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Infecções Respiratórias Agudas

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Infecções Respiratórias Agudas 1
🤧
Infecções Respiratórias Agudas
Data de Criação
Fonte MEDCURSO 2021
Infecções das Vias Aéreas Superiores
Resfriado Comum
Conceitos Iniciais
Sinônimos: rinite viral aguda, rinossinusite viral aguda, rinofaringite viral aguda
Infecção viral que acomete a mucosa nasal, dos seios paranasais e da nasofaringe
Em crianças saudáveis, nos primeiros 5 anos de vida, ocorre de 6 a 8 vezes por ano 
(de 10 a 12 vezes se frequentam creche)
Etiologias
Rinovírus:
Principal agente etiológico do resfriado comum
Existem centenas de sorotipos, e cada sorotipo gera uma imunidade específica
Eventualmente pode causar infecção de via aérea inferior
Outros:
Coronavírus (fora COVID-19)
Influenza: gripe
Parainfluenza: principal agente da laringotraqueíte viral aguda (crupe)
@12/02/2023
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Vírus sincicial respiratório (VSR): principal agente da bronquiolite viral aguda
Adenovírus, echovirus e coxsackie
Clínica
Coriza, obstrução nasal, espirros, roncos
Coriza inicialmente hialina, mas a partir do 3º dia de doença pode se tornar 
purulenta, sem que isso signifique complicação bacteriana (evolução natural da 
doença)
Roncos = presença de secreção na via aérea superior
Dor de garganta, hiperemia de mucosas
Tosse, principalmente noturna
Febre (nem sempre presente)
Tratamento
Antipiréticos: dipirona, paracetamol, ibuprofeno em dose baixa
NÃO PRESCREVER AAS → na infecção por Influenza ou varicela, há risco de 
síndrome de Reye (encefalopatia + disfunção hepática) em indivíduos com 
predisposição genética
Desobstrução nasal: lavagem com soro fisiológico
Não usar medicamentos desnecessários: antitussígeno, mucolítico, 
descongestionante → não têm benefício comprovado < 6 anos
Mel no período noturno para alívio da tosse: proibido para < 1 ano (risco de 
botulismo) e deve ser evitado para < 2 anos (por conta da oferta de açúcar)
Como evitar a doença? Lavagem das mãos
Complicações
Otite Média Aguda
Fisiopatologia:
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Disfunção tubária → acúmulo de secreção → proliferação bacteriana
Etiologias:
S. pneumoniae (pneumococo)
Haemophylus influenza não tipável
Moraxella catarrhalis
Clínica:
Irritabilidade, choro (< 2 anos)
Otalgia
Otorreia (secreção no conducto auditivo externo) - também presente na otite 
externa
Diagnóstico:
Otoscopia
Normal: transparente, brilhante, côncava, móvel
Alterada: opaca, hiperemiada, abaulada (mais específico), otorreia
Tratamento:
Analgésico
Avaliar antibioticoterapia
Indicações obrigatórias:
< 6 meses: todos
6 meses a 2 anos: quadros graves* - otorreia - bilateral
≥ 2 anos: quadros graves* - otorreia
*quadros graves: TAx ≥ 39ºC - dor moderada a intensa - > 48 horas de 
doença
Amoxicilina: 40-50 mg/kg/dia ~10 dias
Mecanismos de resistência:
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50% das cepas de hemófilo e quase totalidade das moraxelas: 
produção de beta-lactamase
Pneumococo: resistência intermediária por menor afinidade à PBP 
(proteína de ligação à penicilina) → utilizar dose dobrada (80-100 
mg/kg/dia) em < 2 anos ou que frequentam creche (maior prevalência)
Amoxicilina-clavulanato
Se falha terapêutica com amoxicilina
OMA + conjuntivite = infecção por Haemophylo (EYEmófilo)
Uso recente de antibiótico (< 30 dias)
Complicações:
1) Otite média serosa/efusiva:
Efusão sem inflamação
Observação por 3 meses
Após: encaminhar para o otorrino, avaliar tubo de timpanostomia (ventilação) - 
presença de efusão bilateral, déficit auditivo
2) Mastoidite aguda:
Inflamação do periósteo: calor, rubor, edema
Sinais de inflamação retroauricular: desaparecimento do sulco retroauricular, 
deslocamento do pavilhão
Tratamento: internação e antibioticoterapia parenteral, geralmente recomendado 
tomografia
Sinusite Bacteriana Aguda
Clínica:
Resfriado “arrastado” (≥ 10 dias)
Coriza abundante
Tosse intensa, diurna e noturna
Quadro grave (≥ 3 dias)
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Febre alta
Coriza mucopurulenta
Quadro que piora (bifásico)
Diagnóstico é CLÍNICO!!!
Etiologia e tratamento:
Agentes = OMA
Antibioticoterapia: amoxicilina
Manter a antibioticoterapia por mais 7 dias após a melhora clínica
Faringite Bacteriana Aguda
Etiologia
Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)
Clínica
5 a 15 anos
Febre e manifestações inespecíficas (vômito e dor abdominal - simula abdome 
agudo)
Dor de garganta
Exsudato amigdaliano → não é patognômico de infecção bacteriana
Petéquias no palato → alto valor preditivo positivo para infecção estreptocócica
Adenopatia cervical
NÃO tem tosse, coriza, congestão nasal
Diagnóstico
Teste rápido → altamente específico
Se positivo: começa a tratar
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Se negativo: espera rodar a cultura
Cultura de orofaringe → mais sensível
Tratamento
Analgésico e antipirético
Antibioticoterapia
Penicilina benzatina (dose única)
Amoxicilina (10 dias)
Precisa erradicar o estreptococo para evitar a febre reumática
Complicações
Abscesso Periamigdaliano
Amigdalite
Disfagia + sialorreia (marcador de disfagia grave)
Trismo
Desvio de úvula
Abscesso Retrofaríngeo
< 5 anos: gânglios no espaço retrofaríngeo infectados (adenite)
História de IVAS recente
Febre alta e odinofagia
Disfagia e sialorreia
Dor à mobilização do pescoço (diagnóstico diferencial de torcicolo na infância)
Faringite Viral Aguda
Febre Faringoconjuntival
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Adenovírus
Faringite + conjuntivite + adenomegalia pré-auricular
Herpangina
Coxsackie A
Úlceras em úvula, pilares amigdalianos e palato mole
Mononucleose Infecciosa
Epstein-Barr
Linfadenopatia generalizada
Esplenomegalia
Doenças Periglóticas
Epiglotite Aguda
Etiologia
Haemophilus influenzae tipo B → vacinação
Clínica
Início agudo e evolução rápida
Febre alta, toxemia
Dor de garganta, disfagia, sialorreia
Dificuldade respiratória, estridor
Posição do tripé
Tratamento
Conduta imediata: estabelecimento de via aérea
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Enquanto isso: deixar a criança quieta, no máximo oferecer oxigênio se não for agitar a 
criança, não tentar visualizar a orofaringe, não solicitar exames (radiografia: sinal do 
polegar)
Após: suporte ventilatório + antibioticoterapia
Laringotraqueíte Viral Aguda
Etiologia
Vírus parainfluenza
Outros: adenovírus, VSR, Influenza
Clínica
Pródromos catarrais: tosse, congestão nasal, coriza
Tríade do crupe:
1) Tosse metálica (”de cachorro”)
2) Afonia e rouquidão
3) Estridor
Diagnóstico
É CLÍNICO!!!
Radiografia cervical: sinal da torre/ponta de lápis
Tratamento
1) Com estridor em repouso → indicador de gravidade
Nebulização com adrenalina
Corticoide VO ou IM (dexametasona)
Manter em observação por 2 horas após a nebulização
2) Sem estridor em repouso
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Apenas corticoide
Complicações
Traqueíte Bacteriana
Staphylococcus aureus
Não melhora com adrenalina
Infecções das Vias Aéreas Inferiores
Definição de taquipneia:
< 2 meses: ≥ 60 irpm
2 a 12 meses: ≥ 50 irpm
1 a 5 anos: ≥ 40 irpm
Pneumonia Bacteriana
Etiologia
<1-2 meses: 
S. agalactiae (grupo B)
Gram-negativos entéricos
>1-2 meses:
S. pneumoniae
Staphylococcus aureus
Grave + complicações + porta de entrada
Clínica
Pródromos catarrais
Febre alta e tosse
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Sinais clássicos: estertores, aumento do FMT, macicez, broncofonia, pectorilóquia 
afônica
Taquipneia
Sinais de gravidade: tiragem subcostal, batimento de asa nasal, gemência
Avaliação Complementar
Radiografia de Tórax: 
Não é obrigatória
Indicar nas hospitalizações
Pode evidenciar: consolidações, broncograma aéreo, pneumonia redonda, 
complicações
Complicações:
Derrame pleural - pneumococo é o agente mais comum
Pneumatocele - considerar Staphylo
Abscesso - considerar Staphylo e anaeróbicos (principalmente se alto risco de 
aspiração)
Tratamento
Indicações de Hospitalização
Idade < 2 anos
Comprometimento respiratório
Sinais de gravidade
SatO2 < 92%
Comprometimentodo estado do geral
Incapacidade de beber líquidos
Vomita tudo que ingere
Doença de base pré-existente
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Complicações radiológicas
Tratamento Ambulatorial
>2 meses: amoxicilina
Reavaliação em 48h
Tratamento Hospitalar
<2 meses: ampicilina + gentamicina
>2 meses: penicilina cristalina IV ou ampicilina
Se pneumonia muito grave: oxacilina (clinda ou vanco se risco de MRSA) + 
ceftriaxone
Tratamento das Complicações
Derrame pleural: diferenciar exsudato inflamatório X empiema 
Falha terapêutica após 48-72h → radiografia
Se derrame → toracocentese
Purulento
pH < 7,2
Glicose < 40 mg/dl 
Presença de bactérias
Se sim → drenagem torácica
Manter tratamento (não trocar porque o motivo da falha terapêutica não é a 
resistência bacteriana)
Pneumonias Atípicas
Aspectos Gerais
Quadro insidioso (>7-10 dias)
Manifestações extrapulmonares
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Não melhora com penicilina
Formas clínicas:
Pneumonia atípica: Mycoplasma (> 5 anos)
Pneumonia afebril do lactente
Pneumonia Afebril do Lactente
Chlamydia trachomatis
Parto vaginal: colonização conjuntiva e nasofaringe
Conjuntivite neonatal
Pneumonia entre 1 e 3 meses de idade
Quadro arrastado, afebril
Tosse e taquipneia
Eosinofilia e infiltrado intersticial
Tratamento: macrolídeos
Bronquiolite Viral Aguda
Etiologia
Vírus sincicial respiratório (VSR)
Adenovírus → pode levar à bronquiolite obliterante (doença pulmonar crônica)
Clínica
Primeiro episódio de sibilância associado a uma infecção viral em 
crianças menores de 2 anos
< 2 anos (por definição)
Pródromos catarrais
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Febre e tosse
Taquipneia
Sibilância (obstrução da pequena via aérea) 
Avaliação Complementar
Diagnóstico é CLÍNICO!!!!
Radiografia de Tórax:
Hiperinsuflação
Atelectasia
Tratamento
Avaliar necessidade de internação - sinais de gravidade, queda da saturação 
<90%), < 12 semanas, prematuros < 32 semanas
Tratamento Hospitalar
Oxigenoterapia (se SO2 <90%)
Cateter nasal de alto fluxo (CNAF)
Hidratação venosa, se necessário, com solução ISOtônica (Na+ ~134)
Avaliar nebulização com solução hipertônica (NaCl 3%)
NÃO INDICAR: beta-2-agonistas; corticoides; fisioterapia respiratória
Prevenção
Palivizumabe
Indicações MS:
<1 ano: prematuros < 29 semanas
<2 anos: com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica ou 
com doença pulmonar da prematuridade (displasia broncopulmonar) que 
precisaram receber tratamento nos últimos 6 meses
Indicações SBP:
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Indicações MS
<6 meses: prematuros entre 39 e 32 semanas
Coqueluche
Bordetella pertussis
Clínica:
1) Fase catarral
2) Fase paroxística → acessos de tosse + guincho
3) Fase de convalescência
Nos menores de 3 meses: tosse prolongada, apneia e cianose
Leucocitose com linfocitose
Radiografia de tórax: infiltrado peri-hilar (”coração felpudo”)
Tratamento: azitromicina

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