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FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí. IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA. Curso: Medicina Disciplina/Módulo: Tic’s Professora: Ana Rachel Período: 5º Nome: João Siqueira de Morais Filho Síndrome Metabólica O que é a Síndrome Metabólica? Qual a relação entre a Síndrome Metabólica com a Obesidade e o Diabetes Mellitus? A síndrome metabólica é um distúrbio complexo caracterizado por uma série de fatores de risco cardiovascular. De acordo com o National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEPATP III), a síndrome metabólica é causada pela ocorrência de pelo menos três dos cinco distúrbios a seguir: obesidade abdominal (≥ 88 cm), hipertensão (≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg), Glicemia elevada (≥ 100 mg/dL ou com diagnóstico de diabetes), triglicerídeos elevados (≥ 150 mg/dL ou em tratamento) e colesterol HDL baixo (≤ 50 mg/dL ou em tratamento). A Federação Internacional de Diabetes (IDF) enfatiza a presença de obesidade abdominal (≥ 80 cm) mais os dois componentes já citados para o diagnóstico de síndrome metabólica. (MENDES, 2012) É possível observar a presença de síndrome metabólica também em pessoas com IMC normal; assim, pode-se dizer que a obesidade é fator de risco, mas não está presente na totalidade dos portadores. Estudos mostram que a síndrome metabólica também pode estar relacionada a patologias, como esteatose hepática, câncer, depressão, doenças respiratórias e reumáticas. (BARBALHO, 2015) A síndrome metabólica tem herança poligênica na qual o acúmulo de gordura abdominal desempenha papel fundamental na alta morbimortalidade. Essa deposição de gordura abdominal está intimamente associada ao desenvolvimento de RI e consequente hiperglicemia de jejum. Como mencionado anteriormente, o aumento da RI e da CA foi acompanhado por um aumento na liberação de mediadores pró- inflamatórios, principalmente no tecido adiposo (TA), fígado e músculo esquelético. (BARBALHO, 2015) A resistência à insulina é considerada a base fisiopatológica da síndrome metabólica desde que foi descrita pela primeira vez por Reaven, que a denominou Síndrome X. A obesidade visceral é uma característica clínica da resistência à insulina, embora possa existir sem ganho de peso. No entanto, os três critérios usados para diagnosticar a síndrome metabólica incluem aumento do índice de massa corporal (IMC) ou circunferência da cintura. Além da intolerância à glicose e diabetes mellitus, hipertensão arterial, triglicerídeos elevados e baixo colesterol HDL, a resistência à insulina está associada ao aumento do ácido úrico no sangue, redução do volume de partículas de colesterol LDL e retenção pós-prandial de sódio e aumento da atividade sanguínea. Sistema nervoso simpático, aumento do fibrinogênio, inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1), disfunção endotelial e síndrome dos ovários policísticos em mulheres na menopausa. (MEIRELLES, 2014) O excesso de gordura corporal, principalmente a gordura abdominal, está diretamente relacionado às alterações dos lipídios sanguíneos, levando ao aumento da pressão arterial e à hiperinsulinemia, sendo considerado fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Níveis elevados de leptina e ácido úrico e alterações nos fatores fibrinolíticos também foram observados em indivíduos obesos. Este conjunto de alterações tem sido descrito como "síndrome metabólica" ou "síndrome de resistência à insulina" porque a hiperinsulinemia desempenha um papel importante no desenvolvimento de outros componentes da síndrome metabólica. (NOLAN, 2019). Além disso, foi sugerido que níveis elevados de insulina podem estimular a proliferação de células musculares lisas endoteliais e vasculares e promover a aterosclerose devido a efeitos hormonais nos receptores do fator de crescimento de células β no diabetes tipo 2. O principal valor de classificar esses distúrbios como síndromes é lembrar aos médicos que o objetivo da terapia do paciente deve ser não apenas corrigir a hiperglicemia, mas também tratar a hipertensão e a hiperlipidemia que contribuem para a morbidade cardiovascular. e morte cardiovascular (VILAR, 2013). A obesidade é um fator importante em pacientes com síndrome metabólica, que pode levar ao diabetes tipo 2. Pacientes obesos são mais resistentes à ação da insulina e a inibição da produção de glicose pelo fígado é enfraquecida, resultando em hiperglicemia e hiperinsulinemia. Alguns pesquisadores levantaram a hipótese de que o aumento da resistência à insulina e da produção de glicose em pacientes obesos com DM2 pode ser causado por altas concentrações de ácidos graxos livres (AGL), com múltiplas consequências: • Aumentos excessivos e persistentes dos AGL podem causar disfunção das células beta por lipotoxicidade • Os AGL podem atuar nos tecidos periféricos e causas resistência à insulina e utilização reduzida de glicose porque inibem a captação de glicose e o armazenamento do glicogênio • A acumulação dos AGL e dos triglicerídeos reduz a sensibilidade hepática à insulina; isto aumenta a produção de glicose no fígado e causa hiperglicemia, especialmente nos períodos de jejum (PORTH, 2010) Referências Bibliográficas: MENDES, Karina Giane et al. Prevalência de síndrome metabólica e seus componentes na transição menopáusica: uma revisão sistemática. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, p. 1423-1437, 2012. BARBALHO, Sandra Maria et al. Síndrome metabólica, aterosclerose e inflamação: tríade indissociável?. Jornal vascular brasileiro, v. 14, p. 319-327, 2015. Nolan CJ, Prentki M. Insulin resistance and insulin hypersecretion in the metabolic syndrome and type 2 diabetes: Time for a conceptual framework shift. Diab Vasc Dis Res. 2019 Mar;16(2):118-127. doi: 10.1177/1479164119827611. Epub 2019 Feb 15. PMID: 30770030. MEIRELLES, Ricardo MR. Menopausa e síndrome metabólica. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 58, p. 91-96, 2014. VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010.
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