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SUS e atencao basica I, II e III

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SUS e atenção básica I, II e III
3
Você está no início do seu internato e, inevitavelmente, nesse momento da sua formação, 
você irá vivenciar a organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O 
SUS permeia todo o cenário de formação do médico e, dada a sua importância para o país, 
é um dos temas mais frequentes nas provas de residência de Medicina Preventiva.
Dentro do SUS, merece um destaque especial a Atenção Básica, que é exatamente o 
ponto de assistência do Sistema que resolve a maioria das demandas, sendo também a 
sua porta de entrada. A Atenção Básica brasileira é um grande exemplo, ao nível mundial, 
de organização e gestão em saúde, em que temos a Estratégia de Saúde da Família como 
modelo preferencial.
Aqui, vamos formar uma base sólida e bem direcionada nesses temas, os quais são muito 
relevantes tanto para a sua prova de residência médica, quanto para a sua vivência no 
internato e, futuramente, como médico.
O surgimento do SUS
O SUS é um modelo assistencial tido como referência e um dos mais bem estruturados 
sistemas de saúde Universal. Para chegarmos ao modelo robusto que temos hoje, muita coisa 
aconteceu... Você já parou para pensar como era a saúde antes do SUS? Você já pensou quais 
foram os acontecimentos que levaram ao surgimento desse Sistema?
A saúde pré-SUS
Antes do SUS, as ações públicas de saúde se restringiam a ações de controle de 
epidemias e campanhas de vacinação. A assistência, propriamente dita, era oferecida 
por instituições de caráter filantrópico. 
Com o tempo, foram se organizando modelos de saúde vinculados à Previdência Social, por 
isso, ainda eram restritos àqueles que possuíam vínculo trabalhista formal. Nessa época, 
havia uma divisão, de acordo com o acesso à saúde:
• Aqueles que tinham condições de pagar pela saúde;
• Aqueles que tinham vínculo formal de trabalho;
• Aqueles que não tinham nenhum acesso à saúde, a não ser pelas instituições 
filantrópicas.
Vamos conhecer alguns tópicos importantes sobre a evolução na assistência à saúde, 
divididos por períodos históricos.
Obs.: o mais importante desses aspectos é nos familiarizarmos com o nome de algumas 
instituições, como CAPs, INAMPS… Não se preocupe tanto com datas!
SUS e atenção básica I, II e III
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República Velha
(1889-1930)
Período marcado pela disseminação de doenças transmissíveis 
e pelas campanhas sanitárias. Os acontecimentos importantes 
ocorreram ao final desse período, com o surgimento das 
Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), na década 
de 20. Nesse momento, estavam ocorrendo as primeiras 
movimentações previdenciárias. Funcionários doavam uma 
parte de seu salário para esses fundos em troca de cuidados 
de saúde e para o pagamento de suas aposentadorias.
Era Vargas
(1930-1964)
Período de transição, com intensificação da centralização 
do poder. Surgiram os Institutos de Aposentadorias 
e Pensões (IAPs). Inicialmente, eles existiram 
concomitantemente às CAPs, porém, com o passar do 
tempo, os IAPs passaram a englobar e substituir as Caixas 
de Aposentadoria. Nesse período, eram apenas esses dois 
órgãos que prestavam assistência à população, mas não a 
toda população, apenas aos trabalhadores formais. Havia 
também uma desavença, na qual o Ministério da Saúde e as 
Secretarias Estaduais e Municipais compreendiam um dos 
lados, e o Ministério do Trabalho, o outro.
Regime Militar
(1964-1984)
Foi um período marcado por um importante retrocesso 
sanitário, e foi quando ocorreu uma reforma previdenciária: 
os IAPs foram substituídos pelo Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS). Houve a ampliação na cobertura 
da assistência (por exemplo, trabalhadores autônomos 
passaram a contribuir e a usufruir dos direitos). Além 
disso, com a nova demanda, serviços privados passaram 
a ser contratados para a prestação da assistência médica. 
Ocorreram diversos escândalos de corrupção e fraudes até 
o momento em que o INPS foi à falência. Surgiu, então, o 
Instituto Nacional da Assistência Médica e Previdência 
Social (INAMPS). Não apenas o nome era parecido: os 
problemas também. A instituição patrocinou inúmeros 
empreendimentos privados e acabou ficando sem dinheiro. 
Também foi à falência.
Nova República
(1985-1988)
Houve um número expressivo de casos de AIDS e dengue, 
e acréscimo nas taxas de morbimortalidade por causas 
violentas. Acontece, então, a VIII Conferência Nacional de 
Saúde, a qual falaremos mais à frente.
SUS e atenção básica I, II e III
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O movimento de Reforma Sanitária brasileiro
Para entendermos bem o SUS, é importante notar os processos e movimentos que levaram 
à sua criação. Aqui, não podemos deixar de citar o movimento de Reforma Sanitária. 
Os objetivos desse movimento, composto pelos mais diversos segmentos populacionais, 
eram, essencialmente, resolver a crise previdenciária (como vimos acima) e ampliar o 
acesso à saúde no país.
No movimento da reforma sanitária, o evento de maior impacto foi a VIII Conferência 
Nacional de Saúde (1986), que tinha como lema “Saúde, direito de todos, dever do Estado”. 
Você, em algum momento da sua vida, já deve ter ouvido algo sobre essa Conferência, certo? 
Isso, porque ela foi um grande marco da saúde pública brasileira e culminou na criação do 
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), em 1987, o qual precedeu o SUS. 
Um pouco mais tarde tivemos, então, a Constituição de 1988, a qual, em seu Artigo 196, 
declara que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A partir daí, começamos a ter 
um Sistema Único de Saúde.
VIII Conferência Nacional de Saúde, grande marco na história da saúde coletiva brasileira.
Lei nº 8.080/1990
O SUS foi criado na década de 90 através de uma lei geral, conhecida como Lei Orgânica 
da Saúde (Lei nº 8.080, de 1990), que dita os objetivos e atribuições do sistema de 
saúde em todo o território nacional. Além disso, ela descreve seus princípios, criados 
como soluções para os problemas que apareceram. Vamos falar mais sobre os princípios 
em breve.
Nessa lei, temos também a definição das competências de cada esfera do governo, e a lista 
de competências é enorme. Mas pode ficar calmo! Temos um macete legal, que vai te ajudar 
a acertar a maioria das questões: 
• Federação → formula, define e implementa;
• Estado → coordena e presta apoio aos municípios;
• Município → executa.
SUS e atenção básica I, II e III
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A Lei nº 8.080/90 foi complementada ao longo do tempo através das Normas Organizacionais, 
como veremos a seguir:
NOB 91 (Norma Organizacional Básica de 1991) - período de “adaptação” 
A NOB 91 foi um artifício do governo para possibilitar um período de transição entre o 
modelo antigo e o novo. A partir dela, a gestão foi centralizada novamente ao nível federal, 
sendo os municípios meros prestadores. O sistema de pagamento voltou a ser direcionado 
pela produção. Exatamente por isso, essa lei é tida por muitos como controversa. 
Mas, como dito, ela foi apenas um artifício de transição e logo foi revogada.
NOB 93 - “Descentralização”; “municipalização” 
A NOB 93 teve como objetivo organizar o processo de descentralização (o município passa a ser 
gestor), criando as comissões intergestoras (a fim de promover negociação, integração e articulação 
entre os gestores): a bipartite (Município + Estado) e tripartite (Município + Estado + União). 
Existem muitas siglas e, para as questões de prova, basta saber que as siglas com “NA” 
(CONASS - Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, e CONASEMS - Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde) fazem parte das comissões tripartites, das quais o Ministério 
da Saúde participa.
NOB 96 - “Consolidação” dos municípios como gestores (entidades encarregadas 
de fazer o SUS funcionar)
A NOB 96 surgiu para dar poder total aos municípios (Gestão Plena) na gestão da assistência 
à saúde. Mas como assim “total”? Foram criados dois “pacotes”:
Entenda o porquê
Não entendeu muito bem essa história de competências e o macete acima? Dá uma 
olhadinha nos seguintes trechosda Lei nº 8.080/90:
“Art. 16. À direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
 – (...) II - participar na FORMULAÇÃO e na IMPLEMENTAÇÃO das políticas:
 – (...) b) de saneamento básico
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
 – (...) IV - COORDENAR e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
 – (...) b) de vigilância sanitária;
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
 – (...) IV - EXECUTAR serviços:
 – (...) b) de vigilância sanitária;”
Ao analisar o documento, vemos que esse padrão “federação → formula/define/
implementa, estado → coordena e presta apoio e município → executa” se repete com 
a maioria das competências. Daí vem o macete!
SUS e atenção básica I, II e III
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1) Gestão Plena da Atenção Básica: o município é o responsável pela gestão de toda a 
atenção básica;
2) Gestão Plena do Sistema Municipal: além de gerir toda a atenção básica, o município 
é o responsável, também, pela gestão dos serviços de média e alta complexidade, ou 
seja, o município é o responsável pela gestão do sistema municipal inteiro.
O Município poderia aderir a um dos dois “pacotes”. Caso não aderisse a nenhum, passaria a ser 
considerado como um prestador de serviço e o Estado fica responsável pela gestão dos serviços.
Além da mudança na gestão da assistência, criou-se também o PAB (Piso da Atenção 
Básica), nas suas formas: fixa (todo Município recebe, basta ter um plano municipal de saúde, 
feito de forma per capita pelo IBGE) e variável (recebe aquele que desempenha determinada 
função: estratégias de Saúde da Família, Saúde Bucal, Saúde da Mulher, Saúde Mental, 
Compensação de Especificidades Regionais, etc.). 
Obs.: o PAB fixo e o PAB variável foram substituídos em 2019 por um programa denominado 
Previne Brasil, o qual veremos mais adiante.
NOAS 2001/2002 (Norma Operacional de Assistência à Saúde de 2001/2002) - 
“equidade na alocação dos recursos”
As NOAS 2001/2002 surgiram para trazer uma maior equidade nos recursos e no acesso 
à saúde, através da regionalização organizada (Plano Diretor de Regionalização) ou seja, 
possibilitando o acesso à saúde mais próximo da residência, de acordo com suas necessidades, 
e um pagamento por procedimentos de média/alta complexidade aos municípios-referência 
(ganha mais aquele que absorve mais pacientes).
Ele amplia a responsabilidade dos municípios na Atenção Básica, com uma abordagem mais 
ampla de pequenos procedimentos) e atuações estratégicas mínimas (como controle de 
hipertensão e diabetes) e criação do PAB ampliado (revogado em 2004), no qual o município 
recebe mais recursos se realizar outros procedimentos como eletrocardiograma, ações 
especializadas em odonto, teste de gravidez, etc. 
Relacione a lei com sua principal característica.
1) Lei 8080 R:
2) NOB 91 R:
3) NOB 93 R:
4) NOB 96 R:
5) NOAS 2001/2002 R:
Respostas: 1. Criação do SUS; 2. Poder é Federal → Fase de transição → REVOGADO; 3. Descentraliza → Bi e Tripartites; 4. Poder é TODO 
Municipal → PAB fixa e variável; 5. Acesso mais próximo.
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
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Princípios e diretrizes do SUS
Ufa, vamos dar uma pausa nas leis! Vamos falar agora sobre um dos tópicos mais 
importantes dessa apostila. Os princípios e diretrizes do SUS são aspectos essenciais para 
as provas de residência e podem ser divididos em éticos/doutrinários e organizacionais/
operativos. 
Os éticos/doutrinários são: 
• Universalidade: todos os cidadãos, estrangeiros inclusive, têm acesso. Nada mais é 
do que aquela famosa frase da constituição de 1988 colocada em prática: “a saúde é 
direito de todos e dever do Estado”;
• Integralidade: são promovidas ações em todas as esferas - prevenção, cura e 
reabilitação, de acordo com o problema de cada município e indivíduo - e em todos os 
níveis de complexidade do sistema (atenção primária, secundária e terciária*). Além 
disso, inclui a visão da pessoa como um “todo”, ou seja, como um ser biopsicossocial 
- as bancas adoram esses termos; 
• Equidade: mais recursos para os menos favorecidos - tratamento desigual para 
desiguais, com o objetivo de diminuição da heterogeneidade. Logo mais nos 
aprofundaremos nesse conceito.
* Lembrando que:
• Atenção primária: deve ser a porta de entrada do sistema, onde a maioria dos 
problemas da população será resolvida. Por exemplo: Unidades Básicas de Saúde;
• Atenção secundária: inclui as subespecialidades (como a endocrinologia) e, assim 
como a Atenção Primária, ocorre de forma ambulatorial; 
• Atenção terciária: nível mais especializado do sistema. É representado classicamente 
pelas unidades de internação hospitalar.
Atenção para um detalhe importante!
Você sabia que a IGUALDADE já foi considerada um princípio do SUS? Sim! Na Lei nº 8.080/90, 
encontramos o princípio da igualdade (e, não, o da equidade). A EQUIDADE foi inserida 
apenas nos documentos posteriores à Lei nº 8.080/90, de forma a substituir a igualdade. 
Muita atenção! Algumas bancas cobram essa pegadinha.
SUS e atenção básica I, II e III
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Veja para que isso serve na prática…
Você sabe a diferença entre igualdade e equidade? Igualdade significa dar as mesmas 
condições para todos, enquanto equidade significa dar condições diferentes para indivíduos 
diferentes. Quer ver como a equidade é importante em nossa sociedade?
Imagine seu João, 72 anos, aposentado. Ele está no 3º dia de sintomas de um resfriado 
comum. Nada muito sério, apenas uma tosse leve e secreção nasal. Na verdade, sente-se 
um pouco melhor em relação aos dois dias anteriores., porém, resolve procurar a Unidade de 
Pronto Atendimento (UPA) mais próxima para verificar se precisa tomar algum medicamento. 
Nesse mesmo momento, chega à UPA Bruno, jovem de 18 anos, vítima de colisão moto - 
carro, com lesões graves, incluindo um TCE.
A equidade garante que Bruno seja atendido antes, pela gravidade de seu quadro. Além disso, 
conforme esse princípio, Bruno terá acesso a exames diagnósticos e procedimentos terapêuticos 
diferentes dos que serão empregados no manejo de seu João.
Agora, imagine seu João e Bruno com esse mesmo resfriado comum. Quem você acha que 
deve ter prioridade no atendimento? Exatamente! Seu João, pela idade. Perceba como a 
equidade está presente em diversos lugares do nosso dia a dia: na UBS, na emergência, na 
fila do banco…
Veja a figura abaixo. Os bonecos são os usuários e os livros são os recursos necessários 
(por exemplo: exames diagnósticos, urgência para agir) para que os indivíduos tenham seus 
problemas resolvidos e, assim, consigam alcançar seus objetivos (na nossa representação, 
o capelo/chapéu de formatura). Perceba como o objetivo final é a redução das disparidades.
Sobre qual princípio ético estamos falando?
1) Ver o indivíduo como um todo R:
2) Tratar desigualmente os desiguais R:
3) Acesso ao sistema para todos R:
Respostas: 1 - Integralidade; 2 - Equidade; 3 - Universalidade.
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
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Os organizacionais/operativos são:
• Descentralização: consiste na divisão de poderes entre as esferas políticas (Federação, 
Estado e Município), como vimos anteriormente, com a redistribuição das atribuições;
• Regionalização: é o princípio organizacional queridinho das bancas! Precisamos 
compreender que a regionalização anda com a descentralização. Por muito tempo, 
as tomadas de decisões ficaram concentradas na mão da federação, portanto, a 
regionalização consiste em dar mais autoridade para Estados e Municípios, com um 
foco maior nesses últimos. Afinal, das três esferas políticas, o Município é a que mais 
conhece os problemas da população e suas necessidades. Por isso, podemos dizer 
que a regionalização consiste na municipalização do cuidado; 
• Hierarquização: é a organização da assistência em níveis crescentes de complexidade: 
Atenção Primária, Secundária e Terciária. Lembrando que 80% a 90% das demandas 
se resolve na Atenção Primária. Aqui, temos dois conceitosimportantes: referência e 
contrarreferência. 
 – Referência: é o encaminhamento de um paciente para um estabelecimento de 
maior nível de complexidade;
 – Contrarreferência: é o retorno do paciente para o estabelecimento que o referiu.
• Participação Social: a população deve ter o direito garantido de participar nas tomadas 
de decisões e na formulação de políticas de saúde nas três esferas do governo. 
E como isso ocorre na prática? Por meio dos conselhos e conferências de saúde (tópico 
importantíssimo que será abordado adiante). 
• Resolubilidade: talvez esse seja o conceito mais simples. O problema do paciente deve 
ser resolvido de alguma forma. Como citado anteriormente, a maioria dos problemas 
deve ser resolvido na Atenção Primária;
• Complementaridade: o SUS é um sistema público, correto? Correto, porém, o 
sistema privado pode ser acionado quando necessário. Como assim? A prioridade 
do atendimento é de hospitais e estabelecimentos públicos. Quando o sistema 
complementar (planos de saúde e outras empresas privadas) serão contratados para 
atuar no SUS? Quando as ferramentas ou mão de obra ofertados nos serviços públicos 
forem insuficientes, mas atente-se para dois detalhes importantes:
1. O serviço privado a ser contratado deve respeitar os princípios do SUS;
2. A prioridade deve ser das empresas privadas sem fins lucrativos.
SUS e atenção básica I, II e III
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Sobre qual princípio organizacional estamos falando?
1) Ocorre por meio dos 
conselhos e conferências R:
2) Dá mais autonomias aos municípios R:
3) Tem a possibilidade de 
contratar o privado R:
4) Há divisão dos poderes R:
5) Resolve o problema do paciente R:
6) Organiza o sistema em níveis
Respostas: 1) Participação Social; 2) Regionalização; 3) Complementariedade; 4) Descentralização; 5) Resolubilidade; 6) Hierarquização.
Teste seus conhecimentos
Vamos ver como as bancas cobram esses conceitos:
(USP-SP - SP - 2017) Qual princípio do Sistema Único de Saúde (SUS) possibilita que 
o atendimento a paciente idosa seja priorizado em relação a paciente jovem adulta?
(A) Universalidade.
(B) Nenhum.
(C) Hierarquização.
(D) Equidade.
CCQ: Saber que priorizar o atendimento de 
uma pessoa idosa é um exemplo de equidade.
Essa é uma abordagem amplamente realizada pelas bancas quando o assunto 
é Princípios do SUS. Aqui nos é apresentada uma situação na qual precisamos 
marcar o princípio que está sendo colocado em prática. O enunciado diz respeito a 
um atendimento prioritário à pessoa idosa em relação a um adulto jovem, ou seja, 
tratar desigualmente os desiguais, ou, ainda, dar ênfase no cuidado daqueles que 
mais necessitam. Provavelmente essas palavras te remeteram a um conceito que é a 
resposta dessa questão: equidade.
GABARITO: Alternativa D.
SUS e atenção básica I, II e III
12
Participação popular no SUS
Uma das grandes conquistas do SUS é a participação popular. A Lei nº 8.142, de 1990, 
estabelece as diretrizes da participação popular e dos gastos (esse segundo veremos mais 
adiante). A participação popular acontece por meio dos Conselhos e Conferências de saúde, 
com participação paritária de usuários do SUS, ou seja, 50% da composição é de usuários, 
e os outros 50% são divididos entre os demais segmentos.
• 50% usuários;
• 50% demais segmentos:
 – 25%: profissionais da saúde;
 – 25%: prestadores de serviço e representantes do governo. 
 
A função dos Conselhos é controlar a execução 
e os gastos em saúde, ocorrendo de forma 
mensal. Seus membros têm caráter deliberativo 
(suas decisões não precisam ser consultadas ao 
Legislativo para serem executadas), permanente 
e não podem pertencer ao Ministério Público ou 
ao Poder Judiciário/ Legislativo.
Já as Conferências de saúde ocorrem a cada quatro 
anos, e são convocadas pelos Conselhos ou pelo 
Executivo. Nelas, é avaliada a situação da saúde e 
são criadas Diretrizes de Política de Saúde. Além 
disso, ao contrário dos Conselhos, as Conferências 
são consultivas, ou seja, suas decisões devem ser 
aprovadas pelo Legislativo (como a Câmara de 
Vereadores) para serem executadas. Note que a 
distribuição é paritária entre os usuários e os demais 
segmentos.
Representando 
o usuário 50%
Conselheiros
Representando 
profissionais de 
saúde 25%
Representando 
Governo / 
prestadores de 
serviço de 
saúde 25%
Representação da composição dos Conselhos de Saúde.
Veja como isso funciona na prática...
É comum encontrarmos questões que dizem que a participação popular no SUS 
tem distribuição PARITÁRIA entre os usuários do Sistema e os demais segmentos. 
Para entender essa questão, vamos pensar na seguinte situação hipotética:
O município de Descoberto possui 40 representantes no Conselho Municipal de Saúde. 
E como é essa distribuição pelos segmentos?
Distribuição paritária = dividir em 50%. Sendo assim, 50% devem ser usuários do 
SUS e os outros 50%, os demais segmentos.
Voltando ao caso hipotético, temos:
• 20 integrantes do Conselho são usuários do SUS;
• 10 profissionais da Saúde;
• 10 representantes e prestadores de serviço.
SUS e atenção básica I, II e III
13
 Principais características dos Conselhos e Conferências de saúde
Conselho Conferência
Encontros mensais Encontros a cada quatro anos
Deliberativo e permanente Consultivo
Controle da execução e de gastos Cria diretrizes
E como isso é cobrado na prova? Veja abaixo:
(FGV – 2018) A Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que a vontade do 
povo será a base da autoridade do governo. Sobre a participação popular no SUS, é 
correto afirmar que:
(A) as bases legais para a participação popular na gestão do SUS estão na Lei 8.142/90
(B) os Conselhos de Saúdes são formados por 50% de gestores, 25% de trabalhadores 
e 25% de usuários
(C) as Conferências de Saúde são realizadas a cada 2 anos nos níveis municipal e 
estadual e a cada 4 anos no nível nacional
(D) a Ouvidoria Geral do SUS, por estar ligada ao Ministério da Saúde não faz parte 
dos mecanismos de participação popular na construção do SUS
CCQ: Saber que a Lei nº 8.142/90 estabeleceu as 
diretrizes da participação popular e dos gastos.
Das leis que envolvem a criação e regulamentação do SUS, a Lei nº 8.080/90 e a 
Lei nº 8.142/90 são as mais importantes! Por isso, vale a pena saber a temática de 
cada uma. Lembre-se: a Lei nº 8.142/90 estabeleceu as diretrizes da participação 
popular e dos gastos.
Um plus: em relação à constituição dos conselhos, se quiser decorar apenas uma das 
porcentagens, decora a da participação popular (50%). É a que mais cai nas provas!
GABARITO: Alternativa A.
 Pacto pela Saúde
É legislação que não acaba mais, não é mesmo? Mas vamos simplificar as coisas por 
aqui. O Pacto pela Saúde foi um movimento e, posteriormente, um conjunto de medidas 
(em 2006), com o objetivo de melhorar o acesso à saúde da população e consolidar o 
SUS. Essas medidas foram divididas em três grupos: pacto pela vida, pacto em gestão 
do SUS e pacto em defesa do SUS.
SUS e atenção básica I, II e III
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Pacto pela vida
Dos três pactos, esse é o mais importante. De forma bem simples, o pacto pela vida é um 
conjunto de temas-chave que deveria ter um destaque maior em medidas e programas do 
governo. E quais são esses temas-chave? 
 – Câncer de mama e colo do útero;
 – Mortalidade infantil e materna;
 – Saúde do idoso;
 – Promoção à saúde e atenção básica;
 – Doenças emergentes e endêmicas;
 – Saúde do trabalhador;
 – Pessoas com deficiência e pessoas com distúrbio mental;
 – Saúde do homem;
 – Pessoas em risco de violência;
 – Saúde bucal.
Não se preocupe tanto em decorar esses tópicos, ok? Apenas dê uma passada de olho neles 
e, conforme forem aparecendo nas questões, eles vão ficando familiares. É semelhante ao 
que ocorre com a Lista Nacional de Agravos de Notificação Compulsória: de tanto fazer 
questões, você acaba memorizando-a!
Pacto em gestão do SUS
Ok, nesse e no próximo pacto vamos nos atentar a algumas informações importantes. 
A ideia central do pacto em gestão do SUS éclara: fortalecer as funções e responsabilidades 
de cada esfera do governo (Município, Estado e Federação) no que diz respeito à 
gestão do SUS. Além disso, reforça os princípios de descentralização e regionalização. 
Ufa, vamos para o último! 
Pacto em defesa do SUS
São três os objetivos principais do pacto em defesa do SUS:
1) Reforçar os princípios e defender o SUS como política de Estado, opondo-se à ideia de 
SUS como política de governos. Em outras palavras, “o SUS é nosso, não de um ou outro 
governante!”;
2) Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como garantidor desses direitos;
3) Fortalecer a ideia de que deveria haver um valor mínimo anual destinado ao financiamento 
do SUS e de que, a longo prazo, esse valor fosse incrementado.
SUS e atenção básica I, II e III
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Financiamento 
A Lei nº 8.142/1990 também traz em seu texto orientações quanto aos gastos, criando a 
transferência regular e automática de verba (de acordo com o número de habitantes, em 
contraposição ao antigo sistema de pagamento por produção).
Lembre-se:
Lei nº 8.080/90 → criação do SUS + princípios + atribuições;
Lei nº 8.142/90 → participação popular + gastos.
Os recursos destinados ao SUS são provenientes da seguridade social (desconto 
compulsório sobre folha de salários das empresas), que financia também a previdência, 
sendo a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) as principais fontes.
Vale lembrar também que cada esfera deve destinar uma parcela mínima de sua receita para 
a saúde: Município (15%), Estado (12%), União (valor aplicado no ano anterior + IPCA*). 
Um ponto importante: os repasses são transferidos, fundo a fundo, de forma regular e 
automática, em conta única e específica do bloco em questão.
* Esses valores foram alterados em 15 de dezembro de 2016 através da EC nº 95 (PEC do teto dos gastos públicos).
Mas o que é esse tal de “IPCA?” 
Não é nosso objetivo enchê-lo com conceitos específicos de economia, mas, de modo 
simples, o IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, e é basicamente um índice 
que calcula a variação dos preços no comércio, ou seja, é a representação numérica da 
inflação. Só para termos uma ideia, o IPCA do ano de 2020 foi de 4,23%.
Blocos de financiamento
Os recursos do SUS são alocados em dois blocos: custeio de ação e serviços públicos de 
saúde, e o bloco de investimento. 
Atenção: houve mudança nos blocos de financiamento do SUS. Antes eram seis, que foram 
reorganizados em janeiro de 2018 pela Portaria nº 3.992/2017: 
Antigos Blocos (PRT nº 204/2007) Novo Bloco (PRT nº 3.992/2017)
Atenção Básica
Bloco de Custeio das Ações e 
Serviços Públicos de Saúde
Média e Alta Complexidade
Vigilância em Saúde
Assistência Farmacêutica
Gestão do SUS
Investimento 
(obras e equipamentos)
Bloco de Investimento na Rede de 
Serviços Públicos de Saúde
SUS e atenção básica I, II e III
16
Previne Brasil: o financiamento da atenção básica
Houve uma mudança no modelo de financiamento da Atenção Primária à Saúde no âmbito 
do Sistema Único de Saúde, instituído pela Portaria nº 2.979 de 12 de novembro de 2019, 
que já começou a valer para o ano de 2020. No entanto, com a pandemia de coronavírus, 
os municípios tiveram um tempo maior para se adequar. Atente-se: as bancas adoram 
informações novas, por isso, as destacamos com a bandeirinha vermelha.
Até o ano de 2019, o financiamento era composto pelos Pisos da Atenção Básica (PAB) Fixo 
e Variável. O PAB Fixo é baseado na população e necessidades do município, enquanto, 
o PAB Variável depende da adesão a estratégias e programas, como vimos anteriormente. 
Já o novo modelo de financiamento, chamado Previne Brasil, é um modelo de financiamento misto, 
baseado essencialmente em incentivar resultados e adesão às estratégias governamentais. 
O Previne Brasil é composto por três componentes: 
1) Capitação ponderada
É um modelo de remuneração calculado com base no número de pessoas 
cadastradas nas unidades de saúde. Além disso, considera fatores de ajuste, como 
a vulnerabilidade socioeconômica, o perfil de idade e a classificação rural-urbana 
do município. Ah, e o termo correto é assim mesmo, “capitação” com “i”, pois se 
refere a "capitar" - nesse caso, faz alusão ao pagamento realizado por pessoa. A 
transferência desse valor é mensal.
2) Pagamento por desempenho
O valor do pagamento por desempenho depende do cumprimento de metas e do 
desempenho em alguns indicadores. Exemplo de indicador: proporção de gestantes com, 
pelo menos, seis consultas de pré-natal realizadas. A transferência desse valor é mensal.
3) Incentivo para ações estratégicas
Pagamento por programa implantado. Alguns deles são: Programa Saúde na Hora, 
Equipe de Saúde Bucal (eSB), Equipe de Consultório na Rua (eCR) e Programa 
Saúde na Escola (PSE). A transferência desse valor depende das normas que 
regulamentam cada programa.
1) Quais são os três componentes 
do Previne Brasil? R:
2) Qual a parcela mínima da receita 
que cada esfera do governo 
deve destinar à saúde?
R:
3) Como é feito o repasse de recursos 
para os blocos de financiamento 
do Sistema Único de Saúde?
R:
Respostas: 1) Capitação ponderada; pagamento por desempenho; incentivo para ações estratégicas; 2) Município: 15%; Estado: 12%; 
União: valor aplicado no ano anterior + variação do IPCA; 3) Transferidos, fundo a fundo, de forma regular e automática, em conta única 
e específica do bloco.
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
17
A Atenção Primária no Brasil
A Atenção Primária no Brasil é a porta de entrada para o nosso sistema de saúde e 
está baseada na promoção, proteção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação 
e manutenção da saúde. É na Atenção Primária que a maioria das demandas do SUS é 
resolvida. Portanto, além de ser a base do sistema, deve ser resolutiva e ordenar as redes 
de atenção.
Obs.: vários termos são utilizados para descrever a Atenção Primária: Atenção Primária à 
Saúde (APS), Atenção Primária (AP) ou, então, Atenção Básica (AB). Podemos encontrar 
qualquer um desses termos na nossa prova - são sinônimos.
Princípios da Atenção Básica
A Atenção Básica, assim como o SUS, possui alguns princípios norteadores. Eles são 
frequentemente assuntos de prova, por isso, estão listados a seguir de forma bem direta. 
Revise esses pontos continuamente e não deixe de decorá-los. Podemos dividi-los em 
principais e secundários.
PRINCÍPIOS PRINCIPAIS:
• Primeiro contato: A APS é a porta de entrada do sistema de saúde. Portanto, deve ser 
o mais acessível possível à população: deve estar perto dos usuários e ter um horário de 
funcionamento que atenda às necessidades da população. 
• Longitudinalidade: consiste no acompanhamento do paciente ao longo do tempo, com 
a criação de um vínculo horizontal. Perceba a importância desse conceito. Ao criar um 
vínculo com o paciente, o profissional da saúde consegue entender melhor quais são 
os seus problemas e propor soluções mais efetivas. Além disso, quando surge um novo 
problema, há mais agilidade na sua resolução. 
• Integralidade : a atenção básica deve atender o indivíduo de forma completa, em todas 
as suas facetas: deve abordar as necessidades biológicas, sociais e ambientais. Deve ser 
capaz de resolver 100% dos problemas do paciente. Como citado anteriormente, 80% dos 
problemas é resolvido na própria Atenção Básica. Os outros 20% devem ser encaminhados, 
pela Atenção Básica, à serviços de nível secundário ou terciário - a Atenção Primária 
deve ofertar esses serviços à população. Além disso, devem ser executadas medidas de 
promoção de saúde, prevenção de doenças, cura, reabilitação e até mesmo de cuidados 
paliativos. Conceito amplo, né? Logo mais vamos ver um exemplo de como podemos 
praticar a integralidade.
• Coordenação do cuidado: aqui temos a complementação do item anterior. Mesmo quando 
ocorre a referenciação do paciente para os níveis secundário ou terciário, aAtenção Básica 
continua sendo a responsável pela organização e integração dos cuidados. Esse é um 
papel fundamental. Há pacientes que são acompanhados por diversas especialidades no 
nível secundário. Essas especialidades nem sempre dialogam entre si. A Atenção Básica 
deve agrupar essas informações, integrar os cuidados e conversar com as diferentes 
áreas para que o paciente tenha o melhor cuidado possível. 
SUS e atenção básica I, II e III
18
Veja para que isso serve na prática…
Vamos entender como os princípios principais da Atenção Básica funcionam na prática? 
Imagine que dona Maria, uma mulher de 45 anos, costureira, começa a notar que não está 
enxergando tão bem quanto antes. Imediatamente, ela conclui que precisará do auxílio 
de um profissional médico para que possa conseguir lentes corretivas para sua visão. 
Mas como chegar ao oftalmologista? Simples: é necessário, primeiro, marcar uma consulta 
com o médico da UBS para que ele avalie a necessidade de consulta com a oftalmologia e 
encaminhe a paciente. É por isso que dizemos que a Atenção Básica é a porta de entrada 
no sistema. É através dela que o usuário conseguirá ter acesso a toda a rede de saúde 
(outros níveis de saúde). 
Dona Maria é atendida pelo mesmo médico da UBS há 10 anos. Ele sabe que ela é costureira 
e que, sem uma boa visão, não conseguirá exercer sua profissão com excelência. Além de 
dona Maria, o médico conhece o marido e os dois filhos da paciente. A esse cuidado contínuo 
prestado com o passar do tempo chamamos de longitudinalidade.
O médico aproveita o atendimento para checar a pressão arterial da paciente. Está alterada. 
Além de informar os riscos da HAS, aproveita para falar sobre estilo de vida saudável e 
prevenção de doenças. Também questiona sobre seu ambiente familiar e aborda a sua 
saúde mental, ou seja, sai do âmbito do “problema”, trazido pela paciente, para abordar 
outras situações que permeiam a sua vida, incluindo medidas de promoção de saúde e 
prevenção de doenças. O que é isso? É a visão do paciente “como um todo”, ou seja, 
integralidade!
Maria é referenciada, então, para um serviço de oftalmologia. Tempos após, a paciente 
acaba sendo encaminhada para o serviço de endocrinologia por uma DM de difícil controle. 
Perceba que, agora, uma parte de seu cuidado está ocorrendo em outro nível do sistema 
de saúde. E aí entra o princípio da coordenação do cuidado: a Atenção Básica deve fazer a 
mediação entre a articulação que envolve as especialidades, e a própria APS. O paciente 
jamais pode se sentir “solto no sistema”. A Atenção Básica deve saber como o manejo 
está sendo feito pelas outras especialidades, observar possíveis discordâncias de conduta 
entre elas e realizar as ações necessárias para o melhor cuidado possível do paciente.
PRINCÍPIOS SECUNDÁRIOS:
• Enfoque familiar: o cuidado na Atenção Básica é centrado na família. Para isso, podemos 
recorrer a ferramentas como o genograma - falaremos depois sobre ele.
• Orientação Comunitária: a comunidade tem voz ativa nas decisões que vão recair sobre 
ela. É dever dos profissionais da saúde e representantes do governo fazer com que a 
comunidade seja mais participativa no planejamento e na tomada de decisões.
• Competência cultural: as comunidades e os pacientes diferem uns dos outros. As ações 
realizadas na atenção básica devem ocorrer sempre respeitando as individualidades e 
particularidades.
SUS e atenção básica I, II e III
19
Veja para que isso serve na prática…
Dona Maria está de volta à UBS. Agora, ela traz seu neto de 4 anos para a consulta. Relata ao 
médico que ele está com uma tosse produtiva e refere estar oferecendo “lambedor” (xarope 
caseiro) à criança, já que era algo que sua mãe fazia e que ela acredita dar certo nesses 
casos. O médico, então, procura entender melhor a situação. Dona Maria explica que já está 
dando, há alguns dias, uma bebida feita à base de hortelã, mel e limão. Refere que sempre 
faz isso quando alguém na família fica doente e ainda afirma: “doutor, isso é muito melhor 
que qualquer remédio comprado em farmácia. Deus me livre ficar sem hortelã, mel e limão na 
minha casa!”. O médico entende a situação, alerta para o risco de a criança consumir açúcar 
em excesso, mas não combate a prática. Apenas complementa orientando a importância da 
hidratação para facilitar a expectoração e reforçando que não abuse do xarope. Viu o que o 
médico fez? Achou um equilíbrio entre a medicina baseada em evidências e o saber popular, 
em prol do vínculo com a família. A isso, chamamos de competência cultural.
Diga qual princípio está sendo desrespeitado:
1) Paciente diabético procura diretamente 
um ambulatório de Endocrinologia 
na tentativa de marcar uma consulta, 
sem nunca ter ido à UBS.
R:
2) Paciente se queixa de cefaleia. É prescrito 
um analgésico comum. A consulta 
é tão rápida que o paciente não tem 
a oportunidade de dizer que seu pai 
faleceu há 2 semanas e que, desde então, 
está com dificuldades para dormir.
R:
3) Paciente teve consulta com Cardiologista, 
Ginecologista e Infectologista. No 
entanto, o médico da UBS não 
procura saber o que aconteceu em 
cada uma dessas consultas e afirma 
que, daí em diante, o paciente não 
é mais responsabilidade dele.
R:
4) Paciente deseja continuar tomando 
chá de camomila antes de dormir, 
pois, acredita que isso a deixa mais 
tranquila durante o sono. O médico a 
proíbe de manter o hábito e diz que, se 
ela está com dificuldade para dormir, 
ele receitará algum medicamento
R:
Respostas: 1 - Primeiro contato/Porta de entrada; 2 - Integralidade; 3 - Coordenação do cuidado; 4 - Competência cultural. 
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
20
Características da Atenção Básica:
Além dos princípios, existem algumas características (que, por vezes, são tratadas como 
princípios) importantes que fazem parte da Atenção Básica.
• Atendimento multidisciplinar: o corpo de funcionários deve conter no mínimo um médico, 
um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um agente comunitário de saúde, que trabalham 
40 horas semanais;
• Acolhimento: contato proativo, que pode ser feito através de uma busca ativa dos pacientes, 
sem precisar aguardar demandas espontâneas;
• Reorientação do cuidado: cuidado centrado na pessoa (discutiremos melhor mais adiante);
• Elevada complexidade e baixa densidade: esse é um conceito que pode ser difícil de 
entender num primeiro momento. Na Atenção Básica, os profissionais devem possuir 
amplo conhecimento e habilidade para serem capazes de atender situações variadas (alta 
complexidade), mesmo que não utilizem ou disponham de recursos tecnológicos de ponta 
(baixa densidade);
• Adscrição de clientela e Territorialização : o trabalho é realizado em um território 
delimitado (territorialização), com uma população previamente cadastrada (adscrição de 
clientela). Como veremos a seguir, existe um número máximo de habitantes que uma 
equipe pode atender.
 Quais são as portas de entrada do SUS?
Unidade Básica de Saúde (UBS)
Serviços de urgência e emergência
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Complete a segunda coluna com o nome do princípio cuja descrição está na primeira coluna:
1) A Atenção Básica é responsável pela 
integração do cuidado, mesmo quando 
parte dele ocorre em outro nível
R:
2) Porta de entrada R:
3) Respeitar individualidades R:
4) Acompanhamento ao longo do tempo R:
5) Atender de forma completa R:
Respostas: 1) Coordenação do cuidado 2) Primeiro contato 3) Competência cultural 4) Longitudinalidade 5) Integralidade
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
21
(HDMI-GO – 2020) Carlos, 54 anos, negro, trabalha formalmente em empresa de 
construção civil. Faz seguimento com a mesma médica na UBS próxima à sua casa desde 
o nascimento de seu filho mais novo, há 22 anos, com quem trata sua hipertensão arterial, 
atualmente compensada. Além disso, já realizou cuidados devido à condromalácia em joelho 
direito e um episódio depressivo leve, tambémcom a mesma profissional. Recentemente 
foi consultar devido à faringoamigdalite aguda bacteriana e sua médica sugeriu tratamento 
com azitromicina, por saber que o paciente é alérgico à penicilina. Dentre os atributos 
nucleares da Atenção Primária à Saúde elencadas por Barbara Starfield, aquele que melhor 
representa os cuidados e o vínculo de Carlos com a mesma profissional é
(A) a integralidade
(B) a longitudinalidade
(C) a competência comunitária
(D) o primeiro acesso
CCQ: Reconhecer que o acompanhamento médico 
ao longo do tempo representa a longitudinalidade.
Qual situação está sendo demonstrada aqui? A de um paciente que é acompanhado 
pela mesma médica há 22 anos. E qual princípio diz respeito ao “acompanhamento do 
paciente ao longo do tempo”? A longitudinalidade.
GABARITO: Alternativa B.
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
A Estratégia de Saúde da Família é o modelo preferencial da Atenção Básica no Brasil. 
Trata-se de um modelo centrado na pessoa, na família e na comunidade (enfoque familiar), 
reorganizando o antigo modelo hospitalocêntrico, que era centrado na doença e no 
indivíduo (reorientação do cuidado). 
Isso acarreta um contato íntimo com a comunidade, sempre de forma proativa 
(acolhimento, que tem como característica essencial a escuta qualificada), respeitando 
suas individualidades e promovendo também a participação desta no cuidado (orientação 
comunitária e competência cultural).
Entenda o porquê
Você já se perguntou o motivo do nome “estratégia”? Por muito tempo utilizou-se o termo 
Programa Saúde da Família (PSF). O PSF foi criado em 1994, pelo Governo Federal, 
com o objetivo de implementar a Atenção Básica. No entanto, o termo “programa” 
remete a algo com início e fim. Em virtude disso, há poucos anos, o termo acabou sendo 
substituído por “estratégia”, visto que a ESF não é algo com início e fim, mas sim uma 
forma de reorganização da Atenção Básica, sem prazo para acabar.
SUS e atenção básica I, II e III
22
Organização da ESF
As equipes da ESF são multidisciplinares, formadas por, no mínimo, médico (preferencialmente 
especialista em medicina de família e comunidade, segundo a nova Política Nacional de 
Atenção Básica - PNAB), enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde 
(ACSs). Todos os profissionais atuam de forma integral por 40 horas, podendo estar vinculados 
a apenas uma ESF. Cabe a todos os membros da equipe participar do gerenciamento dos 
insumos e manutenção dos cadastros familiares atualizados. Cada equipe é responsável pelo 
atendimento de 2.000 a 3.500 indivíduos, e cada ACS deve ser responsável por, no máximo, 
750 pessoas. Podem existir até quatro equipes na mesma Unidade. Guarde esses números: 
as bancas adoram!
Além disso, diante da necessidade da própria população assistida, podem ser adicionados à 
equipe básica outros componentes. Alguns exemplos de profissionais são cirurgiões-dentistas, 
técnicos em saúde bucal e agentes de combate às endemias.
NASF-AB
NASF-AB é a sigla para Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica. É formado 
por uma equipe multiprofissional com o objetivo de complementar o trabalho realizado pelos 
profissionais das equipes de Saúde da Família, quando necessário, ou seja, o NASF-AB atua de 
forma integrada e complementar. O que isso quer dizer? Esses profissionais são requisitados 
em situações complexas, por exemplo, em caso de dúvidas sobre qual é a melhor conduta para 
determinado paciente, qual é o melhor tratamento... Ou seja, prestam apoio aos profissionais 
da equipe de Saúde da Família visando a resolução dos problemas do paciente.
E quem são esses profissionais? Ah, a lista é grande. De forma alguma se preocupe em decorar 
isso. Alguns exemplos: educador físico, fonoaudiólogo, médicos especialistas (como ginecologista) 
e até mesmo profissionais de outras áreas, como médico veterinário e profissional com formação 
em Artes. E apenas profissionais com nível superior/graduação podem compor o NASF-AB.
Você já ouviu falar sobre o termo matriciamento? 
Muitas vezes encontramos nas provas o termo matriciamento, ele tem tudo a ver com o NASF-AB! 
Matriciamento (ou apoio matricial) é o suporte realizado por profissionais de diversas áreas 
1) Qual a composição mínima de uma 
equipe de Saúde da Família? R:
2) Qual é o número de indivíduos 
atendidos por cada equipe? R:
3) Qual é o número máximo de pessoas pelo 
qual um ACS pode ser responsável? R:
4) Qual o número máximo de equipes que 
pode existir em uma mesma unidade? R:
Respostas: 1) médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e ACS; 2) 2.000 a 3.500; 3) 750; 4) Quatro.
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
23
especializadas com o intuito de ampliar o campo de atuação da equipe de Saúde da Família e 
qualificar suas ações. E é exatamente o que o NASF-AB faz! Por isso, o NASF-AB é um ótimo 
exemplo de como o matriciamento ocorre na prática (é o exemplo mais cobrado em prova).
Mas as bancas gostam de complicar a nossa vida. Utilizam palavras rebuscadas para se 
referirem ao matriciamento. Veja abaixo alguns termos e frases normalmente utilizados para 
se remeter ao apoio matricial:
• “Retaguarda especializada da assistência”;
• “Arranjo organizacional que presta o suporte técnico para equipes da Atenção Básica“.
Já estamos quase acabando essa parte sobre o NASF-AB. Precisamos saber apenas mais 
uma coisinha sobre ele. Um decorebinha chato, mas que cai em prova. É sobre os diferentes 
tipos de NASF-AB. Mas não se desespere: existem apenas três, e o que muda é o número 
de equipes de Saúde da Família ao qual estão vinculados. Como assim? Ocorre que um 
NASF-AB pode estar vinculado a apenas uma equipe, ou então a várias. De acordo com o 
número de equipes vinculadas, teremos o seu tipo: 
• NASF-AB 1: 5 a 9 equipes de Saúde da Família;
• NASF-AB 2: 3 a 4 equipes de Saúde da Família;
• NASF-AB 3: 1 a 2 equipes de Saúde da Família.
Agora chegamos ao principal CCQ sobre esse assunto: o NASF-AB NÃO é porta de entrada! 
Vimos mais acima a lista dos serviços que são porta de entrada para o sistema de saúde, e 
o NASF-AB não está nela. As bancas adoram esse conceito! Ou seja, o cidadão não pode 
chegar e bater na porta de um NASF-AB para ser atendido. Na verdade, até pode. Mas não vai 
ser atendido (rsrs). Brincadeiras à parte, para um indivíduo ser atendido por um profissional do 
NASF-AB, ele deve ser encaminhado pelo profissional da UBS/ equipe de Saúde da Família.
1) “Retaguarda especializada da assistência 
que presta suporte técnico para equipes 
da Atenção Básica”. O que é isso?
R:
2) Número mínimo e máximo de 
equipes de Saúde da Família 
vinculadas ao NASF-AB 1
R:
3) Número mínimo e máximo de 
equipes de Saúde da Família 
vinculadas ao NASF-AB 2
R:
4) Número mínimo e máximo de 
equipes de Saúde da Família 
vinculadas ao NASF-AB 3
R:
5) Quais são as portas de entrada do SUS?
Respostas: 1) Matriciamento; 2) Min: 5, Max:9; 3) Min: 3, Max:4; 4) Min: 1, Max:2; 5) Unidade Básica de Saúde (UBS), Serviços de 
urgência e emergência, e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Teste seus conhecimentos
SUS e atenção básica I, II e III
24
O atendimento em atenção básica
Tendo como base os princípios da Atenção Básica, o atendimento nesse nível de atenção 
possui algumas peculiaridades. Como temas centrais e que merecem grande destaque, temos 
o método clínico centrado na pessoa (que visa romper com o método centrado na doença) e 
as ferramentas de abordagem familiar, já que a família é um ponto-chave do indivíduo.
Método clínico centrado na pessoa
O Método clínico centrado na pessoa (MCCP) surgiu para oferecer um cuidado integral à 
pessoa, com vistas a entender não só a sua doença, mas também a experiência e vivência 
do indivíduo em seus processos de vida, saúde e doença.
Anteriormente, o MCCP era composto por seis elementos. No entanto, a versão mais atual 
conta com quatro elementos. Vamos ver quais são?
1. Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença;
2. Entendendoa pessoa como um todo;
3. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas;
4. Intensificando a relação entre a pessoa e o médico.
Embora o MCCP seja composto por quatro componentes, esse não é um método engessado, 
sendo que, a todo tempo, esses componentes dialogam entre si. Veja na imagem abaixo 
como esse processo é articulado e aplicado.
Ferramentas de abordagem familiar
As ferramentas de abordagem familiar são essenciais para um atendimento integral da 
pessoa. Tais ferramentas são importantes para compreendermos melhor o processo de 
adoecimento nas famílias, conhecer a situação dos seus membros e suas relações, não apenas 
em seu grupo, mas também com as demais famílias com quem convivem e estabelecem 
suas redes de apoio.
Dispomos de várias ferramentas. No entanto, as que mais aparecem nas provas, e que 
merecem sua atenção na revisão, são: genograma e ecomapa.
4. Intensificando a Relação entre a Pessoa e o Médico.
1. Explorando a Saúde, 
a Doença e a 
Experiência da Doença;
2. Entendendo
a Pessoa
como um Todo;
3. Elaborando um Plano 
Conjunto de Manejo 
dos Problemas;
Interação entre os componentes do Método Clínico Centrado na Pessoa.
SUS e atenção básica I, II e III
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Genograma: relações entre os indivíduos na mesma família. 
O Genograma se baseia no modelo do heredograma, mostrando graficamente a dinâmica 
familiar. Tem como objetivo analisar a estrutura e as relações familiares. Ele reúne informações 
sobre a doença da pessoa identificada, as doenças e transtornos familiares, os antecedentes 
genéticos, as causas de morte de pessoas da família, além dos aspectos psicossociais 
apresentados que, junto às informações colhidas na anamnese, enriquecem a análise a ser 
feita pelo profissional. Deve conter pelo menos 3 gerações (inclusive os óbitos) daqueles 
que vivem juntos em um mesmo ambiente ou com forte vínculo familiar. Idealmente, deve 
conter datas, nomes e idades. Fique atento a alguns de seus símbolos, logo abaixo.
SUS e atenção básica I, II e III
26
Ecomapa: relação entre os indivíduos e o meio em que vivem.
O Ecomapa serve de complemento ao genograma. Ele é a ilustração das relações dos 
contatos dos membros da família com os outros sistemas sociais, ou seja, das relações entre 
a família e a comunidade. O ecomapa ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e sua 
utilização pela família. É um retrato de um determinado momento da vida dos membros 
da família. A representação de vínculo é semelhante ao do genograma, mas a família é 
representada dentro de um círculo comum e as relações de apoio entre a comunidade e o 
indivíduo são representadas por setas.
Características do Ecomapa:
• Registrar membros da família e suas idades no centro do círculo;
• Utilizar a mesma simbologia do genograma; 
• Registrar em círculos externos os contatos da família com membros da comunidade ou com 
pessoas e grupos significativos;
Exemplo de utilização do Ecomapa
Cons. na 
Rua
UBS Y
CAPSad CREAS
CRAS A
UBS X
Legenda: 
Vínculo forte
Vínculo Moderado
Vínculo Superficial
Vínculo Estressor
Apoio 
Separação
Fonte: Adaptado de Agostinho (2007).
SUS e atenção básica I, II e III
27
É importante que você tenha, minimamente, a memória fotográfica para conseguir, numa 
rápida olhada, diferenciar um Genograma de um Ecomapa. Isso pode te ajudar tanto na 
primeira quanto na segunda fase das provas. 
Em síntese, com o Genograma, entendemos a dinâmica dentro da família. Com o Ecomapa, 
entendemos as relações da família com o ambiente social a sua volta. Essas duas ferramentas 
são, sem sombra de dúvidas, as mais importantes para as nossas provas! Existem algumas 
outras ferramentas utilizadas na Atenção Básica, menos prevalentes em prova. Vamos 
apenas nos familiarizar com elas:
• A.P.G.A.R Familiar: consiste num questionário aplicado aos membros da família com 
o objetivo de verificar o nível de satisfação dos seus membros. Após responderem o 
questionário, as famílias são classificadas em funcionais, moderadamente disfuncionais ou 
gravemente disfuncionais. A.P.G.A.R é um acrônimo, em inglês, para os tópicos abordados 
no questionário:
 – Adaptation (adaptação);
 – Partnership (participação);
 – Growth (crescimento);
 – Affection (afeição);
 – Resolve (resolução).
• P.R.A.C.T.I.C.E: é parecido com o instrumento acima. A diferença é que aqui a ferramenta 
é focada em um problema específico. O objetivo é facilitar a coleta de informações e a 
elaboração de intervenções. O acrônimo diz respeito a tópicos que serão explorados para a 
superação do problema:
 – Presenting problem (problema apresentado);
 – Roles and structure (papéis e estrutura);
 – Affect (afeto);
 – Communication (comunicação);
 – Time of life cycle (fase do ciclo de vida);
 – Illness in family (doenças na família);
 – Coping with stress (enfrentamento do stress);
 – Ecology (meio ambiente, rede de apoio).
• F.I.R.O: é o último acrônimo da lista. Fundamental Interpersonal Relations Orientation 
(Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais). A ideia aqui é a compreensão do 
funcionamento da família a partir de suas relações de poder, comunicação e afeto. Consiste 
basicamente na compreensão das necessidades de cada membro da família.
• Conferência Familiar: ferramenta mais simples que as demais. Consiste basicamente 
em uma reunião entre um ou mais profissionais da saúde e os membros da família para a 
resolução de um problema.
SUS e atenção básica I, II e III
28
Outros conceitos importantes sobre SUS Atenção Básica
Vários termos técnicos e programas são citados nas questões sobre SUS e Atenção Básica. 
Vamos nos familiarizar com alguns deles.
Região de Saúde
É um espaço geográfico constituído por municípios limítrofes que compartilham características 
culturais, sociais e econômicas. É estabelecida com o intuito de facilitar o planejamento e 
execução de ações e serviços de saúde. 
Por exemplo: o município A pode dispor de poucos aparelhos de exames de imagem, porém, 
dispõe de laboratórios de análises químicas. Já o município B, limítrofe do município A, dispõe 
de aparelhos de exames de imagem, mas não possui laboratório de análises químicas. Ambos 
os municípios podem desenvolver uma rede de comunicação e transporte para suprir suas 
necessidades.
Rede de Atenção à Saúde (RAS) e sua relação com a Região de Saúde
Aqui é um “Deus nos acuda” na hora da prova. E, de fato, são termos complexos se formos 
ler a definição nos livros e nas leis. Então, vamos com calma aqui. O que é uma RAS? É um 
conjunto integrado de serviços e ações de saúde com o objetivo de garantir a integralidade 
no atendimento ao paciente. Por exemplo, um paciente vem à UBS, é referenciado a 
um especialista e é contra referenciado à UBS de origem, ou seja, temos vários serviços 
interligados (cada serviço é chamado de Ponto de Atenção) com o objetivo de prestar 
suporte ao paciente.
As Redes de Atenção à Saúde costumam existir dentro de uma região de saúde. Faz sentido, 
correto? Pela proximidade e características culturais semelhantes. Existem diversas RAS. 
Rede Cegonha, Rede de Atenção às Urgências e Emergências, Rede de Cuidado à Pessoa 
com Deficiência… São inúmeras. Mas o que elas têm em comum? São organizadas em níveis 
crescentes de complexidade, conforme a necessidade, através do sistema de referência e 
contrarreferência.
Saúde na Hora:
Saúde na Hora é um programa criado em 2019 com o objetivo de facilitar o acesso da 
população aos serviços de saúde na Atenção Básica. Visa também a diminuição do volume 
de atendimento em unidades de emergência hospitalares. Saca só esse mnemônico:
SAÚDE NA HORA
Sobe Acesso na Unidade; Diminui Entrada por NAda no Hospital; Otimiza Rede de Atendimento.
Um dos pontos desse programa é a ampliação dos horários de atendimento. As Unidades 
Básicas de Saúde poderiam ampliar o horário de atendimento semanal para 60h ou 75h, 
com aumento de recursos financeiros para custeio dos profissionais.
SUS e atenção básica I, II e III
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Ciclo de Vida 
De modosimples e direto ao ponto: representa as várias etapas pelas quais as famílias 
passam e os desafios ou tarefas a cumprir em cada uma dessas etapas. Veja no quadro 
abaixo as etapas e os principais desafios vividos em cada uma delas:
PNAB e seus termos técnicos
PNAB é a sigla para Política Nacional de Atenção Básica. Foi regulamentada em 2017 e 
consiste em um conjunto de diretrizes que reforçam os princípios e definem o funcionamento 
da atenção básica. Nela, são citados alguns termos que, por serem nada intuitivos, as bancas 
gostam de cobrar. Vamos entendê-los:
• Tecnologia leve: refere-se às relações interpessoais (por exemplo: relação entre profissional 
e paciente, ou até mesmo entre dois profissionais);
• Tecnologia leve dura: refere-se ao conhecimento teórico;
• Tecnologia dura: refere-se aos equipamentos tecnológicos.
SOAP
SOAP é acrônimo para “Subjetivo”, “Objetivo”, “Avaliação” e “Plano”. Nada mais é do que uma 
estruturação proposta para o registro das informações no prontuário do paciente. O pessoal 
que já está no internato há um tempinho ou, então os médicos já formados, sabem bem do 
que estamos falando. Segue a estrutura:
• Subjetivo: motivo da consulta e impressões do paciente sobre o seu problema;
• Objetivo: exame físico e exames complementares;
• Avaliação: definição e nomeação dos problemas/necessidades de saúde constatados a partir 
dos dois itens anteriores;
• Plano: conduta que será tomada em relação ao(s) problema(s) determinado(s) no item anterior.
Adulto jovem Autonomia e responsabilização emocional e financeira
Casamento Comprometimento com um novo sistema familiar
Nascimento do primeiro filho Transformação da vida do casal
Família com filhos pequenos Conflitos entre irmãos e novos espaços sendo frequentados (como a escola)
Família com filhos adolescentes Equilibrar a liberdade, considerando a individualidade do adolescente 
Ninho vazio Filhos saem de casa deixando o sentimento de “ninho vazio” para os pais
Aposentadoria Redução da renda mensal. Pais viram avós
Estágio tardio
Compreende a velhice. O maior desafio vivido aqui é 
a tendência a subestimar a sabedoria e capacidade de 
execução dos idosos.
SUS e atenção básica I, II e III
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Veja para que isso serve na prática…
Veja abaixo um exemplo de registro no prontuário do paciente seguindo a estruturação SOAP. 
Vale ressaltar que se trata de um exemplo resumido, apenas para ilustrar como o aplicamos 
na prática.
S: Paciente vem à consulta referindo cefaleia occipital há dois meses. Refere ser hipertensa e 
fazer uso de enalapril de 10 mg, com um comprimido por dia de forma irregular (esquece com 
frequência de tomar o medicamento). Refere que mora sozinha e seus filhos não a visitam 
regularmente. Seu marido faleceu há 3 anos e ela não possui outros familiares vivos.
O: Bom estado geral. PA: 160/90 mmHg. Ausculta cardíaca: ritmo regular, em dois tempos, 
bulhas normofonéticas, sem sopros.
A: HAS de mau controle; ausência de rede de apoio.
P: Otimizo tratamento para HAS (aumento a dose para 20 mg, com um comprimido por dia); 
reforço a importância de tomar o medicamento de forma regular; contato o serviço social 
para verificarmos o que é possível ser feito em relação à rede apoio; e reavalio a paciente 
em uma semana.
1) Representação visual das relações da 
família com o ambiente social à sua volta R:
2) Tem como objetivo facilitar o acesso e 
diminuir a demanda de atendimentos 
em serviços de urgência e emergência 
R:
3) Conjunto integrado de serviços 
e ações de saúde R:
4) Representação visual da 
dinâmica interna da família R:
5) Etapas pelas quais as famílias 
passam no decorrer da vida
Respostas: 1) Ecomapa; 2) Programa Saúde na Hora; 3) Rede de Atenção à Saúde; 4) Genograma; 5) Ciclo de vida.
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