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Ignacy Sachs e o Ecodesenvolvimento

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IGNACY SACHS EM BUSCA DO ECODESENVOLVIMENTO 
 
Cássia Natanie Peguim 
Programa de Pós-Graduação em História 
Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Assis 
Bolsista FAPESP 
 
 
Resumo: Economista formado no Brasil, doutorado na Índia, integrante do Ministério 
das Relações Exteriores na Polônia socialista, posteriormente acolhido pela École des 
Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) na qual criou o Centro de Pesquisas sobre 
o Brasil Contemporâneo. Ignacy Sachs é exemplo de uma geração de intelectuais que 
formaram a comunidade técnico-científica que dialoga com a ONU no contexto de 
nossa pesquisa (1972 - 1992). Mas qual é a visão de desenvolvimento elaborada por este 
economista que transita entre as organizações do sistema das Nações Unidas e fora 
delas e que fala por, para e sobre estas organizações? Esta comunicação de pesquisa 
abordará o conceito de ecodesenvolvimento desenvolvido por Ignacy Sachs em textos 
por ele elaborados ao longo das três últimas décadas do século XX. 
 
Palavras Chave: Ecodesenvolvimento, Ignacy Sachs, História Ambiental. 
 
 
A obra de Ignacy Sachs organiza-se a partir do estudo comparado do 
desenvolvimento a que o autor descreve como sendo um jogo de espelhos nos quais se 
refletem, fragmentam e multiplicam as visões sobre a Polônia Pós-Segunda Guerra, o 
Brasil e a Índia - considerados pelo autor símbolos da trajetória percorrida pelos países 
em desenvolvimento. Polonês, formado em economia no Brasil e doutorado na Índia, 
Sachs trabalha para desmitificar a premissa de que países não desenvolvidos 
economicamente não alcançariam o desenvolvimento diante da nova realidade que se 
desenhava: a manutenção dos recursos naturais. 
O debate sobre o meio ambiente, especialmente no que diz respeito ao Estado, 
emerge da instabilidade do Fordismo nos anos 1970. Dependente do crescente consumo 
de recursos naturais, a economia fordista entra em um ciclo de crescimento instável, 
devido à redução da oferta de petróleo. No entanto, ao colidir com os projetos de 
modernização dos Estados periféricos, esta mesma economia em crise tem seu potencial 
de depredação da natureza elevado, pois busca explorar à exaustão as reservas 
energéticas disponíveis. Wagner Costa Ribeiro coloca que: 
 
O modelo de desenvolvimento adotado pelos países centrais e por parte dos 
países periféricos gerou impactos ambientais que se sobrepõe aos limites 
territoriais dos Estados. O sistema internacional não contava com o 
mecanismo de regulação na área ambiental das relações entre seus integrantes

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