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Unidade 4 - Material Complementar

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Material Complementar 
 
Unidade 4 
Como material complementar da última unidade do curso, sugerirmos a análise de alguns casos de 
sucesso. E, para iniciar, solicitamos que assista o vídeo do depoimento de vítima de crime sexual, 
Sra. Debbie Smith, durante audiência pública no STF em 2017. 
 
Figura - Depoimento de vítima de crime sexual, Sra. Debbie Smith, disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=IYRedqA8pHw 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=IYRedqA8pHw
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/repository/coursefilearea/file.php/483/videos/Depoimento_Vitimas-1.m4v
https://ead.dpf.gov.br/anpcidada/repository/coursefilearea/file.php/483/videos/Depoimento_Vitimas-1.m4v
Os relatórios semestrais da RIBPG apresentam sempre Casos de Sucesso resolvidos pelo uso da 
genética forense no Brasil. Vale ressaltar que o banco de dados brasileiro já vem apresentando 
resultados importantes no auxílio de investigações, tanto para indicar um possível autor quanto para 
desvincular indivíduos suspeitos de crimes. A fim de ilustrar, relatamos casos de relevância que 
representam bem a capacidade da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos como ferramenta 
de promoção da justiça. 
 
Caso Rachel Genofre 
Caso Rachel Genofre – pela Perita Criminal Cláudia Becker (PR) 
 
A vítima, Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de apenas 9 anos, desapareceu no final da tarde do 
dia 03 de novembro de 2008, no caminho entre a escola, localizada no centro de Curitiba, e sua casa. 
Seu corpo foi encontrado 2 dias depois, envolto em lençol e sacos plásticos e acondicionado no 
interior de uma mala abandonada sob uma escada na rodoferroviária de Curitiba. Na época do crime 
o caso gerou ampla e expressiva comoção na sociedade, dadas suas particularidades de violência. 
O corpo foi encaminhado ao IML de Curitiba, onde foi constatada a violência sexual, sendo coletados 
suabes vaginal e anal pelo médico legista. Os suabes, o lençol e as vestes foram processados no 
Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica do PR, tendo-se obtido, 
exclusivamente no suabe anal, um perfil genético pertencente a indivíduo do sexo masculino. 
Quando o Banco Estadual de Perfis Genéticos do PR entrou em operação, no ano de 2014, o referido 
perfil genético foi o primeiro perfil de vestígio a ser inserido. Não havendo suspeito identificado, as 
investigações apontaram para várias direções e, ao longo de 11 anos, foi solicitada a realização de 
cerca de 170 exames de confronto genético com eventuais suspeitos. Nenhum dos confrontos 
realizados resultou em coincidências de perfis genéticos. O caso, que permaneceu 11 anos sem 
solução, adquiriu um caráter de busca incessante e, a cada novo confronto, reascendiam-se as 
esperanças pela verdade e por justiça. 
Na data de 25/06/2019, na Penitenciária PI de Sorocaba, SP, foi coletada amostra biológica do 
apenado C.E.S. (condenado em 27/09/2016). O material genético foi extraído e o respectivo perfil 
genético foi inserido no BNPG em 03/09/2019, pela equipe da Polícia Científica do Estado de SP. 
Em 16/09/2019, o BNPG detectou a perfeita coincidência de perfis genéticos entre a amostra coletada 
do corpo da vítima Rachel e o C. E. S. O apenado possui uma extensa ficha criminal relacionando 
crimes como estupro e estelionato. As investigações apontaram que, na época do crime, ele morava 
em Curitiba e trabalhava em cidade vizinha (São José dos Pinhais). Segundo seu relato, já havia 
observado os hábitos da menina, a qual foi por ele atraída com a promessa de agenciamento para 
um programa infantil. 
A resolução do caso, graças à Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, representou um marco 
ímpar para os peritos criminais do Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica 
do PR, que muito se emocionaram com a notícia. Esta apresentou ainda imensa repercussão, em 
níveis regional e nacional. Como exemplo disso houve, além da ampla divulgação em mídias diversas 
(programas de rádio e televisivos locais e nacionais e na internet), a condecoração, na Câmara dos 
Vereadores e na Assembleia Legislativa do Paraná, de todos os peritos criminais e profissionais 
envolvidos em todas as etapas de investigação deste crime bárbaro. 
 
Figura Rachel Genofre – (Fonte https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2019/09/19/suspeito-de-
matar-rachel-onofre-e-identificado-quase-11-anos-depois-do-crime.ghtml) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2019/09/19/suspeito-de-matar-rachel-onofre-e-identificado-quase-11-anos-depois-do-crime.ghtml
https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2019/09/19/suspeito-de-matar-rachel-onofre-e-identificado-quase-11-anos-depois-do-crime.ghtml
Caso da Identificação de Estuprador Serial em Goiás 
Caso da Identificação de Estuprador Serial em Goiás – pela Perita Criminal Mariana Flavia da Mota (GO) 
No final de 2018, o Banco de Perfis Genéticos da Superintendência de Polícia Técnico-Científica do 
Estado de Goiás (BPG-SPTC/GO) havia relatado coincidência entre os perfis genéticos masculinos 
obtidos de 5 vítimas de estupro, todas da regional de Aparecida de Goiânia. 
A Administração do Banco repassou o caso à Alta Gestão, para que fosse repassado à Polícia Civil, 
a fim de alinhamento de investigações para se obter a autoria dos casos. Na época, houve uma 
reunião para tratar desse assunto, porém, devido às trocas de gestão das duas forças, não foi 
possível dar prosseguimento. 
No início de 2019, já somavam 9 vítimas e a Administração do BPG-SPTC/GO procurou a nova 
Gestão da Instituição para repassar o caso. Após contato da Superintendência de Polícia Técnico-
Científica com a Polícia Civil, teve início uma Força-Tarefa. Por meio da Força-Tarefa, após análise 
de casos por região, data e modus operandi do autor, foram solicitados exames de DNA para várias 
vítimas. Destas, 8 apresentaram coincidência com as demais, totalizando 17 vítimas. 
A Força-Tarefa também encaminhou alguns suspeitos, que foram excluídos pelo exame de DNA. Mas 
em 12/09/2019, o suspeito W. R. S. foi encaminhado para realização de exame de DNA, e o perfil 
obtido foi coincidente com o perfil obtido das amostras de sêmen relacionadas às 17 vítimas. 
A Força-Tarefa foi então denominada “Operação Impius”, sendo amplamente divulgada pela mídia. 
Após a deflagração da Operação, a Polícia Civil continuou solicitando exames de DNA para outras 
vítimas, e até o momento o número de vítimas identificado pelo BPG-SPTC/GO para este caso é de 
24. Os estupros ocorreram de 2008 a 2019, exceto no período de 2011 a 2014, devido ao suspeito 
estar cumprindo condenação por homicídio no estado do Mato Grosso. Após esse período ele fugiu, 
voltou para Goiás e continuou a praticar roubos e estupros. 
Todas as vítimas haviam descrito o modus operandi e as características físicas do agressor de modo 
bastante semelhante e compatível com o suspeito. W. R. S. abordava as vítimas sempre de moto 
preta ou vermelha, nunca retirava o capacete, utilizava arma de fogo, geralmente roubava o celular 
da vítima e a levava a um local ermo, sendo inclusive utilizado o mesmo lugar em mais de um estupro, 
em datas distintas. Com o projeto de processamento do backlog de amostras de crimes sexuais, 
fomentado pelo Governo Federal, previsto para ter início o ano que vem, estima-se que apareçam 
novas vítimas relacionadas a este caso. 
 
Figura sobre a Operação Impius – (Fonte http://sindpericiasgo.com.br/operacao-impius-policia-civil-
prende-o-maior-estuprador-em-serie-de-goias/) 
 
 
http://sindpericiasgo.com.br/operacao-impius-policia-civil-prende-o-maior-estuprador-em-serie-de-goias/
http://sindpericiasgo.com.br/operacao-impius-policia-civil-prende-o-maior-estuprador-em-serie-de-goias/
Caso Prosegur 
Caso Prosegur-pelos Peritos Criminais Federais Ronaldo Carneiro da Silva Junior e Aline Costa Minervino 
 
Em 24/04/2017, ocorreu em Ciudad del Este/Paraguai um assalto cinematográfico que envolveu a 
explosãode uma grande central da empresa de valores Prosegur, com consequente roubo de milhões 
de dólares. 
Logo de início, constatou-se que se tratava de uma quadrilha brasileira, sendo que vários de seus 
membros retornaram ao Brasil em fuga. Sendo um crime transnacional, o caso foi investigado pela 
Polícia Federal, sendo a perícia de local realizada pelo Núcleo Técnico Científico da Delegacia de 
Polícia Federal de Foz do Iguaçu. Os peritos criminais lotados naquela unidade coletaram mais de 
300 vestígios relacionados ao crime. 
A equipe de investigação conseguiu deter alguns suspeitos em fuga. Entretanto, a manutenção de 
suas prisões dependia da vinculação destes indivíduos ao crime. Foram coletados materiais 
biológicos dos investigados e encaminhados os mesmos ao laboratório de DNA da PF. Ao mesmo 
tempo, a autoridade policial solicitou à autoridade judiciária a autorização para inserção dos 
respectivos perfis genéticos nos bancos de dados, a qual foi deferida. 
Alguns dos suspeitos foram prontamente relacionados com o crime através da comparação direta de 
seus perfis com os primeiros vestígios analisados no laboratório de DNA. Um dos suspeitos, contudo, 
não apresentou compatibilidade com os vestígios primeiramente analisados. Entretanto, ao inserir 
seu perfil genético no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), encontrou-se uma coincidência 
com um caso de roubo a carro-forte ocorrido em 2013 no estado de São Paulo. Tal indivíduo, então, 
foi mantido preso inicialmente devido a este roubo e não ao crime ocorrido no Paraguai. 
Apenas meses depois, após a análise dos vestígios restantes, foi descoberta a vinculação genética 
deste mesmo indivíduo com o caso Prosegur, informação esta que foi agregada ao processo 
investigatório. Pode-se concluir deste caso que, se não fosse a existência da Lei 12.654/2012 e da 
Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, tal suspeito poderia ter sido liberado por falta de 
provas para a manutenção de sua prisão no momento inicial da investigação. A rápida coincidência 
no BNPG trouxe justificativa suficiente para que o mesmo se mantivesse preso, dando maior tempo 
à investigação para apurar a relação deste indivíduo com o crime da empresa de valores Prosegur. 
 
Figura – Reportagem sobre o caso Prosegur (https://g1.globo.com/pr/oeste-
sudoeste/noticia/2018/10/16/oito-brasileiros-sao-condenados-por-envolvimento-no-mega-assalto-a-
prosegur-no-paraguai.ghtml) 
Caso Israel 
Caso Israel -pela Peritas Criminais Ana Paula M. Leboute, Cecília Helena F. Matte e Trícia Cristine K. Albuquerque 
(RS) e adequações dos Peritos Criminais Federais Ronaldo Carneiro da Silva Junior e Aline Costa Minervino 
Em 2008, na cidade de Lajeado (RS), um homem entrou na casa de uma mulher de posse de uma 
faca, a estuprou e subtraiu bens do local. Reconhecido pela vítima, Israel de Oliveira Pacheco foi 
acusado do crime. 
Israel negou todas as acusações na época. O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Lajeado (RS) 
condenou Israel Pacheco à pena de 13 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela 
prática dos crimes de estupro e roubo com causa de aumento por emprego de arma e em concurso 
de pessoas. Posteriormente, a pena foi reduzida para 11 anos e 6 meses de reclusão. 
Enquanto isso, vestígios coletados de três vítimas de estupro cometidos em Lajeado, apresentaram 
a mesma origem genética, apontando para um único agressor. Tal achado relacionou o estuprador 
de uma das vítimas a outros dois casos de agressão sexual, sendo um dos casos ocorrido em 2007, 
cujo inquérito policial estava arquivado por falta de suspeitos, e o outro caso, ocorrido em 2008, no 
qual um jovem foi condenado pelo crime. O agressor vinculado a estes três estupros não poderia ser 
Israel, visto que seu perfil genético não era compatível com nenhum dos três crimes, inclusive o crime 
pelo qual ele respondia perante a justiça. 
Apesar da prova técnica ter confirmado a autoria de um crime e inocentado Israel, foi desconsiderada 
pela justiça em prol do reconhecimento facial pela vítima. A Defensoria, então, formalizou a revisão 
criminal, argumentando erro judiciário na decisão que confirmou a condenação, uma vez que o 
material genético seria de Israel quando, na verdade, o laudo do Instituto Geral de Perícias do Rio 
Grande do Sul demonstrou ser de outro indivíduo. 
 Apenas 7 anos após o julgamento do caso, em dezembro de 2018, foi julgado o habeas corpus de 
Israel, sendo finalmente evidenciado o valor da prova científica. Depois de uma longa jornada jurídica, 
o Supremo Tribunal Federal corrigiu o erro cometido, eximindo Israel de Oliveira Pacheco devido à 
prova inequívoca gerada pelo exame de DNA através do uso do Banco de Perfis Genéticos. 
Para a perícia, um marco histórico, que mostrou que os bancos de perfis genéticos não são apenas 
capazes de determinar autoria, mas também inocentar pessoas que foram indevidamente 
condenadas, sendo extremamente eficazes no auxílio à elucidação de crimes. 
 
Figura – Reportagem sobre o caso Israel (Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-
sul/noticia/2015/09/pela-1-vez-justica-refaz-julgamento-de-preso-com-base-em-banco-de-dna.html)

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