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5-principios-para-a-hora-de-pensar-numa-sondagem-na-alfabetizacao

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numa-sondagem-na-alfabetizacao
Publicado em NOVA ESCOLA 08 de Agosto | 2016
Blog de Alfabetização
5 princípios para a hora de
pensar numa sondagem na
alfabetização
Mara Mansani organizou um passo a passo de como fazer sondagem na
alfabetização. Confira suas dicas
Mara Mansani
Sondagem é a atividade de diagnóstico das hipóteses de escrita de cada aluno de uma turma de
alfabetização e é usada para avaliar a evolução do processo de aprendizagem. Consiste em uma
produção espontânea de uma lista de palavras, sem apoio de qualquer fonte e nem intervenção
do professor, e pode ser seguida ou não pela produção escrita de alguma frase.
Acha difícil fazer isso? Nunca fez e nem sabe como? Faz sempre, mas tem dúvidas? Organizei um
passo a passo de como faço essa atividade e elenquei dicas que, a meu ver, fazem a diferença!
Vamos lá.
1) Para começar, me preocupo em criar um ambiente agradável para desenvolver a sondagem,
orientando a proposta com calma e naturalidade. Crio também um contexto para o ditado. Se as
palavras escolhidas são ingredientes para um lanche, por exemplo, digo: “A professora Lúcia vai
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http://novaescola.org.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/conhecer-nova-turma-431205.shtml
fazer um piquenique com os alunos. Vamos escrever a lista dos ingredientes que eles precisam
comprar para preparar os lanches”.
2) Não deixo de colocar palavras que julgo difíceis para as crianças escreverem porque os
desafios colaboram com a reflexão sobre o sistema de escrita. Se a turma é de alfabetização
inicial, não escolho palavras que tenham vogais repetidas nas sílabas, como em batata. Isso
porque, por exemplo, se o aluno estiver na fase silábica com valor sonoro, pode ser que se utilize
somente de vogais para escrever e não vai aceitar uma palavra que pode ser escrita assim: AAA.
3) Na sondagem, o ideal é que os alunos escrevam da melhor maneira possível e sem
interferências, para que saibamos realmente em que fase estão e o que pensam sobre as
escritas. Em outros momentos, claro que não deixo de fazer as intervenções necessárias para a
escrita correta das palavras.
4) Nas turmas de alfabetização inicial, faço o ditado para um aluno por vez, ou, no máximo, para
três alunos. Ao acompanhá-los de perto, posso fazer perguntas e entender o motivo de suas
escolhas na escrita. Não perco informações importantes sobre como pensam a construção da
escrita e ainda faço anotações que vão ser úteis no processo de avaliação durante o ano. Se na
turma houver alunos na fase silábica alfabética ou alfabética, dito para um número maior de
alunos, pois esses escrevem com um pouco mais de autonomia.
5) Quando são muitos alunos na turma, peço o auxílio de outro professor ou do coordenador
pedagógico de minha escola para realizar a sondagem. Afinal, faço parte de uma equipe escolar.
Estes são os princípios que sigo para pensar na sondagem. Se você quiser ver um diagnóstico
que planejei, preparei um documento com três etapas para inspirá-lo. Ele está abaixo e também
disponível para download neste link.
1° passo
Escolho cinco palavras de um mesmo campo semântico (mesma área de conhecimento ou
assunto), e faço um ditado seguindo essa ordem: primeiro uma polissílaba, depois uma trissílaba,
uma dissílaba e uma monossílaba. Por exemplo: se o tema são materiais escolares, sugiro que
escrevam apontador, cadernos, régua, giz. Depois das palavras, dito uma frase utilizando uma
dessas palavras, como: “Eu vou cuidar de meus cadernos com capricho”.
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/YtXsRedb84qmMGabfChayBSzb9yJ9TQ2cPzvj338Xzu5SPFgR2P7VSwxMJe7/hipoteses-de-escrita-de-alunos-pre-silabicos-e-silabicos-como-faze-los-avancar.pdf
Distribuo metade de uma folha de sulfite aos alunos, cortada no sentido horizontal, sem
desenhos, pauta nem texto. Peço que escrevam as palavras que vou ditar, uma abaixo da outra,
como em uma lista.
Não marco a divisão de sílabas das palavras ao ditar, como A-PON-TA-DOR. Isso pode mascarar
resultados e, consequentemente, minha análise, pois pode indicar que o aluno se encontra em
uma hipótese que ainda não está – como a hipótese silábica, por exemplo. Também não corrijo
palavras.
No processo de alfabetização, os alunos pensam quais e quantas letras são necessárias para
escrever as palavras, então é preciso que suas escritas sejam com letras de forma maiúsculas,
pois os caracteres são isolados e o traçado é mais fácil e simples do que a letra cursiva.
Ao final, peço que escrevam também o nome completo e que coloquem a data. Se não estiver
legível, anoto o nome e a data no verso.
2° passo
Enquanto dito as palavras para os alunos, observo de que maneira eles optaram por escrever
cada uma. Se possível, anoto logo em seguida, alguma descoberta feita ou dúvida surgida dos
alunos ou minha. Essas anotações enriquecem esse processo de diagnóstico, de avaliação da
aprendizagem e me guiam para os próximos caminhos a percorrer.
3° passo
Analiso os resultados encontrados com a minha coordenadora pedagógica. Se preciso ou tenho
dúvidas, utilizo a tabela de mapeamento das hipóteses dos alunos sobre o sistema de escrita, já
publicada aqui por NOVA ESCOLA. Nela encontro também as características de cada hipótese. Em
seguida, organizo as sondagens feitas em forma de portfólio. Esse suporte dá uma visão única e
global de cada aluno. Além de guiar meu trabalho com os alunos, esta análise vai ser referência
para a organização dos agrupamentos produtivos dos alunos e irá facilitar meu trabalho em sala
de aula.
Me conte nos comentários como você tem planejado seus diagnósticos.
Obrigada e até mais!
Mara Mansani
http://novaescola.org.br/fundamental-1/video-correto-deixar-ensinar-letra-cursiva-639172.shtml
http://novaescola.org.br/alfabetizacao/mapa-hipoteses-alfa.pdf

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