Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES BIOQUÍMICOS DO SISTEMA RENAL A ava l iação dos exames b ioquímicos do s is tema rena l é fundamenta l para a de tecção precoce de poss íve is a l te rações na função rena l . O s is tema rena l é responsáve l pe la e l im inação de subs tânc ias tóx icas e pe lo equ i l íb r io e le t ro l í t i co do organ ismo, sendo que qua lquer d is função rena l pode levar a g raves consequênc ias à saúde. A ava l iação dos exames b ioquímicos rena is permi te a ident i f i cação de poss íve is prob lemas no s is tema, como a presença de tox inas no sangue, insu f ic iênc ia rena l , a l te rações nos e le t ró l i tos , dent re ou t ros . Essa ava l iação permi te um d iagnós t ico precoce de doenças rena is , como a ne f r i te , g lomeru lonef r i te , c is t i te , ne f r i te in te rs t i c ia l , dent re ou t ras . A lém d isso , os exames b ioquímicos rena is também são ú te is para a mon i to ração de pac ien tes com doenças rena is c rôn icas ou que fazem uso de med icamentos que possam a fe ta r a função rena l . A t ravés desses exames é poss íve l ava l ia r a e f i các ia dos t ra tamentos , de tec tar poss íve is reações adversas e fazer a jus tes necessár ios na terap ia . Por f im, é impor tan te ressa l ta r que a ava l iação dos exames b ioquímicos rena is deve ser rea l i zada por p ro f i ss iona is capac i tados , como méd icos e nu t r i c ion is tas , que devem in terpre tar os resu l tados com base nas re fe rênc ias e va lo res de normal idade. Uma aná l ise c r i te r iosa dos resu l tados dos exames rena is é fundamenta l para a p romoção de uma melhor saúde rena l e qua l idade de v ida . Em resumo, a ava l iação dos exames b ioquímicos rena is é de ex t rema impor tânc ia para a prevenção, d iagnós t ico e t ra tamento de doenças rena is . Por i sso , é fundamenta l que as pessoas rea l i zem esses exames per iod icamente e que os pro f iss iona is de saúde este jam capac i tados para in te rpre tar cor re tamente os resu l tados e tomar as med idas necessár ias para manter a saúde rena l em d ia . Boa le i tu ra do mater ia l ! Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Ocor re no f ígado e r im. A c rea t in ina é uma subs tânc ia muscu lar p resente na cor ren te sanguínea, responsáve l pe la quebra da pro te ína fos focrea t ina e produção da energ ia necessár ia para a cont ração muscu lar Ex is tem d iversos hormôn ios e au tacó ides que podem a tuar sobre a taxa de f i l t ração g lomeru la r : a norepinefr ina , epinefr ina e endote l ina que a tuam na d iminu ição da taxa de f i l t ração g lomeru la r , p rovocando a cons t r i ção dos vasos sanguíneos rena is . A presença de n íve is e levados de po táss io tem mui tas causas , inc lus ive d is tú rb ios rena is , med icamentos que a fe tam a função rena l e consumo excess ivo de po táss io sup lementar . Normalmente , a h ipercalemia deve ser g rave an tes de causar s in tomas, p r inc ipa lmente r i tmos card íacos anormais . A presença de n íve is ba ixos de sód io tem mui tas causas , inc lus ive o consumo de um excesso de l íqu idos , insu f ic iênc ia rena l , insu f ic iênc ia card íaca, c i r rose e uso de d iu ré t i cos . a h iper fosfatemia é causada a par t i r de a lgum d is tú rb io dos órgãos responsáve is pe lo cont ro le do metabo l ismo do fós foro , que são os : R ins ; In tes t inos ; Ossos ↑UREIA: PTN--> GRUPO AMINA - - -> AMÔNIA (TÓXICA) - -> URÉIA! ↑CREATININA: CREATINA FOSFATO--> LIBERA SEU P E ENTÃO FICA LIVRE A CREATINA. ↓TFG (LESÃO RENAL/ POUCOS NEFRÓNS FUNCIONANTES) . SIGNIFICA QUE A FUNÇÃO RENAL NÃO ESTÁ BOA E O CORPO ESTÁ RETENDO TOXINAS Na hipocalcemia , os n íve is de cá lc io no sangue es tão excess ivamente ba ixos . A presença de n íve is ba ixos de cá lc io pode ser causada por um prob lema nas para t i reo ides ou por d ie ta , d is tú rb ios rena is ou de terminados med icamentos . A acidose metaból ica pode ser def lagrada por t rês mecanismos pr incipais: • e levações na geração de ác idos ; • perda de b icarbonato ; • redução da excreção rena l de ác idos . Em pac ien tes com DRC, o pr inc ipa l mecan ismo envo lv ido é a redução da excreção rena l de íons de hidrogênio. TFG aba ixo de 40-50 ml / min – reduz a capac idade dos r ins reabsorver b icarbonato . ↑K ↓NA ↑P ↓CA ACIDOSE METABÓLICA HIPONATREMIA Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Todo pac ien te rena l i rá cursar com h iperg l i cemia dev ido a res is tênc ia a insu l ina /d iminu ição da seceção da insu l ina /absorção do d ia l i sa to . Pode te r a té mesmo uma SR - -> H ipo fos fa temia + H ipoca lemia +Hipomagnesemia E/OU def ic ienc ia de t iamina. ↑GLICOSE Há duas anormal idades no equi l íbr io ác ido-base: Acidose: O sangue contém excesso de ác ido (ou pouquíss ima base) , resu l tando em d iminu ição do pH sanguíneo. Alcalose: O sangue contém excesso de base (ou pouquíss imo ác ido) , resu l tando em aumento do pH sanguíneo. ACIDOSE METABÍLICA: É uma condição caracterizada por acidez excessiva dos fluídos corporais e do sangue. Ao reduzir o pH do sangue, a acidose metabólica pode acabar tornando a respiração mais rápida e profunda, visto que o corpo passa a tentar liberar o excesso de ácido. Quais os mecanismos de regulação do pH? A homeostase do pH depende de tampões dos pulmões e dos r ins . Podemos d izer que a de fesa cont ra as a l te rações na concent ração de H+ é rea l i zado pe los s is temas tampões ac ido-bás icos , remoção de d ióx ido de carbono dos l íqu idos corpora is , regu lação de ou t ros íons (cá lc io , magnés io e fos fa to ) e excreção de ur ina . Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO A fa l ta de v i tamina D e o excesso de fós fo ro no sangue que ocor rem na insu f ic iênc ia rena l es t imu lam a produção de PTH. O prob lema é que, com r ins doentes , por ma is que ha ja PTH, não há como produz i r v i tamina D ou excre tar fós fo ro na ur ina . A ún ica ação que o PTH consegue exercer é re t i ra r o cá lc io do osso. O decrésc imo dos receptores de cá lc io pode levar po tenc ia lmente a um aumento nos n íve is de secreção de PTH porque a respos ta da g lându la da para t i reo ide f ren te ao es t ímu lo do cá lc io pode es tar d iminu ída . Ocor re en tão a osteodistrof ia rena l ( compl icações do os teometabo l ismo assoc iadas à Doença Rena l Crôn ica) . ↑PTH ATIVAÇÃO DA VITAMINA D (↓CALCITRIOL NA DOENÇA RENAL): Vi tamina D3 Hidrox i lada no f ígado no carbono 25 – 25 h id rox ico leca lc i fe ro l R im – nova h id rox i lação no carbono 1 ou no 24 • 1,25-d i -h idroxicolecalc i fero l ou ca lc i t r io l (ação nos ossos) • 24,25-d i -h idroxicolecalc i fero l (ação nos dentes) Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri HIPONATREMIA DILUCIONAL - ↓TFG – a t i vação do SRAA - Retenção de sód io e água – edema e asc i te - O l igúr ia e re tenção de l íqu idos – hemodi lu ição - Uso de d iu ré t i cos levam a dep leção de Na, po is e l im ina e le na ur ina . 1ª e tapa: A d iminu ição da Pa causa d iminu ição da per fusão rena l , que éperceb ida pe los mecanor receptores nas ar te r ío las a fe ren tes do r im. A d iminu ição da Pa faz com que a pró- ren ina se ja conver t ida em ren ina nas cé lu las jus tag lomeru la res . A secreção de ren ina pe las cé lu las jus tag lomeru la res é aumentada por es t imu lação dos nervos s impát icos rena is e pe los agon is tas do ß1 e reduz ida pe los antagon is tas de ß1, como o proprano lo l . 2 ª e tapa: A ren ina é uma enz ina que no p lasma ca ta l i sa a conversão de ang io tens inogên io em ang io tens ina I (possu i pouca a t iv idade b io lóg ica) . 3 ª e tapa: Nos pu lmões e r ins , a ang io tens ina I é conver t ida em ang io tens ina I I , reação ca ta l i sada pe la Enz ima conversora de ang io tens ina (ECA) . Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri 4ª e tapa: A ang io tens ina I I a tua sobre as cé lu las da zona g lomeru losa do cór tex suprar rena l , es t imu lando a s ín tese e a secreção de a ldos terona. A a ldos terona, a tua sobre as cé lu las p r inc ipa is do túbu lo rena l d is ta e duc to co le to r aumentando a reabsorção de Na ⁺ , levando o aumento do LEC e vo lume sanguíneo. 5ª e tapa: A ang io tens ina I I tem ação d i re ta sobre o r im, es t imu lando a t roca de Na ⁺– H ⁺ no túbu lo p rox ima l rena l e aumentando a reabsorção de Na ⁺ e de HCO3 ⁻ . 6ª e tapa: A ang io tens ina I I a tua sobre o h ipo tá lamo, aumentando a sede e a inges tão de água. E es t imu la a secreção do hormôn io an t id iu ré t i co , que aumenta a reabsorção de água nos duc tos co le to res . 7ª e tapa: Por f im, a ang io tens ina I I a tua d i re tamente sobre as ar te r ío las , levando a vasoconst r i ção . Em resumo, a d iminu ição da Pa a t iva o SRAA, p roduz indo um con jun to de respos tas ten tando normal izar a Pa. A respos ta mais impor tan te é o e fe i to da a ldos terona aumentando a reabsorção rena l de Na ⁺ . Ao se promover a reabsorção de Na ⁺ , aumenta-se o vo lume do LEC e o vo lume sanguíneo, com isso ocor re aumento do re to rno venoso, e pe lo mecan ismo de Frank-Star l ing , aumento do déb i to card íaco e da pressão ar te r ia l . Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri ↑TG, ↓HDL E LDL PEQUENA E DENSA A e levação dos TG é exp l i cada pe la redução da sua remoção dev ido à redução da a t i v idade da l ipase l ipoproté ica e da l ipase t r ig l icer ídea hepát ica . ↑PTH é cataból ico – ↑os ác idos graxos l ivres . Hiperinsulinemia:↓ atividade da LPL Acidose metabólica: Defeito no catabolismo de lipoproteínas ricas em TG (VLDL-c e IDL-c) Hiperparatireoidismo secundário:↑PTH é catabólico – ↑os ácidos graxos livres HEMODIALÍSE ↓ remoção de TG → ↑ n íve l de par t ícu las remanescentes (VLDL, qu i lomícron e IDL) DIÁLISE PERITONEAL ↑ na absorção de g l i cose da so lução de d iá l i se → ↑ na sín tese hepát ica de TG SÍNDROME URÊMICA ↓ALBUMINA Um redução ex t rema no consumo de pro te ína leva a d iminu ição na sua s ín tese. Proced imento d ia l í t i co leva a perda de a lbumina; DRC com s índrome nef ró t i ca . A ac idose metabó l ica e a in f lamação c rôn icacna DRC afe tam a s ín tese de a lbumina. ANEMIA RENAL A anemia da doença rena l é uma anemia h ipopro l i fe ra t i va resu l tan te pr inc ipa lmente dadef ic iênc ia de EPO (ERITROPOETINA) ou da d iminu ição da resposta à EPO; tende a ser normocí t i ca e normocrômica . O t ra tamento é fe i to por me io de med idas para cor r ig i r a doença sub jacente e com EPO e, a lgumas vezes , sup lemento de fe r ro . Ocorre devido ao acúmulo de produtos do catabolismo proteico: ureia, guanidinas, ácido guanidinosuccínico, sulfato de inoxidil, miosinositol, β-2- microglobulina, aminas alifáticas e poliaminas. Hipopro l i fe ração por d iminu ição da produção de er i t ropo ie t ina (EPO) : A fa l ta de EPO leva à perda da produção da er i t roferrona , resu l tando em perda da supressão de hepcid ina e aumento do sequest ro de fe r ro (como observado na anemia por doença c rôn ica) . Perda de sangue por d is função p laquetár ia , d iá l i se e /ou ang iod isp las ia Res is tênc ia da medu la óssea à EPO Hiperpara t i reo id ismo secundár io Uremia (na qua l é comum haver d isc re ta hemól ise pe lo aumento da de formação dos er i t róc i tos ) O MECANISMO MAIS COMUM : Outros fa tores são: Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/hematologia-e-oncologia/anemias-causadas-por-eritropoese-deficiente/vis%C3%A3o-geral-da-diminui%C3%A7%C3%A3o-da-eritropoiese Proteína intracelular responsável pela reserva de ferro no organismo. Proteína de fase aguda positiva: alta infecção/ inflamação/ traumas. Reduzidas concentrações: anemia ferropriva. Elevadas concentrações: quadros inflamatórios, infecciosos, e de sobrecarga de ferro, doenças crônicas. A anemia da doença renal é uma anemia hipoproliferativa. ↑FERRITINA A creat ina é s in te t i zada em duas e tapas : a t rans ferênc ia de um grupo amino da arg in ina para a g l i c ina numa reação de t ransaminação, fo rmando o guanidinoacetato e orni t ina . Es te composto é s in te t i zado nos r ins e t ranspor tado para o f ígado, no qua l o g rupo met i l p roven ien te da met ion ina fo rma o S–adenosi lmet ionina, que é t rans fer ido para o guan id inoaceta to , formando a creat ina. A c rea t ina e a fos focreat ina so f rem reações i r revers íve is de c ic l i zação e des id ra tação, tendo como metabó l ico a c rea t in ina . Es ta , em função de seu cará ter não- iôn ico , se d i funde cons tan temente para o meio ex t race lu la r e para a cor ren te sanguínea a té ser excre tada pe los r ins . CICLO DA UREIA CICLO DA CREATININA O c ic lo da ure ia (ou c ic lo da orn i t ina) ocor re p r inc ipa lmente no f ígado e em, menor par te , nos r ins . In ic ia -se na mi tocôndr ia e segue para o c i toso l da cé lu la , onde se dá a maior par te do c ic lo . Inc lu i a s ín tese de ure ia a par t i r de amónia , CO2, aspar ta to e b icarbonato . O c ic lo envo lve 1 reação de a l imentação para incorporar a amónia e 4 reações no c ic lo . Previne os n íve is c i totóxicos de hiperamonemia. Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri • Pe la função rena l • Pe lo conteúdo pro te ico da d ie ta • Pe lo teor do ca tabo l ismo pro te ico • Pe lo es tado de h id ra tação do pac ien te • Pe la presença de sangramento in tes t ina l • Na insu f ic iênc ia hepát ica . • D ie ta pobre em pro te ínas • Desnut r i ção • Má absorção • H iper h id ra tação • S índrome da secreção inadequada do hormônio an t id iu ré t i co . HIPERUREMIA E HIPERCREATINEMIA(é afetado por) : HIPOUREMIA E HIPOCREATINEMIA (Baixos níveis de uréia sanguínea são encontrados): CÁLCULO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR Pacientes com LRA são menos hábeis para regular o balanço h ídr ico, sódio , potássio e outras substâncias , do que aqueles com DRC. Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri Com base em valores de referência médios, as fa ixas de valores normais para cada parâmetro em mulheres e homens são: Ure ia :15-45 mg/dL (mulheres) / 18-50 mg/dL (homens) Creat in ina : 0 ,5 -1 ,1 mg/dL (mulheres) / 0 ,6 -1 ,2 mg/dL (homens) Sód io : 135-145 mEq/L Cálc io to ta l : 8 ,5 -10 ,5 mg/dL Cálc io iôn ico : 4 ,4 -5 ,4 mg/dL Potáss io sér ico : 3 ,5 -5 ,0 mEq/L Fósforo sér ico : 2 ,5 -4 ,5 mg/dL Magnés io sér ico : 1 ,6 -2 ,6 mg/dL Ác ido úr ico : 2 ,4 -6 ,0 mg/dL (mulheres) / 3 ,4 -7 ,2 mg/dL (homens) Oxa la to : 10-40 mg/d ia Ci t ra to : 250-750 mg/d ia Pro te ínas to ta is : 6 ,4 -8 ,3 g /dL Taxa de f i l t ração g lomeru la r : >60 mL/min Vale ressa l ta r que os va lo res de re fe rênc ia podem var ia r l ige i ramente de acordo com o labora tór io e a técn ica u t i l i zada para a aná l i se . A lém d isso , a in te rpre tação dos resu l tados deve ser fe i ta por um pro f iss iona l capac i tado e levar em cons ideração ou t ros fa to res c l ín icos e de saúde do pac ien te . Nutricionista Raquel Brasileiro nutri.raquelbrasileiro_ _bnutri
Compartilhar