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Entender quais são os medicamentos usados para o tratamento da HAS. Compreender os exames laboratoriais complementares do diagnóstico de HAS. Analisar como fazer um diagnóstico de HAS. Tratamentos utilizados para a HAS O tratamento da HAS tem como objetivo reduzir a morbidade e a mortalidade pelos métodos menos invasivos. Segundo as diretrizes do JNC 7 (Sétimo Relatório do Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure), para alguns pacientes a uma meta de PA, são elas: Maioria dos pacientes: inferior a 140/90mmHg; Paciente com diabetes melito: abaixo de 140/80mmHg; Pacientes com DRC que apresentam Albuminuria persistente: inferior a 130/80mmHg. Existem dois importantes meios para o tratamento da HAS, são eles os que não medicamentosos e os medicamentosos. Não medicamentosos A modificação no estilo de vida pode ser o suficiente para a maioria dos pacientes que tem pré-hipertensão, contudo é inadequada para pacientes com hipertensão e outros fatores de risco, como CV ou lesão dos órgãos- alvo associada a hipertensão. Em modificação no estilo de vida entra: Perda de peso (se o paciente estiver com excesso); Adoção de plano alimentar saudável; Restrição do sódio da dieta; Atividade física aeróbica regular; Consumo moderado de álcool (2 doses ou menos por dia); Abandono do tabagismo. Medicamentosos A escolha dos fármacos vai depender do grau de elevação da PA e da presença de indicações absolutas para determinados fatores; Geralmente os hipertensos fazem o uso de 2 medicamentos para o controle. Existem 5 classes de anti-hipertensivos: ECA (inibidor da enzima conversora de angiotensina); BRA (bloqueador dos receptores de angiotensina II); BCC (bloqueador dos canais de cálcio; DIU (diuréticos tiazídicos); BB (beta-bloqueadores). Alguns desses medicamentos não devem ser usados juntos, pois vão agir no mesmo sitio de ação. Figura 1: Esquema preferencial de associações de medicamentos, de acordo com mecanismos de ação e sinergia – 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Figura 2: Algoritmo para o tratamento da hipertensão – Manual de Farmacoterapia Outras classes de fármacos anti-hipertensivos (bloqueadores α1, inibidores diretos da renina, agonistas α2 centrais, antagonistas adrenérgicos periféricos e vasodilatadores arteriais diretos) constituem alternativas que podem ser usadas em determinados pacientes depois dos agentes de primeira linha. Problema 4 – O crime não compensa Enquanto o IECA, BRA, BCC e DIU são as primeiras opções, o BB deve ser utilizado no ultimo caso. Os IECA constituem em uma opção de primeira linha e, se não forem os primeiros agentes administrados, devem ser os segundos agentes a serem tentados na maioria dos pacientes. O IECA, como o nome já diz, bloqueia a conversão da angiotensina 1 em angiotensina 2., que é um potente vasoconstritor e estimulador da secreção de aldosterona. Esses inibidores também bloqueiam a degradação da bradicinina e estimulam a síntese de outras substancias vasodilatadoras. As doses iniciais desse fármaco devem ser baixas, com um aumento lento da dose, pois é muito comum possuir efeitos colaterais como: hipotensão aguada no inicio do tratamento, principalmente em pacientes idosos ou indivíduos que fazem o uso de vasodilatadores ou diuréticos. Nesse caso a dose administrada deve ser a metade da dose normal. Os inibidores da ECA diminuem a aldosterona e podem causar elevações das concentrações séricas de potássio. Outro efeito muito comum é a tosse seca persistente (ocorre em 20% dos pacientes), e acredita-se que a causa seja a inibição da degradação da bradicinina. : Esse fármaco é contraindicado durante uma gestação. Figura 3: agentes anti-hipertensivos de primeira linha. – Manual de Farmacoterapia. A produção da angiotensina 2 ocorre pela via renina- angiotensina (que envolve a ECA) e por outra via que alternativa que utiliza outra enzima, como as quimases. Enquanto os IECA vão bloquear apenas a via renina- angiotensina, os BRA vão bloquear a angiotensina 2 gerada pelas duas vias. Os BRA bloqueiam diretamente o receptor de angiotensina II tipo 1, que é responsável por mediar os efeitos da angiotensina II. os BRA não bloqueiam a degradação da bradicinina. Embora isso possa explicar a ausência de tosse como efeito colateral, pode haver consequências negativas, visto que parte do efeito anti-hipertensivo dos inibidores da ECA pode ser devido aos níveis elevados de bradicinina. Os BRA apresentam baixa incidência de efeitos colaterais. Assim como os inibidores da ECA, podem causar insuficiência renal, hiperpotassemia e hipotensão ortostática. : Esse fármaco é contraindicado durante uma gestação. Figura 4: agentes anti-hipertensivos de primeira linha. – Manual de Farmacoterapia. Como o nome já diz, essa classe de anti-hipertensivo vai bloquear a entrada do cálcio extracelular para o interior da célula, levando a uma vasodilatação e a uma redução da PA. Um dos seus principais efeitos é o relaxamento dos músculos cardíaco e liso ao bloqueio dos canais de cálcio sensitivos a voltagem. Os antagonistas dos canais de cálcio das di- hidropiridinas podem causar ativação simpática reflexa, e todos esses agentes (com exceção do anlodipino e felodipino) podem exercer efeitos inotrópicos negativos. O vai diminuir a FC, a condução nodal atrioventricular (AV) e produz um efeito inotrópico negatico. O diminui a condução AV e a FC em menor grau do que o verapamil. As vão causar o aumento do reflexo da FC mediado pelos barorreceptores, devido a um potente efeito vasodilatador periférico. Esse fármaco não vai reduzir a condução do nó AV e não é efetiva para o tratamento das taquiarritimias supraventriculares. Os possuem uma ação curta que raramente pode aumentar a frequência, a intensidade e a duração da angina associada a hipotensão aguda. Os efeitos colaterais das di-hidropiridinas incluem tontura, rubor, cefaleia, hiperplasia gengival e edema periférico. O diltiazem e o verapamil podem causar anormalidades da condução cardíaca, como bradicardia, bloqueio AV e IC. Ambos podem provocar anorexia, náusea, edema periférico e hipotensão. O verapamil causa constipação intestinal em cerca de 7% dos pacientes. Figura 5: agentes anti-hipertensivos de primeira linha. – Manual de Farmacoterapia. Os diuréticos reduzem a PA ao induzir a diurese, reduzindo o volume plasmático e o volume sistólico associada a diurese. Os é indicado para a maioria dos pacientes, pois esse fármaco mobiliza o sódio e a água das paredes arteriolares, o que pode contribuir para a diminuição da resistência vascular periférica e a redução da PA. Os diuréticos de alça são os mais potentes para induzir a diurese, porém não possuem agentes anti- hipertensivos ideais, a não ser que também seja necessário o alivio de edema. Os são anti- hipertensivos fracos quando usados isoladamente, contudo tem um efeito aditivo mínimo quando usado junto com um diurético tiazídico ou de alça. Esse fármaco é mais utilizado em associação com outro diurético para contrabalancear as propriedades de perda de potássio. Os também são diuréticos poupadores de potassio, porem são fármacos anti-hipertensivos mais potentes, com inicio de ação lento. Quando os diuréticos são combinados com outros agentes anti-hipertensivos, em geral observa-se um efeito hipotensor aditivo, devido a mecanismos de ação independentes. Além disso, muitos agentes anti- hipertensivos não diuréticos induzem retenção de sódio e de água, que é contrabalançada pelo uso concomitante de diuréticos. Os efeitos colaterais dos consistem em hipopotassemia, hipomagnesemia, hipercalcemia, hiperuricemia, hiperglicemia, dislipidemia e disfunção sexual. Os exercem menos efeitossobre os níveis séricos de lipídios e glicose, porém a hipopotassemia é mais pronunciada, e pode ocorrer hipocalcemia. A hipopotassemia e a hipomagnesemia podem resultar em arritmias cardíacas, particularmente em pacientes em uso de digoxina, pacientes com hipertrofia VE e aqueles com doença cardíaca isquêmica. Os podem causar hiperpotassemia, principalmente em pacientes com DRC ou diabetes melito e naqueles que recebem tratamento concomitante com inibidor da ECA, BRA, inibidor direto da renina ou suplemento de potássio. Figura 6: agentes anti-hipertensivos de primeira linha. – Manual de Farmacoterapia. Os β-bloqueadores são considerados apenas agentes de primeira linha apropriados para o tratamento de indicações absolutas específicas (p. ex., pós-infarto do miocárdio [IM], doença arterial coronariana). Seu mecanismo hipotensor pode envolver diminuição do débito cardíaco por meio de efeitos cronotrópicos e inotrópicos negativos sobre o coração e inibição da liberação de renina pelos rins. O e o metoprolol são cardiosseletivos quando administrados em baixas doses e ligam-se com mais intensidade aos receptores β1 do que aos receptores β2. Em consequência, têm menos tendência a provocar broncospasmo e vasoconstrição e podem ser mais seguros do que os β- bloqueadores não seletivos em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), diabetes melito e arteriopatia periférica (AP). A cardiosseletividade é um fenômeno dependente da dose, com perda do efeito em doses mais elevadas. O apresentam atividade simpatomimética intrínseca (ASI) ou atividade agonista parcial dos receptores β. Quando o tônus simpático se encontra baixo, como no estado de repouso, ocorre estimulação parcial dos receptores β, de modo que a frequência cardíaca em repouso, o débito cardíaco e o fluxo sanguíneo periférico não são reduzidos quando os receptores são bloqueados. Teoricamente, esses fármacos podem ter vantagens em pacientes com IC ou bradicardia sinusal. Infelizmente, eles não reduzem os eventos CV tão bem quanto outros β- bloqueadores e podem aumentar o risco após IM ou em pacientes com alto risco de doença arterial coronariana. Por conseguinte, os agentes com ASI são raramente necessários. : A interrupção abrupta da terapia com β- bloqueadores pode provocar angina instável, IM ou, até mesmo, morte em pacientes com doença arterial coronariana. Em pacientes sem doença cardíaca, a interrupção abrupta dos β-bloqueadores pode estar associada à ocorrência de taquicardia, sudorese e mal- estar generalizado, além do aumento da PA. Por esses motivos, a dose sempre deve ser reduzida de modo gradual no decorrer de 1 a 2 semanas antes de sua interrupção. Exames para diagnostico de HAS Por ser uma doença silenciosa é difícil perceber sinais até atingir um dos órgão-alvo, principalmente os olhos, cérebro, coração, rins, e vasos sanguíneos periféricos. Além de fazer as duas aferições da pressão em dmomentos diferentes, pode-se pedir exames laboratoriais simples e complementares, exames de imagem e de gráficos. Glicemia em jejum: quadro de hiperglicemia promove aumento de EROs e alteração da volemia, o que aumenta a RVP e, juntamente com o DC, aumentam a PA. Hemoglobina glicada (HbA1c): principal teste para monitoramento de pacientes diabéticos, pois não é influenciado por mudança nos hábitos alimentares recentes (glicemia em jejum), representando os níveis de açúcar circulantes nos últimos meses. Analise de creatinina e ureia: Uma lesão renal causa aumento dos níveis de creatinina e altera a ureia. Taxa de filtração glomerular: associado à perda progressiva da capacidade renal de excretar sódio. EAS sumario de urina: proteinúria. Um problema a nível glomerular promove dificuldade na absorção e/ou na reabsorção. Dessa forma, os elementos que deveriam ser absorvidos ou reabsorvidos, não o são e passam para a urina. Colesterol total, frações e triglicerídeos: níveis elevados sujeitam o indivíduo à secreção de substâncias vasoativas com exacerbação do processo de formação de placas de ateroma, que culminam em aterosclerose. Isso promove vasoclusão, com alteração de fluxo sanguíneo nos vasos, aumento da RVP e de DC, consequentemente, eleva-se a PA. IMC, IRCQ, etc: obesidade abdominal é fator predisponente para hipertensão arterial. Análise de Na+ e de K+ plasmáticos: o sistema de compensação Renina-Angiotensina-Aldosterona (RAAS) promove maior reabsorção de água e de Na+ e maior depleção de K+ Proteína C-reativa: é encontrada no sangue quando existe alguma inflamação no corpo, o que pode contribuir para a elevação da pressão arterial, causando alterações nas células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos. Um simples exame de sangue pode identificar quando há excesso dessa proteína no organismo e servir de alerta para que se busque a origem da inflamação. Eletrocardiograma: A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é importante fator de risco para eventos cardiovasculares e pela realização do eletrocardiograma (ECG) que geralmente se inicia sua identificação. Cintilografia cardíaca: tem finalidade de avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias que nutrem o músculo cardíaco, detectando possíveis falhas na irrigação de determinadas regiões do coração. Ecocardiograma: é mais sensível que o ECG quanto ao diagnóstico de HVE e agrega valores na avaliação de formas geométricas de hipertrofia e tamanho do átrio esquerdo, nas funções sistólica e diastólica. Está indicado quando houver indícios de HVE no eletrocardiograma ou em pacientes com suspeita clínica de insuficiência cardíaca. Ultrassonografia de carótidas: indicado na presença de sopro carotídeo, sinais de doença cerebrovascular ou presença de doença aterosclerótica em outros territórios. O aumento na espessura íntima-média (EIM) das carótidas e/ou a identificação de placas de aterosclerose prediz a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais e infarto do miocárdio, independentemente de outros fatores de risco CV. Raio x de tórax: tem indicação no acompanhamento do paciente hipertenso nas situações de suspeita clínica de acometimento cardíaco e/ou pulmonar ou para a avaliação de hipertensos com acometimento de aorta em que o ecocardiograma não está disponível. Tomografia Cardíaca computadorizada: É um exame de imagem onde se observa detalhadamente o coração e os vasos sanguíneos. Os computadores são capazes de combinar essas imagens para criar um modelo tridimensional do coração e detectar ou avaliar doenças coronárias, acúmulo de cálcio nas artérias, problemas com a aorta, com a função cardíaca ou outras alterações que podem estar relacionadas ao aumento da pressão arterial. Diagnostico de HAS Para que o diagnóstico da HAS possa ser feito precocemente, assim como de outros males, é importante que em todas as consultas o médico meça o peso, a circunferência abdominal, a pressão arterial (PA), a frequência cardíaca e calcule o IMC (Índice de Massa Corporal) do paciente A HAS é diagnosticada por meio da medição da Pressão Arterial com o paciente em repouso. Figura 8: Fluxograma para o diagnóstico da hipertensão arterial - VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão – DBH VI Anexo Referência Sociedade Brasileira de Cardiologia, Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Volume 107, no 3, Supl. 3, Setembro 2016. Capítulo 2 Diagnóstico e classificação 2.1 medida da PRessão aRteRial. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/17-1/06-cap02.pdf>. WELLS, B. G. et al. Manual de farmacoterapia. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
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