Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período F I S I O PAT O L O G I A , F AT O R E S D E R I S C O E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS DAC DAC • A doença arterial coronariana (DAC) é um processo de acumulação de placas de ateroma que gradualmente obstruem uma ou mais artérias coronárias epicárdicas • A doença aterosclerótica é a principal envolvida em sua patogênese, outros processos, como disfunção endotelial, doença microvascular e vasoespasmo, também podem coexistir com a doença aterosclerótica • As artérias coronarianas servem para nutrir o miocárdio, para que ele possa contrair adequadamente, de forma a distribuir o fluxo sanguíneo para todo os tecidos. O fator oferta e o fator demanda precisam estar equilibrados. • Na DAC, a oferta não é capaz de suprir toda a demanda, inicia-se a doença isquêmica do miocárdio. Pode se desencadear em: Angina Estável: angina vem do grego: “estrangular” • Quando a angina piora há síndrome coronária aguda, que pode se subdividir em: angina instável e infarto Há 5 tipos de apresentações para síndromes coronarianas crônicas: I. Pacientes com suspeita de DAC e sintomas como angina estável ou dispneia aos esforços; II. Pacientes com quadro agudo de insuficiência cardíaca e/ou disfunção ventricular esquerda e suspeita de DAC; III. Pacientes assintomáticos ou sintomáticos com sintomas estabilizados e menos de um ano de uma síndrome coronariana aguda ou revascularização do miocárdio recente; IV. Pacientes assintomáticos ou sintomáticos com sintomas estabilizados e mais de um ano de uma síndrome coronariana aguda ou revascularização do miocárdio; V. Pacientes assintomáticos nos quais a doença coronariana é detectada por exames de triagem. Fatores de risco: - Hipertensão arterial; - Diabetes mellitus; - Tabagismo; - Obesidade; - Sedentarismo; - Dislipidemia (HDL < 40 mg/dL, LDL> 150 mg/dL); - Doença arterial periférica e/ou doença cerebrovascular; - História familiar em parentes de primeiro grau - Fatores pró-trombóticos e pró-inflamatórios; - Idade (homens ≥ 45 anos, mulheres ≥ 55 anos); - Doença renal crônica - Sexo masculino SÍNDROME CORONARIANA AGUDA São divididas em: • IAM com supra ST • SAC sem supra ST - IAM sem supra ST - Angina instável SCA sem supra desnivelamento de ST • Pode ser dividido em angina instável e infarto sem supra desnivelamento de ST • Evolução da doença crônica • Desequilíbrio no mecanismo da placa de ateroma, que até então, estava estável • Quando há a ruptura da placa de ateroma, exposição do conteúdo lipídico na luz do vaso, nesse momento há agregação plaquetária no local (organismo entende que precisa corrigir nesse “machucado”), ativando o sistema de coagulação, formando um trombo/coágulo que bloqueia o fluxo naquele local, causando um IAM • Infarto com supra (oclusão total da luz do vaso, músculo cardíaco deixa de receber sangue) e sem supra e na angina instável (também tem a ruptura da placa, formação do trombo/coágulo, porém esse trombo não ocluir totalmente a artéria, ainda vai existir um mínimo espaço para a passagem do sangue) • Não há uma oclusão total como acontece no infarto com supra • Infarto sem supra: há obstrução parcial por um trombo, há morte de tecido miocárdico, de miócitos Angina Instável • Rompimento de placa, formação de trombo, mas não há necrose tecidual, morte de células miocárdicas • Forma mais benigna de SCA, porém pode evoluir para IM e morte • Seu diagnóstico e tratamento precoce ajudam prevenir síndromes clínicas de pior prognóstico • Angina de inicio recente, caracterizada pelo aparecimento de sintomas anginosos em pacientes previamente assintomáticos. Normalmente, a angina é considerada instável dentro do 1o mês de aparecimento até que a placa vote a se estabilizar. • Angina progressiva ou em crescendo, que se manifesta pela exacerbação de sintomas anginosos prévios, como aumento da intensidade e duração da dor ou surgimento a esforços menores. • Angina em repouso ou a mínimos esforços, forma mais grave da doença. Nesse caso, a dor intensa é entre- meada por períodos assintomáticos. Atendimento inicial • Conhecer história clínica do paciente • Se há sintomas associados (dispneia, taquicardia, sudorese) e fatores de risco associados • Exame físico normalmente é “normal”, mas é preciso atenção aos sinais vitais, aparelho ceardiovasculãr e respiratório Infarto do miocárdio • Forma mais grave de SCA • Há oclusão coronariana completa ainda que de forma temporária • Dor que tende a se estender por mais de 30 minutos, costumam aparecer sudorese, náuseas e extremidades frias e úmidas • Morte iminente SCA com supra desnivelamento • Síndrome clínica caracterizada pela ruptura de uma placa aterosclerótica coronariana com consequente trombose completa ou parcial da artéria acometida, provocando corrente de lesão e necrose miocárdica com elevação dos marcadores séricos e aparecimento de dor torácica como principal manifestação Anamnese • Angina: dor ou desconforto em aperto em região precordial com irradiação para região cervical, mandíbula, epigástrio e, principalmente, para face ulnar de membro superior esquerdo. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período - piora com esforço físico ou estresse emocional e alivia em repouso ou com uso de nitrato - tende a se prolongar por mais de 20-30 minutos. Em casos de infarto agudo do miocárdio, não é esperado que a dor melhore com essas medidas. - mulheres, idosos e diabéticos podem não apresentar angina clássica, e sintomas como epigastralgia, náuseas, dor torácica atípica e diaforese devem ser valorizados nessa população - sensação de aperto no peito (Sinal de Levine). • Outros sintomas: Ansiedade; Náuseas; Desconforto; Dispneia; Sudorese profusa; Mãos frias e pálidas. Exame Físico • Em geral, inexpressivo. • Sempre avaliar PA, simetria do pulso e pressão entre os membros (possibilidade de dissecção aórtica; avaliar palidez, cianose, turgência jugular, sinais de edema ou insuficiência vascular; ausculta pulmonar (crepitações e edema agudo de pulmão) e cardíaca (sopros, bulhas acessórias). Atenção! O infarto agudo do miocárdio de parede inferior pode apresentar, inicialmente, bradicardia e hipotensão por hiperatividade parassimpática (reflexo de Bezold-Jarisch). EXAMES INICIAIS PARA DIAGNOSTICAR DAC Eletrocardiograma • Deve ser interpretado nos primeiros 10 min após a admissão hospitalar • Onda T apiculada é simétrica • Segmento ST abaixo da linha de base • A detecção de supradesnível persistente do segmento ST indica a presença de IMST • O supradesnivel é a expressão de sofrimento muscular transmural, portanto indica oclusão coronária completa ou subtotal • Derivações ECG com elevação do segmento ST apontam para a pa rede em so f r imento , pe rm i t i ndo o reconhecimento da artéria envolvida no evento • Na presença de supradesnlvel de ST irreversível com uso de nitratos, a indicação terapêutica é reperfusão miocárdica imediata • Na ausência de elevação do segmento ST, o diagnóstico inicial é de SCASST, isto é, Al ou IMSST, se o quadro clinico for suspeito de insuficiência coronária aguda • As alterações ECG mais frequentes nas SCASST são a inversão da onda T e o infradesnivel de ST, que caracterizam isquemia subendocárdica • Apesar de a distinção entre AI e IMSST ser definida pela alteração dos marcadores de necrose miocárdica, algumas diferenças no ECG podem ajudar a identificá-las • No lMSST, o infradesrivel costuma ser mais pronunciado (0,1 mV) e duradouro • Na Al, seu aparecimentoé fugaz e menos intenso • As inversões da onda T são menos especificas para o diagnóstico de isquemia miocárdica aguda em comparação às alterações do segmento ST • Na presença de suspeita diagnóstica, no entanto, a presença de ondas T profundas (2 mm) e simétricas é bastante sugestiva de isquemia mio-cárdica • o ECG pode mostrar alterações mistas com presença de supra e infradesnivel de ST simultaneamente Marcadores de necrose miocárdicos • Proteínas presentes dentro da célula miocárdica, se há necrose miocárdica (células musculares morrendo), há liberação dessas substâncias, que vão cair na corrente sanguínea (se fizer a dosagem elas vão estar aumentadas, indicando a existência de uma necrose miocárdica) • Diferenciar angina instável (não há necrose miocárdica, então não vai ter alteração dos marcadores de necrose) de infarto sem supra (morte de miócitos, logo, vacinoterapia alteração dos marcadores de necrose) • Os principais marcadores são: Troponina - mais específicos - se torna detectável em cerca de 6h - possui uma queda lenta, logo, é possível identificar no corpo do indivíduo por até 14 dias - mais sensibilidade, especificidade do que a CK - detectam infarto até 2 semanas após o início dos sintomas CK-MB fração massa - mais específicos - se torna detectável em cerca de 6h - sobe e desce muito rápido (só é possível identificar de 2-4 dias) (bom para identificar pacientes que estão tendo reinfarto) Mioglobina - mais precoce - sobe mais rápido (nas primeiras horas após o infarto) - não é específica, porque tem várias condições que levam ao seu aumento - bom valor preditivo negativo, se na primeira hora a dosagem deu negativa pode-se excluir a doença, porém ela alta nem sempre determina um evento coronariano SCORE TIMI - Se somar os 7 fatores há uma pontuação: 0-2= risco baixo (faz tomografia para excluir ou internar); 3-4 risco intermediário; 5-7 alto risco PRINCÍPIOS FARMACODINÂMICOS DA DAC • O tratamento imediato para AÍ/IMSEST (sem supra) e IMEST é o mesmo • Objetivos: - Prevenir a recorrência de isquemia, corrigindo o desbarranco entre a oferta e o consumo de oxigênio no miocárdio - Prevenir a propagação do trombo - Estabilizar a placa “vulnerável” • Medicamentos antianginosos como: nitroglicerina, bloqueadores beta-adrenérgicos e os BCC favorecem a oferta e a demanda de oxigênio no miocárdio (prevenindo isquemia) APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período • Agentes antiplaquetários e antirrombóticos retardam a propagação do trombo e as estatinas promovem a estabilização da placa • Todo paciente com SCA (síndrome coronariana aguda)- SSST, independente da classe de risco, deve receber imediatamente medicamentos antianginosos, terapia antiplaquetária e estatina, a menos que contraindicado TERAPIA ANTIANGINOSA Nitroglicerina • É um vasodilatador em doses baixas e um dilatador arteríolas em doses maiores • Dessa forma, administrada por seu efeito vasodilatador e pela capacidade de aliviar a dor coronariana • Os efeitos vasodilatadores do medicamento diminuem o retorno venoso (reduzindo a pré carga) e a PA (reduzindo a pós carga), diminuindo assim o consumo de oxigênio • Maisneficaz se administrado 4h após o início dos sintomas Bloqueadores beta-adrenérgicos • diminuem os sintomas e o risco de IM em pacientes com SCA (síndrome coronariana aguda) • Atuam com antagonistas que bloqueiam as funções do SN simpático medidas pelos betarreceotores, logo, diminuem a demanda de oxigênio do miocárdio por diminuírem a FC, a contratilidade cardíaca e a PA • São administrados nas primeiras horas após o inicio do IMEST. Porém, não devem ser administrados no IMEST decorrentes do consumo de cocaína. • O objetivo da terapêutica é reduzir a FC de repouso entre 55 e 60 BPM, e em pacientes mais graves pode-se reduzir mais, sempre atentando para caso haja bradicardia ou sinais de bloqueios cardíacos BCC • Causam dilatação arterial, aumentam o fluxo sanguíneo arterial coronariano e reduzem a PA • OS di-hidropiridínicos diltiazem e varapamil diminuem a FC e são recomendados para pacientes com contraindicação a bloqueador beta-adrenérgico ou sintomas persistentes ou recorrentes ANTIAGREGANTE PLAQUETÁRIO Dificulta a formação do trombo na placa já rompida, função primordial na redução da mortalidade por infarto, impedindo a agregação plaquetaria e a formação de um trombo que possivelmente iria obstruir todo o vaso Ácido acetilsalicílico (AAS) • Eficiente em pacientes com quadros coronarianos agudos, como angina instável e IAM • Bloqueia formação de tromboxano A2 (substância vasoconstritora e pró-trombótica) Tienopiridínicos • Fármacos antagonista de ativação plaquetária : clodidogrel • Sua atividade antiplaquetária é sinérgica com o ácido acetilsalicílico, pois os dois agentes inibem diferentes vias de ativação plaquetária Trombolíticos/ terapia fibrinolítica • Medicamentos fibrinolíticos dissolvem coágulos sanguíneos e plaquetários, logo, são utilizados para reunir mortalidade, limitar dimensão do infarto, promover a cicatrização do infarto e o remodelamento miocardico e reduzir o potencial de arritmias potencialmente fatais • Ativam conversão de plasminogenio em plasmina, dissolvendo coágulos Anticoagulantes • deve ser administrada em todos os pacientes com SCA, a não ser que haja contraindicação, como presença de sangramento ativo • Heparina: efeito anticoagulante por acelerar a ação da antitrombina circulante e impede a propagação do trombo Estatinas • Inicio imediato recomendado para todos os pacientes com SCA-SSST (para promover estabilização da placa e restaurar a função endotelial • na doença crônica há uma capa fibrosa integra protegendo a capa, impedindo que ela se desestabilize. A estatina diminui o colesterol (retardando a alcólicas da doença), auxilia no aumento do HDL, sendo um fator protetor na doença; ela também estabiliza a placa de ateroma, deixando a placa fibrosa mais espessa, dificultando o seu rompimento, e logo sua evolução para a síndrome coronariana aguda • Droga mais impor tante na redução do r i sco cardiovascular • Mais potentes inibidores de LDL • Possui efeitos anti-inflamatórios, por exemplo, na aterosclerose, promove estabilidade da placa de ateroma • Ex: lovastatina, sinvastatina, pravastatina, atrovastatina CARACTERÍSTICAS DA DOR PRECORDIAL TÍPICA E ATÍPICA • A dor típica caracteriza angina ou infarto do miocárdio (coração), sendo parecida com um aperto ou opressão no peito. Geralmente, o incômodo é difuso, ou seja, sentido em uma área maior que um ponto específico - tem duração prolongada, superando os 10 minutos, pode se irradiar para o pescoço, ombros, braço esquerdo e, às vezes, para o braço direito • Atípica: dor no peito que não se aproximam do quadro clássico das síndromes coronarianas - aponta para uma causa diferente de angina ou infarto - Febre, tosse e queimação ou azia são alguns dos sinais que podem acompanhar esse tipo de incômodo REFERÊNCIAS: • NORRIS, Tommie L. Porth- FISIOPATOLOGIA. 10 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan,2021 • Clínica médica https://telemedicinamorsch.com.br/blog/o-que-e-infarto
Compartilhar