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Sociologia das Doenças Mentais (1)

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Curso Livre de Formação em Psicanálise Disciplina: Sociologia das Doenças Mentais FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA 
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FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA 
 
 
CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO 
EM PSICANÁLISE 
 
 
 
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DAS DOENÇAS MENTAIS
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CONCEITO GERAL 
Sociologia é a ciência comportamental que estuda os princípios 
organizadores da vida social, o impacto de forças sociais e históricas 
mundiais sobre estes princípios e o modo como estes princípios afetam o 
comportamento individual e organizacional. 
Os sociólogos supõem que forças sociais fundamentais influenciam a ação 
individual determinando áreas de opções comportamentais possíveis. A 
investigação sociológica busca esclarecer estas forças sociais a fim de 
entender os motivos que subjazem ao comportamento humano. A 
sociologia comportamental é relevante para os psiquiatras de diversas 
formas. 
Ao longo da ultima década os sociólogos estudaram os determinantes 
socioculturais da saúde e da doença mental, fatores sociais na busca de 
ajuda psiquiátrica, atitudes em relação aos doentes mentais e a 
organização do atendimento de saúde mental. Em cada uma destas áreas 
existe um corpo teórico e de pesquisa interdisciplinar, com contribuições 
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feitas não apenas por sociólogos, mas também por psiquiatras, psicólogos 
e epidemiologistas. 
A sociologia aplica a biologia a processos sociais. Transtornos psiquiátricos 
podem ser considerados subconjuntos destes processos. O termo 
“sociobiologia” entrou em uso logo após a Segunda Guerra Mundial, 
quando a pesquisa sobre o comportamento animal prosperou, mas tomou-
se popular e polêmico devido ao livro de Edward O. Wilson sobre 
comportamentos sociais na vida animal, Sociobiology: The New Symthesis, 
publicado em 1975. Wilson enfatizou fortemente os fatores evolutivos em 
sua formulação, mas omitiu a psiquiatria, exceto ao mencionar o suicídio 
em suas frases de abertura. 
 
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O CONTEXTO SOCIAL DE ATIVIDADE PESSOAL 
No contexto da Sociologia deparamos com a profissão médica passando 
por imensas mudanças como veremos a seguir: 
a) Arranjos ambulatoriais diversificados. 
b) Grupos de Diagnósticos e Indústria de atendimento médico: Que 
trabalham suas fatias no mercado, na intenção lógico de simplificar o bom 
atendimento dos pacientes. Conseqüentemente, as competições e 
prestadores de serviço toma-se crescente e preocupante. 
c) Estas mudanças fazem parte de forças sociais mais amplas que incluem 
o envelhecimento da nossa população e mudanças de coorte, que levaram 
à expansão massiva na instalação da indústria de atendimento médico e a 
uni marcante aumento no número de médicos no mercado local. 
Os sociólogos têm estado intensamente interessados nas implicações 
destas tendências para o futuro da medicina. Uma perspectiva sustenta 
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que a dominação de médicos do sistema de atendimento de saúde está 
demasiado firmemente estabelecida para ser abalada pelas mudanças em 
andamento no contexto social. A subordinação legal ao médico de 
enfermeiras, farmacêuticos e outros profissionais de atendimento de 
saúde, é citada como um fato crítico, assim como poderes de 
licenciamento exclusivos concedidos a médicos como guardiões do 
sistema de atendimento médico. 
Supõe-se que a profissão médica encontra-se em uma metamorfose ou 
diante de um período de declínio de concentração em decorrência do 
surgimento do consumismo em medicina. Quanto maior o número de 
pacientes médicos que sofrem de condições crônicas ao invés de agudas 
cria-se um grupo de interesse de pessoas leigas que adquirem 
considerável conhecimento técnico sobre suas próprias aflições, que se 
reúnem em grupos de auto-ajuda e às vezes desafiam os profissionais que 
cuidam deles. 
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Considera-se que diversificação técnicas de procedimentos médicos e as 
crescentemente importantes contribuições ao atendimento de saúde por 
técnicos especializados que não são médicos também desempenham um 
papel. Com mudanças na organização do atendimento profissional, novos 
sistemas de propriedade e administração promoveram competição entre os 
médicos, o que inevitavelmente traz consigo um maior controle do 
consumidor. 
Finalmente, a posição dominante de grandes seguradoras consolida a 
posição de barganha dos consumidores de um modo novo. Estas visões 
são particularmente relevantes para os psiquiatras, porque a existência de 
especialistas auxiliares em saúde mental, como psicólogos clínicos e 
assistentes sociais psiquiátricos, não tem contrapartida entre outras 
especialidades médicas. 
Uma outra perspectiva sobre a natureza em transformação da prática 
médica envolve a proletarização do trabalho médico. ‘Mais e mais médicos, 
especialmente psiquiatras, estão trabalhando como empregados 
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assalariados em grandes organizações burocráticas. A medida que estas 
organizações instituem estilos administrativos orquestrados pelos egressos 
de escolas de administração ao invés de escola de medicina, mudanças 
em procedimentos para o controle profissional invariavelmente ocorrerão. 
Revisão formal dos procedimentos está sendo aplicado a uma gama mais 
ampla de acompanhamentos profissionais. Dentro de instituições 
particulares, mecanismos estão sendo desenvolvidos para monitorar e 
controlar as decisões técnicas dos clínicos. Todas estas tendências 
resultarão em maior controle externo do domínio da prática profissional. 
 
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DETERMINANTES SOCIAIS E CULTURAIS DE DOENÇA MENTAL 
Durante a década passada as pesquisas sobre fatores sociais e culturais 
em psicopatologia foram dominadas por um interesse nos efeitos 
prejudiciais à saúde de experiências de vida estressantes. 
Eventos de Vida: 
Embora a hipótese de que o estresse pode causar transtorno mental seja 
antiga, pesquisas populacionais sérias sobre o tópico, embasadas foram 
conduzidas apenas durante as duas últimas décadas. Grande parte da 
pesquisa usou um inventário de eventos de vida para medir o estresse e 
avaliar seus efeitos. A pesquisa inicial foi limitada a estudos de caso-
controle nos quais relatos retrospectivos sobre eventos de vida foram 
obtidos de pacientes psiquiátricos e de controles. Trabalhos mais recentes 
foram embasados em amostras da população geral e em design 
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É difícil documentar efeitos causais de eventos de vida sobre doenças 
mentais, pois uma associação evento-doença pode refletir uma influência 
da doença sobre o evento ao invés do contrário. Perda de emprego, 
divórcio e muitos outros eventos de vida importante podem resultar de 
transtornos preexistentes e não há nenhum meio seguro para descontar 
esta possibilidade em estudosnão experimentais que são o suporte da 
pesquisa de estresse. Não obstante, estudos que focalizam sobre eventos 
sabidamente independentes de transtorno anterior elucidaram os efeitos do 
estresse. Estudos de perda de emprego devido a fechamentos de fábricas, 
por exemplo, documentaram taxas de ansiedade e depressão clinicamente 
significativas entre trabalhadores desempregados duas a três vezes 
superiores às encontradas entre os estavelmente empregados. 
Ao longo da última década, à medida que os cientistas sociais focalizaram 
sobre adaptação a crise de vida particulares, esforços foram empreendidos 
para especificar as dimensões de crises que os tornam estressantes. O 
impacto diferencial de eventos pode ser explicado em parte por diferenças 
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nos modos como estas dimensões coalescem em casos particulares. Por 
exemplo, perda de emprego parece promover ansiedade e depressão 
aumentando a tensão financeira e intensificando reatividade a estresses 
não relacionados. Conseqüentemente, os resultados psiquiátricos mais 
sérios associados a perda de emprego são encontrados entre pessoas que 
carecem de reservas financeiras e experimentam uma outra crise 
importante (por exemplo, um filho desenvolve uma doença ameaçadora da 
vida) durante o período de desemprego. A próxima década tende a 
testemunhar uma importante expansão da pesquisa que visa delinear as 
feições contextuais de experiências que prevêem adaptação e recuperação 
saudáveis. 
Duas linhas de pesquisa relacionadas também se desenvolveram ao 
longo da última década: 
a) Estudos de transtorno de estresse pós traumático após estupro ou 
combate elaboraram o impacto de tais estressores por toda a existência. 
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Este trabalho motivou os pesquisadores a considerar os efeitos a longo 
prazo de adversidades no inicio da vida (por exemplo, morte parental ou 
violência familiar) no contexto de uma perspectiva desenvolvimental sobre 
a psicopatologia. 
b) A outra linha de pesquisa estudou os efeitos de historia prévia da 
psicopatologia sobre reações de estresse, às vezes em conjunção com 
uma investigação do impacto de adversidades no início da vida sobre 
reações emocionais para eventos de vida adulta. 
Esta pesquisa estabeleceu que estresses em adultos promovem episódios 
clinicamente significativos de transtorno principalmente entre pessoas que 
já são vulneráveis. As implicações do achado para esforços de pesquisa e 
prevenção futuros ainda não foram plenamente apreciadas; espera-se que 
intervenções futuras visarão estas pessoas mais vulneráveis a estresses 
quando adultos. 
 
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Estresse crônico e transtorno Emocional: 
É mais fácil determinar que um evento ocorreu do que medir a existência 
de uma situação estressante continuada e é mais fácil fazer uma 
interpretação causal sobre o efeito de um evento distinto do que de um 
estresse crônico. Conseqüentemente, muitos pesquisadores favoreceram 
medições de eventos de vida em relação a medições de estresse crônico. 
Esta preferência não implica que eventos de vida são mais importantes do 
que estresses crônicos. Pesquisas recentes usando levantamentos em 
comunidades sugerem que estresses crônicos são mais preditivos de 
transtornos psicológicos do que os eventos de vida. procedimentos mais 
confiáveis para medir estresses crônicos e seus efeitos ainda têm que ser 
desenvolvidos. 
A pesquisa mais desenvolvida deste tipo até o momento concentra-se em 
estresse de trabalho. Estudos naturalistas documentaram que pressões de 
tempo, proximidade da supervisão insegurança no emprego e uma 
variedade de outras dimensões de estresse no trabalho estão associadas a 
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uma incidência mais elevada de depressão, ansiedade e abuso de 
substância. Com base nestes resultados, estudos mais proximamente 
focalizados de ocupações de alto risco como trabalho em linha de 
montagem e controle de tráfego aéreo foram realizados. Estes estudos 
associaram constelações particulares de condições de trabalho com 
incapacidade emocional. Por exemplo: Diversos estudos estabeleceram 
uma ligação entre a combinação de altas exigências de trabalho (por 
exemplo, um emprego no qual os trabalhadores devem apressar-se para 
cumprir prazos importantes) e baixa extensão decisória (ou seja, baixo 
controle tanto sobre o ritmo como sobre a organização de trabalho) com 
tanto incapacidade emocional quanto doença cardiovascular. 
Diversas grandes empresas concordaram em realizar experimentos de 
redesign de trabalho visando modificar algumas destas condições de 
trabalho prejudiciais à saúde. Motivados parcialmente por um desejo de 
aumentar a produtividade do trabalhador, os experimentos estão suprindo 
uma oportunidade sem paralelo para estudar os efeitos do estresse 
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crônico. Eles deveriam produzir conhecimentos novos importantes acerca 
dos determinantes de estresse crônico de trabalho e sobre estratégias 
eficazes para mudar ambientes de trabalho para reduzir os tipos de 
estresse mais perniciosos. 
 
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COMO LIDAR COM O STRESS 
Queremos compilar aqui escritos dos Drs. Dorival Caetano e Luiz Paulo de 
C. Becheili da Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica, 1992. Publicação 
DHHS No (ADM) 87.502. Traduzido do original americano do “National 
institute of Mental Health “, Divisão de comunicação e Educação, “PIam 
Talk Series “, editora Ruth Kay. 
O Stress nos acompanha quase todo o tempo. Provém da atividade mental 
ou emocional e atividade fisica. E exclusivo e individual para cada um de 
nós. Tão individual, de fato, que o que pode ser relaxante para uma 
pessoa, pode ser estressante para outra. 
Por Exemplo: Se você for um executivo atarefado que gosta de se manter 
ocupado o tempo todo “ficar ocioso” na praia, em um lido dia, pode fazê-lo 
sentir-se extremamente frustrado, não produtivo e chateado. Você pode 
ficar emocionalmente tenso por “estar sem fazer nada”. Stress emocional 
em excesso pode produzir doenças físicas, tais como hipertensão arterial, 
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úlceras oi mesmo doenças do coração; o stress físico produzido pelo 
trabalho ou exercício provavelmente não causa estes distúrbios. A verdade 
é que o exercício físico pode ajudá-lo a relaxar e a controla o seu “stress” 
emocional ou mental. 
 
O médico Hans Selye, um especialista reconhecido nesta área, definiu 
“stress” como: 
Uma resposta inespecífica do organismo a uma solicitação. 
O importante é aprender como nosso organismo reage a tais solicitações. 
Quando se torna prolongado ou particularmente frustrante, o “stress” pode 
tornar-se nocivo causando angústia, ou seja, “stress” ruim. 
Reconhecer os primeiros sinais de tensão e então fazer algo a respeito 
pode significar uma importante diferença na sua qualidade de vida e até 
mesmo influenciar sua sobrevivência. 
 
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Reagindo ao “stress”: 
Para usar o “stress” de forma positiva e evitar que ele se torne angústia, 
você deve se tomar consciente de suas próprias reações aos eventos 
estressantes. O organismo reage ao “stress” através de três estágios: 
 
1º Alertar; 
2º Resistência; 
3º Exaustão. 
 Vamos tomar o exemplo de uni motorista típico em horário de grande 
movimento. Se um carro subitamente avança o sinal à frente dele, a reação 
de alerta inicial que ele tem pode incluir medo de um acidente, raiva do 
infrator e frustração. O organismo pode responder ao estado de alerta com 
a liberação de hormônios na corrente sanguínea, o que causa rubor facial, 
transpiração, sensação de aperto no estômago e tensão muscular nos 
braços e pernas. 
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() estágio seguinte é de resistência, no qual o organismo repara o distúrbio 
produzido pelo “stress”. Se, entretanto, o “stress” no trânsito tiver 
seqüência, por contingências como a atividade cotidiana ou 
congestionamentos freqüentes, o organismo não terá tempo suficiente para 
se restabelecer. O indivíduo pode se tomar tão condicionado a esperar 
problemas potenciais ao dirigir, que fica tenso cada vez que se sentar ao 
volante, podendo vir a desenvolver uma (ou mais de uma) das doenças do 
“stress”, como enxaqueca, hipertensão arterial, lombalgia ou insoma. 
Embora seja impossível viver completamente livre de “stress” ou angústia, 
é possível evitar-se alguma tensão bem como minimizar seu impacto 
quando ela não puder ser evitada. 
 
Ajudando a si próprio: Quando o “stress” de fato ocorre, é importante 
reconhecê-lo e saber lidar com ele. 
 
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Algumas sugestões: 
Quando começar a compreender como o “stress” o afeta, o paciente 
desenvolverá suas próprias idéias de como aliviar a tensão. 
Reconheça seus limites: 
Se o paciente estiver diante de um problema além de seu controle e que 
não pode ser modificado no momento, não lute contra ele. Aprenda a 
aceitá-lo — por enquanto — até chegar o momento em que possa resolvê-
lo. 
Compartilhe seu “stress”: 
Conversar com alguém sobre seus problemas e preocupações ajuda. 
Talvez um amigo, uma pessoa da família, um professor ou conselheiro 
possam ajudar esse paciente a ver seu problema sob um ângulo diferente. 
Se o individuo achar que o seu problema é grave, é melhor procurar a 
ajuda profissional, isto poderá evitar problemas mais graves no futuro. 
 
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Procure praticar atividade física: 
Quando o indivíduo estiver nervoso, com raiva ou chateado, reduza a 
pressão através de exercícios ou atividades física. Correr, caminhar, jogar 
tênis ou trabalhar no jardim são algumas atividades adequadas para isso. 
O exercício físico alivia a sensação de “opressão”, relaxa e ajuda a 
transformar as contrações faciais em sorriso. Lembre-se de que seu corpo 
e sua mente trabalham juntos. 
Cuide-se: 
Você é especial. Repouse o suficiente e alimente-se bem. Se ficar tenso e 
irritável por dormir pouco, ou se não se alimentar corretamente, o indivíduo 
terá menor capacidade de lidar com situações estressantes. 
Reservar tempo para distrair-se: 
O profissional deve programar o tempo do paciente para trabalho e para 
recreação - Considerando que o lazer pode ser tão importante para o bem-
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estar quanto o trabalho. O paciente precisará de distrações na sua rotina 
diária de trabalho para relaxar e evitar o “stress”. 
O ser participante: 
Uma forma de evitar o tédio ou de se sentir triste e solitário é ir onde as 
coisas estão acontecendo. Ficar sentado sozinho, sem fazer nada pode 
deixar a pessoa frustrada. Ao invés de sentir pena de si mesma, tentar 
participar de algo bom e produtivo. Envolver-se com pessoas que precisem 
de você (paciente). Para tanto, incentivar o paciente que sempre que 
puder, ofereça seus préstimos à vizinhança ou participe de organizações 
assistenciais como voluntário. Ao ajudar os outros o paciente estará 
ajudando a si próprio. Envolvendo-se com o mundo e com as pessoas ao 
seu redor, ela descobrirá que elas aparecerão a sua iniciativa e isso abrirá 
Portas para o paciente fazer novas amizades e desfrutar de uma vida mais 
interessante. 
 
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Organizar suas Atividades: 
Tentar fazer tudo ao mesmo tempo pode ser estressante e, como 
resultado, o individuo acaba não conseguindo fazer nada. Todavia, ao 
invés disso, o profissional deve ensinar o paciente a organizar uma lista 
das tarefas que ele precisará realizar e então fazer uma de cada vez, 
eliminando-a da relação até completar todas. Dando prioridade às mais 
importantes e fazendo-as primeiro. 
 
E quando o paciente reclamar porque as pessoas lhe chateiam por 
não fazerem as coisas do seu leito?: 
Instruir o paciente que tente a cooperação ao invés da confrontação; é 
melhor do que lutar e estar sempre “certo”. Um pouco de concessão de 
ambos os lados reduz a tensão e faz com que os dois se sintam mais 
confortáveis. 
 
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Paciente estressado quer chorar: 
Chorar pode ser uma forma saudável de aliviar a ansiedade e pode até 
mesmo evitar uma enxaqueca ou outra conseqüência física de seu estado 
emocional. Procure inspirar profundamente, isto também alivia a tensão. 
Criar um ambiente Calmo: 
Ajudando o paciente de que ele não pode fugir sempre dos problemas ou 
dificuldades, mas pode “sonhar o sonho impossível”. Ela pode pintar 
mentalmente (ou na tela mesmo) uma cena tranqüila num campo, para 
escapar de uma situação conflitiva ou estressante Poderá inclusive, mudar 
de cenário lendo um bom livro ou ouvindo música agradável para criar 
sensação de paz e tranqüilidade. 
Automedicação: 
Instruir o paciente a evitar a automedicação. Apesar de que o paciente 
pode usar medicamentos para aliviar a tensão temporariamente (ou com 
prescrição médica). Todavia, lembre-se de que os remédios nem sempre 
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removem as condições causadoras do “Stress”. Alguns medicamentos, na 
realidade, podem criar hábito e produzir, mais do que aliviar, o “stress”. 
Remédio só deve ser tomado quando prescrito pelo seu médico. 
 
A arte de relaxar: 
A melhor estratégia para evitar o “stress” é aprender a relaxar. Infelizmente 
muitas pessoas tentam relaxar no mesmo ritmo em que conduzem o resto 
de suas vidas. Por algum tempo desligue-se de suas preocupações com 
agendas, produtividade e com aquela filosofia de “fazer a coisa certa”. 
Informar o paciente: dê a si mesmo uma chance de sentir prazer em 
somente “se?’, sem esforço. 
Descubra atividades que lhe dêem satisfação e que sejam boas para seu 
bem-estar físico e mental. Desista de “vencer a todo custo”. Concentre-se 
em relaxamento, prazer e saúde. Sela bom para você mesmo. 
 
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Fatores de Vulnerabilidade: 
Apenas uma pequena minoria de pessoas que são expostas a experiências 
de vida estressantes, desenvolvem transtornos emocionais clinicamente 
significativos. De fato evidências emergentes indicam que encontros 
estressantes podem ás vezes promover competência. 
Correspondentemente, o principal impulso da pesquisa corrente sobre 
estresses de vida é identificar variáveis que ajudam a explicar diferenças 
em resposta ao estresse. Alguns investigadores enfatizaram características 
psicológicas duradouras tais como flexibilidade cognitiva, comportamentos 
efetivos para a resolução de problemas e habilidades interpessoais. Outros 
focalizaram em recursos mais sociais como apoio social e recursos 
financeiros. 
Apoio Social: 
O termo apoio social tem sido amplamente usado para referir-se aos 
mecanismos pelos quais os relacionamentos interpessoais protegem 
pessoas dos efeitos deletérios do estresse. A popularidade do teimo foi 
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disparada por uma série de artigos de revisão influentes realizados em 
meados da década de 70, os quais demonstraram uma relação consistente 
entre transtornos psiquiátricos e fatores como estado civil, mobilidade 
geográfica e isolamento social. 
Embora altamente inferenciais em seus argumentos e nem sempre claros 
sobre sua definição do conceito, os artigos geraram muito interesse 
cientifico na possibilidade de que apoio social possa apresentar efeitos 
promotores da saúde. Desde então, os tópicos e evidências foram sujeitos 
a exame crítico. 
Diversos tipos de apoio social foram identificados e distinções foram feitas 
empiricamente entre os efeitos das diversas dimensões. Várias funções 
diferentes de apoio social foram identificadas, tais como a expressão de 
julgamentos positivos, expressão de concordância com as crenças ou 
sentimentos da pessoa, encorajamento de ventilação e fornecimento de 
conselhos ou informações. 
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População normal e estados de casos controle A pesquisa mais recente 
concentrou-se na habilidade do apoio social de reduzir o impacto do 
estresse sobre a saúde. Por exemplo: Foi mostrado que o impacto de 
eventos de vida em provocar episódios dc transtorno depressivo maior é 
reduzido entre pessoas que possuem relacionamentos íntimos, confidentes 
com amigos ou parentes. 
Em um estudo, quase 40% das mulheres estressadas sem um confidente 
tornaram se deprimidas em comparação com apenas 4 por cento das 
mulheres que tinham acesso a um confidente. Este resultado foi 
reproduzido em diversos levantamentos comunitários e estudos de caso-
controle. 
Embora estes estudos supram evidências sugestivas. problemas 
metodológicos obscurecem os resultados. Não há virtualmente modo 
algum de descartar a possibilidade de que alguma predisposição, ou a 
seus correlatos na personalidade, ser menos propensas do que outras a 
formar relacionamentos pessoais íntimos, confidentes. 
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Intervenção Experimental: 
Examinaram o efeito do suporte em resultados tais como ansiedade pré-
operatória, recuperação de cirurgia e aderência a regimes médicos. 
Intervenções de apoio também lutam instituídas para facilitar o 
enfrentamento de crises de vida como viuvez, estupro e perda de emprego. 
Estas intervenções operacionalizaram apoio de diversos modos, embora 
todos tenham envolvido tanto interações emocionais tomo informativas 
com supridores de apoio. A maioria fora suprida por profissionais de 
atendimento de saúde e fora modestas em alcance, geralmente usando 
recursos limitados e envolvendo um pequeno número de sessões. Na 
vasta maioria dos casos, tais manipulações foram eficazes para promover 
ajustamento a crises de vida. Embora o apoio social possa proteger contra 
transtornos emocionais que podem estar Ligados a crises de vida, 
experimentos de intervenção não foram projetados para esclarecer os 
mecanismos através dos quais esta influência ocorre. Ademais, já que a 
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maioria das intervenções foram multifacetadas. é impossível especificar 
que aspectos do apoio são mais eficazes. 
Direções Futuros: 
As evidencias sugerem que o apoio social pode desempenhar um papel 
importante para proteger tanto contra o inicio como contra a continuação 
de psicopatologia. Um entendimento mais claro destas influências 
requererá avanços de pesquisas em diversas direções. Um avanço 
envolveria a especificação adicional dos componentes do apoio social, 
incluindo seus efeitos diferenciais, dependendo do supridor. Um tópico 
relacionado refere-se aos efeitos de interações sociais negativas. 
A Literatura sugere claramente que interações entre indivíduos 
psiquiatricamente prejudicados e suas redes sociais não são meramente 
não apoiadoras, mas abertamente conflituosas. Seria útil avaliar trocas 
sociais negativas como fatores de risco para o inicio e o prolongamento de 
transtornos psiquiátricos. Nos poucos estudos que compararam elementos 
positivos e negativos da interação social, os elementos negativos foram 
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uniformente mais fortemente relacionados a conseqüências na saúde 
mental. Deve-se aprender mais sobre a importância relativa de 
componentes positivos e negativos como pára-choques para o estresse e 
fatores de risco. Há até mesmo evidências de que alguns comportamentos 
de apoio são danosos e tornam as coisas piores. Estes esforços de ajuda 
fracassados parecem particularmente propensos a ocorrer quando a ajuda 
solapa o senso de autocontrole e competência da vítima na crise. 
O melhor pensamento atual sobre a importância da percepção de 
disponibilidade de apoio hipotético é que ele leva a avaliação da situação 
como manejável A percepção, por sua vez parece promover esforços de 
enfrentamento autoconfiantes e ativos que dão à pessoa algum senso de 
domínio sobre a situação de crise. Algumas intervenções de apoio foram 
desenvolvidas com esta perspectiva em mente. Pesquisas sobre vítimas de 
desastres naturais, por exemplo, mostram que a adaptação emocional é 
melhorada se a equipe de atendimento mobiliza as vítimas de desastres a 
participar ativamente no trabalho reconstrutivo ao invés de sentar-se por 
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perto com cobertores e café. Pesquisas futuras são necessárias para ligar 
intervenções de apoio com intervenções de auto-ajuda e entender mais 
sobre a capacidade de apoio para mobilizar enfrentamento ativo. 
Psicopatologia Prévia: 
Uma importante pesquisa recente conceituou história prévia de 
psicopatologia como um fator de vulnerabilidade Nós agora sabemos que 
eventos estressantes exercem efeitos minto mais poderosos sobre a 
recorrência de depressão do que sobre o primeiro episodio de depressão 
tia fase adulta. História prévia também foi associada a muitas das variáveis 
psicossociais que são conhecidas como fatores de vulnerabilidade para 
depressão, incluindo variáveis sociodemográficas como classe social e 
sexo, recursos sociais como acesso a apoio social e variáveisde 
personalidade como neurose e auto-estima. A associação de história 
prévia com todos estes fatores de vulnerabilidade levanta a questão de se 
os efeitos supostos destas variáveis podem ser devidos, ao menos em 
parte, a história previa. 
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DIFERENÇAS GRUPAIS EM TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS 
Tratado de Psiquiatria Compreensiva: 
Grande parte da pesquisa sociológica sobre psicopatologia esteve 
interessada em correlatos estruturais de doenças psiquiátricas, como: 
classe social, sexo, raça, Idade e urbanicidade. 
Pesquisas recentes centraram-se nestas mesmas associações de um 
modo que reflete tópicos contemporâneos. A hipótese mais óbvia para 
testar ao examinar tais associações é que a exposição diferencial ao 
estresse explica diferenças grupais em doença mental. Agora está claro 
que esta hipótese pode ser rejeitada. Embora pessoas em posições 
comparativamente desvantajosas na sociedade (por exemplo: mulheres, 
pessoas com status sócio-econômico mais baixo, não-brancos) sejam 
expostas a mais estresse do que seus conclusivos avantajados, a 
exposição diferencial não pode explicar suas taxas mais altas de 
ansiedade, depressão e angústia não especifica em amostras na 
população geral. 
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Classe Social: 
Uma das mais velhas e mais firmemente estabelecidas associações em 
epidemiologia psiquiátrica é a entre classe social e doença mental. 
Pessoas em posições socialmente desvantajosas apresentam taxas 
superiores de transtornos psiquiátricos em relação a suas contrapartidas 
mais avantajadas, conforme medido por tratamentos estatísticos, angústia 
não específica em levantamentos na comunidade e transtornos 
psiquiátricos clinicamente significativos em estudos epidemiológicos. 
Até o inicio da década de 70 a linha de pensamento dominante na literatura 
sobre classe e doença mental era que as pessoas de classe baixa 
expostas a experiências de vida mais estressantes do que as com status 
social mais avantajado e que esta exposição diferencial explicava o 
relacionamento negativo entre classe e doença mental. Há diversos modos 
pelos quais esta vulnerabilidade diferencial poderia surgir. Um dos mais 
plausíveis é que algum tipo de seleção ou “inclinação” de competidores 
incompetentes para a classe baixa poderiam conduzir ao relacionamento 
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entre classe e vulnerabilidade. Todavia, um estudo verificou que as 
pessoas de classe baixa têm menos confidentes do que as de classe 
média, o que aparentemente aumenta sua vulnerabilidade a eventos de 
vida indesejáveis. Porquanto a maioria das investigações de classe e 
estresse focalizaram em eventos de vida, uma consideração mais séria de 
situações estressantes continuadas pode levar a um melhor entendimento 
do relacionamento entre classe e psicopatologia. 
Gênero: 
Estudos mostram uma interação significativa entre gênero e eventos 
indesejáveis em prever aflição, com as mulheres parecendo mais 
vulneráveis que os homens aos efeitos de eventos estressantes. 
Levantamentos na comunidade mostram que mulheres adultas são duas 
vezes mais propensas do que homens a relatar tanto níveis extremos de 
aflição psiquiátrica como uma história de transtornos de humor. Durante a 
última década a perspectiva dominante sustentou que as mulheres 
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encontram-se em desvantagem em relação aos homens porque seus 
papeis as expõem mais a estresse crônico. 
Roca: 
Grande parte da pesquisa sobre diferenças raciais em psicopatologia 
focalizou em diferenças entre negros e brancos. As pesquisas também 
estão aumentando na comparação entre norte-americanos e mexicanos e 
de herança anglo-saxônica. O efeito “barreira” contra o estresse de 
solidariedade grupa lentre membros de grupos despossuídos há muito tem 
sido enfatizado. Teoricamente o efeito pode originar-se de pelo menos 
duas fontes: 1º O grupo provê cognições que designam a condições 
estruturais a responsabilidade por sua privação, deste modo removendo 
qualquer autocensura por falta de empreendimentos financeiros; e, 2º O 
grupo provê apoio emocional que pode barrar os efeitos de estresses de 
vida em uma variedade de maneiras Evidências foram apresentadas para 
apoiar indiretamente a visão de que os negros desenvolvem cognições que 
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os protegem de ataques contra a auto-estima associados a alguns tipos de 
estresse. 
Diferencas anglo-hispânicas: 
Existem evidências consistentes de que americanos de ascendência 
mexicana estão sub-representados em estatísticas de tratamento 
relativamente a suas proporções na população. Ademais. levantamentos 
de comunidade sobre diferenças anglo-hispânicas em angústia inespecífica 
relatam resultados mistos, sem evidências consistentes para uma diferença 
dos níveis de angústia experimentos por membros dos dois grupos. 
Quanto à identidade pessoal e grupo: 
A identidade pessoal é criada no contexto de um ambiente do inicio da 
infância onde as interações mais significativas das crianças ocorrem com 
pessoas da mesma raça ou etnicidade. A identidade de Grupo, em 
comparação, ocorre posteriormente em decorrência de contatos com a 
sociedade maior. Há uma grande quantidade de interesse atual nos 
desenvolvimentos paralelos destas duas identidades e as condições sob as 
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quais eles são resolvidos. A habilidade de desenvolver um entendimento 
mais profundo da saúde mental de minorias tem como ponto crítico o de 
deslindar estes processos desenvolvimentais e suas implicações em 
relação à auto-atribuições, suportes e esforços de enfrentamento. 
Idade e Angústia: 
Com angústia elevada ente adultos jovens, então, declinando a partir de 
aproximadamente 25 anos para um baixo nível estável e aumentando 
novamente começando aproximadamente a partir dos 75 anos. A aparente 
inconsistência da relação entre idade-angústia em estudos anteriores foi 
devido ao fato de que levantamentos com amostras mais jovens 
verificaram uma relação positiva e os com distribuições de idade 
equilibradas não encontraram qualquer relação linear. Há também uma 
grande quantidade de interesse nos níveis elevados de angústia 
encontrados entre pessoas idosas. As evidências de levantamentos da 
população geral mostram que este aumento inicia em meados da década 
dos 70 anos. 
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O principal foco de trabalho ocorreu: Sobre os temas de ausência de 
compromissos e perda; exposição aumentada a eventos de perda e 
recursos reduzidos para lidar com eles aparentemente conspiram para 
promover altos níveis de angústia psicológica entre os idosos. 
Em aparente contradição com as evidências sobre angústia psicológica 
aumentada entre os idosos, levantamentos populacionais de transtornos 
psiquiátricos clinicamente significativos mostram que taxas de depressão, 
ansiedade, alcoolismo e abuso de drogas, todas reduzem ente às pessoas 
mais velhas. Entretanto, estes fatores não podem explicaro fato mais 
intrigante dos relatos de que não apenas transtornos atuais, mas 
transtornos ao longo do curso de vida são descritos serem menos 
prevalentes entre pessoas idosas. 
Busca de ajuda psiquiátrica: 
Devido talvez á carência de especialistas em saúde mental em algumas 
áreas do País, levantamentos de avaliação mostram que muitas pessoas 
diante de problemas emocionais não estão buscando ajuda de uni 
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profissional competente, pelo contrário, muitos estão procurando alguém 
de nível primário. As mulheres tendem muito mais do que os homens a 
buscar atendimentos para saúde mental. A pesquisa sociológica ao longo 
dos últimos anos mostrou que as mulheres tendem mais do que os homens 
a reconhecer seus problemas e que reconhecimento é o principal ponto do 
processo de tomada que discrimina o homem e mulheres. Uma questão de 
considerável interesse atual é o achado de que pessoas com condições 
com comorbidade tendem mais do que as com um transtorno único a 
buscar ajuda profissional para dificuldades psiquiátricas. Este resultado é 
consistente com o achado mais geral de que a probabilidade de busca de 
ajuda está positivamente associada a severidade dos sintomas. Pessoas 
com transtornos com comorbidade são mais severamente angustiadas do 
que as com apenas um transtorno e elas muito freqüentemente 
apresentam problemas com álcool e drogas sobrepostos a ansiedade ou 
depressão. Seus padrões de busca de ajuda as direcionam 
desproporcionalmente a programas comunitários de uso de substância, 
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onde problemas psiquiátricos subjacentes são freqüentemente 
negligenciados e não tratados. 
Os problemas associados a diagnósticos com comorbidade poderiam ser 
abordados por esforços de intervenção visando atrair pessoas com 
transtornos psiquiátricos ao tratamento antes que elas desenvolvam 
doenças secundárias. Intervenções precoces poderiam ser eficazes para 
prevenir o inicio de condições de comorbidade secundária. 
O desafio a implementar esta abordagem é que a motivação para buscar 
ajuda freqüentemente ocorre apenas no contexto de severos prejuízos de 
papel associados a condições em comorbidade. 
A Luz de evidências recentes sobre o inicio precoce de transtornos 
primários entre pessoas que posteriormente desenvolvem condições em 
comorbidade, a intervenção precoce eficaz quase certamente requererá a 
triagem de populações em idade escolar. 
 
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Respostas Comunitárias aos mentalmente doentes: 
As preocupações centrais sobre pessoas mentalmente doentes giram ao 
redor d sua suposta imprevisibilidade e periculosidade. Estas 
preocupações possuem alguma base tia realidade, porque os pacientes 
com alta de hospitais psiquiátricos estaduais apresentam taxas de 
detenção comparativamente altas. No entanto, a maioria dos crimes 
cometidos por pacientes com alta são crimes contra a propriedade que não 
envolvem violência. 
Reações Comunitárias a Lares de atendimento protegido: 
Atitudes negativas em relação aos mentalmente doentes são importantes 
por diversas razões, incluindo o fato de que elas inibem busca de ajuda 
para problemas pessoais. Um assunto de atenção sociológica recente é o 
efeito da organização de atitudes negativas sobre tentativas de estabelecer 
lares grupais para os mentalmente doentes. Na extensa pesquisa sobre 
ações coletivas, a oposição comunitária a lares grupais tomou-se uma das 
atividades de mobilização estudadas. A pesquisa indica claramente que 
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vizinhanças de classe média são muito mais resistentes do que 
vizinhanças de classe baixa a ter lares grupais em seu meio. Esta maior 
resistência pode ser rastreada a esforços de mobilização eficazes. Em 
particular, esforços par encontrar e organizar oposição local são efetuados 
mais rapidamente em vizinhanças de classe média onde uma pessoa ou 
um comitê tendem mais a ser selecionados para agir em nome da 
vizinhança e onde ações diversificadas tendem mais a ocorrer. Atitudes 
comunitárias também desempenham um importante papel no sucesso de 
lares grupais em promover readaptação entre pacientes 
desinstitucionalizados. A pesquisa etnográfica mostra claramente que os 
pacientes estão cientes dos climas de atitudes de aceitação ou rejeição em 
suas vizinhanças e que esta percepção influencia seu funcionamento social 
A facilidade com a qual os resistentes de lares de atendimento protegido 
adaptam-se à vida da comunidade depende em um grande grau da 
aceitação da comunidade. O conflito que pode acompanhar a criação de 
um lar não cria uma boa fundação sobre a qual construir esta aceitação. 
Em geral, levantamentos de opiniões pública mostram que contato com ex-
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pacientes não conhecidos exarceba qualquer medos e incertezas que os 
residentes da comunidade já tenham, particularmente em casos nos quais 
houve conflito em relação ao estabelecimento do lar grupal. Estes tópicos 
foram negligenciados na maioria dos estudos sociológicos de oposição 
comunitária a lares grupais, os quais geralmente concentram-se em 
determinantes estruturais de mobilização de vizinhança e em estratégias 
disponíveis para agências para dispersar a oposição. Pesquisas são 
urgentemente necessárias sobre o que ocorre após o lar ter sido aberto e 
os residentes devam conviver na vizinhança. Devido a que o contato com 
um ex-paciente mental que era conhecido antes da hospitalização pode 
promover mudanças de atitudes positivas, especialmente quando esta 
pessoa é vista desempenhando adequadamente em papéis normais, um 
desafio para o futuro é criar situações estruturadas que facilitarão o contato 
entre residentes de lares de atendimento protegido e seus vizinhos de tal 
modo que mudanças de atitudes positivas possam ocorrer. 
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ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL 
Coordenação interorganizacional. 
Um foco tem sido sobre a redução continua de hospitais psiquiátricos 
estaduais e o impacto desta redução sobre hospitais gerais e programas 
embasados na comunidade. Embora seja geralmente percebido que a 
maioria das reduções de sistemas hospitalares estatais de saúde mental 
ao longo do país ocorreram nas décadas de 50 e 60, houve redução de até 
50% nos números de pacientes internados em muitos sistemas de saúde 
mental estatais durante a década de 80. O resultado foi uma carga 
aumentada sobre os hospitais gerais e uma política de porta giratória por 
meio da qual os pacientes são tratados durante períodos de crise e 
largamente ignorados entre as internações. 
Fatores Organizacionais na prestação de serviços: 
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Um outro tipo de pesquisa organizacional amplia a pesquisa sobre estresse 
de emprego estudando a influência da estrutura organizacional sobre a 
saúde, bem-estar e produtividade dos seus membros. Parte da pesquisa 
focalizou sobre os componentes estruturais de organizações de 
atendimento de saúde mentalque afetam a satisfação da equipe com seu 
trabalho. Poucos estudos também examinaram o impacto da estrutura 
organizacional sobre os resultados dos pacientes. Toda a pesquisa foi 
naturalista ao invés de experimental e comparativa ao invés de embasada 
em estudos de caso de settings de tratamento individuais. 
Avaliação de serviços de saúde mental comunitários: 
O desenvolvimento e a manutenção de uru sistema de atendimento de 
saúde mental comunitário requerem um processo cíclico de planejamento, 
implementação, avaliação e feedback do serviço. O primeiro passo é 
geralmente uma avaliação de necessidades que identifica os problemas de 
saúde mental na comunidade e estabelece prioridades par a criação de 
serviços para abordá-los. Tal avaliação é vitalmente importante para o 
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sucesso organizacional monitorando a demanda por serviços e precisando 
necessidades não reconhecidas por residentes da comunidade. 
A FAMÍLIA DO ESOUIZOFRÉNICO 
A esquizofrenia é uma doença mental, que se caracteriza por apresentar 
sintomas próprios, como por exemplos: Alterações da volição, do 
pensamento, das emoções e da psicomotricidade; gerando uma 
desorganização da personalidade do indivíduo. A palavra esquizofrenia 
significa mente dividida e foi definida desta forma por E. Bleuler em 1911. 
Anteriormente, Kraepelin denominava demência precoce os quadros 
clínicos com desfecho desfavorável, de inicio na juventude ou no princípio 
da adultez (1896). Morei, em 1860, usou a denominação demência precoce 
pela primeira vez, designando um grupo de características semelhantes. 
No distúrbio de pensamento característico do esquizofrênico, aspectos 
periféricos e secundários de um conceito global, geralmente inibidos na 
atividade mental normal dirigida, surgem em primeiro piano e são utilizados 
em lugar dos elementos principais e apropriados à situação. O diagnóstico 
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de “esquizofrenia” não deve ser feito a menos que ocorram ou tenham sido 
evidentes durante a mesma doença distúrbios característicos do 
pensamento, percepção, humor, conduta ou personalidade, de preferência 
ao menos em duas dessas áreas. O diagnóstico não deve restringir-se a 
afecções de curso prolongado, deteriorante ou crônico. 
Origem e Causas: A referência a alguma característica do corpo do 
paciente muitas vezes provoca o comentário de que a característica em 
questão é um traço de família. Uma paciente poderá comentar: “A minha 
mãe e a minha também têm as mesmas pernas curtas e coxas pesadas. 
Deve ser hereditário”. Sem dúvida, muitos fatores hereditários determinam 
até certo ponto a forma e o formato do corpo de uma pessoa. As crianças 
tendem a ser parecidas com seus pais. No entanto, estasemelhança 
também pode se dever, em parte pelo menos, a um identificação como o 
pai. Às vezes o filho é uma imagem exata do pai, ou a filha o retrato da 
mãe. Tais casos parecem conter fortes evidências de uma base hereditária 
para a personalidade. Nota-se, todavia, que estes “sósias” compartilham 
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modos de pensar comuns, e possuem os mesmo padrões de 
comportamento, fato este que não pode ser explicado pelos atuais 
conceitos de hereditariedade. O papel da hereditariedade na determinação 
da estrutura corporal é difícil de avaliar. A estrutura do corpo não é fixa e 
imutável, O corpo está sujeito, no decorrer do seu desenvolvimento, a 
inúmeras influências externas que afluam sobre ele e modificam suas 
características, sua expressão, e sua motilidade. Da mesma forma que a 
natureza do solo, o índice de chuvas, e a quantidade de luz solar 
determinam o crescimento de uma árvore, a forma como a criança é 
criada afetará o seu desenvolvimento total. As suas experiências 
durante os anos deformação, quando ela é totalmente dependente dos 
pais, condicionarão as suas respostas quando adulta. O condicionamento 
resulta em padrões fixos de reação neuro-muscular a estímulos dados. A 
aprendizagem de como agir ou como não reagir é um processo de 
aquisição de domínio e coordenação muscular. Com o tempo estes 
controles se tomam automáticos. A resposta condicionada toma-se uma 
reação inconsciente e evolui para as atitudes caracteriológicas de 
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comportamento. O caráter, no sentido de um padrão fixo de 
comportamento, é, portanto, determinado pela quantidade e qualidade dos 
controles impostos á atividade muscular Os músculos que se acham 
sujeitos a estes controles inconscientes são “cronicamente tensos, 
cronicamente contraídos, e desligados da percepção”. W. Reich empregou 
o termo “couraça” para descrever a função e o efeito destes músculos 
espáticos sobre a personalidade. A couraça muscular é uma defesa contra 
o meio ambiente externo, mas é ao mesmo tempo uma forma de manter 
reprimidos os impulsos perigosos. O caráter é, portanto, funcionamento 
idêntico à couraça muscular. A biologia nos diz que o formato dos ossos é 
influenciado pela tração dos músculos a eles ligados. A formação óssea é 
um processo continuo no corpo vivo, mais ativo durante os primeiros anos 
de vida, porém nunca inteiramente quiescente. Assim, a estrutura do corpo 
está sendo constantemente modificada, como um reflexo das tensões 
musculares às quais está sujeita. Tal fato justifica a utilização da estrutura 
corporal na análise da personalidade. E também oferece uma base para a 
tentativa de modificar a estrutura corporal por intermédio da liberação da 
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tensão muscular crônica. Se a hereditariedade não é responsável pela 
tensão muscular, ela não pode ser culpada dos distúrbios criados por 
músculos cronicamente tensos. A origem e as causas da respiração 
diminuída, da motilidade reduzida, e da rigidez corporal encontradas na 
personalidade esquizóide devem ser buscadas nas condições de 
existência do primeiros anos de vida. Até que ponto da história passada da 
pessoa devemos recuar em busca dos fatores constitucionais que 
predispõem o individuo a esta perturbação? Temos que voltar ao útero, 
pois o efeito das influências pré-natais não pode ser ignorado se quisermos 
entender a etiologia da estrutura esquizóide. A constituição de um individuo 
já se encontra presente no nascimento. Fatores Constitucionais do tipo 
corporal Esquizóide: O tipo corporal esquizóide foi anteriormente descrito 
como Astênico, isto é, de constituição esguia e pouco desenvolvimento 
muscular. A palavra “astenia” significa fraqueza e debilidade. Existe uma 
fraqueza fundamental na personalidade esquizóide que está presente em 
todo e qualquer individuo esquizóide, independente do seu tipo físico. Esta 
fraqueza é a incapacidade de mobilizar a sua energia e sentimentos, 
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dirigindo-os para a satisfação das suas necessidades. Independente da 
sua força aparente, o esquizóide carece de energia para suster uma atitude 
agressiva em relação ao mundo. A atual pesquisa que se preocupa com a 
etiologia da esquizofrenia, acha-se largamente voltada para o passado 
familiar. 
Clausen e Kohn: Notam que os primeiros autores sobre o assunto 
descrevemas mães de filhos esquizofrênicos como “frias, perfeccionistas, 
ansiosas, supercontroladoras e restritivas — o que conota um tipo de 
personalidade incapaz de dar amor e aceitação espontâneos para a 
criança”. Hill julga as mães dos esquizofrênicos ambivalentes e com 
tendência a congelar toda vez que é mencionada alguma coisa 
desagradável quer parecer que o assunto mais desagradável e que mais 
freqüentemente leva estas mães a congelar é o sexo. Dois outros 
pesquisadores deste problema, M. J. Boatman e S.A. Szurek descrevem 
estas mães como sexualmente apáticas ou insensíveis, e afirmam que elas 
são “extremamente medrosas e inibidas” com relação ao fato de manifestar 
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qualquer desejo sexual aos seus maridos. Muitas delas são alcoólatras, ao 
passo que outras são viciadas em tranqüilizantes ou comprimidos de 
dormir. A personalidade esquizóide tem a sua origem num útero “frio”. 
Aquele do qual foi removido o sentimento como resultado da dissociação 
geral que a pessoa tem da parte inferior do corpo. Um grande número de 
autores tem chamado ultimamente a atenção para a importância dos 
fatores pré-natais no desenvolvimento do organismo. O individuo 
esquizóide expressa com muita freqüência a forte convicção de que o seu 
problema tem origem em experiências intra-uterina. 
 
Hill, faz a seguinte observação: Na minha análise a respeito da 
personalidade esquizóide, descobri que todo paciente, numa fase bastante 
precoce de sua vida, voltou-se da mãe em virtude da ansiedade e 
hostilidade inconscientes da mesma Como resultado desta troca, o pai de 
transforma numa figura de mãe substituta para a criança Porém, isto gera 
um problema real quando ocorre muito cedo. 
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Causas Sociais da Esquizofrenia: 
As causas sociais da esquizofrenia têm sido pesquisadas tendo como 
chave o diagnóstico. Tem-se questionado de forma radical até a existência 
da doença mental. 
Para Laing, a enfermidade mental é negada e a sanidade é definida de 
forma relativa e não absoluta: “Sugiro, portanto, que sanidade ou psicose 
seja testada pelo grau de conjunção ou disjunção entre duas pessoas, 
onde uma esteja sã pelo consenso comum”. 
Segundo Laing, delírios e alucinações, indicativos da insanidade, estariam 
ligados a fatos reais ocorridos principalmente na infância e representariam 
uma estratégia criada por uma determinada pessoa, para poder defender-
se de uma situação insustável. 
Exemplificando isto, pode-se citar o caso Schreber, estudado por Freud, 
onde as ações do pai interferiram diretamente no adoecer do filho. A 
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esquizofrenia, segundo Laing e Bateson, vai além de um estratagema para 
se sobreviver em famílias impossíveis, podendo ser positiva e até mesmo 
algumas vezes, considerada como um processo de cura. Laing em seu 
livro “The Polities os Experience” considera que o esquizofrênico 
empreenderia uma viagem mística ao seu interior, podendo ou não retomar 
dela. Cita: “Não é necessário que a loucura seja toda colapso. Também 
pode ser ruptura das linhas inimigas. E potencialmente liberação e 
renovação, tanto quanto escravidão e morte existencial”. Já Batson, em 
“Perceval’s narrative: a patient account of bis psychosis 1830-1832”, 
argumenta que: “Esta é uma das características mais interessantes da 
estranha condição conhecida como esquizofrenia: que a doença, caso se 
trate de uma, parece ás vezes ter propriedades curativas”. O paciente, que 
seria uma vítima sacrificial de famílias desorientadoras, encontra na 
esquizofrenia, um percurso, uma viagem de descoberta. Apesar de Laig e 
Bateson terem feito importantes considerações sobre vários aspectos 
desta patologia, nunca conseguiram melhoras significativas, em seus 
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pacientes, do que a psiquiatria convencional. Quanto á origem da 
esquizofrenia tentaremos sistematizar o esboço de um quadro evolutivo: 
Os Pais: Têm eles uma grande responsabilidade por transmitirem uma 
carga genética importante e também pela forma de criarem seus filhos. 
Além do que descobriu-se que haveria unia incidência de pais com 
personalidade incomum (esquizóide). Um outro resultado social seria 
decorrente á interpretação onde o individuo é estigmatizado, afastado de 
seus parentes e colocado junto aos loucos. Pelas próprias condições do 
hospital psiquiátrico haveria um aumento da incapacitação social do 
paciente esquizofrênico. Isto decorrente do ambiente de privação social e 
das expectativas de insanidade que impregnam tudo nos negligenciados 
pavilhões psiquiátricos carentes. A freqüência de parentes que visitam o 
doente fazem ou não com que exista unia maior alienação ao mundo 
externo. Acredita-se que a doença pode ser o fim patológico de um 
processo que começa como uma variante das possibilidades de adaptação 
humana. A retração do mundo externo para o interno, do público para o 
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particular e da razão para a irracionalidade são decorrentes de processos 
cerebrais, familiares e sociais. Além destes fatores de risco, outros, ainda 
desconhecidos, são encontrados em diferentes casos de esquizofrenia. Na 
realidade, o estudo das questões sociais pertinentes à psiquiatria não é 
recente, iniciou-se no fim do século passado com Durkheim estudando 
suicídios. 
Os fatores sociais envolvidos na evolução da esquizofrenia podem ser 
familiares ou não, como exemplo deste último temos a questão das 
instituições psiquiátricas. 
Institucionalismo: 
Segundo Wing, o estudo da forma pela qual pacientes esquizofrênicos 
reagem a diferentes a Ambientes externos só poderia ser avaliado a partir 
de três concepções teóricas: O primeiro corpo teórico correspondem a três 
tipos de problemas que os pacientes podem apresentar: Pré-mórbidos, 
primários e secundários. O Segundo corpo teórico trata do modo pelo qual 
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o ambiente social afeta os “handicaps” primários. Já o Terceiro corpo 
teórico, trata dos “handicaps” secundários. 
 
Rotulado Social: 
Thomas Scheff, sociólogo norte-americano, elaborou uma interessante 
aproximação teórica das relações entre o meio social e sintomas 
psiquiátricos: “teoria da rotulação social”. Basicamente considera o 
comportamento rotulado de doença mental como um tipo particular de 
quebra de regras do grupo social ou desvio. Logo, alucinações, autismo, 
embotamento afetivo, etc. seriam vistos como quebra de regras de 
comportamento. Para Scheff, a quebra de regras residuais viriam a partir 
de quatro “fontes” diversas: Orgânica; Psicológica; por “stress” externo ou 
por atos volitivos de inovação ou desafio. Compara isso com a que Balint 
chamou de fase tido organizada da doença. Este acredita que isso 
caminharia para uma doença organizada; 
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Já Scheff pensa que isto pode se voltar para a excentricidade, genialidade, 
etc. Esta quebra de regras residuais vem a ser a reação social ao desvio, 
ou seja, a rotulaçãoque a sociedade outorga a ele. O estereótipo cultural 
da insanidade regeria a conduta individual após a instalação do desvio 
primário. Em termos gerais o estereótipo sena aprendido na infância. A 
“cristalização” do comportamento se daria em função de “expectativas” a 
esse respeito, ou seja, o comportamento passaria a ser semelhante ao de 
outras pessoas na cultura com o mesmo rótulo de doentes mentais. 
Eventos Vitais: Estudos realizados ultimamente mostraram haver relação 
entre fatores atemos de “stress” e as condições de saúde do indivíduo. 
Estes eventos vitais tanto podem ser “positivos” (casamento, promoção no 
emprego, mudança de moradia, etc) quanto “negativos” (perdas). Wing 
refere que os esquizofrênicos são mais susceptíveis a mudanças em seu 
ambiente social (tendem à recidiva). Estes percebem a vida, o dia-a-dia, 
como algo estressante, num limiar muito mais baixo do que a maioria das 
pessoas. 
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Melhor visão da formação e origem da família, e sua importância no 
processo do adoecer esquizofrênico: 
Segundo Morgan, inicialmente, podemos generalizar a classificação dos 
estágios pré-históricos da cultura, da seguinte forma: Estado Selvagem -
Período em que predomina a apropriação de produtos da natureza, prontos 
para serem utilizados; as produções artificiais do homem são, sobretudo, 
destinadas a facilitar essa apropriação. 
Barbárie -Período em que aparecem a criação de gado e agricultura, e se 
aprende a incrementar a produção da natureza por meio do trabalho 
humano. 
Civilização -Período em que o homem continua aprendendo a elaborar os 
produtos naturais, período da indústria propriamente dita e da arte 
Família Normal: 
Segundo Both, em qualquer grupo social, leigo ou técnico, conclui-se que 
não existe urna “família normal”. A própria definição toma forma diferentes. 
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Alguns, por exemplo, entendem normal como “perfeita”, “média”, “habitual” 
e “comum”, termos muito ambíguos. Apesar disso, é impossível renunciar a 
utilização da idéia de normalidade, pois o conceito de família normal 
continua a ser empregado. 
E, Both e outros pesquisadores perceberam através de entrevistas com 
vários casais a dificuldade de definição das normas da família. Concluíram, 
então, que havia menos consenso sobre normas familiares do que, via de 
regra, se supõe; e também que muitos informantes achavam difícil declarar 
as normas de uma forma explícita. 
Em resumo, os pontos de concordância entre os casais entrevistados eram 
poucos: cada família elementar devia ser financeiramente independente 
dos parentes e amigos e possuir sua própria moradia; devia haver uma 
divisão de trabalho básica entre o marido e a esposa, sendo que o marido 
ficaria encarregado do sustento financeiro e a esposa pela tarefa de 
limpeza da casa, cozinha e atenção ás crianças; todos achavam que o 
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adultério é uma séria ofensa e que os pais teriam a obrigatoriedade de 
cuidar de seus filhos, até que estes pudessem cuidar de si próprios. 
Estas normas não eram declaradas explicitamente por meios de tantas 
palavras. Elas eram, simplesmente tidas como assentes. Esses pontos 
gerais de concordância brotam das semelhanças gerais do meio ambiente 
social. 
A Família do Esquizofrênico: 
Laing, após cinco anos de estudos com 11 famílias de esquizofrênicos e 
uma série de 25 pacientes do sexo feminino, mostra os primeiros relatos 
dessa pesquisa. A palavra “esquizofrênico” é usada para uma pessoa, sua 
experiência ou comportamento, se estes forem considerados como produto 
de um processo patológico. Segundo Laing a “esquizofrenia” é um evento 
social, pois diz não existirem mudanças orgânico-estruturais notadas no 
desenvolvimento da “doença”, não terem qualquer forma de tratamento 
comprovado nem alterações patológicas post mortem, e ainda sem 
mudanças fisiopatológicas que possam ser correlacionadas com ela. A 
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“esquizofrenia”, apesar de ocorrer em família, não observa nenhuma lei 
genética clara.bÉ importante notar, diz Laing, que o paciente é alguém que 
tem experiências estranhas e/ ou age de maneira estranha do ponto de 
vista normalmente adotado por seus parentes e por nós próprios. 
Interessa-se por cada pessoa, nas relações entre elas e nas características 
da família como um sistema composto de uma multiplicidade de pessoas. 
Cada pessoa não sena somente um objeto no mundo de outros, mas sim o 
seu próprio centro com seu ponto de vista próprio. Porém, cada pessoa 
não ocupa unia única posição definida em relação aos outros membros da 
família; podendo ser filha, irmã, esposa e mãe. Chama a atenção para o 
que chama de vinculo familiar: essa multiplicidade de pessoas 
pertencentes ao mesmo grupo de parentesco e de outras que, apesar de 
não serem ligadas por laço de parentesco, são consideradas como 
membro da família. Esses relacionamentos são caracterizados por 
influências recíprocas, duradouras e intensivas da experiência e 
comportamento de cada um. O indivíduo não seria a unidade da doença, 
mas sim a família; logo, não é o indivíduo que necessita dos serviços de 
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um “clínico” para ser curado, mas sim toda a família. A família (ou mesmo a 
sociedade, em escala maior) seria um tipo de hiperorganismo, com unia 
fisiologia e patologia que podem ser boas ou doentias. Como a 
antipsiquiatria estuda 
principalmente a estrutura familiar de pacientes esquizofrênicos, a família 
seria o agente causador mais importante desta enfermidade. Sendo 
também o primeiro sistema de relações, é na família que forma-se a 
personalidade do indivíduo. Tanto para Laing quanto para Cooper, o 
individuo apresenta comportamentos “diferentes”, isto é, sintomas não de 
uma doença e sim manifestação de uma situação social patológica. Logo, a 
esquizofrenia constituiria uni modo mais ou menos característico de 
comportamento grupal perturbado. Pode se dizer também, que, o indivíduo 
esquizóide vive num limbo, isto é, não “foi de vez” como o esquizofrênico, e 
nem “está totalmente ai”. Com muita freqüência ele se encontra à margem 
da sociedade, onde ao lado de pessoas do mesmo tipo, sente-se mais cm 
casa. 
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Vínculos duplos: 
A presença de uni esquizofrênico em determinadas famílias faz com que 
exista, freqüentemente, uma paralisia coletiva, O psiquiatra psicoterapeuta, 
quando penetra nestes intercâmbios familiares, percebe que sua razão 
está colocada em questão, não só pela patologia do doente, mas 
principalmente, pela forma de comunicação dos membros da família. Isto 
foi constatado por pesquisadores de Pato Alto, descobrindo-se assim o 
duplo vínculo (double bind). As condutas, atitudes e conversas do 
esquizofrênico se caracterizam por incomunicabilidade, impenetrabilidade, 
dissociação, extravagância, ambivalência e falso desprendimento. 
“Cada esquizofrênico” (J. haley) é uma linguagem não-linguagem, unia 
comunicação fundamentada na ruptura da comunicação. O paciente 
diverge, vive — e parece ter vivido num universo familiar afetivo e verbal detipo paradoxal, em que as atitudes e as trocas foram marcadas por uma 
incerteza desorientadora. Os comportamentos aberrantes do doente têm 
vínculos diretos com os modos habituais de relação cm sua família. O 
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doente ilustra os paradoxos familiares descobrindo sentido no contra-
senso”. O estatuto do esquizofrênico é formular-lhe a indagação essencial 
da psicopatologia: a angústia não é vivida? A angústia suprime o sujeito. 
Ela o cristaliza, no limite da confusão, entre o eu e o ele, entre a 
consciência e a loucura. Um breve contato com as situações 
esquizofrênicas mostra a confusão existente entre os planos verbais e 
comportamentais da comunicação; onde a mais exata das mensagens 
pode ser ambígua, em função do tom adotado ou mesmo das palavras 
escolhidas. Tanto Bateson quanto Don Jackson, Haley e Weakland 
apresentam em artigo publicado em 1956 os “ingredientes” do vínculo 
duplo. São eles: 
1. Trata-se de relações entre duas ou mais pessoas. Fica urna delas 
designada como “vitima” para facilitar a descrição. Tanto a mãe quanto o 
pai ou mesmo parentes podem estar intervindo igualmente no vínculo 
duplo. 
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2. Essa experiência se repete ao logo da existência da vitima, que conta, 
portanto, com sua intervenção. 
3. Emite-se uma injunção primária negativa, combinada com uma ameaça. 
Pode tratar-se de formulações como: “Não faça isso ou aquilo, caso 
contrário eu o punirei”. Enfatiza-se o caráter punitivo, tendo-se mais 
sanções do que recompensas têm-se como exemplo de punição o ódio e a 
cólera dos pais gerando o abandono e unia profunda confusão. 
4. Trata-se de uma injunção secundária cm conflito com a primeira, onde 
verbaliza-se uma afirmação porém as atitudes (posturas. gestos, 
modulações da voz) transmitem outra mensagem. Por exemplo: “Não 
considere isto como uma punição”, “Não me encare como responsável por 
uma punição” ou ainda “Não leve em conta minhas proibições”. Quando os 
pais intervêm simultaneamente, podem desempenhar papéis opostos, cada 
qual exprimindo uma das mensagens, criando assim a interferência. 
1. O bloqueio da relação é caracterizado pela injunção negativa terciária 
que proíbe á vítima qualquer escapatória. Para as crianças é impossível 
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fugir da relação vital que representa os adultos que a cercam, podendo 
algumas vezes ocorrer substituição do bloqueio pela ambigüidade. 
2. É fundamental no estudo de situações relacionais concretas, o esboço 
da aplicação do vínculo duplo, com o uso apenas de um dos ingredientes 
anteriores, gerando a partir desse sinal o essencial da reação emocional. 
No doente mental os personagens reais podem ser substituídos pelas 
alucinações. 
 
Quando um indivíduo se vê frente a injunções paradoxal, quando é 
impassível revoltar-se ou mesmo quando uma resposta lhe é exigida, ele 
responde utilizando uma expressão metafórica. Assim sendo, mantém 
preservada sai individualidade (um sentido pessoal), porém dando 
possibilidades de gerar múltiplas interpretações. Já os sintomas e as 
formas clínicas dos esquizofrênicos são também modos de responder 
ambiguamente, ou mesmo de dar respostas sem respostas. 
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Haveria uma correlação evidente entre a comunicação esquizofrênica e as 
formas da esquizofrenia. Na forma paranóide, solicita-se o imaginário 
privado, com imagens, mito e palavras que chegam até a criar urna ruptura 
com o imaginário 
coletivo, apesar de manter o vinculo inicial com ele. Na forma hebefrênica a 
resposta efetiva em relação a outrem é feita de forma ambivalente, 
mesclando a intensidade da relação com a frieza e a hipersensibilidade 
com a indiferença Finalmente à forma catatônica, coloca o distúrbio das 
relações no uivei comportamental (um rosto que não reage ao contato, 
mau humor, retraimento patológico e rigidez cérea). 
Jackson, cm estudos sobre psicoterapia, lembrou que os tratamentos 
individuais podem resultarem efeitos sobre a família do paciente, seja 
negativa DLI positivamente. 
A semiologia esquizóide poderia aparecer quando a mãe pouco calorosa 
oculta urna atitude de rejeição sob um papel de mártir, ficando o pai em 
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segundo plano, ausente ou morto. A mãe nega seus próprios sentimentos, 
“dizendo uma coisa que significa outra inteiramente diferente”. 
A semiologia histérica poderia aparecer quando uma criança tivesse sofrido 
a projeção dos desejos sentais e agressivos não aceitos de seus pais. A 
presença compensadora de um avô ou parente afetuoso, ou ainda uma 
ambivalência acentuada na mãe poderiam prevenir a evolução para a 
psicose. 
Os psicopatas viriam de famílias instáveis. 
J Haley fez a descrição sistêmica da família do esquizofrênico. 
Posteriormente na definição de “mãe esquizofrenogênica” viu-se a 
importância do papel de um pai inadequado e além da igual 
responsabilidade do pacientes não esquecendo também os parentes. 
Sendo assim, o essencial seria a natureza funcional do comportamento 
esquizofrênico no interior de um dado sistema familiar. Enfatizou também a 
necessidade de uma metodologia para obter-se estes dados. O observador 
deve sempre estar incluído no sistema familiar; sendo que o melhor modo 
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de observar sena o contexto terapêutico. De uma maneira global a rigidez 
das regras é o que dificulta essencialmente este funcionamento familiar. 
Já para Laing, o efeito de camuflagem da mistificação aumenta quando “a 
mistificação é confirmada pela mistificação da consciência da mistificação”. 
A tomada de consciência é rotulada pelo mistificador: agressão ou loucura, 
O sujeito mistificado está perturbado, mas, quer sinta ou não estes 
distúrbios, sua percepção subjetiva é posta em dúvida pelo mistificador: 
“Isto é efeito de sua imaginação, você sonhou?”, “Não quero que você diga 
isso; bem sei que na verdade não pensa assim!”. 
Laing acredita que a mistificação se diferencia do duplo vínculo na medida 
em que deixa ao sujeito o direito inalienável de experimentar e agir. Bem 
depressa, no entanto, apenas um grau mais acima, aparecem o duplo 
vinculo e suas limitações fechadas. 
Já H. SEARLES, EM 1969: Teve a felicidade de elaborar a seguinte 
formulação: o esforço para tornar o outro louco. Ele dedicou inúmeros anos 
à psicoterapia de esquizofrênicos hospitalizados no Chestnut Lodge 
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Sanitarium. O esforço para tornar o outro louco da origem ao drama da 
relação esquizofrênica. 
Searles assim precisou seu ponto de vista: “A instauração de roda e 
qualquer interação interpessoal que tenda a favorecer um conflito afetivo 
no outro — que tenda a fazer com que ajam umas contra as outras as 
áreas de sua personalidade — tende a torná-lo louco (ou seja, 
esquizofrênico)”. Diz ainda que a estimulação e a frustração simultânea, ou 
alterando-se rapidamente, podem ser exercidas tanto pela mãe excitada e 
logorréica quanto pelo esquizofrênico

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