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Módulo I Aula 1 @bgs_isa6 História e tradicionalidade em fitoterapia HISTÓRICO FITOTERAPIA E PLANTAS MEDICINAIS NA ANTIGUIDADE Papiro de Ebers (1500 a.C.) ❖ Enumera em torno de 100 doenças e descreve produtos naturais, ainda em uso nos dias de hoje, como funcho, coentro e losna ❖ Menciona extratos de plantas e o uso terapêutico de óleos vegetais Gregos ❖ Hipócrates (460-370 a.C.): considerado o pai da medicina moderna, fazia uso de 364 espécies vegetais bioativas. Deixou sua obra (Corpus Hipopocraticum) que é considerada a mais completa da antiguidade quanto à utilização de plantas medicinais ❖ Teophrastus (371-287 a.C.): “história das plantas”, descrição de plantar quanto à morfologia e seu uso tóxico e medicinal ❖ Pedanius Dioscórides (40-90 a.C.): considerado o pai da farmacognosia, realizou o levantamento das plantas na península ibérica, África e Síria criando o “tratado de matéria médica”, utilizado durante 15 séculos pelos gregos, romanos, árabes e turcos. De 1000 drogas descritas, cerca de 600 eram plantas como o cânhamo (Cannabis sativa), a cicuta (Conium maculatum), o cólquico (Colchicum autumnale), além de anestésicos a base de ópio e mandrágora (Mandragora officinarum) ❖ Galeno (129-199 a.C.): pioneiro de algumas formas farmacêuticas como a infusão, pastilhas, pílulas e os clisteres, até hoje utilizadas na medicina FITOTERAPIA E PLANTAS MEDICINAIS NA ERA MODERNA ❖ Século XX: desenvolvimento da indústria farmacêutica e produção sintética dos princípios ativos das plantas ❖ 1926: 1ª edição da farmacopeia brasileira – 280 monografias de espécies nativas e introduzidas ❖ 1959: 2ª edição da farmacopeia brasileira – exclusão de espécies vegetais sob alegação de ausência de ação terapêutica ❖ Portaria n° 22 de 30/10/1967: 1º ato normativo para emprego de preparações fitoterápicas no Brasil ❖ Início da década de 80: diretrizes e prioridades de investigação em saúde incluindo plantas medicinais ❖ 1982: programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos do Ministério da Saúde (PPPM/CEME) – estabelecimento de medicamentos fitoterápicos com base no real valor farmacológico das preparações de uso popular, buscando eficácia e segurança Módulo I Aula 1 @bgs_isa6 Portaria SVS/MS n°6 de 31/01/1995 ❖ 1º marco legal – regulamentação própria para registro de fitoterápicos no Brasil, buscando segurança, eficácia e qualidade para esses produtos. ❖ Permitia a associação de espécies vegetais que garantissem segurança, estabilidade, com efeitos adversos iguais ou menores que os efeitos de seus componentes separados ❖ Obrigatoriedade de bulas e rótulos com os dizeres “produto em estudo para avaliação cientifica das indicações terapêuticas e toxicidade. O uso deste produto está baseado em indicações tradicionais.” ❖ Lei n° 9782 de 26/01/1999: criação da ANVISA como agencia reguladora vinculada ao Ministério da Saúde ❖ A portaria SVS n°6/1995 foi revogada e substituída pela RDC n°17 de 24/02/2000 cuja preocupação era a eficácia e os riscos do uso de fitoterápicos e com a reprodutibilidade e constância de sua qualidade ❖ RDC n°210 de 04/08/2003: boas práticas de fabricação de medicamentos – noticia impactante para as indústrias produtoras de fitoterápico, maioria com infraestrutura inadequada ou precária ❖ RDC n°48 de 16/03/2004: requisitos legais para solicitação de registro de um novo produto, sempre buscando eficácia e segurança ❖ 2006: foi criado no Brasil o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com o objetivo de garantir à população brasileira o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional ❖ RDC n°14 de 31/03/2010: Notificação de drogas vegetais – uma lista com 66 plantas medicinais que poderiam ser prescritas e dispensadas como um recurso terapêutico prático e barato, pois não necessitavam de registro ❖ 2011: publicação do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira – 47 monografias de drogas vegetais para infusos (feitos com a parte frágil da planta como flores e folhas) e decoctos (feitos com as partes mais duras como cascas e raízes), 17 de tinturas, 1 de xarope, 5 de géis, 5 de pomadas, 1 de sabonete, 2 de cremes, 4 de bases farmacêuticas e 1 de solução conservante ❖ RDC n°26 de 13/05/14: categorias de fitoterápicos • Medicamento fitoterápico (MF): exclusivamente de matérias primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidencias clinicas e caracterizados pela constância de sua qualidade • Produtos tradicionais fitoterápicos (PTF): exclusivos de matérias primas ativas vegetais cujas segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico- científica e podendo ser utilizados sem a vigilância de um médico para fins diagnóstico ou monitorização) ❖ Lei n° 13.123 de 20/05/15 pelo Decreto n° 8772 de 11/05/16: regulamentada a nova lei da biodiversidade visando fortalecer as pesquisas com espécies nativas e o desenvolvimento de novos fitoterápicos, fundamentais para o desenvolvimento de novos medicamentos com eficácia e segurança comprovadas. Esse novo marco legal promete desburocratizar o sistema, inserindo o cadastro online no lugar da maioria das autorizações antes exigidas, dando isenção de multa para a regularização das atividades de pesquisa Módulo I Aula 1 @bgs_isa6 Perfil do mercado de fitoterápicos antes e depois da publicação dos marcos regulatórios Antes de 1995-2004 Após 1995-2004 Baixo rigor sanitário Elevado rigor sanitário Industrias nacionais de pequeno e médio porte Industrias nacionais e multinacionais de grande porte Fitoterápicos a base de espécies nativas Fitoterápicos a base de espécies exóticas Fitoterápicos compostos (associações) Fitoterápicos simples (monodrogas) Possibilidade de incorporação de substancias (princípios ativos de origem natural ou não) aos fitoterápicos Não é mais permitida a incorporação de substancias (princípios ativos de origem natural ou não) aos fitoterápicos Muitos produtos com composições distintas Muitos produtos com composição similar (repetidas) Indeterminação quanto à necessidade de comprovação de eficácia e segurança, embora existisse uma orientação Necessária comprovação de eficácia e segurança, com exceção das espécies presentes nas listas positivas para registro de fitoterápicos Baixo rigor para controle de qualidade Elevado rigor para controle de qualidade PERGUNTAS 1) Sobre as primeiras referências das plantas pelas propriedades medicinais, assinale a afirmação CORRETA a) A descoberta das propriedades uteis ou nocivas dos vegetais ocorreu por meio da observação feita pelos homens do comportamento dos animais b) As plantas eram utilizadas em rituais religiosos, colocando os homens em contato direto com os deuses c) Nas antigas civilizações, muito antes do aparecimento da escrita, o homem utilizava as plantas como alimento ou como remédio d) Todas as alternativas estão corretas 2) Entre os registros da antiguidade, marque a alternativa que traz uma incorreção nas suas informações a) No começo da Era Crista, o grego Pedanius Dioscórides (40-90 d.C.), médico grego militar, catalogou e ilustrou cerca de 600 diferentes plantas usadas para fins medicinais, descrevendo o emprego terapêutico de muitas delas. Em sua obra “De matéria Médica”, considerada uma referencia para plantas medicinais até o Renascimento, está descrito o uso de opio como medicamento e como veneno, eo uso do salgueiro branco como fonte do ácido acetilsalicílico, para curar epilepsia Módulo I Aula 1 @bgs_isa6 b) Na antiga Grécia, grande parte da sabedoria sobre plantas se deve a Hipócrates (460-377 a.C.), denominado pai da medicina. Em sua obra “Corpus Hipocratium”, faz uma síntese dos conhecimentos médicos de seu tempo, indicando, para cada enfermidade, um remédio vegetal e um tratamento adequado. Hipócrates afirmava que o tratamento para muitas doenças poderia ser feito por meio de dieta alimentar adequada e que, para uma prescrição mais exata, deveria conhecer os elementos e as propriedades dos constituintes dessa dieta c) No Ocidente, os registros da utilização da fitoterapia são mais recentes. Teofrasto (372-287 a.C.), foi o único botânico da antiguidade. Listou cera de 455 plantas medicinais que constituíam o primeiro herbário ocidental, utilizado até hoje, com detalhes de como preparar e usar cada produto d) O Papiro de Ebers (1550 a.C.) é considerado um dos mais antigos e importantes tratados médicos conhecidos, com cerca de 3500 anos. Foi escrito no antigo Egito. Enumera em torno de 1000 doenças e descreve um grande número de produtos naturais, menciona 800 fórmulas magicas e remédios populares incluindo extratos de plantas, prescreve o uso terapêutico de óleos vegetais (alho, girassol, açafrão) e o uso de mel ou cera de abelhas como veículo ou ligamento para os óleos usados visando a melhoria da absorção do medicamento 3) Indique o mais importante marco da regulamentação dos fitoterápicos no Brasil: a) Programa de pesquisa de plantas medicinais da central de medicamentos do ministério da saúde (PPPM/CEME) b) Diretrizes e prioridades de investigação em saúde c) Portaria SVS/MS n° 6 de 31/01/1995 d) Cooperativa cientifica europeia de fitoterapia 4) Visando fortalecer as pesquisas com espécies nativas e o desenvolvimento de novos fitoterápicos, foi instituída: a) RDC n°14 de 31/03/2010 b) Lei n° 13123 de 20/05/2015 pelo decreto n° 8772 de 11/05/2016 c) RDC n°26 de 13/05/2014 d) RDC n°17 de 24/02/2000 5) Sobre a história das plantas medicinais no Brasil, assinale a alternativa CORRETA a) Atualmente, a medicina tradicional é vista como atraso tecnológico, tendo sido substituída pelos medicamentos industrializados b) As substancias ativas do pau-pereira são utilizadas até hoje em estudos sobre o tratamento da doença de Alzheimer c) As plantas fitoterápicas não podem ser usadas para tratamento de doenças, apenas para fins de recreação d) Os medicamentos industrializados não devem ser usados para o tratamento de doenças Gabarito: 1D, 2A, 3C, 4B, 5B