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1 TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO E TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO 1 Sumário TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO E TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO............................................................................... NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 3 TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO:..................... 4 O QUE É TID? .................................................................................... 4 COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?................................................... 4 QUAIS SÃO AS CAUSAS? ................................................................. 4 TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO (TID-SOE) ........................................................................... 7 CATEGORIAS NOSOGRÁFICAS ........................................................... 7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL .............................................................. 8 A ESCOLA PARA OS PORTADORES DE TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO ................................................................................ 8 A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AOS PORTADORES DE T.I.D. ...... 10 TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO ................... 11 O QUE SÃO OS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO? ................................................................................................ 11 O QUE DIFICULTA O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO? ............................ 12 OS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO MAIS COMUNS ........................................................................................................ 13 Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDAH) ................. 13 SINAIS E SINTOMAS ....................................................................... 13 TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO DESAFIADORA (DOD) ..................... 13 SINAIS E SINTOMAS ....................................................................... 14 Distúrbios de Conduta (DC) .............................................................. 14 SINAIS E SINTOMAS ....................................................................... 15 2 QUE CONDIÇÕES ESTÃO LIGADAS AOS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO? ...................................................................................... 16 SINTOMAS DE TRANSTORNO COMPORTAMENTAL INFANTIL ....... 17 1. Linguagem defasada ................................................................. 17 2. Dificuldade de adaptação a situações novas ............................. 17 3. Oscilação de humor ................................................................... 18 4. Falta de atenção pode ser um dos sintomas de transtorno comportamental infantil ............................................................................ 18 5. Hiperatividade ............................................................................ 18 6. Comportamentos inadequados .................................................. 18 7. Questionamento constante também pode ser um dos sintomas de transtorno de comportamento infantil ....................................................... 19 FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL ..... 20 COMO LIDAR COM TRANSTORNO DE COMPORTAMENTO NA ESCOLA? ....................................................................................................... 21 PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS NO AMBIENTE ESCOLAR ....... 22 O QUE FAZER PARA UNIR OS ESTUDANTES? ............................. 22 REFERÊNCIAS .................................................................................... 24 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO: O QUE É TID? Este distúrbio é definido, como um grupo de transtornos que são caracterizados por “alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo”, segundo artigo produzido pelo professor da Universidade Mackenzie, de São Paulo, José Salomão Schwartzman. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? O diagnóstico do TID é baseado em uma análise comportamental do indivíduo, não necessitando de um traço biológico que facilite sua caracterização. Vale lembrar que o diagnóstico também é realizado de forma clínica e baseado em prejuízos relatados. No entanto, é verdade que se exige um acompanhamento clínico bem detalhado a fim de que haja também uma avaliação que envolva o campo linguístico e neuropsicológico, além de exames complementares (como estudos de cromossomos e neuroimagem). QUAIS SÃO AS CAUSAS? De acordo com estudos feitos para o tema, estima-se que o transtorno apresenta causas neurobiológicas e pode até mesmo se manifestar de maneira isolada ou a partir de condições médicas que acompanham a pessoa desde mais tenra idade. Vejam quais são elas: Infecção pré-natal (rubéola, citomegalovirus, outras); Síndrome fetal alcoólica; Síndrome de Down; Síndrome de Williams; Síndrome de Angelman; Síndrome do X-frágil. 5 O detalhe é que embora haja um forte indício de que o TID possa ser notado nos primeiros meses de vida, a medicina apenas trabalha com essa identificação quando a criança está próximo de 5 ou 6 anos de idade. Vale ressaltar que, diferente do que era afirmado nas décadas de 1940, 1950 e 1960; o TID não tem origem em problemas psicológicos (sobretudo os dinâmicos). 6 Para compreender melhor os prejuízos observados no TID, os neurocientistas estão estudando funções básicas nos três domínios. Tentando transitar do fenótipo observado ao endofenótipo mensurável, os comportamentos complexos, tais como as interações sociais, têm sido decodificados em suas possíveis origens. O estudo da atenção compartilhada poderia ser um exemplo dessas iniciativas. Essa habilidade se refere à capacidade de coordenar a atenção em um objeto com um parceiro social. Vários comportamentos podem ser observados com base na capacidade de unificar a atenção, e.g. responder à atenção partilhada, iniciar a atenção conjunta, entre outros. As complexas modulações desses comportamentos são realizadas por diversas áreas cerebrais, que podem ser disfuncionais do ponto de vista individual, resultando em um espectro mais amplo de manifestações. 7 TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO (TID-SOE) O TID-SOE é uma categoria diagnóstica de exclusão e não possui regras especificadas para sua aplicação. Alguém pode ser classificado como portador de TID-SOE sepreencher critérios no domínio social e mais um dos dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Além disso, é possível considerar a condição mesmo se a pessoa possuir menos do que seis sintomas no total (o mínimo requerido para o diagnóstico do autismo), ou idade de início maior do que 36 meses. CATEGORIAS NOSOGRÁFICAS 1. SÍNDROME DE RETT Esse transtorno foi identificado em 1966 por Andréas Rett,3 mas somente após o trabalho de Hagberg et al.4 tornou-se mais conhecido. Nesse mesmo trabalho foi proposto o epônimo síndrome de Rett (SR). A descrição original de Rett enfatizava a deterioração neuromotora, predominância em mulheres, sinais e sintomas particulares, a presença de hiperamonemia, tendo sido denominada "Atrofia Cerebral Associada à Hiperamonemia". 2. TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA O transtorno desintegrativo da infância (TDI) possui um histórico mais longo do que o autismo. Foi inicialmente descrito por Heller, em 1908. Heller relatou seis casos de crianças jovens que, após um desenvolvimento aparentemente normal nos primeiros três a quatro anos de vida, apresentaram uma perda muito grave das habilidades sociais e comunicativas. Heller denominou a condição "dementia infantilis". Essa definição é insatisfatória: primeiro, porque a condição não é comparável à demência, no sentido de que as características de perda de memória e de habilidades executivas não são proeminentes; e, em segundo lugar, porque nenhuma causa orgânica da trajetória do prejuízo pode ser encontrada. 8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial no grupo TID possui algumas particularidades. O TID compreende vários grupos conceituais, como a síndrome de Asperger, definida de acordo com critérios que podem alterar-se com o passar do tempo, ou mesmo dependendo dos autores que a conceituam. Nesse sentido, fazer um diagnóstico diferencial entre as categorias de TID não é uma tarefa fácil. Juntamente com os sintomas de prejuízo social, crianças com autismo e TID relacionado apresentam altos níveis de ansiedade, hiperatividade e oscilações de humor. Em alguns casos, esses sintomas podem preencher os critérios para um TDAH comórbido, transtorno de ansiedade ou transtorno bipolar. Na prática clínica, é importante focar-se na análise funcional dos comportamentos comórbidos antes de começar a tratar condições comórbidas como tais. Por outro lado, existe uma sobreposição: crianças com TDAH podem ter um desempenho pior nos testes da Teoria da Mente56 e pode ser difícil discernir a ansiedade social de uma falta de reciprocidade, como se vê no TID. Às vezes, o diagnóstico definitivo tem que ser atrasado até uma idade mais avançada, o que não deve significar que o clínico também atrase o início das intervenções. Em vez de um diagnóstico definido, os pais e professores terão que se adaptar com um diagnóstico que se postule como uma hipótese de trabalho. O diagnóstico diferencial entre crianças esquizóides e com TID parece não estar baseado em evidências, já que as crianças que eram classificadas como esquizóides são atualmente classificadas como tendo síndrome de Asperger. A ESCOLA PARA OS PORTADORES DE TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO A educação especial conquistou avanços significativos ao longo dos anos, percorrendo caminhos diversos: Exclusão - Segregação - Integração e Inclusão - aspecto este último tão importante que deve ser pensado em seu sentido mais amplo possível, partindo da inclusão social para se atingir outras conquistas, projeto de mudança de mentalidade a ser construído por todos nós. A 9 COMUMVIVER nasce no momento histórico de transição entre a integração e a inclusão, fundada em julho de 1980 por um grupo de profissionais interessados em criar na área de educação, um espaço de vivência para as pessoas com deficiência, com o objetivo de levar a proposta de saúde emocional e desenvolvimento das potencialidades intelectuais, criativas e profissionais. No decorrer destes anos, firmou-se o propósito em oferecer um atendimento na área escolar - Educação Infantil e Ensino Fundamental - 1ª a 4ª Série, como também a educação através da estimulação sensorial e de oficinas de artes e preparação para o trabalho, para atender alunos com maior dificuldade na área motora e/ou na área cognitiva. É importante ressaltar que toda a equipe de trabalho deve ter como objetivo a flexibilidade como um ponto facilitador na busca de interação e integração de todos os profissionais, porque as variadas formas de atuação e um pensar teórico diferente, se não for bem administrado, torna-se o trabalho isolado, dificultando a eficiência dos resultados. O trabalho é sempre envolvido por desafios como: 1. Desenvolver atendimento eficaz e capaz de transformar o que se julgava ser impossível em uma possibilidade de adquirir uma qualidade de vida para além do espaço escolar. 2. Envolver a família no contexto escolar, despertar a confiança e acreditar numa dependência estruturada e segura de crescimento, de se envolver num trabalho de equipe, onde escola e família juntam possam desenvolver uma série de atividades sistematizadas. 3. Buscar junto aos profissionais de áreas afins: coordenadores, professores e profissionais especializados como a Pedagogia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação Artística, Educação Física, Recreação, Teatro, Música, estagiários, voluntários, e servidores que hoje compõe a equipe multidisciplinar da ComumViver, uma única leitura sobre o desenvolvimento do aluno e uma proposta que possa ser desenvolvida baseada no respeito, segurança e afetividade. 10 Um fator que contribui para tornar possível a estrutura e organização da instituição acreditou ser pela presença diária e efetiva dos diretores e supervisor pedagógico na escola, bem como o envolvimento e atuação das áreas especializadas durante a semana de forma intercalada, para que as mudanças, a busca de recursos, estratégias e alternativas sejam analisadas imediatamente, não prejudicando o andamento do trabalho. A proposta de trabalho com a Pedagogia de Projetos tem como objetivo despertar e envolver os alunos em temas ou assuntos de interesse para se trabalhar as necessidades mais básicas, além de envolver todo o corpo docente e profissional de áreas afins, como também os familiares que participam indiretamente. A PSICOPEDAGOGIA APLICADA AOS PORTADORES DE T.I.D. As metas propostas para o atendimento devem considerar os seguintes aspectos: • Promover o bem-estar emocional da pessoa autista, diminuindo suas experiências negativas de medo, ansiedade, frustração, incrementando possibilidades de emoções positivas de serenidade, alegria e auto-estima. • Promover a autonomia pessoal e as competências de auto-cuidado, diminuindo assim sua dependência de outras pessoas. • Aumentar suas possibilidades de comunicação, autoconsciência e controle do próprio comportamento. • Desenvolver habilidades cognitivas e de atenção, que permitam uma relação mais rica com o seu meio ambiente. • Aumentar a liberdade, espontaneidade e flexibilidade de suas ações, assim que estiver preparado. • Aumentar sua capacidade de assimilar e compreender as interações com outras pessoas, assim como sua capacidade de interpretar as intenções dos demais. 11 • Desenvolver técnicas de aprendizagem, baseadas na imitação, aprendizagem de observação. • Diminuir aquelas condutas que trazem sofrimento para o próprio sujeito e para os que o rodeiam como as auto-agressões, ações destrutivas. • Desenvolver suas competências comunicativas. TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO Os transtornos do comportamento disruptivo são muito mais frequentes na infância. Se não tratados adequadamente, esses problemas evoluem para quadros mais graves e geram grande impacto na vida dos adolescentese adultos. Todo profissional que atua em uma sala de aula compreende que este ambiente é bem diversificado, e exige habilidades especiais para lidar com os desafios comportamentais comuns entre os estudantes. Entretanto, essa não é uma tarefa simples, e requer muito preparo por parte dos pais e educadores. O QUE SÃO OS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO? Os transtornos disruptivos são algumas alterações de comportamento considerados difíceis de diagnosticar e tratar. Especialistas afirmam que essa dificuldade se dá porque as crianças e os adolescentes apresentam variações comportamentais típicas da idade. Nessa fase da vida, o ciclo normal de desenvolvimento inclui caracteres comportamental desafiadores, mas que nem sempre sinalizam viés patológico. Contudo, devem ser observados com cautela para averiguar se tais ações ocorrem espontaneamente ou se já se tornaram um hábito. Desvios de conduta como crises de raiva, mentir ou matar aulas fazem parte do desenvolvimento da criança e do adolescente, desde que não sejam constantes. Quando ocorrem de maneira isolada ou esporádica são vistos como normais e não sinalizam transtornos. 12 No entanto, quando essas alterações tornam-se em um hábito ou em ameaças a si ou aos outros, elas podem alcançar dimensões mais sérias e preocupantes. Nesses casos, é necessário conduzir a criança ou o adolescente à avaliação psiquiátrica urgente. Somente o profissional do ramo pode direcionar ao melhor tratamento com vistas à redução dos riscos à integridade mental e física. O QUE DIFICULTA O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO? Esses transtornos de comportamentos que ocorrem em crianças, pré- púberes e em adolescentes são vistos pelas pessoas mais próximas a eles como meros sinais de rebeldia. Muitos pais e professores os consideram como conduta de caráter antissocial e bem difíceis de lidar. Quando não adequadamente tratados, esses tipos de transtornos do comportamento comprometem, de forma significativa, o desenvolvimento da criança ou do adolescente tanto na escola como em casa. Vale destacar que o lar é uma das principais referências para a construção da subjetividade da criança. Esse ambiente, por si só, já se torna também no primeiro local de aprendizado, de modelagem de ações e de comportamento. Contextualmente há uma série de questões que dificultam o diagnóstico desses transtornos. Observe as mais relevantes: Muitos pais ignoram o problema e demoram a buscar ajuda; Os sintomas são muito parecidos com os transtornos de ansiedade, com as crises depressivas ou com hiperatividade; Dificuldade para diferenciar quando o comportamento faz parte do ciclo normal de desenvolvimento do indivíduo; Escassez de instrumentos, de literatura e de técnicas padronizadas para apontar um diagnóstico preciso. 13 OS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO DISRUPTIVO MAIS COMUNS Distúrbio de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDAH) O DDAH é um problema caracterizado por três principais fatores: impulsividade, desatenção e hiperatividade. Entretanto, essas características podem surgir de modo isolado ou combinado entre si. Assim, o DDAH está subdividido em três tipos: pelo grupo que é predominantemente desatento, pelos hiperativo-impulsivos ou por aqueles que expressam a combinação dos fatores. O que os diferenciam é avaliação clínica minuciosa para obter a precisão diagnóstica. O DDAH é classificado como um distúrbio do desenvolvimento, muito embora seja bastante considerado pelos profissionais de saúde mental como um distúrbio de comportamento desagregador. No entanto, é um dos transtornos mentais da infância mais evidente em crianças em idade escolar. SINAIS E SINTOMAS Os primeiros sinais ocorrem, geralmente, antes dos quatro anos ou até os sete anos de idade. O pico para identificação diagnóstica fica entre oito e dez anos, quando os sintomas são mais claros. Porém, o DDAH com predominância para déficit de atenção é diagnosticado somente após a adolescência. Convém salientar que os principais sinais e sintomas do DDAH envolvem essas três características dominantes: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Tais fatores afetam as funções cognitivas, reduz a capacidade de interação social e prejudica o rendimento escolar. TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO DESAFIADORA (DOD) Esse tipo de transtorno de comportamento disruptivo é caracterizado por um padrão persistente de conduta negativa, desafiadora ou até mesmo hostil. Tais alterações comportamentais são dirigidas contra figuras de autoridades, como pais, professores ou pessoas mais velhas. O diagnóstico é definido pelo histórico, e de acordo com a prevalência das atitudes que caracterizam esse distúrbio. Antes da adolescência, o problema é 14 maior com meninos. Mas após essa fase, o número de meninos e de meninas afetado se equipou. Ainda que o DOD seja, muitas vezes, classificado como uma “versão mais leve” dos desvios de conduta existe semelhanças muito superficiais entre esses dois distúrbios. Caracterizado, basicamente, por irritabilidade e condição desafiadora, a marca do DOD é mais condizente com um estilo de conduta interpessoal e excêntrico. SINAIS E SINTOMAS Entre os sinais mais evidentes desse problema destacam-se: Não aceitam obedecer a regras, principalmente as de conduta social ou civil; Apresentam muita dificuldade em desenvolver habilidades sociais; Gostam de culpar os outros pelos seus próprios erros; Encaram seu mau comportamento como algo normal; Desafiam os adultos ou pessoas mais velhas; São extremamente rancorosas e vingativas; Gostam de argumentar contra os adultos; Aborrecem as pessoas por mero prazer. Distúrbios de Conduta (DC) Os distúrbios de conduta englobam uma série de ações comportamentais persistentes que desobedecem aos direitos dos outros e infringem regras e normas sociais. 15 Semelhantemente aos outros transtornos, o diagnóstico também é baseado no histórico. Em escolares, a prevalência desse distúrbio de conduta é bastante alta. A ausência de diagnóstico precoce eleva os riscos para comorbidades que afetam o desenvolvimento cognitivo e reduz o desempenho escolar. Em geral, os primeiros sinais e sintomas surgem no final da infância ou no início da adolescência. Porém, se o indivíduo não for encaminhado para uma avaliação e tratamento, os sintomas persistirão até a vida adulta. A origem desse distúrbio é complexa e pode surgir por combinação de diversas questões. Porém, além da influência dos conflitos familiares e da falta de interação social, a interação de fatores genéticos aumenta a predisposição para o problema. Crianças e adolescentes oriundos de famílias cujos pais ou responsáveis estão envolvidos com o uso de drogas estão mais propensos a desenvolver comportamentos anti-sociais. SINAIS E SINTOMAS Crianças e adolescentes diagnosticados com distúrbio de conduta não demonstram preocupação alguma com o bem-estar dos outros. Além disso, ainda podem interpretar erroneamente o comportamento dos outras como atitudes ameaçadoras. Normalmente, apresentam agressividade por valentia, fazem ameaças, cometem atos de crueldade física contra pessoas ou animais e forçam atividades sexuais. Eles praticam esses atos sem demonstrar nenhum sentimento de culpa ou de remorso. Crianças ou adolescentes com esse transtorno são mais propícios ao envolvimento com ataques a propriedades alheias, fraudes e furtos. Eles têm baixa tolerância às frustrações, gostam de desobedecer a regras, sobretudo as proibições dos pais ou da escola. Entretanto, os comportamentos classificados como aberrantes são diferentes entre os gêneros. Enquanto os meninos são mais propensos a brigarem, roubarem e vandalizarem, as meninas mentem mais, fogem de casa e têm tendências para a prostituição. 16QUE CONDIÇÕES ESTÃO LIGADAS AOS TRANSTORNOS DO COMPORTAMENTO? De acordo com pesquisas, os transtornos de comportamento podem ser observados em algumas condições também reconhecidas pela comunidade científica. Sendo assim, os sintomas apresentados dentro de tais situações podem facilitar a identificação desses quadros: Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Depressão. Veja abaixo as principais manifestações precoces que englobam esses transtornos. –TEA Dentro do espectro autista, os sintomas que podem vir logo na primeira infância (e até mesmo antes do desenvolvimento da linguagem) são mais sutis, mas não deixam de ser perceptíveis: falta de qualquer elemento que propicie comunicação do pequeno (considerando também os gestos – apontar para um objeto – antes de um ano); crianças que não falam uma palavra solta com um ano e meio de idade; pequenos que não constroem frases aos dois anos; perda na linguagem e déficits severos de socialização. –TDAH Já no TDAH, os sinais precoces que tendem a ser percebidos nos pacientes são mais difíceis, pois somente na fase escolar mais desenvolvida os sintomas começam a ser observados com facilidade. Isso após os seis anos. No entanto, muitos profissionais alertam que antes dessa fase alguns pacientes podem, sim, demonstrar manifestações da existência do TDAH. São elas: a interação social e o aprendizado de forma limitada para a faixa etária podem demonstrar a possibilidade de existência do transtorno em questão. Além disso, existem comorbidades que também precisam de atenção no quesito manifestação precoce: Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e Transtorno de Conduta (TC). –TAG Nesse caso, as crianças mostram uma preocupação excessiva com tudo que está a sua volta. Os sinais mais precoces são a irritabilidade, a dificuldade de concentração, inquietude e transtornos relacionados ao sono. 17 –Depressão Em criança, a depressão pode ser notada por meio de algumas manifestações precoces, como a mudança repentina no comportamento, falta de apetite, baixa autoestima, problemas no sono, etc. SINTOMAS DE TRANSTORNO COMPORTAMENTAL INFANTIL fonte:https://www.telavita.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/06/sintomas-de- transtorno-de-comportamento-infantil.jpg 1. Linguagem defasada No início da vida humana, a comunicação é um dos aspectos que mais se desenvolve. Por conta disso, é fundamental prestar atenção na evolução da da linguagem verbal e não verbal, pois a sua deficiência pode indicar algum transtorno ou distúrbio. 2. Dificuldade de adaptação a situações novas Identificar essa questão é sutil, afinal, o termo “adaptação” pode ser subjetivo. No entanto, busque algumas pistas do que está acontecendo. O comportamento 18 anti-social na infância é um indicativo de que a criança pode estar encontrando dificuldades ao se defrontar com novos cenários. 3. Oscilação de humor Os estados de humor são sinais importantes para ficar de olho. Se a criança alterna entre momentos de raiva e excitação de forma rápida e injustificada, talvez seja interessante procurar a ajuda de um profissional da área. Humor depressivo e ansiedade constante também servem de alerta para os pais. 4. Falta de atenção pode ser um dos sintomas de transtorno comportamental infantil A mera desatenção é normal e ocorre com todas as pessoas. Porém, a repetição desse comportamento por um período prolongado de tempo pode estar relacionado com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Apesar de não possuir cura, o diagnóstico precoce e o tratamento correto ajudam na amenização dos sintomas. 5. Hiperatividade Este também é um sintoma que pode possuir relação com o TDAH. Além disso, comportamentos correlatos como impulsividade, inquietação e agressiva são indicativos que os pais devem prestar atenção. Em casos como esse, a ajuda de um profissional é sempre benéfica. 6. Comportamentos inadequados Tal comportamento pode estar relacionado com o Transtorno de Conduta, no qual a pessoa adere uma postura repetitiva e que viola os direitos básicos de terceiros. Geralmente, as crianças com esse transtorno são egoístas e insensíveis, além de poder até a assediar outras crianças. 19 7. Questionamento constante também pode ser um dos sintomas de transtorno de comportamento infantil Nessa situação, a criança desobedece constantemente os pais e ainda adotam uma postura agressiva, além de o enfrentamento ser recorrente e hostil. Tais sinais podem significar o Transtorno Desafiador Opositivo, principalmente, se os episódios forem intensos e com frequência elevada. Esse pode ser um dos sintomas de transtorno comportamental infantil. 20 FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO ANTI- SOCIAL O comportamento anti-social de crianças e adolescentes têm sido atribuídos a fatores constitucionais e ambientais. Historicamente, foi com o estabelecimento de clínicas vinculadas ao juizado de menores que profissionais de saúde mental puderam observar o desenvolvimento do comportamento anti- social na infância e adolescência. Ao constatar-se a grande freqüência de problemas familiares e sociais na história de vida dos delinqüentes juvenis, formulou-se a hipótese de uma reação às adversidades encontradas tanto no ambiente familiar como na comunidade. São fatores associados a comportamento anti-social na infância: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e paternos inadequados, viver em meio à discórdia conjugal, ser criado por pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e ter nível socioeconômico baixo. Fatores genéticos e neurofisiológicos também podem estar envolvidos no desenvolvimento do comportamento anti-social. A influência genética é mais evidente nos casos acompanhados de hiperatividade e pode ser responsável pela maior vulnerabilidade do indivíduo aos eventos de vida e ao estresse. No entanto, o papel dos fatores genéticos no transtorno da conduta ainda precisa ser melhor esclarecido. 21 COMO LIDAR COM TRANSTORNO DE COMPORTAMENTO NA ESCOLA? Fonte:https://jornadaedu.com.br/acontece-na-escola/como-lidar-com-transtorno-de- comportamento-na-escola/ O transtorno de comportamento na escola pode ser algo que assuste um pouco o professores que precisam lidar com algum aluno em questão. É bem verdade que quando o educador passa por essa situação pela primeira vez, o medo de não dar conta do desafio pode ser muito grande. Sendo assim, o artigo de hoje abordará não o distúrbio em si, mas as intervenções e os profissionais que estão aptos a contribuir para o progresso de sua criança. Atuar como professor não é tarefa fácil. Nunca foi. Quando há algum aluno com transtorno de comportamento dentro de sala, essa missão exige ainda mais flexibilidade. O estudante diagnosticado com esse distúrbio pode ser agressivo e agir de maneira que intimide os demais colegas. Nesse caso, nada melhor que unir o conhecimento do educador com o relato dos pais e a ajuda dos terapeutas. Assim, o menor pode ser amparado por 22 profissionais e pessoas da família em busca de uma resposta alternativa ao comportamento apresentado. A partir dessa junção, o professor pode utilizar alguma técnica que vise a auxiliar o aluno na condução de sua permanência em sala de aula. Nesse sentido, evitamos até mesmo a evasão escolar, algo relativamente frequente em quem convive com mudanças de comportamento. PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS NO AMBIENTE ESCOLAR A escola é um local determinante na vida de uma criança. As descobertas e os desafios encontrados pelos pequenos podem influenciar diretamente em seu futuro. Não são poucos os assuntos quepoderíamos trazer aqui, mas vamos focar nos problemas que afetam o cotidiano de todos que estão incluídos nesse grupo. É importante conceber esse espaço como um recinto onde personalidades distintas compartilham os mesmos objetos, exceto aqueles que pertencem a cada um. Diante dessa variedade de peculiaridades, é normal que haja certa diferença em gostos, hábitos e visão de mundo. Com os pequenos, não é diferente. Esse primeiro contato tende a ocasionar alguns estranhamentos. O coleguinha pode estranhar o outro pelo jeito distraído ou pelo comportamento muito agitado. Cabe aos professores identificar essas situações e propor aos alunos uma forma de agregar todos em um mesmo grupo. O QUE FAZER PARA UNIR OS ESTUDANTES? Existem várias maneiras de equilibrar o ambiente dentro da sala de aula e do espaço da escola, de forma geral. Uma delas é organizando atividades que proporcionem uma interação maior, não só dos alunos de sua turma, mas de outras, algo semelhante a atividades extraclasse. Apenas a aplicação de matérias, exercícios e cobranças não são algo atrativo aos pequenos. É preciso disponibilizar um local no qual deveres de 23 aspectos lúdicos também tenham uma dedicação especial por parte dos educadores e dos estudantes. 24 REFERÊNCIAS https://institutoneurosaber.com.br/transtornos-invasivos-do-desenvolvimento-o- que-e-tid/ https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 44462006000500003#:~:text=A%20categoria%20%22transtorno%20invasivos %20do,do%20desenvolvimento%20sem%20outra%20especifica%C3%A7%C3 %A3o. Gottesman II, Gould TD. The endophenotype concept in psychiatry: etymology and strategic intentions. Am J Psychiatry. 2003;160(4):636-45. [ Links ] Walker DR, Thompson A, Zwaigenbaum L, Goldberg J, Bryson SE, Mahoney WJ, Strawbridge CP, Szatmari P. Specifying PDD-NOS: a comparison of PDD-NOS, Asperger syndrome and Autism. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2004;43(2):172-80. [ Links ]. Rett A. On a unusual nrain atrophy syndrome in hyperammonemia in childhood. Wein Med Wochenschr. 1966;116(37):723- 6. 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