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5- ECG na isquemia miocárdica Introdução ECG é ferramenta extremamente útil na avaliação da cardiopatia isquêmica (Doença Arterial Crônica estável e Síndrome Coronariana Aguda) Nas SCAs: o Classifica IAM em com e sem supra de ST -> importantíssima implicação terapêutica= indica oclusão total de artéria do miocárdio Supra de ST com sintomas compatíveis com infarto= c=oclusão total da artéria -> desobstruir rapidamente a artéria o ECG inicial pode ser normal em até 18% dos casos de IAM, e em 25% é não diagnóstico (alterações inespecíficas) Seriar ECG (aumenta detecção de isquemia) e realizar dosagem dos marcadores de necrose miocárdica) Anatomia das coronárias Coronária direita: Átrio direito Maior parte do VD Parte do VE (parede inferior) 1/3 posterior do septo interventricular (descendente posterior) Nó sinusal (60% dos casos) e nó AV (80% dos casos) Coronária esquerda (descendente anterior e circunflexa); Átrio esquerdo Parte do VD Maior parte do VE 2/3 anteriores do septo IV e sistema de condução abaixo do nó AV Patologia: gravidade, extensão e reversibilidade do dano ao músculo cardíaco Isquemia -> grave e prolongada evolui para infarto= necrose Artéria epicárdica obstruída -> depende das colaterais para reperfusão Extensão das lesões: o Necrose (região irreversível) o Lesão (ainda é crítica) o Região isquêmica (território que pode ser salvo) Coronárias passam pelo epicárdio e penetram no músculo cardíaco até o endocárdio -> endocárdio tem mais chance de sofrer isquemia (pq é a região mais longe das artérias epicárdias + região que precisa de mais O2 por ser região que sofre mais contração) Tipos de infarto: o Infarto sub-endocárdico= infarto de menor gravidade limita para o subendocárdio OBS: miocardite poupa o subendocárdio o Infarto transmural: infarto extenso/ total Infarto sempre começa na região do subendocárdio Reflexo ao ECG do dano miocárdico Eletrodos exploradores da região com ZEI Diferentes territórios de lesão -> repercussões diferentes o Necrose/ fibrose: altera complexo QRS, formando a onda Q patológica= alargamento e aumento da profundidade de onda Q (onda Q geralmente indica infarto transmural) Zona elétrica inativa -> não tem atividade elétrica vindo em direção ao eletrodo -> só vê forças elétricas se afastando do eletrodo- > onda Q fica maior que o habitual Deflexão ampla (largura) e profunda: indica que teve infarto na região avaliada pelo eletrodo Onda Q patológica indica necrose/ cicatriz -> sem volta Definição de onda Q (patológica): > 40 mS de duração (maior que um quadradinho) = mais ampla/ larga Amplitude > 25% da onda R o Lesão: alteração do segmento ST Corrente de lesão Miócito isquêmico: se repolariza menos (fase diastólico), menor velocidade e magnitude de repolarização -> forma gradiente elétrico (dipolo) = responsável por alterações do segmento ST (avalia despolarização e repolarização) e da onda T o Isquemia : onda T Corrente de lesão: origem eletrofisiológica Supra desnivelamento do segmento ST TQ= diástole elétrica-> todo o miócito se despolarizou -> linha isoelétrica Em isquemia: repolarização é parcial -> superfície do miócito é menos positiva no momento da repolarização do que nos miócitos adjacentes que repolarizaram de forma adequada -> forma gradiente elétrico (dipolo) -> afasta do eletrodo explorador ->faz deflexão negativa -> mas equipamento faz uma correção da linha de base e faz uma elevação compensatória do segmento ST Corrente de lesão sistólica: corrente de lesão de sentido inverso -> deflexão positiva -> justifica a formação do supradesnivelamento do segmento ST = grau de isquemia mais avançado se encaminhando para o infarto Corrente de lesão e isquemia: diferença entre isquemia subendocárdica e epicárdica (transmural) Oclusão total : apiculamento de onda T -> formação de supra de ST o Oclusão total (infarto transmural) -> onda T apiculada e simétrica -> corrente de lesão vai de encontro ao eletrodo explorador -> supradesnivelamento de ST Oclusão parcial importante (isquemia subendocárdica): infra desnivelamento de ST e inversão de T o Sub-oclusão -> região subendocárdica sofre -> começa a ter lesão -> forma corrente de lesão - > corrente de lesão se afastando do eletrodo explorador -> infradesnivelamento de ST + inversão de onda T Corrente de lesão epicárdica (infarto transmural): supradesnivelamento de ST Corrente de lesão subendocárdica (infarto subendocárdico): infradesnivelamento -> inversão superior a 5 quadradinhos Como identificar supra-ST e critérios eletrocardiográficos para diagnóstico de IAM com supra ST Linha de base: final da onda T e início da onda P (olhar segmento TP) Grau de desnivelamento do ponto J (acima da linha de base= supra; abaixo= infra) o É necessário que esteja presente em duas derivações contíguas a partir de 1mm = paciente pode ter um infarto = emergência médica OBS: Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE): interfere na avaliação da presença de supra de ST o QRS alargado (mais que 120ms= mais q 3 quadradinhos) + padrão de torre em V5 e V6 + onda S profunda BRE presumidamente novo e sintomas compatíveis com IAM: equivalente à supra de ST para fins terapêuticos Identificação por meio do ECG da artéria culpada pelo IAM Supra de ST ou onda Q patológica em 2 derivações contíguas D2, D3 e aVF inferior V1 a v6 parede anterior Continuum do IAM transmural se não houver reperfusão Infarto transmural: nos primeiros segundos- corrente de lesão leva o apiculamento da onda T -> se funde e segmento ST faz supra -> forma onda Q -> músculo tá morrendo e deixa de ter corrente de lesão-> onda T começa a voltar -> onda Q larga e profunda e onda T invertida -> onda T pode voltar ao normal e onda Q permanece Conclusão ECG é ferramenta fundamental na cardiopatia isquêmica, particularmente nas SCAs o Supra de ST: oclusão total de artéria => reperfusão (fibrinolítico ou cateterismo- angioplastia mecânica) o Sem supra de ST: auxílio no diagnóstico: alterações do segmento ST e onda T (infra desnível de ST e inversão de onda T) -> artéria não completamente obstruída (sem indicação de fibrinolítico) + depois pode fazer um cateterismo Na DAC crônica, ondas Q patológicas indicam IAM prévio (antigo) 6- DAC estável e SCA Importância do tema Mortalidade alta Fisiopatologia da isquemia miocárdica Isquemia é um desbalanço entre demanda e oferta Aumento da demanda (necessidade) de O2 E/OU diminuição da oferta (suprimento) de O2 = ISQUEMIA Principal manifestação clínica da isquemia miocárdica: ANGINA o Classificações Angina estável Angina variante (prinzmetal) Angina instável Outros sintomas possíveis de isquemia: CASCATA ISQUÊMICA o Elevação de pressões intracardíacas: dispneia o Redução do DC (por conta da disfunção sistólica e diastólica): tontura, síncope o Ativação adrenérgica: diaforese, palpitações (arritmias) o Silenciosa: neuropatia sensitiva Fisiopatologia da isquemia miocárdica: aumento da demanda de O2 o Depende da pré-carga: impedância à ejeção do sangue (= pressão arterial) o Depende da pós-carga: volume de sangue ao fim da diástole o Depende da contratibilidade o Depende da frequência cardíaca Determinantes da demanda miocárdica de O2: analogia Pré-carga: o quanto tem q levar Pós-carga: inclinação da subida Contratibilidade: marcha/ torq Freq. cardíaca= nº de vezes q sobre a ladeira por min Essas variáveis determinam o gasto energético (combustível) Fisiopatologia da isquemia miocárdica: aumento da demanda de O2 o Doença arterial coronária (DAC) - etiologias Aterosclerose Anormalidade congênitas Vasculites Ponte miocárdica o Fatores de risco: Fatores não modificáveis Idade Gênero Fatores genéticos Etnia Fatores modificáveis HAS Tabagismo DM Sedentarismo/inatividade física Obesidade Alto colesterol Distinção: DAC x ICO (insuficiência coronária) DAC: alteração anatômica o Pode ou não diminuir o fluxo ICO: redução do fluxo presente (isquemia) + manifestações clínicas (angina) e/ou exames funcionais (teste ergométrico) = ICO Circulação coronária: fatores contribuintes para isquemia o Disfunção da microcirculação (não relaxa direito) o Vasoespasmo o Disfunção endotelial o Plaquetas e coagulação o Inflamação o Estenose coronariana crítica Obstrução > 70%= provável repercussão clínica Obstrução de 50-70%= possível repercussão clínica Obstrução< 50%=50% improvável de causar isquemia Angina: apresentações clínicas (estável, variante e instável) Angina estável -> (DAC) -> angina de limiar fixo (previsível) Formação de placas de fibroateroma -> limita a luz do vaso -> ao praticar exercício= aumenta demanda de O2 -> aumenta a demanda miocárdica por O2 (aumenta FC; aumenta PA; aumenta retorno venoso e aumenta contratilidade) -> mas o fluxo não consegue aumentar o suficiente (demanda supera a oferta)= isquemia -> dor Classificação da angina estável Classe 1: só esforços intensos Classe 4: dor ao repouso Angina variante (prinzmetal)-> DAC Limiar variável Tem componente de vasoespasmo (disfunção endotelial) -> ocorre em circulação doente (com placa de ateroma) Episódios ao repouso Paciente de risco: paciente tabagista Diagnóstico diferencial: doença do refluxo gastroesofágico Angina instável/ infarto agudo do miocárdio -> SCA É imprevisível COM supra de ST : forma trombo em cima da placa de ateroma -> obstrução total de uma hora para outra -> supra de ST -> repercussão anatomopatológica= infarto transmural -> evolui para onda Q patológica SEM supra de ST: ruptura da placa, mas trombo não fez oclusão total -> redução súbita, mas ainda passa um pouco de fluxo -> oclusão não total -> infra de ST -> repercussão anatomopatológica= infarto subendocárdico e não evolui com onda Q patológica Apresentação típica Apresentação possível Pouco comum (considerar dx diferencial) Continnum DAC crônica (estável) X SCA (instável) Progressão da DAC: lesão inicial (macrófagos espumosos) -> até a década progressão da doença -> a partir da 4a/5a década pode ocorrer complicação da lesão Síndrome Coronariana Aguda o IAM com supra de ST o IAM sem supra de ST o Angina instável Toda dor torácica compatível com isquemia, ao repouso, ou desencadeada por esforços mínimos, que se iniciou há menos de 30 dias deve ser considerada SCA!! Exames para diagnóstico de DAC/ ICO: ECG de repouso e de esforço; métodos de imagem; exames laboratoriais Isquemia: avaliação complementar Exames funcionais (avaliam presença de isquemia) o ECG de repouso (detecta SCA) Indicação: Síndromes Coronarianas Agudas até 10 min da chegada no hospital Ver se tem supra ou infra Ver se tem onda Q: pra ver se já teve infarto prévio o Teste ergométrico: pra ver se tem relação da angina com esforços (detecta DAC e ICO) o Ecocardiograma de esforço (detecta ICO) o Medicina nuclear Exames anatômicos (avaliam a presença de placas) o Cateterismo cardíaco (detecta DAC) o Angiotomografia cardíaca de coronárias Diagnóstico laboratorial de IAM o Marcadores de necrose miocárdico Principal é a troponina -> tem valor diagnóstico e prognóstico Obstrução da artéria -> necrose -> perde viabilidade da célula -> extravasamento de partículas de dentro da célula (troponina q faz parte do sarcômero) -> dosagem seriada o OBS: Nem todo aumento de marcadores de necrose representa IAM Tratamento DAC estável Tratamento clínico: medicações, mudança do estilo de vida o Betabloqueadores: diminui demanda miocárdica do coração por oxigênio: diminui frequência cardíaca, pré carga, contratilidade + aumenta oferta de O2: aumenta tempo diastólico o Nitratos: doador de óxido nítrico-> relaxamento do músculo liso (reduz demanda e aumenta oferta)-> vasodilatador o Reduzir eventos cardiovasculares agudos Aspririna: antiplaquetário -> diminui agregação plaquetária sobre a placa aterosclerótica Estatina: reduz a placa, efeito anti- inflamatório na placa -> estiliza a placa (dar independente do colesterol) IECA: se paciente hipertenso Revascularização: cirúrgica e percutânea (stent) o Risco: pode ter infarto, AVC, risco de lesão renal (contraste), risco de infecções/ sepse (cirurgia); necessidade futuras de intervenções o Indicação: lesão de tronco de coronária esquerda; IC + isquemia extensa Objetivos: o Redução de sintomas o Redução do risco de IAM, AVC e morte cardiovascular SCA Tratamento clínico Reperfusão/ angioplastia: momento da indicação Objetivos: o Estabilização clínica inicial o Redução da mortalidade imediata (intra- hospitalar) o Redução do risco futuro de IC isquêmica (salvara músculo cardíaco em risco) o Se supra: reperfundir o Reduzir a formação de trombo: antiagregante plaqetário e anticoagulante Alvos do tratamento anti-trombótico na SCA o Antagonista de receptor ADP das plaquetas-> impede a adesão de plaquetas (SCA em geral) - > antiagregante o Redução da formação de tromboxano -> impede a agregação plaquetária (aspirina impede a cicloxigenase e não tem mais liberação de tromboxano) (SCA em geral) -> antiagregante o Reduz a formação da trombina (SCA em geral) - > anticoagulante o Fibrinolítico: degradação do trombo (IAM com supra de ST APENAS) IAM com supra de ST = trombo oclusivo o Reperfusão imediata Farmacológica (fibrinolíticos) Mecânica (angioplastia) o Tempo é músculo: até 12 horas é bom candidato para terapia de reperfusão Estatina (efeito não é tão agudo), beta bloqueador (pra inibir a ativação do simpático-> quando a pessoa não está com a IC) e IECA (reduz PA, pós- carga) avaliação em 24 hs pra ver se precisa Betabloqueador: reduz fq, contratilidade -> reduz DC; reduz PA; reduz a pós-carga (pq reduz PA) Choque cardiogênico: baixo DC
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