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Calcificações e pigmentações patológicas Calcificações patológicas CONCEITO Deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais (ex: ferro, magnésio) em locais onde não é comum sua deposição. O cálcio pode ser absorvido pelo intestino e ir para o liquido extracelular ou para o plasma. No plasma, o Ca2+ pode se depositar no esqueleto ou ser reabsorvido do esqueleto para o plasma. Absorção do cálcio: duodeno (primeira parte do intestino delgado) Vitamina D é fundamental na absorção do Ca2+ O Ca2+ está presente no plasma sanguíneo na forma de íons livres; IMPORTÂNCIA DO CÁLCIO Coagulação sanguínea Excitabilidade e contração do músculo cardíaco e esquelético. REGULAÇÃO DO CÁLCIO PLASMÁTICO O cálcio é um elemento tóxico para as células. Por essa razão existem mecanismos diversos e complexos para manter a concentração intracitoplasmática do cálcio rigorosamente baixa. CÁLCIO PLASMÁTICO BAIXO Glândula paratireoide paratormônio calcemia ATIVIDADE OSTEOCLÁSTICA CÁLCIO PLASMÁTICO ALTO Células parafoliculares da tireóide calcitonina calcemia ATIVIDADE OSTEOBLÁSTICA PARATORMÔNIO: retira o cálcio do esqueleto e leva para o plasma. CALCITONINA: retira o cálcio do plasma e deposita no esqueleto. GATILHO Solução plasmática supersaturada de Ca2+ ou aumento localizado de Ca2+ + MEIO ALCALINO + SUBSTRATO Patógeno morto, tecido necrótico, células degeneradas, fibras colágenas degeneradas TIPOS DE CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS Distrófica Localizada; Ocorre em tecidos previamente lesados Não depende dos níveis plasmáticos de Ca2+ Metastática Mais disseminada no organismo Pode ocorrer em tecidos normais, não previamente lesados Resultante da hipercalcemia plasmática. Metastática Pode ocorrer em tecidos normais, sempre que haja hipercalcemia. CAUSAS DA HIPERCALCEMIA Hiperparatireoidismo: paratormônio - reabsorção óssea. Destruição do tecido ósseo (tumores primários e metastásicos, imobilizações – uso de gesso diminui espessura do braço, por ex.) Absorção excessiva de Ca2+ por excesso de vitamina D. Insuficiência renal crônica (retenção de fosfato hiperparatireoidismo secundário – equilíbrio da relação cálcio- fosfato) Locais de ocorrência - Estroma dos rins e pulmões - Estômago - Coração - Parede das artérias - Córnea Distrófica CARMEM EDUARDA FLORES VITAMINA D Os pH alcalinos ao longo das membranas basais dos vasos desses órgãos favorecem a precipitação dos sais. LOCALIZAÇÕES CLÍNICAS: Área de necrose – como infartos antigos. Parede dos vasos esclerosados (arterosclerose) Linfonodos (necrose caseosa - tuberculose) Válvulas cardíacas ( idosos ou danificados – febre reumática) PATOGENIA INICIAÇÃO ORIGEM DE CA2+ Intracelular – mitocôndria de células mortas ou lesadas; Extracelular – Ocorre em estruturas extracelulares chamadas de vesículas da matriz que são provenientes de células necróticas que são ricas em fosfolipídeos ácidos → captação de Ca2+ PROPAGAÇÃO DEPENDE DA OFERTA Concentração de Ca2+ Fosfato no meio extracelular; Proteínas inibidoras e iniciadoras da calcificação (osteopontina e osteonectina) Calculose CONCREÇÃO OU LITÍASE Massas esferoidais, ovóides ou facetadas, sólidas, concretas e compactas, de consistência endurecida, que se formam: Interior de órgãos ocos (bexiga, vesícula biliar) Cavidades naturais do organismo (peritoneal, vaginal, testículo) Condutos naturais (ureter, colédoco, ducto pancreático ou salivar) Interior de vasos. NOMENCLATURA: Local de origem + Sufixo ‘-litíase’ = ocorrência do fenômeno Local de origem + Sufixo ‘-lito’ = nome do cálculo Exemplos: cálculos urinários (urolitíase e urólitos); salivares (sialolitíase e sialolitos), biliares (colelitíase e colélitos). Geralmente, deve ter tido uma infecção prévia e um substrato, para que haja a deposição dos sais de cálcio no local. A calculose não deixa de ser um tipo de calcificação distrófica que ocorre dentro de ductos (obstrução). Consequências/complicações das Calcificações Dependerão do local e da intensidade da deposição dos sais. Geralmente o depósito de cálcio é considerado inócuo e inerte, apesar de permanente e irreversível. CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA Válvulas cardíacas → estenose e insuficiência valvular e cardíaca; Complicação das ateroscleroses; Granulomas na tuberculose e abscessos crônicos → encarceramento do agente agressor CALCIFICAÇÃO METASTÁSICA Geralmente não causa disfunção clínica significativa; Deficiência respiratória (envolvimento intenso dos pulmões); Insuficiência renal (depósitos maciços nos rins) CALCULOSE Dor → pela distensão e acúmulo de secreção. Pigmentações patológicas Conceito Pigmentos são substâncias coloridas, amplamente espalhadas na natureza, ou também podem ser constituintes normais das células e tecidos, mas que em determinadas circunstancias podem representar causa ou efeito de alterações funcionais CLASSIFICAÇÃO EXÓGENOS Formados no exterior e introduzidos no organismo por ingestão, inalação ou inoculação. Penetram e se depositam nos tecidos, funcionando como corpos estranhos → fagocitados por macrófagos ou drenados por vasos linfáticos. INOCULADOS – via cutânea TATUAGEM: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos por agulha com propósito decorativo ou identificador. → Histologicamente é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no tecido conjuntivo. Exemplo de calculose urinária. TATUAGEM POR AMÁLGAMA: Áreas de coloração azulada na mucosa bucal decorrente da introdução de partículas de amálgama na mucosa; → essa introdução pode ser devida a lesão na mucosa no local da restauração no momento de inclusão do amálgama na cavidade. INGERIDOS – via oral CAROTENOSE: Ingestão excessiva de pigmentos vegetais (caroteno) → Determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos deletérios conhecidos. Deve ser diferenciada da icterícia e esteatose. MEDICAMENTOSAS: tetraciclina e cloroquina/ hidroxicloroquina. Tetraciclina: Pode causar manchas nos dentes em formação; Pode atingir dentes decíduos ou permanentes; Coloração amarelo a acastanhado dos dentes. Cloroquina / hidroxicloroquina: Drogas sintetizadas durante a 2ª Guerra Mundial para substituir o quinino (natural) Tratamento e profilaxia da malária; Síndrome de Sjögren; Artrite reumatóide; Lúpus eritematoso sistêmico Uso crônico → acúmulo nos melanócitos - droga tem afinidade por melanina Ototoxicidade – propriedade tóxica para o ouvido Ouvido interno → droga-melanina (estria vascular, modóiolo,...) → injuria vascular – isquemia - Reversível → perda neurossensorial profunda irreversível Retinopatia - lesões não inflamatórias da retina ocular -Droga excretada lentamente → acúmulo nas estruturas oculares que contêm melanina: epitélio pigmentar da retina e coróide; - Irreversível e progressiva; - Está associada à dosagem cumulativa e à duração do tratamento; - Perda da acuidade visual, perda na discriminação de cores; - Ceratopatia (depósitos corneanos) – 90% dos pacientes: inócua, reversível com a descontinuidade da droga. Hiperpigmentação cutânea e das mucosas INALADOS – via respiratória CARBONO (poeira do carvão) – mais comum Inalação carbono → macrófagos alveolares → linfonodos regionais Acúmulo do pigmento no pulmão e linfonodos regionais = ANTRACOSE - Macroscopia: pontilhado preto acinzentado nos pulmões e linfonodos; - Microscopia: partículas como pigmento negro, livre ou fagocitado pelos macrófagos; SILICOSE – Inalação de sílica Altamente irritante; Formação de nódulos fibróticos granulomatosos; Predisposição a infecçõespulmonares. ASBESTOSE: Inalação de silicato de magnésio (amianto); SILICOSSIDEROSE: Inalação de minério de ferro (Hematita); CALCINOSE: Inalação de Carbonato de cálcio (cal); ENDÓGENOS Originados de substâncias sintetizadas pelo próprio organismo. 1. Grupo dos pimentos derivados da hemoglobina 2. Grupo dos pigmentos melânicos HEMOGLOBÍNICOS HEMOSSIDERINA E BILIRRUBINA HEMOSSIDERINA - Pigmento brilhante, marrom ou castanho escuro derivado da hemoglobina; Forma de armazenamento de ferro nas células; Pode ocorrer acúmulo de hemossiderina (Hemossiderose) no interior das células: Local - hemossiderina dentro de macrófagos - Hemorragias – hematoma; - Destruição rápida de eritrócitos Sistêmico - hemossiderina dentro de macrófagos e no parênquima de alguns órgãos (fígado, pâncreas, coração, rins) - Anemias hemolíticas; - Transfusões sanguíneas . BILIRRUBINA - É derivada da hemoglobina mas não contém ferro; Principal pigmento encontrado na bile; Sua formação e excreção normais são vitais para a manutenção da saúde: - O aumento de Bb no sangue é chamado de hiperbilirrubinemia; - Níveis elevados de Bb no sangue podem causar lesão cerebral irreversível, sequelas neurológicas e até mesmo morte principalmente em recém-nascidos; Causas da elevação da bilirrubina circulante: - Aumento da produção de Bb; - Redução na captação de Bb pelos hepatócitos; - Defeito na conjugação de Bb; - Defeito na excreção de Bb; - Obstrução na eliminação de Bb Em que situações clínicas pode ocorrer o aumento da bilirrubina: - Grande lise de hemácias (doenças hemolíticas crônicas); - Doenças hepatocíticas (hepatites virais ou por drogas); - Obstrução dos ductos biliares. PIGMENTOS MELÂNICOS MELANINA Pigmento castanho-enegrecido, produzido por melanoblastos, que dá cor escura à pele, ao cabelo, à íris, à retina, à mucosa oral de cães, aos cascos e chifres (conforme a raça); Função: Proteger contra radiações em geral (principalmente UV). A melanina pode estar aumentada ou diminuída, podendo causar manchas na pele chamadas discromias; As discromias podem ser acrômicas (ausência de melanina), hipocrômicas (produção insuficiente de melanina) ou hipercrômicas (produção elevada de melanina); AUMENTO: 1. NEVUS CELULARES: benigno; planos (juncionais) ou elevados (dérmicos ou intradérmicos); 2. MELANOMAS: tumor maligno; 3. EFÉLIDES OU SARDAS: hiperpigmentação da membrana basal causada por melanoblastos DIMINUIÇÃO: 1. VITILIGO: Despigmentação cutânea adquirida, causada pela diminuição da quantidade de melanócitos produtores de pigmento. Tem sido associado a fatores imunológicos. 2. ALBINISMO: Defeito congênito na síntese da melanina. Melanócitos em número normal mas não produzem pigmento. Contém ferro Não contém ferro Icterícia: Sinal clínico importante caracterizado por uma coloração amarelo-esverdeada nos tecidos (pele e mucosas), causada pela elevação dos níveis sanguíneos de bilirrubina. 1 2 1 2
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