 
 
DETALHES IMPORTANTES PARA ETAPA 2 
Tubo Traqueal 
• 2.5 – 4.5 em lactentes 
• > 4.5 em crianças 
• > 7.5 em adultos 
Gasometria Arterial 
• PaO2 não prediz CO 
• PaCO 2 mmHg = 40% HbCO 
• O2 a 100% por pelo menos 4-6h 
Oximetria de Pulso 
• Não distingue HbO2 de HbCO 
• Paciente pode ter saturação boa e mesmo assim ventilar mal 
Elevar Cabeceira 
• Elevar a 30° 
• Fazer apenas se a condição hemodinâmica permitir 
• Excluída lesão cervical 
Trauma geral: déficit de fluidos por hemorragia 
• Queimado: repor as perdas contínuas por extravasamento capilar 
• Estabelecer capacidade de via aérea 
• Situações ameaçadoras a vida tratada: estabelecer 2 acessos periféricos calibrosos (>18) 
•Caso não seja possível iniciar acesso periférico iniciar os acessos central ou intraósseo 
• Iniciar com solução cristaloide aquecida → Ringer Lactato 
• Medida de PA pode não ser confiável, principalmente em lesão circunferencial de MMSS 
• Colocar sonda vesical de demora 
• Recomendação para ressuscitação da American Burn Association: 
- Evitar sub-ressuscitação e super-ressuscitação 
▪ Sub-ressuscitação → Hipoperfusão → Falência de órgãos 
ETAPA 3 – MANEJO CIRCULATÓRIO 
 
 
 
29 
▪ Super-ressuscitação → ↑ edema → ↑ profundidade da queimadura → 
Síndrome Compartimental 
▪ Objetivo: Fino balanço de perfusão tecidual → débito urinário adequado 
- Fórmula de Parkland para reposição 
𝑅𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜: 2 (3)𝑚𝑙 𝑑𝑒 𝑅𝐿 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑥 𝐴𝑆𝐶 
* 2 ml: adultos 
* 3 ml: crianças 
* ASC: Área de Superfície Queimada 
o Para queimaduras de 2° e 3° graus 
o ½ volume nas primeiras 8h após o trauma 
o ½ volume nas próximas 16h 
• Débito Urinário 
- Adultos: 0,5 ml/kg/hora 
- Crianças: 1 ml/kg/hora 
- DU de 30-50 ml/hora 
 
 
 
ETAPA 4 – ÁREA DE SUPERFÍCIE QUEIMADA E ANAMNESE 
 
 
 
30 
 
 
• Queimadura de 1° grau não conta para reposição 
• Queimaduras irregulares: 
- Palma da mão: 1% de ASC 
• Rodar o paciente em bloco e checar dorso 
 A
M
P
L
A
: 
 
 
 
• ↑ da pressão do compartimento (↓ expansibilidade por endurecimento da pele) = ↓ da perfusão 
• > 30 mmHg = necrose muscular (oclusão vascular) 
• Sinais: 
- Dor fora de proporção 
- Dor à extensão passiva 
- Edema tenso 
- Parestesias 
• Tratamento: escarotomia/fasciotomia 
 
• Indicações: 
- Náuseas 
- Vômitos 
- Distensão abdominal 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
CUIDADOS SECUNDÁRIOS 
SONDA NASOGÁSTRICA 
 
 
 
31 
- > 20% ASC 
 
• Agitação por hipoxemia ou hipovolemia 
• Dor 
• Corrigir essas situações antes das medicações 
• Feito apenas por via venosa 
 
• ATB apenas para o tratamento de infecções → sem uso profilático 
• dT → feita apenas na ausência de imunização para tétano 
 
 
 
• Ácidos, álcalis e derivados de petróleo 
• Ácido > necrose tecidual 
• Álcalis → maior penetração por liquefação tecidual 
• Influência: duração do contato com o agente, concentração e quantidade 
• Pó seco → retirar antes de irrigar com água 
• 20-30 minutos com água morna 
• Tratamento: remoção imediata do produto + cuidado local 
 
OBS.: Queimadura ocular com álcalis → irrigação abundante durante 8 horas 
 
• O que questionar? 
- Fonte elétrica 
- Contato com paciente 
- Transmissão de corrente 
• Teve geração de calor = queimadura 
• Ocasionam diferentes taxas de perda de calor entre os tecidos 
- Pele quase normal → músculos profundos necrosados 
- Sempre mais graves do que parecem 
- Atenção aos dedos → portas de entrada 
• Passagem da corrente 
- Trombose vascular 
- Injúria venosa 
• Normalmente requerem fasciotomia 
• Transferência precoce para CTQ → independente da ASC 
• Atenção para os seguintes aspectos: 
- Coração → disfunção elétrica 
- Músculos/rins →: rabdomiólise 
- Coluna vertebral → fratura óssea de vértebras 
 
QUEIMADURAS QUÍMICAS 
ANALGÉSICOS E SEDATIVOS 
ANTIBIÓTICOS E d T 
QUEIMADURAS ESPECIAIS 
QUEIMADURAS ELÉTRICAS 
QUEIMADURAS POR ABUSO 
 
 
 
32 
• Crianças ou idosos 
• Queimaduras circulares ou bordas regulares → cigarro ou ferro 
• Queimadura da planta do pé de bebês → face posterior de MMII e glúteos de idosos 
• Cicatrizes de queimaduras + trauma tipo fratura 
 
 
GRAUS DE CONGELAMENTO 
• 1° Grau: hiperemia e edema sem necrose 
• 2° Grau: vesículas de conteúdo claro e necrose parcial 
• 3° Grau: necrose de espessura total + subcutâneo + vesículas hemorrágicas 
• 4° Grau: necrose muscular e óssea com gangrena 
 
CRESTADURA OU FROSTNIP 
• Forma mais leve 
• Dor, palidez e hiposensibilidade 
• Reversível com aquecimento 
• Sem perda tecidual 
 
CONGELAMENTO 
• Formação de gelo intracelular 
- Oclusão microvascular 
- Anóxia tecidual 
• Reaquecimento pode piorar lesão (lesão de reperfusão) 
- Liberação de radicais livres e fatores inflamatórios 
 
LESÃO NÃO CONGELANTE 
• Pé de trincheira ou pé de imersão → muito tempo em contato com água no frio 
• Exposição crônica: 1,6 °C – 10 °C 
• Anestesia → Hiperemia → Dor → Edema → Bolhas → Ulcerações 
 
TRATAMENTO 
• Trocar roupas por cobertores aquecidos 
• Se possibilidade de dieta → líquidos quentes VO 
• Água circulante a 40° (20 – 30 minutos) 
• Evitar calor seco, esfregar ou massagear a área → risco de lesão de reperfusão 
• Analgesia e monitorização cardíaca 
Insuficiência respiratória 
A insuficiência respiratória (IR) é a incapacidade do organismo em captar oxigênio e eliminar CO2 de 
maneira suficiente para suprir a demanda metabólica do mesmo. 
EPIDEMIOLOGIA/ETIOLOGIA 
QUEIMADURAS POR FRIO 
 
 
 
33 
 É a causa mais frequente de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade. A 
mortalidade entre adultos é de cerca de 40%. A IR pode ter origem em alterações pulmonares e de vias 
aéreas, de sistema nervoso central (SNC), de sistema cardiovascular, nervos periféricos, da parede 
torácica ou da pleura. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Tipo 1 – hipoxêmica: A insuficiência respiratória do tipo 1 se caracteriza pela redução da PaO2 abaixo de 
60 mmHg, mensurada através da gasometria. A saturação de oxigênio não é utilizada como parâmetro, 
porque há muitos falso-positivos, como no caso de intoxicação por CO e da presença de 
metahemoglobina). 
Como a ventilação está preservada, o CO2 é eliminado normalmente. Assim, a origem deste tipo de IR 
está no prejuízo da difusão do oxigênio do alvéolo para o sangue, que pode ocorrer na dissociação entre 
ventilação e perfusão, na quebra da membrana alveolar e na redução na fração inspirada de O2 (FiO2). 
Distúrbio V/Q (dissociação entre ventilação e perfusão) 
A redução da ventilação e manutenção da perfusão, que ocorre, por exemplo, na atelectasia pulmonar 
gera um shunt, o qual culmina em hipoxemia, já que o sangue que passa pelo capilar não é oxigenado por 
encontrar os alvéolos fechados. 
Quebra da membrana alvéolo-capilar por: 
 
 
 
34 
• Edema intersticial (insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, síndrome da angústia respiratória 
aguda SARA); • Inflamação intersticial (pneumonia); • Fibrose (fibrose pulmonar idiopática). 
Redução da FiO2 
Ocorre em situações como grandes incêndios, em que o oxigênio é consumido pelas chamas, e em 
altitudes elevadas, em que o ar é rarefeito. 
Tipo 2 – hipercápnica: Este tipo de IR é definido pela presença de PaCO2 > 45 mmHg e acidemia (pH< 
7,35). São necessárias as duas alterações, porque se não houver alteração de pH, o paciente pode ser 
apenas um retentor crônico de CO2. Aqui o gradiente alvéolo-arterial de oxigênio é normal e o principal 
distúrbio é ventilatório. 
Assim, a incapacidade do ar em entrar e sair do alvéolo leva ao acúmulo de CO2 no sangue e, 
consequentemente, à redução do pH. De forma geral, a IR do tipo 2 é secundária à hipoventilação 
alveolar, que pode ser gerada por: 
• Redução do drive respiratório Lesão no centro respiratório no bulbo – TCE ou AVC hemorrágico, 
gerando herniação. 
• Obstrução de vias aéreas Queda da base da língua, bronquite, enfisema. 
• Doenças neuromusculares (tórax e diafragma) Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), miastenia 
gravis. 
Para diferenciar os dois tipos é necessário mensurar o gradiente alvéolo-capilar: Pressão alveolar de O2 
(PAO2) – PaO2. Sendo: • < 15 mmHg (normal) – hipercápnica; • > 15 mmHg (elevada) – hipoxêmica. 
QUADRO CLÍNICO 
No geral, pacientes com insuficiência respiratória podem cursar com alterações de consciência, 
taquipneia, respiração paradoxal, uso de musculatura acessória, murmúrios vesiculares diminuídos, 
estertores crepitantes, sibilos, cianose, sudorese e taquicardia. 
DIAGNÓSTICO 
Havendo um quadro clínico suspeito, deve-se pensar na etiologia e procurar a confirmação por meio da 
oximetriade pulso e da gasometria arterial. A oximetria apesar de ser falha, é rápida, simples e bastante 
disponível. Sendo confirmada a insuficiência respiratória, deve-se procurar a causa base: insuficiência 
cardíaca descompensada, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças neuromusculares, asma 
ou outros. 
TRATAMENTO 
 Uma vez reconhecida a IR, deve-se monitorizar, pegar oximetria e acesso venoso, além de executar o 
atendimento inicial (ABCDE) e solicitar a gasometria arterial. É importante avaliar os fatores de mau 
prognóstico, como gravidade, idade e histórico. O tratamento em si consiste na instituição do suporte de 
O2 adequado, seja ele invasivo ou não invasivo, e a reversão da causa base (broncodilatador, diurético, 
antibiótico, outros). 
 
 
 
35 
 
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) 
A VNI consiste na administração de suporte ventilatório mecânico assistido, sem a necessidade de via 
aérea artificial (tubo orotraqueal). As vantagens da VNI incluem a eliminação de possíveis complicações 
associadas à IOT (Intubação Orotraqueal), redução de infecção associada à ventilação mecânica, maior 
conforto para o doente, preservação de mecanismos de defesa da via aérea, possibilidade de manutenção 
de fala e de deglutição. O sucesso da VNI depende da seleção adequada de pacientes, da disponibilidade 
de pessoal treinado, da técnica de ventilação e da interface utilizada. 
Existem 2 modos disponíveis: CPAP e BIPAP 
Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP - continuous airway pressure): Aplicação de um nível de 
pressão contínuo nas vias aéreas, tanto na inspiração quanto na expiração, por meio do qual o paciente 
desenvolve seu próprio volume corrente e sem suporte na inspiração, é capaz de fornecer altas 
concentrações de O2 e altos fluxos. É utilizado em IRpA hipoxêmicas como EAP cardiogênico. 
Modo ventilatório com pressão controlada (BIPAP - bilevel positive airway pressure): Ele permite 
ventilações espontâneas e oferece dois níveis de pressão: uma pressão expiratória (ePAP), a uma pressão 
inspiratória (iPAP). A ePAP é análoga à PEEP da VM invasiva, ou seja, corresponde à pressão expiratória 
final das vias aéreas. Ela permite a oxigenação e reduz a pré e a pós-carga no tratamento da insuficiência 
cardíaca descompensada. A iPAP consiste em uma pressão de suporte durante a inspiração. 
 A diferença entre as pressões (iPAP – ePAP) é capaz de melhorar a ventilação alveolar ao aumentar o 
volume corrente e o volume minuto, sendo o modo de escolha aos pacientes com hipoventilação, por 
exemplo, o DPOC exacerbado. 
Os tipos de interface disponíveis atualmente, em tamanhos variados, são: conector bucal, máscara nasal, 
plugue nasal, máscara facial, máscara facial total e capacete. A escolha da interface mais adequada para 
cada paciente deve ser baseada na disponibilidade e na situação clínica. Em geral, são utilizadas as 
máscaras faciais ou faciais totais e, geralmente, falham em pacientes com respiração bucal, pelo escape 
aéreo. A máscara deve estar bem acoplada para evitar escape aéreo, já que a presença de vazamento 
excessivo interfere em todas as fases do ciclo ventilatório. 
A VNI não deve ser encarada como substituta do suporte ventilatório invasivo, especialmente nos casos 
em que o paciente depende de suporte ventilatório para a manutenção de vida. Por isso, nem todo doente 
é candidato à VNI. 
Obs.: No caso da insuficiência respiratória refratária a medidas não invasivas, o tratamento baseia-se na 
reversão da causa base da insuficiência respiratória e até que esse objetivo seja alcançado, é necessário 
suporte invasivo. 
Contraindicações para uso de VNI na IRpA 
• Rebaixamento do Nível de Consciência, TCE*. 
• Ausência de proteção de vias aéreas. 
 
 
 
36 
• Dificuldade no acompanhamento máscara-paciente. 
• Instabilidade hemodinâmica. 
• Vômitos incoercíveis. 
• SDRA com relação PAO2/FIO2 <200. 
• Sinais clínicos de falência respiratória. 
• Falência de VD 
Indicações do VNI 
Classicamente a VNI está indicada, se dois ou mais dos seguintes estiverem presentes: 
Sinais de desconforto respiratório agudo: 
• Dispneia moderada a grave. 
• FR > 25 irpm. 
• Uso de musculatura acessória ou de respiração paradoxal. 
• Assincronia toracoabdominal. 
Anormalidades nas trocas gasosas: 
• pH < 7,35 com pCO2 > 45 mmHg. 
• Relação PaO2/FiO2 < 300 
Tratamento das agudizações da asma 
DEFINIÇÃO DE CRISE DE ASMA (EXACERBAÇÃO) 
Segundo o GINA 2019, exacerbação de asma é um episódio caracterizado por um aumento progressivo 
nos sinais e sintomas: tosse, sibilos, sensação de aperto no peito e dispneia, com risco de causar 
insuficiência respiratória. 
Toda exacerbação de asma requer uma revisão no tratamento habitual daquele paciente, e pode acontecer 
também como a primeira apresentação de asma. 
GATILHOS PARA A CRISE DE ASMA 
O principal ponto para a exacerbação de asma é a exposição a um alérgeno e má adesão ao tratamento. 
Outros fatores de risco para exacerbação são: 
• Infecções respiratórias virais; 
• Exposição a alérgeno (Ex.: pólen, ácaro); 
• Alergia a alimentos; 
• Poluição do ar; 
• Mudanças sazonais; 
• Má adesão (principalmente ao corticoide inalatório). 
Além disso, existem fatores de risco associados a gravidade e morte por asma: 
• Exacerbação prévia grave: internamento em UTI; 
• Dois ou mais internamentos por asma no último ano; 
• Mais de 3 visitas à emergência no ano anterior; 
 
 
 
37 
• Uso de dois sprays de β 2 agonista no último mês ou uso recente de corticoide; 
• Dificuldade de percepção da gravidade; 
• Uso de 3 ou mais classes de medicações para controle; 
• Problemas sociais; 
• Presença de comorbidades. 
QUADRO CLÍNICO DA CRISE DE ASMA 
Existem fatores que devem ser pesquisados, tanto de anamnese (rápida e objetiva), quanto de exame 
físico. 
Deve ser perguntado ao paciente e/ou sua família sobre: 
• Tempo e qual a causa daquela exacerbação; 
• Sobre sintomas de asma crônica grave como limitação no exercício e dificuldades para 
dormir; 
• Sintomas de anafilaxia; 
• Se já teve outro quadro antes; 
• TUDO relacionado ao tratamento atual do paciente e ao seu diagnóstico; 
Por sua vez, no exame físico, deve ser classificada a gravidade da exacerbação, pesquisar por 
complicações (ex.: pneumotórax) e diagnósticos diferenciais (ex.: crupe, inalação de corpo estranho, 
insuficiência cardíaca). 
MANEJO DA ASMA AGUDA NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA 
Antes de tudo, precisamos sistematizar nossa abordagem. Para isso, vamos por etapas! Crise de asma é 
grave e precisa de reconhecimento e condutas rápidas! 
1ª ETAPA: ABCD + MOV 
Como de praxe no atendimento inicial na emergência, devemos seguir o ABCD e MOVer o paciente 
(todo paciente na emergência deve ser monitorizado, colocado oximetria de pulso e garantido acesso 
venoso). Existem 3 Obstrução sinais importantes nesse momento: 
A: de via aérea: levanta outros diagnósticos. 
B: Murmúrios vesiculares INAUDÍVEIS. 
D: Sonolência ou Confusão mental. 
Diante dessas alterações no B e no D, devemos: avaliar internamento em UTI, inicialar B2-agonista de 
curta duração (SABA), ofertar O2 via máscara não reinalante e preparar para intubação! Ou seja, paciente 
está com risco iminente de morte, o foco é salvar a vida do doente ofertar O2 e iniciando o tratamento da 
forma mais rápida. 
Indicação de Ventilação Mecânica 
• Parada respiratória 
• Parada cardíaca 
• Rebaixamento do nível de consciência 
• Fadiga progressiva 
• Arritmias graves 
 
 
 
38 
• Tórax silencioso 
• Falha em reverter acidose respiratória, mesmo com otimização da terapêutica 
• Hipoxemia não corrigida, mesmo com máscara FiO2 40-50%. 
ETAPA 2: Classificar a gravidade do doente 
Devemos triar a gravidade da crise asmática de acordo com os sinais e sintomas. No caso, deve-se sempre 
valorizar os achados mais graves!] 
 
3ª ETAPA: Medicamentos para tratamento da crise de asma 
Oxigenioterapia 
Utilizar cânula nasalou máscara de venturi para manter oxigênio entre 93-95% no adulto ou 94%-98% 
em crianças de 6 a 11 anos. Existem evidência de que níveis moderados de saturimetria têm melhores 
desfechos do que oxigenioterapia mantendo FiO2 a 100%. Lembrar que em casos muito graves, deve-se 
ofertar O2 via máscara não-reinalante e preparar material de intubação. 
B2-agonista de curta ação 
https://www.sanarmed.com/oxigenoterapia-dispositivos-de-oxigenacao-yellowbook
https://www.sanarmed.com/oxigenoterapia-dispositivos-de-oxigenacao-yellowbook
https://www.sanarmed.com/intubacao-orotraqueal-iot-na-emergencia-yellowbook?term=intuba%C3%A7%C3%A3o
 
 
 
39 
Utilizar um B2-agonista de curta duração inalado, preferencialmente com espaçador. Pode ser feito a 
cada 20 minutos na primeira hora. Em crianças sem resposta ao tratamento usual, pode-se considerar o 
uso de nebulização contínua. 
Obs.: Uma atualização do GINA 2019 é que não existem evidências para o uso de beta2-agonista de curta 
ação por via intravenosa em casos de crise grave. 
Fenoterol (berotec) ou Salbutamol (Aerolin): spray com 6-8 jatos com espaçador (preferencial) ou 
Nebulizar 10 gotas (max: 20 gotas) em 03 a 05 mL de SF0,9% em oxigênio 6-8 L/min 
Corticoide sistêmico 
O uso de corticoide sistêmico acelera a resolução da exacerbação e previne novas crises. De preferência, 
deve ser utilizado ainda na primeira hora de atendimento em paciente graves ou naqueles que não 
respondem as primeiras doses de SABA. O corticoide deve ser mantido por 3-5 dias em crianças e 5-7 
dias em adultos. 
Via de administração: 
• Corticoide Oral: (Prednisona 40-60mg em adultos e 1-2mg/kg até 40mg/dia em crianças): 
administração oral de corticoide é tão efetiva quanto a intravenosa, além de ser mais rápida, 
menos invasiva e mais barato. Ela deve ser a via de escolha em casos leves e em casos graves 
quando a criança consegue deglutir. 
• Corticoide intravenoso: a via intravenosa deve ser usada quando o paciente está muito 
dispneico para engolir, vomitando ou quando estiverem fazendo uso de VNI ou IOT. Deve-se 
manter por tempo curto esta via em casos graves. Logo que possível, o corticoide deve ser 
modificado para a via oral 
Corticoide Oral: (Prednisona 40-60mg em adultos e 1-2mg/kg até 40mg/dia em crianças) 
Corticoide venoso: Metilprednisolona 60-125mg/dose, EV (preferir) ou Hidrocortisona 100-
500mg/dose, EV. 
Corticoide inalatório 
O uso de corticoide inalatório em altas doses na primeira hora reduz necessidade de 
hospitalização naqueles que não estão usando o corticoide sistêmico. O uso concomitante ao corticoide 
sistêmico tem evidência conflitante (nível de evidência B). 
Brometo de ipratrópio 
Em casos de crise asmática grave, o uso de ipatrópio está associado a redução da necessidade de 
hospitalização e melhora do PEF e FEV1. Por isso, deve ser ser indicado para uso concomitante com o 
SABA na abordagem inicial do tratamento. Porém seu uso não está indicado por tempo mais prolongado 
durante o internamento. 
Brometo de Ipratrópio (Atrovent): 40 gotas a cada 20 minutos, via NBZ (associado ao beta-2-
agonista de curta, diluído em 3 a 5mL de SF0,9%). 
Sulfato de magnésio 
O MgSO4 ndicado em exacerbações mais graves, devendo ser utilizado quando não ocorre resposta ao 
tratamento inicial com β2-agonista e corticoide. A resposta terapêutica ocorre em uma a duas horas. 
 
 
 
40 
Sulfato de Magnésio 2g, EV, infundir em 20 minutos (20ml de MgSO4 10% + 200ml de SF0,9%, em 
BIC) 
Esta medicação só deve ser administrada uma única vez – não repetir! 
4ª ETAPA: Indicação de exames complementares 
Alguns exames complementares são úteis no manejo, porém não são imprescindíveis para começar o 
tratamento! 
Saturação de oxigênio: 
Todo paciente na emergência deve ser monitorizado, colocado oximetria de pulso e garantido acesso 
venoso. Sinais como SatO2 <90% já são indicativos de exacerbação grave, e SatO2 < 93% (< 95% em 
crianças de 6-11 anos) já é recomendado se utilizar oxigenoterapia. 
Gasometria arterial 
A gasometria arterial não deve ser feito de rotina. No entanto, suas indicações são no paciente com SatO2 
< 93%, sinais graves ou que não estão respondendo a terapia inicial. O esperado é uma queda na PaCO2 
em relação a basal devido a hiperventilação. Hipoxemia com PaCO2 alta indicam acidose respiratória 
com insuficiência respiratória instalada. 
Raio-X de Tórax: 
A radiografia também não deve ser realizada de rotina. Assim, em adultos, deve ser considerada se há 
uma suspeita de outro diagnóstico ou naqueles que não estão melhorando (ou piorando) e se levanta a 
suspeita de pneumotórax. Em crianças, também não é recomenda, a não ser que haja suspeita de 
pneumotórax, outra pneumopatia ou inalação de corpo estranho. 
Laboratoriais: 
O hemograma pode ser pedido em casos de suspeição de infecção (lembrar que os leucócitos e 
neutrófilos podem aumentar após 2 a 4 horas de uso de corticoesteroide sistêmico). Além disso, é 
indicado medir os eletrólitos em casos de comorbidade cardiovascular associada, uso de diuréticos ou 
altas doses de B2 agonista, especialmente se associados a xantinas e corticoesteroides. 
 5ª ETAPA: REAVALIAÇÃO 
A avaliação da resposta terapêutica deve ser realizada 30-60 minutos após o tratamento inicial, com 
reclassificação da gravidade do paciente. Os sinais clínicos nas crianças não se correlacionam bem com a 
intensidade da obstrução das vias aéreas. A medida que melhor se correlaciona com a gravidade é a 
SatO2 que, permanecendo menor que 92% após a primeira hora de tratamento, é um forte indicador de 
internamento hospitalar. 
https://www.sanarmed.com/interpretacao-de-gasometria-arterial-e-identificacao-de-disturbios-acido-base-yellowbook?term=gasometria%20arterial
 
 
 
41 
 
Distúrbio Ácido-Básico 
Gasometria 
O estado acidobásico em equilíbrio é determinado pelas concentrações séricas de [H+], CO2 e HCO3 - 
sendo medidas pela equação de Handerson-Hasselbalch (componente metabólico/componente 
respiratório): pH = pKa + log[HCO3 - ]/0,03 x pCO2 - # pKa: constante de dissociação do ácido 
carbônico. 
 
 
 
42 
 
AVALIAÇÃO DO DÍSTÚRBIO ACIDOBÁSICO 
1º PASSO 
Determinar se há acidemia ou alcaliemia pela avaliação do pH, que geralmente apresenta valores 
alterados. OBS - Há duas exceções em que o pH pode ser normal: se houver distúrbio misto ou se o 
paciente apresentar alcalose respiratória crônica e a compensação renal foi suficiente para normalizar o 
pH. 
2º PASSO 
Determinar a causa, avaliando as concentrações de [HCO3 - ] e CO2. Geralmente, há somente uma 
explicação para a alteração do pH. OBS – Em distúrbios mistos, há duas possibilidades que podem alterar 
o pH: presença de aumento de CO2 e diminuição [HCO3 - ] em paciente com acidemia. Em tais casos, o 
paciente tem duas causas de pH anormal (acidose respiratória e acidose metabólica) não sendo necessário, 
o 3º passo. 
3º PASSO 
Observar se há compensação (distúrbio primário) ou não (distúrbio misto). 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
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49 
 
Conceitos 
Base Excess (BE) – o que é? 
 É a diferença entre o buffer base do paciente e o buffer base normal (48 mEq/L). Pode ser representado 
como BEecf (ecf é a abreviatura de Extracelular Fluid). Veja para que serve... Se o BE for positivo e 
maior que + 3,0 mEq/L, significa que existe um aumento do total de bases, isto é, organismo está retendo 
bases, devido a um distúrbio metabólico primário (alcalose metabólica) ou compensatório (retenção renal 
de HCO3 para compensar o aumento da PCO2 de uma acidose respiratória crônica). Se o BE for 
negativo, mais negativo do que – 3,0 mEq/L, significa que houve uma redução do total de bases, ou seja, 
o organismo perdeu bases, devido a um distúrbio metabólico primário (acidose metabólica) ou 
compensatório (excreção renal de HCO3 para compensar a diminuição da PCO2 de uma alcalose

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