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UNIDADE I ESTÁGIO SUPERVISIONADO I PEDAGOGIA 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _______________________________________________________________________ Regina, Tarcia. Estágio Supervisionado 1 Pedagogia – 2ª Licenciatura: Unidade 1 Recife: Grupo Ser Educacional, 2022. _______________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 ESTÁGIO SUPERVISIONADO 1 PEDAGOGIA UNIDADE 1 3 SUMÁRIO PARA INÍCIO DE CONVERSA .......................................................................................................... 4 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 7 CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO ............................................................................................................. 8 ASPECTOS LEGAIS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO ......................................................... 9 A legalidade do Estágio Supervisionado .............................................................................. 10 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A IMPORTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO ....... 12 A resolução CNE/PE nº 01 de 15 de maio de 2006 ................................................................. 12 A PRÁXIS COMO ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL ....... 14 INSERÇÃO NA ESCOLA-CAMPO.................................................................................................. 17 PALAVRAS FINAIS ........................................................................................................................ 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 19 4 PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá, caro(a) aluno(a), tudo bem? Seja bem-vindo(a) ao nosso primeiro encontro de sua disciplina de Estágio Supervisionado I – 2ª Licenciatura, que corresponde ao estágio nas turmas de Educação Infantil. A Educação Infantil atende crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade. De acordo com o Art. 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Educação Infantil constitui-se como a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 2013). Assim, tem como papel estabelecer as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização. Essa configuração da Educação Infantil se situa a priori no contexto resultante dos avanços do conhecimento científico sobre o desenvolvimento infantil, em consonância com a constatação da criança como sujeito de direito, logo, com direito à educação desde os primeiros anos de vida. Nesse cenário, esta disciplina propõe a articulação entre a teoria e a prática. Ela tem como objetivo destacar as concepções que circulam sobre o Estágio Supervisionado, norteá-lo (a) sobre as leis que amparam o estágio, destacar a articulação entre a teoria e a prática no Estágio Supervisionado e orientá-lo (a) nas atividades da escola-campo. GUARDE ESSA IDEIA! Você precisa ficar atento(a), pois, após a reformulação da LDB, em que o Ensino Fundamental passou de oito para nove anos, os estudantes do 1º ano (antigas turmas de alfabetização) não fazem mais parte da Educação Infantil como anteriormente. O estágio I, estágio na Educação Infantil, poderá ser realizado individualmente, em um estabelecimento legalizado pelos órgãos competentes, ou seja, a escola precisa ter portaria de funcionamento para que atenda às crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade. 5 Saiba, querido (a) aluno (a), que a Educação Infantil pode ser ofertada em creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e em pré-escolas, para as crianças de quatro a cinco anos de idade. A partir da homologação da Base Nacional Comum Curricular (2017), a Educação Infantil ficou sequencialmente organizada a partir de três grupos distribuídos por faixa etária. Caro(a), é imprescindível destacar ainda que, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), na Educação Infantil, é preciso assegurar os seis direitos de aprendizagem e de desenvolvimento, que são: • conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre cada um; • brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos). Assim, ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. • participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens, elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. • explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. • expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. • conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2017). CRECHE PRÉ-ESCOLA BEBÊS Zero a 1 ano e 6 meses 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses 4 anos a 5 anos e 11 meses CRIANÇAS PEQUENASCRIANÇAS BEM PEQUENAS Tabela 1 – Distribuição por faixa etária da Educação Infantil. Fonte: elaborado pela autora. 6 DICA O conhecimento dessas informações são elementos muito importantes para o desenvolvimento dessa disciplina, cuja carga horária é de 100h/a. Você pode observá- las na tabela 2. Aulas no ambiente Observação e pesquisa Produção de relatórios reflexivos/ Atividade de pesquisa Ensino 30h/a 30h/a 10h/a 30h/a - 6 dias na escola em um turno, que pode ser manhã ou tarde (horário fechado, do início ao final da aula). Atividades de observação. - 6 dias na escola em um turno que pode ser manhã ou tarde (horário fechado, do início ao final da aula); atividades de regência. Atividades no Ambiente Virtual Atividades de observação na escola- campo; relatórios reflexivos. Relatórios das aulas dadas. Planejamento das aulas; aulas nas escolas-campo; registro das atividades vivenciadas. Atividades Carga Horária Desmembramentoem Encontros Ações a Serem Desenvolvidas Tabela 2 – Carga horária da disciplina. Fonte: elaborado pela autora. Então, a hora aula é diferente da hora de relógio. Assim, ao ficar na escola durante 4h de relógio, você deverá registrar na ficha de acompanhamento do estágio, no espaço destinado ao registro do tempo na escola, 5h/a. Com isso, estudante, este guia tem o propósito de contribuircom a sua inserção, estudante de Pedagogia, na escola-campo de estágio, com a intenção de que essa importante experiência possa enobrecer a sua formação como educador. 7 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Estudante, agora vamos entender como o guia está organizado, conforme as cinco seções descritas abaixo. 1. Concepções de estágio - esse ponto de discussão apresenta a premissa das variadas concepções de estágio, apontando para a superação da dicotomia entre teoria e prática, reconhecendo o estágio como uma atividade que visa à reflexão a partir da observação, da prática e da articulação com os saberes desenvolvidos ao longo do curso. 2. Aspectos legais do estágio supervisionado - o estágio é um elemento obrigatório na formação. Assim, apresentaremos os seus fundamentos legais, bem como os mecanismos de dispensa de parte da carga horária para quem já está inserido na sala de aula neste nível de ensino. 3. O estágio supervisionado e a importância para a formação do Pedagogo - a discussão proposta neste item parte do princípio de que o estágio é um elemento primordial para a formação profissional. Assim, é uma oportunidade para que os estudantes entrem em contato com os espaços em que irão atuar depois de licenciados/ as, assim como com os profissionais dessa área. 4. A práxis como espaço para a construção da identidade profissional – nesse tópico, apresentaremos a importância do estágio supervisionado e sua relação com o curso de Pedagogia, visando à articulação entre a teoria e a prática e destacando o papel das observações como elemento que pode nortear a pesquisa e reconhecendo que temos que avançar da mera análise para a construção de propostas educativas que contribuam no desenvolvimento da Educação Infantil como proposto nos mecanismos legais. 5. Organizando a inserção na escola-campo - por fim, mostraremos os primeiros passos para a sua inserção na escola-campo, destacando os documentos necessários nesse momento e disponibilizados no ambiente virtual de aprendizagem. Nesse contexto, é muito importante que você assista aos vídeos propostos e realize a leitura dos textos indicados, pois eles servirão de referência para ampliar a sua perspectiva durante a observação e proporcionar uma reflexão da realidade; eles, ainda, auxiliarão na construção da sua intervenção. 8 CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO Prezado(a) aluno(a), vários pesquisadores da área educacional têm se voltado para a realização de pesquisas sobre o estágio em espaços escolares e não escolares. Essas pesquisas evidenciam que a maioria das práticas que regem a prática do estágio estão fincadas em modelos aplicacionistas, ou seja, numa perspectiva do estágio como um momento de treino, preparação para a futura atuação do estudante no âmbito profissional. Entre as variadas concepções do estágio supervisionado, destacamos a perspectiva que assume a prática como uma mera imitação dos modelos existentes. Essa corrente organiza o estágio a partir de uma realidade estagnada, paralisada. Assim, o estágio é assumido como o ato de apenas observar as práticas pedagógicas dos professores, o que é compreendido por muitos pesquisadores como uma prática de estágio artesanal. Existe outra vertente que evidencia o estágio supervisionado como um momento apenas de operacionalização, perdendo o vínculo com a articulação entre a prática e a teoria. Nessa conjuntura, o estágio supervisionado é assumido como o momento em que os estudantes recebem treinamento para atuarem no campo. Assim, precisamos entender o estágio para além dessas concepções, articulando os conhecimentos que estudantes vão obtendo ao longo do curso com a realidade, estabelecendo elos que lhes possibilitem vislumbrar, acessar e refletir a prática, a partir desses conhecimentos ofertados ao longo da sua formação inicial. Assim, lhe orientaremos a organizar suas ações do estágio supervisionado a partir da ação-reflexão-ação, ou seja, pautada na observação, intervenção e reflexão. Estas ações contribuem para a formação do professor enquanto um pesquisador, buscando o embasamento teórico necessário para refletir sobre as perspectivas teóricas assumidas a cada aula. Logo, é um momento crucial para atentar para a coerência entre aquilo que você diz e sua forma de agir em sala de aula. Nesse sentido, torna-se uma oportunidade para desvelar preconceitos latentes, para se envolver com o reconhecimento do direito dos estudantes e dos professores, para fazer um esforço e lutar pela qualidade da educação e por uma escola efetivamente democrática. Assim, precisa-se destacar que o exercício da docência é perpassado não apenas por aquilo que nós sabemos, ou seja, nossos conhecimentos, mas por aquilo que essencialmente somos. Logo, precisamos pensar a concepção de mundo e de sujeito que norteiam nossas práticas. 9 ??? ??? VOCÊ SABIA? Você sabia que o estágio supervisionado é um momento de estabelecimento de conexões entre a realidade do campus com a reflexão teórica, buscando a necessária articulação entre a teoria e a prática? Pois é, nesse sentido, a busca pela renovação do estágio supervisionado rompe com as perspectivas que se organizam a partir de abordagens tecnicistas que compreendem o estágio como movimento burocrático limitado à apresentação e correção de fichas, ou ainda, com o reconhecimento da escola como um território distante do que preconizam as políticas educacionais, reconfigurando-se como um importante momento formativo na vida do estudante que possibilita a construção do seu perfil profissional como um professor reflexivo. VOCÊ SABIA? Você sabia que os cursos ofertados pelo Ensino Superior almejam a preparação de sujeitos críticos que possam atuar no bojo da sociedade? Além do mais, tais cursos visam a preparação para o mercado de trabalho. Nesse contexto, o Estágio Supervisionado favorece a convivência com o cotidiano da profissão escolhida. Pensando especificamente na licenciatura em Pedagogia, podemos afirmar que a prática docente vivida através do Estágio Supervisionado é uma oportunidade para que a complexidade vivida no interior da escola possa ser observada e aprimorada. Assim, mediada pelas teorias apresentadas e discutidas ao longo do curso, o estágio busca os caminhos necessários para implementar as mudanças no contexto educacional, possibilitando desde uma formação inicial do futuro professor até a construção de práticas inovadoras. Essas provocações, meu caro(a), nos fazem constatar que a vivência do estágio supervisionado é uma exigência oportuna para estabelecer a dialogicidade entre esse professor mais experiente dentro das suas possibilidades e limitações, com o estudante nesse processo de construção da sua identidade profissional em busca de respostas e caminhos para trilhar. Tudo bem, até agora? Podemos continuar? ASPECTOS LEGAIS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Caro(a) aluno(a), após você ter visto que circulam socialmente várias concepções de estágio e entender que a concepção que pautará essa disciplina está ancorada na ação-reflexão-ação, é importante conhecer os aspectos legais que fundamentam o estágio e, consequentemente, a existência dessa disciplina. 10 A LEGALIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO Prezado(a) aluno(a), o estágio supervisionado tem vários amparos legais, é importante você conhecê-los para entender a sua importância. Iniciemos pela Lei 9.394/96, também conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que em seu inciso III, do parágrafo único do Art. 64, ressalta que um de seus fundamentos para a formação dos profissionais da educação é a associação entre teorias e práticas, através dos estágios supervisionados e da formação em serviço. Nesse contexto, esta lei reconhece a importância dos estágios para a formação inicial e continuada dos professores. VISITE A PÁGINA Estudante, para saber mais sobre a LDB, recomendo o seguinte acesso através do link: https://www.cpt.com.br/ldb/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-completa-interativa-e-atualizada https://www.cpt.com.br/ldb/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-completa-interativa-e-atualizada https://www.cpt.com.br/ldb/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-completa-interativa-e-atualizada 11 Assim como a LDB, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, instituídas pela Resolução CNE/CP nº 01, de 15 de maio de 2006, destacam a importância da prática profissional ao evidenciarem que para a integralização dos estudos os estudantes deverão cumprir as atividades de Estágio Supervisionado (Art. 7º). VISITE A PÁGINA Para uma pesquisa mais aprofundada, que tal visitar o portal do MEC? Ele lhe dará subsídio para adquirir mais informações sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia (2006). Acesse, você vai gostar: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf VISITE A PÁGINA Para você obter mais informações sobre a Lei de Estágio, acesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/ L11788.htm Caro(a) estudante, a Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, conhecida como a Lei de Estágio, detalha os procedimentos necessários para a realização dos Estágios Supervisionados, em qualquer área, inclusive nas licenciaturas. De acordo com esta lei, o estágio se constitui em um momento privilegiado de aprendizagem “in loco” do fazer profissional ou, ainda, como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho que visa a preparação para o trabalho produtivo de educandos, podendo ser obrigatório (requisito para aprovação e obtenção do diploma, como é o caso da nossa disciplina) e não obrigatório (desenvolvido como atividade opcional). Em ambos os casos, ele deverá ter como principal premissa contribuir com a sua formação, lhe preparando para o mercado de trabalho. Fique atento, saiba que de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior, Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, os cursos de formação inicial de professores para a educação básica em nível superior, em cursos de licenciatura, devem ter 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio supervisionado, na área de formação e atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso, conforme o projeto de curso da instituição. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11788.htm 12 VEJA O VÍDEO! Para entender melhor a especificação da Educação Infantil, você precisa assistir ao vídeo “Identidade do Professor”, com duração de treze minutos e quarenta segundos. Ele é muito importante para a valorização dos profissionais que atuam na Educação Infantil, que será o seu primeiro campo de estágio. Link: https://youtu.be/t--hIaHZhNM PARA REFLETIR Prezado(a) aluno(a), a partir do exposto no texto e no vídeo, é legítimo afirmar que o Estágio Supervisionado, no curso de licenciatura em Pedagogia, tem como propósito maior a possibilidade de ofertar ao estudante o contato com a prática docente, com o cotidiano da escola, com a cultura escolar e da comunidade na qual a escola está inserida, com a multiplicidade de culturas dos sujeitos, para que a partir dessa intensa vivência você possa expandir sua prática com intuito de ampliar seu repertório de aprendiz, seu desenvolvimento pessoal, profissional e humano. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A IMPORTÂNCIA PARA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO Prezado(a) estudante, o estágio supervisionado pode ser entendido como um conjunto de atividades significativas para a sua formação de pedagogo/a, realizadas sob a supervisão de docentes da instituição formadora, bem como, acompanhado por profissionais das escolas que você escolheu como escolas para a realização do estágio. Nesse sentido, é um momento em que você, estudante, experimenta situações de efetivo exercício profissional. A RESOLUÇÃO CNE/PE Nº 01 DE 15 DE MAIO DE 2006 De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, instituídas pela Resolução CNE/CP nº 01, de 15 de maio de 2006, o estágio curricular proposto ao longo do curso deve ser organizado de maneira a assegurar a todos os graduandos a experiência do exercício profissional em ambientes escolares e não escolares, para que possam ampliar e fortalecer atitudes éticas, conhecimentos e competências para o exercício da profissão de pedagogos/as. https://youtu.be/t--hIaHZhNM 13 Nesse contexto, meu caro(a), o estágio supervisionado pode ser compreendido como um tempo significativo de aprendizagens, que se dá através de um período em que você permanece no espaço onde o estágio é proposto, para aprender sobre a docência e outras questões que envolvem o exercício profissional do pedagogo(a), a fim de que, a partir dessa experiência, você possa construir a sua identidade profissional. Com relação a isso, o estágio curricular supervisionado pressupõe uma forte ligação entre um profissional já formado com reconhecimento profissional no ambiente em que exerce a profissão, com um estudante estagiário, no caso, você. É por esse motivo que chamamos de estágio curricular supervisionado. Essa é uma oportunidade na sua formação profissional em que tanto através do exercício no espaço de atuação do pedagogo, quanto pela sua presença participativa no ambiente em que o pedagogo atua, sob a responsabilidade de um profissional, você constrói referências para o exercício da sua profissão. Logo, essa é uma atividade obrigatória, sendo uma condição para a obtenção da sua licença de pedagogo(a), ou seja, o diploma. Assim, pretendemos orientá-lo(a) para esse momento privilegiado de formação. Dessa forma, esperamos que você escolha espaços para realizar o estágio supervisionado que realmente contribuam para a sua formação. Essa escolha deve ser planejada de maneira que você entre em contato com novas propostas pedagógicas, metodologias que considerem a participação do estudante, em escolas com boas infraestruturas e condições de trabalho e que a supervisão seja feita, obrigatoriamente, por um(a) pedagogo(a). GUARDE ESSA IDEIA! Essa informação é extremamente importante para que você possa pensar as atividades que irá propor para as turmas em que fará o estágio. Nessa faixa etária, as crianças constroem seu significado do mundo através das brincadeiras, em que imitam os papéis sociais e os jogos simbólicos, apreendendo e construindo as regras, os conceitos e o raciocínio lógico-matemático. Atualmente, a Educação Infantil tem o objetivo de reconhecer os saberes das crianças, assim como, assegurar a construção de novos. Nesse sentido, a mediação de um profissional que reconheça as especificidades da infância é fundamental. Por isso, é tão importante que você articule os conhecimentos construídos ao longo do curso para organizar a sua prática a partir do pressuposto da infância como uma construção social, intimamente relacionada com as questões socioeconômicas, étnico- raciais, culturais infantis. Isto é, as crianças atuando como protagonistas na organização da sua vida e na vida dos quais ela convive. 14 A PRÁXIS COMO ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL Prezado (a) aluno (a), reconhecendo o estágio como uma oportunidade de ampliação da sua formação, torna-se importante também salientar que ele é caracterizado como um elemento articulador das várias disciplinas e conhecimentos propostos ao longo do curso. Nesse sentido, é importante considerar ainda as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017, p. 9-10), que propõem: 1. “Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva”. Nesse contexto, é importante também destacar o papel da escola como espaçode afirmação da cultura do estudante desde os seus primeiros momentos na escola. Assim, além de valorizar e utilizar os conhecimentos, o estudante traz para a escola a sua cultura e essa deve ser valorizada. Dessa maneira, é importante que a criança tenha a possibilidade de reafirmar a sua identidade na escola. 2. “Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo investigação, reflexão, análise crítica, imaginação e criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas”. A competência salienta o papel da escola de formação de despertar na criança a curiosidade, a busca para as repostas para os “seus porquês”. 3. “Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico- cultural”. Essa competência traz para a sua centralidade a questão da cultura, compreendendo a importância da valorização da cultura local e ampliação do repertório cultural dos estudantes a partir do conhecimento de outras e variadas culturas. Dessa maneira, essas vivências precisam ser oportunizadas desde a mais tenra idade. 4. “Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo”. A proposição da competência nos ajuda a organizar o trabalho pedagógico considerando outras linguagens para além da verbal, compreendendo a importância de propostas didáticas que tragam para a centralidade, a criança como protagonista com múltiplas possibilidades de expressar-se. 5. “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. No 15 contexto da Educação Infantil, é preciso reconhecer que as crianças vivem a sua infância fortemente mediada pelas tecnologias da comunicação e informação. Logo, pensar sobre isso é pertinente também na Educação Infantil. 6. “Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade”. A competência atenta para a questão das variadas formas de conhecimento e a interrelação desses conhecimentos para o mundo do trabalho. É importante também pensar na formação humana que ao mesmo tempo em que se relaciona com o mundo do trabalho, o extrapola. 7. “Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta”. As crianças expressam suas compreensões de mundo, bem como, nos ensinam. Dessa maneira, podem contribuir para repensarmos muitas atitudes frente às demandas contemporâneas. 8. “Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas”. A relação entre o cuidar e o educar são premissas primordiais na Educação Infantil. Logo, essa é uma competência com bastante influência nesse contexto. 9. “Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”. A competência traz para o centro do debate a importância de na escola os estudantes aprenderem a ouvir, respeitar uns aos outros, da escola como espaço de solidariedade e valorização das diferenças. 10. “Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”. Tem como foco a formação individual e coletiva, visibilizando que o que se espera das vivências oportunizadas na escola, que elas possam contribuir para a formação de cada um e de todos a partir de uma perspectiva da formação humana. A partir dessas considerações, o estágio deixa de ser concebido como a parte prática do curso para ser entendido como uma possibilidade de refletir sobre a realidade à luz dos conhecimentos obtidos. Logo, é um exercício para que possamos sair das concepções do senso comum para observar e vivenciar a prática norteada pelos conhecimentos aprendidos no decorrer do curso. 16 VISITE A PÁGINA Estudante, para ter acesso à versão mais atualizada da Base Nacional Comum Curricular, basta acessar o site do MEC, através do link: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ Nesse sentido, o estágio passa por um redesenho, em que de uma atividade meramente burocrática de preenchimento de fichas se reconfigura, passando para uma ação de conhecimento da realidade, e a partir desse conhecimento, no confronto e complemento com a fundamentação teórica adquirida ao longo do curso, é possível entender os fenômenos vividos no cotidiano da escola, buscando também no diálogo com seus pares a compreensão dessa realidade. Para, assim, planejar e intervir na sua melhoria. É nesse contexto, caro(a), que podemos pensar o estágio como práxis. Ou seja, é a partir do reconhecimento da sala de aula, do chão da escola como elemento norteador de nossas práticas que a práxis efetivamente se realiza. Uma vez entendido o nosso papel de ação-reflexão-ação para a vivência de uma efetiva práxis, destacamos que a ação de conhecimento da realidade através da reflexão, assim como da análise e problematização dessa prática observada e vivida a partir dos conhecimentos implícitos à sua formação, podem ser concebidas como uma ação de pesquisa da prática. Diante desse contexto, podemos entender que a teoria nos ajuda a compreender a realidade, assim como amplia a nossa compreensão dela. Nesse sentido, os conhecimentos teóricos se unem aos conhecimentos práticos dos professores e da cultura da escola, atribuindo a eles novos sentidos ao mesmo tempo em que são por eles também reinventados. O desenvolvimento do estágio como uma atividade de pesquisa será oportunizado ao longo da construção dos seus relatórios de observação, propostos no próximo guia, em que a partir do observado você será convidado para analisar a prática, tendo como elemento norteador as especificidades da Educação Infantil. VEJA O VÍDEO! Para entender quais elementos norteiam a práxis, é imprescindível que você assista ao vídeo Perfil do educador Infantil, com duração de 13 minutos e 6 segundos. Ele destaca como os conhecimentos teóricos se articulam com a prática e a importância dessa articulação para a qualificação da prática. Link: https://youtu.be/o4WcvH-2IbI http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ https://youtu.be/o4WcvH-2IbI 17 A partir desse contexto, o estágio potencializa as pesquisas, possibilitando o entendimento das experiências vividas e observadas nas escolas, fomentando a elaboração de pesquisas para serem desenvolvidas em paralelo com o estágio ou após a sua conclusão. Entretanto, não podemosdeixar de destacar que a mera reflexão a partir da realidade não é suficiente. Por isso, precisamos nos envolver na construção de metodologias, materiais didáticos e práticas que estejam comprometidas com a melhoria da educação. Nesse sentido, precisamos estar atentos aos elementos específicos da Educação Infantil, ou seja, a indissociabilidade entre cuidar e educar. VEJA O VÍDEO! Para enriquecer essa discussão, recomendo que você assista ao vídeo Cuidar, educar, brincar, com duração de dezesseis minutos e trinta e nove segundos. Ele ajudará você a entender como esses três elementos se articulam no cotidiano da Educação Infantil. É extremamente significativo, pois as práticas que temos observados no cotidiano das creches e pré-escolas estão negando o direito à brincadeira e ao florescimento da imaginação e da criatividade, surgindo, assim, a necessidade de rediscutirmos o papel da Educação Infantil. Link: https://youtu.be/s71QaTgNdiw INSERÇÃO NA ESCOLA-CAMPO Agora, chegou o momento de você aprender o passo a passo sobre a iniciação ao Estágio Supervisionado. Vamos lá! 1. Escolha da instituição onde o estágio será realizado. A primeira atitude que você deverá fazer é a escolha da escola-campo para o desenvolvimento do estágio. O estágio poderá ser vivenciado em escolas da rede pública ou privada. Entretanto, fique atento(a), a escola privada precisa ser devidamente regularizada pelos órgãos competentes. Não basta que ela tenha apenas CNPJ, ela tem que ter portaria de autorização de funcionamento. Esse é o carimbo que deverá constar em todas as suas fichas do estágio. Caso a escola não tenha, ela não está habilitada para ser um campo de estágio. Todas as escolas da rede pública já têm essa autorização. Assim, basta o carimbo da direção nas suas fichas de acompanhamento do estágio. 2. Entrega do formulário de identificação e da declaração de aceite (um documento único) Depois que você escolher a escola-campo, seu segundo passo será preencher o formulário de identificação do estagiário e a declaração de aceite (um documento único), de acordo com as orientações dadas no https://youtu.be/s71QaTgNdiw 18 próprio documento. O documento se encontra no ambiente virtual. O formulário de identificação informa que você é um aluno regularmente matriculado na instituição e que deverá fazer o Estágio Supervisionado na Educação Infantil. Na declaração de aceite constam seus dados e os dados da escola. Essa declaração dará origem ao Termo de Compromisso de Estágio-TCE que você encontrará no ambiente virtual de aprendizagem. Ele é um documento obrigatório. O tutor lhe dará orientações posteriormente sobre esse documento. 3. Início do estágio Entregue ao(à) professor(a) da sala de aula em que você fará o estágio, à coordenação pedagógica ou ao(à) gestor(a), a Carta de Agradecimento por seu recebimento na escola e as Orientações das Atividades (material disponível no ambiente e no guia 4) que você realizará durante o período do estágio curricular supervisionado. Esses documentos ficarão na escola-campo de estágio. Combine com o(a) professor(a) seus dias, horários e a turma que será observada, podendo ser mais de uma. PALAVRAS FINAIS Prezado(a) aluno(a), para concluir este primeiro guia da disciplina de Estágio Supervisionado I, destaco algumas questões importantes que foram evidenciadas ao longo do texto. 1. O estágio deverá ser realizado nas turmas de Educação Infantil, com crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade; 2. A escola escolhida como escola-campo poderá ser pública ou privada. Mas as privadas devem ter portaria que autorize o seu funcionamento; 3. Todas as fichas que serão preenchidas ao longo do estágio precisam apresentar o carimbo e a assinatura da equipe gestora. No caso das instituições privadas, além desse carimbo, deverá constar o carimbo da portaria de autorização de funcionamento; 19 4. As fichas sem carimbo tornam o estágio inválido; 5. Todas as fichas encontram-se no ambiente virtual de aprendizagem; 6. O Termo de Compromisso do Estágio é um documento individual; Agora é só você escolher a escola e entregar a carta de apresentação. Na próxima unidade, você será orientado quanto às atividades de observação. Finalizando, destaco a necessidade de você assistir aos vídeos propostos, para que possa entender e ampliar seus conhecimentos sobre a Educação Infantil. Não se esqueça de acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e expor no fórum permanente as suas dúvidas. Mais uma vez, desejo todo o sucesso e até a próxima unidade! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. _______. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP 5, de 13 de dezembro de 2005. Secretaria de Educação do Estado, Brasília, DF, 2005. _______. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP 1, de 15 de maio de 2006. Secretaria de Educação do Estado, Brasília, DF, 2006. _______. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2008. _______. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. Brasília, Ministério da Educação, 2017.
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