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Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 1 Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança Created Property Done Prescrições de cada problema 📎 Referencia: Diretriz http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2009/diretriz_febrereumatica_93supl04.pdf Introdução de Febre reumática Definição: Sequela não supurativa de infecção de orofaringe pelo Streptococcus pyogenes em pessoas geneticamente predispostos leva a sequelas cardíacas→ alta morbimortalidade EPIDEMIOLOGIA: Acomete crianças de 5 - 15 anos de idade Pouco frequente em adultos Comum no Brasil Fisiopatologia Para ter febre reumática tem que alinhar 2 fatores: Algumas cepas reumatogênicas de streptococcus beta-hemolitica do grupo A (EBGA) tem mais retrogenicidade em pessoas com predisposição genética Mimetismo molecular (outro pilar para FR)→ algumas estruturas da bactéria e algumas estruturas do nosso organismo possuem morfologia parecida→ anticorpos quando vão atacar a bactéria acabam atacando estruturas do nosso organismo, principalmente em: SNC, ARTICULAÇÕES E CORAÇÃO Passo a passo da etiopatogenia http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2009/diretriz_febrereumatica_93supl04.pdf Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 2 1. infecção pelo EBGA 2. Ativa sistema imunológico 3. Apresenta antígeno para linfócitos a. Ativa linfócitos B→ produz imunoglobulinas→ (mimetismo molecular e reação cruzada)→ causa artrite, coreia e cardite b. Ativa linfócitos TCD4→ adesão ao endotélio vascular→ vasculite Clínica 📎 Dados da anamnese: HPP de amigdalite/ infecção de orofaringe Tempo de latência→ a FB se apresenta 4-6 semanas após a infecção de orofaringe Critérios de Jones É um critério para países de moderado a alto risco Critérios maiores Critérios menores Poliartrite, poliartralgia, monoartrite Febre > 38C Cardite Monoartralgia Coreia PCR > 3mg/dl VHS> 30 mm (na 1 hora) Eritema marginado Aumento do intervalo PR no ECG Nódulos subcutâneos Não pode usar o critério do ECG + cardite→ dar preferencia para cardite Não pode usar o critério de artrite + artralgia→ preferência para artrite Sinais e sintomas Artrite 50-75% dos casos Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 3 migratória de grandes articulações, muito dolorosa, sendo limitantes (sempre acomete articulações grandes) duração: 4 semanas Boa resposta a AINE (melhora em horas) NÃO DEIXA SEQUELA Cardite 40-50% Visto com: ECO (Padrão ouro) ou ausculta com sopro novo (sopro que não seja crônico) OU ECG mostrando algum bloqueio Pode acometer os 3 folhetos do coração (pancardite) surge 3 semanas após amigdalite O acometimento do coração determina o prognóstico e tempo de profilaxia é a principal causa de cardiopatia adquirida em jovens assintomático ou oligossintomático 1/3 lesões graves até 20 anos após FR aguda válvulas mais acometidas: mitral principalmente, e aórtica depois Pode ter uma alteração de sopro sisto-diastólico (tem insuficiência de mitral aguda→ sopro sistólico→ devido a insuficiência de mitral (deixa o sangue voltar na sístole sopro diastólico→ tem o retorno muito grande de volume, devido a insuficiência mitral (gera B3) 📎 Cardites Pericardite→ atrito na ausculta. se complicar com exsudato→ para de ter atrito e tem hipofonese de bulhas miocardite→ vejo no ECG endocardite→ mais associada com valvulopatias Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 4 Coreia de Sydenham 10-15% mais comum em meninas Labilidade emocional (fica mais emotiva) pode ter hipotonia muscular (cai com mais frequência por exemplo) são movimentos abruptos, arrítmicos e involuntários de membros Eles cessam durante o sono Pioram com estresse pode se apresentar como uma Hemicoreia→ tem esses problemas em apenas metade do corpo NÃO DEIXA SEQUELA OBS: sintoma que pode, e é MAIS COMUM, aparecer sozinho→ o paciente só tem coreia (afetou apenas núcleos da base) E pode ter coreia positiva por bastante tempo após o primeiro quadro Eritema Marginado 1-3% dos paciente acomete Tronco e membros NÃO ACOMETE FACE lesão precoce, evanescente e NÃO pruriginosa e NÃO dolorida Eritema róseo ou vermelho claro borda serpiginosa, centro vlaro Nódulos subcutâneos 2-5% dos paciente seu aparecimento tem relação com cardite severa São firmes, NÃO pruriginoso, NÃO dolorosos e simétricos (bilaterais) Se localiza em tendões e superfícies extensoras Diagnóstico Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 5 Feito com critérios de Jones + evidências de infecção estreptocócica Como achar infecção estreptocócica: Na pratica pede as 3 juntas, uma “complementa” a outra Cultura de orofaringe dá negativa em 75% dos caos Mais para diagnóstico diferencial A cultura, na FR, será negativa, pois a FR acontece semanas após a infecção di EBGA Teste antigénico sensibilidade 80% e especificidade 95% ASLO (anticorpo anti antiestreptolisina O) 20% dos pacientes não respondem a isso 📎 Exames complementares para o diagnóstico e diagnósticos diferenciais Hemograma anemia normo/normo devido a doença crônica leucocitose com desvio a esquerda VHS (120mm) Proteína C reativa ASLO (402 UI/ml) Hemocultura anti-DNAse B Swab/ Cultura de orofaringe ECOgardiograma→ para avaliar complicações da cardite Como fechar o critério diagnóstico Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 6 2 Critérios maiores OU 1 critério maior, com 2 menores + evidencias de infecção por estreptocócica 📎 Exceções para diagnóstico: Após excluir outros diagnósticos, a coreia, a cardite indolente e as recorrências são três exceções em que os critérios de Jones não têm que ser rigorosamente respeitados: 1. Considerando-se a raridade de outras etiologias para a coreia, sua presença implica no diagnóstico de FR, mesmo na ausência dos outros critérios ou da comprovação da infecção estreptocócica anterior 2. Na cardite indolente, as manifestações clínicas iniciais são pouco expressivas e, quando o paciente procura o médico, as alterações cardíacas podem ser a única manifestação, e os exames de fase aguda, assim como os títulos de anticorpos para o estreptococo, podem estar normais; 3. Nos casos em que o paciente tem história de surto agudo prévio ou de cardiopatia crônica comprovada, o diagnóstico de recorrência pode ser baseado em apenas um sinal maior ou em vários sinais menores ou, simplesmente, em dois sinais menores pelo critério da OMS3 . Diagnóstico diferencial DD Sintoma semelhante a FR Diferenças Artrite reativa do EBGA Artrite Infecção (faringite, amigdalite) JUNTO com artrite (concomitante)→ não é migratória e não responde ao AINE LES Artrite + nódulos subcutâneos+ cardite + coreia atinge articulações pequenas, , lesão de pele é diferente. Posso dosar FAN e anti-DNAase B Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 7 DD Sintoma semelhante a FR Diferenças AIJ (artrite idiopática juvenil) Artrite + nódulos subcutâneos + cardite atinge articulações pequenas, lesão de pele é diferente Leucemia Artrite Hemograma bem característico com pancitopenia Doença falciforme Artrite Hemograma com anemia intensa + relato prévio de tratamento de anemia Vasculite (PHS) Atrite Lesões de pele apenas em membros inferiores Artrite séptica Atrite Atinge apenas uma articulação, febre, toxemia, hemograma com leucocitose e desvio a esquerda Miocardite viral Cardite não vai ter todos os critérios maiores endocardite infecciosa Cardite não vai ter todos os critérios maiores pericardite viral Cardite não vai ter todos os critérios maiores Coreia Huntingon Coreia Acomete mais adultos e tem perda cognitiva importante Encefalite Coreia Queda do nível de consciência, febre, e pode ter crise convulsiva Reação a medicamentos Eritema marginado Pruriginosa e Não poupa face Urticária Eritema marginado Pruriginosa Tratamento PILARES DO TRATAMENTO: Erradicar o estreptococo + alívio dos sintomas + profilaxia de novos contatos com estreptococo →Medidas gerais para tratamento: Hospitalização, em casos de:cardite moderada ou grave artrite incapacitante Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 8 coreia grave Entre o período de suspeita clínica e diagnóstico→ para não atrasar o tratamento Controle da febre, se maior que 37,8 C Usar paracetamol (1 opção) OU dipirona (2 opção) não usar AINE até confirmar o diagnóstico de FR 1. Erradicação do estreptococo 1 opção: Penicilina benzatina (amoxicilina OU penicilina VO) Penicilina G benzatina (1.200.00UI/frasco). Aplicar 1 frasco IM (paciente com > 27 Kg) 2 Opção: Cefalexia (em casos de alergia leve a penicilina) Cafalexina (500mg/cp)→ fazer 25 -50 mg/Kg, VO, de 12 em 12 horas, por 10 dias 3 opção: Macrolideos (caso reação anafilática a penicilina 4 Opção: Clindamicina 2. Alivio dos sintomas→ tratamento da artrite DOSE PEDIÁTRICA: ácido acetilsalicílico (100mg): 80-100 mg/Kg/dia, de 6 em 6 horas OU (ATUALMENTE NÃOE STÁ MAIS EM USO→ MUITA COMPLICAÇÃO DE SANGRAMENTO→ Naproxeno (250 mg), 10-20 mg/Kg/dia, 12 em 12 horas (1-2 semanas) tempo de uso (AAS): 1-2 semanas. Após 2 semanas, em caso de melhora, deve reduzir a dose para 60mg/Kg/dia por mais 4 semanas EM ADULTOS-> DOSE: 6-8 g/dia 2. Alivio dos sintomas→ tratamento da cardite tratamento de suporte apenas Se paciente tiver uma cardite SEVERA: Glicocorticoide (prednisona (20 mg) 1- 2mg/Kg/dia) Suspender AINE se for usar glicocorticoide TEMPO DE USO DA PREDNISONA: Dose plena por 2-4 semanas, reduzindo em 20% da dose a cada semana, após normalização das provas inflamatórias . Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 9 Tempo total de tratamento (cardite moderada e grave) 12 semanas Tempo total na cardite leve: 4-8 semanas 2. Alivio dos sintomas→ tratamento da coreia Ambiente calmo, Orientações aos familiares, acompanhamento psicológico Uso de neurolépticos: Haloperidol (1mg/dia, 12 em 12 horas. Aumentado 0,5 mg a cada 3 dias, até dose máxima de 5 mg ao dia), ácido valproico e carbamazepina Haloperidol (2mg/ml). 0,1 mg para cada 3 Kg de peso, VO, de 12 em 12 horas (não passar de 5 mg Vo de 12 em 12 horas TEMPO DE USO: 2-3 semanas, e com a melhora dos sintomas faz uma redução gradual (mas pode usar enquanto tiver sintomas) Ácido valproico (50mg/ml). 10mg/Kg/dia, VO, divididos em 2 ou 3 tomadas ao dia Aumentat 10mg/Kg a cada semana dose máxima 30 mg/Kg/dia usar enquanto tiver sintomas 3. Profilaxia secundária 📎 Essa profilaxia, SÓ FAZ se o paciente tiver cardite OBJETIVO: a administração contínua de antibiótico específico ao paciente portador de FR prévia ou cardiopatia reumática comprovada, com o objetivo de prevenir colonização ou infecção de via aérea superior pelo EBGA, com consequente desenvolvimento de novos episódios da doença DOSE: Penicilina Benzatina até 20 Kg→ 600.000 UI >20 Kg→ 1.200.000UI Tempo: A cada 21 dias O tempo de tratamento depende: da idade, presença da cardite, tempo em relação ao diagnóstico Tut 10: Febre reumática Sabrina S Lança 10 Prescrição tutoria 10: febre reumática Prescrição Febre Reumática Nome paciente idade data e hora 1. Dieta livre hospitalar 2. Penicilina G benzatina (1.200.00UI/frasco). Aplicar 1 frasco IM 3. Ácido acetilsalicílico (100mg/CP). Tomar 1 comprimido, Via oral, de 6 em 6 horas , por 1 semana 4. Predinisolona (20mg/CP) Tomar ((X CP (1mg/Kg/dia)), a cada 24 horas, por 4 semanas 5. ácido valproico (50mg/ml). Tomar Xml (10 mg/Kg/dia) via oral, (dividir o valor para 2 ou 3 vezes ao dia https://www.notion.so/Prescri-o-tutoria-10-febre-reum-tica-3ecc5ac03e3c431a80344f19bcafea2a
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