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Studocu is not sponsored or endorsed by any college or university Apontamentos - P. Saúde (1ª Frequência) Psicologia da Saúde (Universidade do Algarve) Studocu is not sponsored or endorsed by any college or university Apontamentos - P. Saúde (1ª Frequência) Psicologia da Saúde (Universidade do Algarve) Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia https://www.studocu.com/pt/document/universidade-do-algarve/psicologia-da-saude/apontamentos-p-saude-1a-frequencia/17515802?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia https://www.studocu.com/pt/course/universidade-do-algarve/psicologia-da-saude/3384313?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia https://www.studocu.com/pt/document/universidade-do-algarve/psicologia-da-saude/apontamentos-p-saude-1a-frequencia/17515802?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia https://www.studocu.com/pt/course/universidade-do-algarve/psicologia-da-saude/3384313?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 1 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA SAÚDE • Conteúdos: a) Contexto histórico; b) Definição; c) Objetivos e áreas de investigação e intervenção. • Enquadramento histórico do surgimento da psicologia da saúde: a) As conceções de saúde e doença acompanharam a evolução da Humanidade. b) Cinco períodos marcam a história da Saúde. Cinco períodos: 1. Período pré-científico (até ao século XVII); 2. Período de início do desenvolvimento do modelo biomédico; 3. Primeira revolução da saúde (século XIX); 4. Segunda revolução da saúde (início na década de 1970); 5. Terceira revolução da saúde. Período pré-científico: A assistência aos doentes era baseada na observação dos animais. A doença era concebida como consequência de “espíritos malignos”. Civilização grega: contributo de Hipócrates. Período de inicio do desenvolvimento do modelo biomédico: Galileu, Newton, Descartes delinearam os princípios básicos da ciência. O Homem era comparado a uma máquina - perspetiva mecanicista. Doença corresponderia a uma avaria temporal ou permanente do funcionamento de um componente ou da relação entre componentes. Cura: Reparação da máquina; Desenvolvimento da “Teoria do Germe”: a) Um determinado agente patogénico influencia o organismo; para conhecer a cura é necessário identificá-lo. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 2 Modelo Biomédico, enquanto quadro de referência. Em que consiste? a) Causas da doença: biológicas; b) Tipo de tratamentos: médicos; c) Responsabilidade pelo tratamento: médico; d) Saúde e doença: completamente distintas; e) Relação mente/corpo: independência da mente e do corpo. A teoria, a prática e a investigação passaram a assentar nos seguintes princípios: a) Os sistemas corporais deixam de ser vistos como um todo passa-se a valorizar a sua divisão em partes pequenas; b) As características particulares de cada indivíduo deixam de ser o foco de atenção médica e passa-se a valorizar as características universais de cada doença; c) O corpo é o mais importante (e não o meio ambiente ou as emoções). Primeira revolução da saúde: Caracteriza-se pela aplicação do modelo biomédico à prevenção das doenças. Proporcionou o desenvolvimento de novas medidas de saúde pública baseadas na Teoria do Germe. Argumentos que justificaram a aplicação do modelo biomédico à saúde pública: a) O tratamento e a cura (quando possível) das doenças infeciosas eram difíceis e dispendiosos; b) As doenças infeciosas eram contraídas em contacto com o ambiente físico e social que continha o agente patogénico; c) As doenças infeciosas só se contraiam quando o organismo hospedeiro representava um meio favorável para a instalação do agente patogénico. Condições sociais e causas de mortalidade: Contexto: revolução industrial (séc. XVIII). Condições de salubridade e habitabilidade: precárias. Consequências: Doenças (tuberculose, pneumonia, sarampo, gripe, difteria). Aumento da mortalidade causado pelas doenças infectocontagiosas. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 3 Modelo Biomédico: a) Prós: a. Contribuiu para a diminuição da taxa de mortalidade devido às doenças infecto- contagiosas; b. Eficiente no combate às doenças agudas. b) Contras: a. Desvaloriza o papel dos aspetos psicológicos, sociais, comportamentais, pois foca-se exclusivamente no corpo e na doença; b. Foco no corpo Segunda revolução da saúde: A intervenção deixa de estar focada nas doenças e passa a estar na promoção da saúde. Características principais: a) Foca-se na saúde e não na doença; b) Defende o retorno a uma perspetiva ecológica. É defendida uma perspetiva biopsicossocial. As doenças mais responsáveis pela mortalidade tinham uma etiologia comportamental – epidemia comportamental. a) Fumar; b) Sedentarismo; c) Dieta desequilibrada; d) Consumir álcool ou drogas; e) Riscos que originam acidentes (e.g., condução perigosa). Um estudo desenvolvido nos Estados Unidos da América, em 1976, mostrou que as mortes prematuras se deviam a (Richmond, 1979): a) 50% ao estilo de vida; b) 20% a fatores ambientais; c) 20% biologia humana; d) 10% a cuidados de saúde inadequados. Desde meados do século XX: a mortalidade causada pelas doenças oncológicas e pelas doenças cardiovasculares aumentou substancialmente. As doenças oncológicas e cardiovasculares são desenvolvidas, em parte, por fatores comportamentais. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 4 É preciso mudar COMPORTAMENTOS! à Psicologia da Saúde Modelo Biopsicossocial: Em que consiste? Causas da doença: Interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. Tipo de tratamentos: médicos , psicológicos, sociais, ... Responsabilidade pelo tratamento: Aumento da responsabilidade do doente. a) Saúde e doença: Saúde e doença como um contínuo; b) Relação mente/corpo: Interinfluência corpo-mente. Engel (1977): De acordo com o modo bio-psico-social, para a saúde e para a doença contribuem, de igual modo, os aspetos biológicos, psicológicos e/ou sociais. Agora, as causas das doenças podem referir-se a uma multiplicidade de fatores; o sujeito pode ser responsável pelo tratamento deixar de ser, apenas, o médico, havendo responsabilização na atitude do dente face a este. Modelo Biomédico vs. Modelo Biopsicossocial: Modelo Biomédico Modelo Biopsicossocial Causas Fatores de natureza biológica, internos ou externos ao sujeitodoente: fisiologia, bactérias, vírus. Multiplicidade de fatores: os mesmos fatores biológicos, mais os fatores sociais e psicológicos. Responsável O sujeito é considerado vitima dos condicionantes O sujeito pode ser parcialmente considerado responsável pela sua Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 5 biológicos que determinam a doença: contacto com vírus. doença: a responsabilização pode ser negativa no sentido em que passa para a culpabilização. Tratamento Medicação, vacinação, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, etc. Considerando a pessoa na sua totalidade: a medicina em conjunto com o suporte social, as crenças e a personalidade. Responsável pelo tratamento Médico. O médico e o doente: o doente tem uma participação ativa no tratamento e na tomada de decisão. Relação entre a mente e o corpo Entidades separadas: mente contém a vida psicológica; corpo refere-se à matéria física. Interação mente-corpo: o facto de uma pessoa estar deprimida pode levar a que desenvolva mais problemas. O papel da psicologia A doença (biológica) tem consequências psicológicas. Os fatores psicológicos podem ser considerados na etiologia da doença e da saúde. Terceira revolução da saúde: Teve início nos anos 90, do século XX. O que surge de novo na 3.a revolução? Fatores que acarretam custos aos serviços de saúde. Alterações demográficas. Aumento da expectativa de vida. Aumento da prevalência de doenças crónicas. Novas necessidades que ultrapassam a cura da doença. Preocupação com a qualidade de vida. Potencializar determinantes da eficácia das intervenções. Aproximação dos serviços à comunidade. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 6 Síntese: Modelo Biomédico – centrou-se na doença; Primeira Revolução da Saúde – centrou-se na prevenção das doenças; Segunda Revolução da Saúde – centrou-se na saúde; Terceira Revolução – qualidade de vida; controlo de custos. • Surgimento da psicologia da saúde: Prevenção da doença/promoção da saúde: Há o surgimento de tecnologias que incentivam a promoção da saúde: a) Dar informação; b) Criar espaços saudáveis (espaços verdes); c) Criar obstáculos aos comportamentos de risco (aumento do preço do tabaco); d) Disseminar modelos de comportamento – Identificar os líderes de uma comunidade, como o presidente, e levá-lo a mudar o seu comportamento (se o virem a fazer, vão fazer igual); e) Estimar competências psicológicas (regulação das emoções); f) Incentivar a apoiar as mudanças de comportamentos (espaços onde possam obter ajuda). • Definições: “Qualquer aplicação científica ou profissional de conceitos e métodos psicológicos a todas as situações próprias do campo da saúde, não apenas nos cuidados da saúde mas também na saúde pública, educação para a saúde, planificação da saúde, financiamento, etc...” Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 7 Conjunto de contribuições específicas, educacionais, científicas e práxicas da disciplina da Psicologia, para a promoção e manutenção da saúde, prevenção e tratamento da doença e disfunções relacionadas. Estudo científico do comportamento, pensamentos, atitudes e crenças relacionadas com a saúde e a doença. Área da psicologia emergente no final dos anos 70 para examinar as causas das doenças e estudar vias para promover e manter a saúde, prevenir e tratar a doença e melhorar o sistema sanitário. Convergência das contribuições específicas das diversas áreas de conhecimento da Psicologia (Psicologia clínica, Psicologia educacional, Psicologia social, Psicobiologia), tanto na promoção e manutenção da saúde como na prevenção e tratamento da doença. Síntese: Aplicação dos conhecimentos científicos e técnicos das diversas áreas da Psicologia: a) Aos conhecimentos das causas psicológicas da saúde e da doença; b) À prevenção da doença e promoção da saúde; c) À adaptação à doença e ao tratamento; d) À melhoria das dimensões organizacionais associadas aos serviços de saúde; e) À melhoria da qualidade de vida. • Objetivos: Compreender, explicar, desenvolver e testar teorias: a) O papel do comportamento na etiologia da doença; b) As variáveis psicológicas associadas aos comportamentos; c) O papel da Psicologia na vivência da doença; d) O papel da Psicologia no tratamento da doença. Aplicar essas teorias: a) Promoção de um comportamento saudável; b) Prevenção do aparecimento da doença; Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 8 c) Função preventiva; d) Promover um comportamento saudável; e) Prevenir o aparecimento da doença. Função terapêutica: a) Promover a adaptação à doença e adesão ao tratamento; b) Potenciar os fatores de eficácia da intervenção; c) Aumentar a qualidade de vida relacionada com a doença; d) Melhorar a qualidade da prestação dos serviços de saúde; e) Através da intervenção na componente organizacional dos serviços. • Psicologia da saúde a nível internacional e nacional: Nível internacional: 1976 – APA task force on health research 1978 – Divisão de Psicologia da Saúde na APA 1982 – Journal of Health Psychology 1984 – OMS sugere a aplicação prática da psicologia aos problemas de saúde Nível nacional: 1980 – Artigo de Pereira sobre a relação entre comportamento, saúde e doenças (Ribeiro, 2005); 1987 - Cadeira de Psicologia da Saúde no ISPA; 1989 - “A Psicologia nos serviços de saúde”, seminário organizado pela APPORT, em Lisboa; 1992 - “Psicologia e Saúde”, primeiro número temático na Análise Psicológica; 1993 – 1o Mestrado na FPCE na Universidade de Lisboa; 1994 - 1o Congresso Nacional de Psicologia da Saúde (ISPA e APP); Psicologia Clínica na carreira de Técnicos Superiores de Saúde; 1995 - Fundação da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde; 1997 - 2o Congresso Nacional de Psicologia da Saúde; I Conferência de Psicologia nos Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 9 Cuidados de Saúde primários; Regulamento dos estágios profissionais pré-carreira; 2000 – Publicação da primeira edição da revista “Psicologia: Saúde & Doenças” pela SPPS (Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde); 2001 – Fundação da Associação Portuguesa dos Psicólogos dos Cuidados de Saúde Primários; ... 2016 – 11.o Congresso Nacional de Psicologia da Saúde - "Desafios da Psicologia da Saúde num Mundo em Mudança“. Investigação: a) Desenvolveu-se sobretudo a partir de 1990; b) Em contexto académico; c) Estudos focados sobretudo na doença e não na saúde; d) Prioridade: responder às necessidades de investigação identificadas nos serviços de saúde. Formação: a) ISPA; b) Universidade do Minho; c) FPCE das Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra; d) UALG (DPCE) – Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde e) Existem pós-graduaçõesem todo o País. Intervenção: a) Em Centros de Saúde (1994); b) Cuidados de saúde diferenciados; c) Em maternidades; d) Pediatria; e) Neuropsicologia; f) Oncologia; g) Cirurgia; h) Doenças infeciosas; Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 10 i) Toxicodependências; j) Reabilitação; k) Saúde mental... O psicólogo a trabalhar em Psicologia da Saúde: a) Psicólogos Clínicos; b) Nos cuidados de saúde primários. O que faz com que se considere que o psicólogo trabalha em psicologia da saúde é o objeto de estudo, a metodologia de investigação, avaliação e intervenção utilizados e não somente o facto de trabalhar num contexto relacionado direta ou indiretamente com a saúde e a doença. Recursos para estudar Psicologia da Saúde: a) Web of Science; B-ON; b) Centenas de revistas com a palavra “health” Mais as revistas de especialidade, por exemplo: a. “Journal of Pain”; b. “Journal of Primary Prevention”; c. “Diabetes Care”; d. “Journal of Substance Abuse Treatment”; e. “Psicologia: saúde & doenças” (revista da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde); f. www.sp-ps.com Validade Social da Psicologia da Saúde: A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) produziu recentemente um documento onde apresenta evidências dos benefícios em termos de custos da intervenção psicológica nos cuidados de saúde: a) Saúde Mental; b) Mas também no controlo das doenças: a. Doença cardiovascular; Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 11 b. Doença oncológica; c. Artrite reumatoide; d. Dor crónica. Criou uma especialidade “Psicologia Clínica e da Saúde” (Regulamento n.o 107-A/2016). Áreas estratégicas para o futuro da Psicologia da Saúde em Portugal: a) Promoção da saúde; b) Prevenção e controlo de problemas de saúde prioritários; c) Saúde de grupos de maior vulnerabilidade; d) Comunicação em saúde; e) Utilização dos serviços e recursos de saúde; f) Satisfação dos utentes; g) Doenças crónicas; h) Humanização e qualidade; i) Participação dos cidadãos e da comunidade. ADAPTAÇÃO À DOENÇA • Conteúdos: Adaptação à doença: a) A doença como facto biológico, psicológico e social; b) Modelos teóricos de adaptação à doença; c) Avaliação da adaptação à doença. • Modelos de adaptação à doença: a) Modelo do Senso Comum de Autoregulação da Saúde e Doença - Leventhal et al. b) Estratégias de coping na adaptação à doença - Lazarus e Folkman c) Estratégias de coping na adaptação à doença - Moss e Schaefer Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 12 • Modelo do Senso comum de autorregulação da saúde e doença – Leventhal et al.: Modelo de autorregulação do comportamento de doença de Leventhal: O modo como os indivíduos lidam com as doenças ou com outros problemas é similar. O estado de normalidade equivale a estar saudável. Este modelo é bastante importante pois foi criado nesta área e não adaptado de outras e após aplicado a esta. Início de doença = problema = necessidade de readquirir o estado de normalidade (saúde). Diferentes fases do modelo: Fase 1 - Interpretação / Representação cognitiva e emocional da ameaça à saúde. Fase 2 - Coping / Plano de ação. Fase 3. Avaliação / Ponderação. Quaisquer estratégias de coping terão de estar relacionadas tanto com as cognições da doença, como com o estado emocional do indivíduo. De acordo com Leventhal, pode-se dar sentido ao problema ao aceder às cognições que o indivíduo tem acerca da doença. Através dos sintomas e das mensagens sociais, estas representações dar-lhe-ão sentido e permitirão ao indivíduo desenvolver e considerar as estratégias de coping. A identificação do problema também resultará a nível emocional. A perceção do sintoma pode levar ao medo de estar doente e ter de imediato a iniciativa de planos de ação com o objetivo de voltar a sentir-se bem. O afeto negativo (preocupação) depende da presença em simultâneo das expetativas (negativas) e dos sintomas (input). Cognitiva Emocional Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 13 Estímulos Internos: O ser humano está permanentemente atento às sensações corporais de modo a identificar todo o tipo de sintomatologia que provoca desconforto e/ou ameaça o seu equilíbrio. Exemplo: dor, tosse, náuseas. Inicia-se um processo de autoinquirição. Fase 1. Interpretação / Representação cognitiva e emocional da ameaça à saúde Variabilidade individual na perceção de sintomas: a) Nível de atenção dispensada aos estados internos; b) Humor (tipos de humor); c) Cognições (quanto maior tendência hipocondríaca, mais ligam); d) Ambiente (influência do meio). Mensagens sociais. Há necessidade de atribuir uma designação ao problema, quer para o próprio, quer para as pessoas à sua volta. Sintomas correspondem a protótipos de doenças – construção social. Equivalência entre sintomas e os protótipos de doença. Regra de Simetria - Necessidade que o individuo tem para procurar uma resposta para os sintomas que está a sentir (protótipo de doença); pode não corresponder à realidade. Dimensões da representação da ameaça/doença: a) Sintomas e identidade: a. Sintomas e nome da doença. b) Tempo: a. Duração esperada do sintoma. c) Consequências: a. Esperadas em função da doença. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 14 d) Causa: a. Biológica vs. Psicológica. e) Controlo: a. Há expectativa de tratamento. Vias da representação da ameaça: a) Percetiva: a. Experiência concreta experienciada no corpo. b) Semântica: a. Representação/conhecimento abstrato acerca da experiência concreta As vias percetivas e semântica interagem. Processos bottom-up e/ou top-down. Fase 2. Coping / Plano de Ação: a) Plano de aproximação: a. Na tentativa de encontrar resolução para o problema. b) Plano de evitamento: a. Comportamento de negação, fuga, afastamento. Fase 3. Avaliação: a) Estimar quanto a fase de coping foi bem-sucedida; b) Decidir se mantém a estratégia de coping selecionada ou se opta por outra alternativa. O contexto social: O ajustamento à doença ocorre numa cultura com regras, valores e conhecimentos (linguagem, significado das doenças, organização do sistema de saúde). As características do contexto social interagem com as características individuais no processo de adaptação à doença. As três fases do modelo estão interrelacionadas para garantir o retorno do indivíduo à normalidade. O modelo apresenta vantagens e desvantagens. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 15 • Estratégias de Coping na adaptação à doença: Modelo de Lazarus e Folkman (1984): Modelotransacional. Stress como transação estímulo/resposta. “Uma relação particular entre o indivíduo e o ambiente que é avaliada por este como excedendo os seus recursos e ameaçando o seu bem-estar.” AVALIAÇÃO à aquilo que nós tendemos a chamar como stressante, depende da avaliação que a pessoa faz da situação. Balanço do Stress: A avaliação do stress depende do balanço que nós fazemos entre as exigências do meio e as estratégias que temos para lidar com essas exigências. Quando as exigências correspondem aos recursos existentes, há um balanço adequado, o que leva a uma ausência de stress ou stress reduzido. Quando os recursos existentes são superiores às exigências necessárias, há um balanço desadequado de stress reduzido e uma vida monótona. Quando as exigências necessárias são superiores aos recursos existentes, há um balanço desadequado e níveis de stress elevado. Relação entre doença e stress: Os resultados das investigações mostram que a doença é uma situação indutora de Stress: A doença em quase todos os casos causa stress porque é avaliada como: Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 16 a) Dano/perda (ameaça à integridade física): Perda de um órgão (ex. apêndice), perda de uma capacidade (ex. fala), ou de ambas (ex. útero e capacidade reprodutora); b) Ameaça: Imediata (dor ou imobilidade); Demorada (perda de controlo, desconhecimento do que pode acontecer); Papéis Normais (sociais, laborais, familiares, sexuais). Não é necessário ter uma doença para sentir stress, sendo que apenas a antecipação da mesma já provoca stress. Contudo, a doença aumenta a vulnerabilidade ao stress: em pessoas doentes situações geralmente neutras tornam-se indutoras de stress. Ex: Indivíduos com diabetes, quando sentem alguma sensação diferente e dita estranha, calculam de imediato que esse estado pode dever-se a uma piora dos seus diabetes. A doença causa stress nos familiares da pessoa doente, sendo que se produzem alterações nos papéis habituais dos elementos da família. Ex: normalmente são os pais que cuidam dos filhos, mas no caso de haver uma mãe doente, o filho ajudará o pai a tratar da mãe. As consequências emocionais do stress provocado pela doença são geralmente a ansiedade e a depressão. Ansiedade de sentirem a antecipação de poderem piorar e a depressão da tristeza que sentem por estar a acontecer isso com eles e um medo de perder a vida. Perante uma situação de doença*: Ocorre um primeiro momento de avaliação que é designada por Avaliação Primária. *Em comparação com o modelo de Leventhal este modelo não se foca detalhadamente na construção de uma representação acerca da doença. Avaliação primária: A avaliação primária pode levar a que se considere a doença como uma situação: a) Irrelevante/Neutra: Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 17 a. A situação é avaliada como sem implicações ou sem consequências negativas para a pessoa à Há uma reação emocional neutra. b) Stressante; c) (Positiva). Avaliação secundária: Tenta responder às seguintes questões: Tenho recursos suficientes para fazer face à situação? Quais são os recursos que posso utilizar? Será que sou capaz de aplicar esses recursos? Será que resulta? A resposta a estas questões define o modo como a pessoa vai lidar com a doença. A diferença entre elas situa-se no conteúdo avaliado: a) A primária avalia a fonte de stress; b) A secundária avalia os recursos para fazer face à fonte de stress. A avaliação: a) A avaliação primária não é mais importante do que a secundária; b) A diferença entre elas situa-se no conteúdo avaliado; c) A primária avalia a fonte de stresse; d) A secundária avalia os recursos para fazer face à fonte de stresse. O coping: Em que consiste o COPING? ...representa os esforços cognitivos e comportamentais realizados pelo indivíduo para lidar com exigências específicas, internas ou externas, que são avaliadas como ultrapassando os seus recursos, i.e., que excedem os recursos adaptativos do indivíduo. a) São as respostas cognitivas e comportamentais perante uma situação stressante; b) Trata-se de um processo; c) Exige esforço; d) Pode ser mediado por outras variáveis psicológicas e sociais. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 18 O processo de coping constitui-se em uma mobilização de esforços, através do qual indivíduos irão empreender esforços cognitivos e comportamentais para administrar (reduzir, minimizar ou tolerar) as demandas internas ou externas que surgem da sua interação com o ambiente. Tipos de coping: a) Coping dirigido ao problema; b) Coping dirigido à emoção. Coping dirigido ao problema: Respostas para lidar ou alterar a situação stressante (a doença): a) Procura de informação especializada (eg., ir ao médico); b) Instruções comportamentais para lidar com os sintomas (eg., colocar gelo quando tiver dor); c) Modificar comportamentos para prevenir a recidiva (eg., fazer dieta). Coping dirigido à emoção: Respostas para lidar com as resultantes da situação stressante: a) Ver o lado positivo; b) Regular as emoções; c) Distanciamento emocional. É um coping paliativo: a) A pessoa sente-se melhor sem fazer nada para alterar ou modificar a situação problemática. Avaliação terciária: O que fiz para lidar com a doença e com as emoções resultou? Há um controlo dos sintomas? As emoções são ajustadas ao problema?... E não afetam a adaptação ao tratamento? Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 19 Se a avaliação não é eficaz e satisfatória mantém-se a situação stressante e a necessidade de continuar a lidar (coping) com o problema (doença) e com as emoções. • Estratégias de coping à doença – Moss e Schaefer: Competências de coping: a) Coping centrado na Avaliação; b) Coping centrado no Problema; c) Coping centrado nas Emoções. Coping centrado na avaliação: Análise lógica: a) Um evento aparentemente incontrolável é dividido em partes controláveis. Redefinição cognitiva: a) Aceitação da realidade da situação e redefinição da mesma de um modo aceitável e positivo Evitamento cognitivo ou negação: a) Minimização do problema ou mesmo negação. Tentativas para compreender a doença e representa a busca de significado. Coping centrado no problema: Procura de informação: a) Organização de uma base de conhecimentos. Começar a resolução de problemas: a) Ações específicas e adequadas para resolver o problema. Identificar as recompensas: a) Planear acontecimentos e objetivos que proporcionem satisfação a curto prazo. Envolve a confrontação e a reconstrução deste de modo que se torne controlável. Coping centrado nas emoções: Regulação afetiva: a) Envolve o esforço para manter esperança. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequenciaPSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 20 Descarga emocional: a) Expressão de sentimentos de raiva, de desespero, de tristeza. Aceitação resignada: a) Implica a aceitação dos resultados inevitáveis da doença Implica que o indivíduo controle as suas emoções e mantenha o equilíbrio emocional. Doença e coping: Poderá a negação ter um efeito adaptativo? a) Numa fase inicial a negação pode ser útil para lidar com uma doença grave. Podemos optar por uma perspetiva pragmática e avaliar a sua eficácia em função dos resultados esperados e dos resultados obtidos. a) Se o coping ajuda no tratamento/adaptação à doença, ou se é esse o seu resultado esperado, então é eficaz. Assim, de acordo com esta teoria de coping, com a crise da doença física, os indivíduos avaliam a doença e usam depois uma diversidade de tarefas adaptativas e de competências de coping que, por sua vez, vão determinar os resultados. • Avaliação da adaptação ao tratamento: Avaliação: Técnicas e Instrumentos: a) Entrevista; b) Inventários/questionários: a. IPQ-R – Revised Illness Perception Questionnaire (Moss-Moris); b. Cope / Brief Cope… Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 21 c) Observação direta; d) Auto-observação. Avaliação adaptada à doença: Será que a pessoa está a adaptar-se à doença/tratamento? Conhece a doença? a) A representação da doença não corresponde à realidade da mesma? Conhece o tratamento? a) Julga que o tratamento pode ser gerido de uma forma que não corresponde ao que realmente deve ocorrer? O que faz ajuda a lidar emocionalmente com a doença? a) Não fala com os outros para não os preocupar quando aquilo que não preocuparia os outros era que se falasse sobre a doença? Será que a pessoa está a adaptar-se à doença/tratamento? a) Qual o impacto que a doença teve na sua vida? a. Como alterou os seus hábitos, interesses, estilo de vida, etc... b) Qual o significado que a doença teve para a pessoa? a. “Obrigou-me a redefinir objetivos de vida...”; “agora sinto as coisas de uma maneira diferente...” ADESÃO AO TRATAMENTO • Conteúdos: Adesão ao tratamento: a) O comportamento de adesão; b) Relevância da adesão; c) Fatores preditores da adesão; d) Modelo da hipótese cognitiva da adesão de Ley; e) Avaliação da adesão; f) Estratégias que promovem a adesão ao tratamento. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 22 • Adesão: Em que consiste: Medida em que o comportamento de um indivíduo (tomar a medicação prescrita, seguir a dieta e/ou mudar o estilo de vida) corresponde às recomendações de um profissional de saúde. Adesão – Biopsicossocial; relação similar; relação contratual. Cumprimento – Biomédico; autoridade – profissional; submisso – paciente. Diferenças: tipo de relação entre o profissional e o doente; grau de responsabilidade atribuído pelo resultado. Cumprimento de adesão dependem do padrão de comunicação subjacente: Relacionamento mítico (Cumprimento) Relacionamento contratual (Adesão) o Dependência afetiva; o Estatuto social e científico; o Autonomia afetiva; o Contrato que define as funções do Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 23 o Dependência das explicações do médico; o Permeabilidade à influência do médico. Os médicos consideram “bom doente” aquele que se apoia no primado da relação mítica. (Joyce-Moniz & Barros, 2005, p.199) cuidador; o Reação crítica; o Co-construção de significados (o cuidador explicita as sugestões que são negociadas com o doente). Relevância: a) Progressão da doença; b) Efeitos secundários da doença; c) Baixa qualidade de vida; d) Menor taxa de sobrevivência; e) Problemas psicossociais; f) Subaproveitamento dos recursos do sistema de saúde; g) Impacto económico; h) Morte. Se for o diagnóstico incorreto e não aderir, é bom resultado. O panorama: Entre 46% e 61% das vezes, os pacientes com intenção de seguir o tratamento, Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 24 não o seguem. A adesão é superior em doenças agudas. A adesão é de cerca de 50% em doenças crónicas, no entanto, tende a diminuir a partir dos 6 meses de tratamento. a) A dieta não é cumprida em 51% das vezes; b) O exercício físico não é cumprido em 51% das vezes; c) 20-30% falha o cumprimento de tratamentos curtos; d) 30-40% falha se o regime é de caráter preventivo; e) Somente 55% dos doentes adere aos tratamentos para processos crónicos. Em metade dos tratamentos prescritos não há adesão (Brannon & Feist, 2001). Preditores: Preditores de Adesão: a) Fatores relacionados com os profissionais de saúde: a. Comunicação verbal; b. Caraterísticas do profissional de saúde. b) Fatores relacionados com o paciente; c) Fatores relacionados com a doença e o tratamento; d) Fatores relacionados com a prevenção. Fatores relacionados com os profissionais de saúde: Comunicação verbal: Falta de comunicação é o melhor preditor - Menos comunicação significa menor adesão. Médicos: a) Procuram informação sobre sintomas; b) Prestam menos atenção a dimensões emocionais: a. Pode ser interpretado como falta de preocupação. Os pacientes consideram que os médicos prestam pouca informação sobre como modificar o estilo de vida, quando surge essa necessidade. Quando prestam essa informação dão pouco suporte à mudança comportamental. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 25 Caraterísticas do profissional de saúde: Mais adesão quando o médico: a) Tem atitude calorosa, amistosa e preocupada com o bem-estar do paciente; b) Estabelece contacto visual, sorri e é bem-humorado. Menos adesão quando o médico: a) Tem uma atitude autoritária; b) Não considera a opinião dos doentes no momento de tomar decisões. Para melhorar a adesão: a) O médico/profissional de saúde deve: a. Considerar o doente como um todo, atendendo também às variáveis emocionais; b. Adotar um estilo de relação contratual e treinar competências relacionais; c. Indicar informação comportamental para adesão; d. Confirmar e valorizar as mudanças conseguidas. Fatores relacionados com o paciente: Os estereótipos do doente em relação às significações do médico podem ser determinantes na adesão (Joyce-Moniz & Barros, 2005). Características Pessoais: a) Idade; b) Sexo; c) Apoio Social; d) Personalidade; e) Crenças. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 26 Para melhorar a adesão: a) Implicar pessoas significativas no tratamento; b) Diminuir a instabilidade emocional; c) Aumentar a perceção de autocontrolo sobre a doença. Fatores relacionadoscom a doença e o tratamento: Gravidade da doença: Ao contrário do que seria de esperar não há relação direta entre gravidade da doença e cumprimento das prescrições: a) Quando a avaliação é feita pelo médico. No entanto, a gravidade da doença avaliada pelo doente e a dor associada já prediz a adesão. A adesão é maior quando os pacientes se sentem mais ameaçados e acreditam na eficácia do tratamento: a) A adesão depende da avaliação de ameaça em combinação com a avaliação de eficácia do tratamento. Características do tratamento a) Complexidade; b) Duração; c) Múltiplos; d) Efeitos retardados; e) Efeitos secundários. Fatores relacionados com a prevenção: Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 27 Avaliação: Modelos psicológicos da adesão: Modelo da hipótese cognitiva de adesão de Ley: Ley, 1981, 1989. Modelo da hipótese cognitiva da adesão defendendo que esta se podia prever através da combinação da satisfação do doente em relação à consulta com a compreensão da informação dada e a capacidade de recordar essa informação. Compreensão: a) Conhecimentos de anatomia; b) Causas da doença; c) Gravidade. Estudos realizados indicam que os doentes não possuem informação e conhecimento acerca dos mecanismos que explicam a doença. Não compreender o que está subjacente à doença limita a adesão ao tratamento. Memória: a) Entre 22% e 37% das pessoas esquecem os procedimentos associados ao tratamento; b) Nome do tratamento; c) Dose; d) Duração. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 28 Alguns estudos sugerem que a memorização não depende somente da idade. A informação memorizada depende: a) Ansiedade; b) Competências intelectuais; c) Conhecimentos médicos; d) Da comunicação do médico; e) Efeito da primazia; f) Afirmações do médico. Satisfação: a) Afeto (e.g., apoio emocional); b) Comportamento (e.g., explicações/informação); c) Competência (e.g., diagnóstico). Alguns estudos indicam que a satisfação com a consulta melhora a adesão. Intervenientes: Estratégias para melhorar a adesão: Uma possível solução para estes problemas será evitar as prescrições na primeira consulta, outra, bem menos radical, poderá comportar uma melhor informação sobre a prescrição, propondo, por exemplo, uma sequência temporal (calendário) para integrar os diferentes medicamentos e a doses indicadas em casa caso. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 29 “A estratégia mais adequada para assegurar a adesão ao tratamento é o fornecimento [comunicação] de informação” (Joyce-Moniz & Barros, 2005). Simplificar: a) Dividir uma prescrição complexa e/ou longa em partes. Especificar: a) Utilizar indicações específicas. Realçar o mais importante: a) Comunicar o mais importante no início e no fim. Repetir a informação e pedir ao paciente que a repita. Explicitar a importância da adesão. Apresentar a informação por escrito e com recurso a materiais. O esquecimento do estabelecido será, contudo, a razão mais frequente do incumprimento da prescrição de medicamentos, principalmente quando diz respeito à medicação complexa. Folhas de registo da medicação: Planeamento da medicação: Monitorização: Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 30 Feedback imediato; maior facilidade de ajustamento; acompanhamento familiar; cumprimento de horário; importante para a avaliação do tratamento permite ao paciente ter um melhor conhecimento da sua participação na adesão. A informação escrita: Numa meta-análise, em 90% dos estudos, a informação escrita sobre a medicação: a) Aumenta os conhecimentos dos doentes; b) Aumenta o grau de adesão em 50%; c) Aumenta os resultados em 57%. Recomenda-se que a prescrição seja: a) Escrita e se utilize ilustrações no esquema de prescrição (Ogden, 2004). Perícias básicas de comunicação do médico: (Corney, 2000; Ribeiro, 2005) a) Escutar e observar o comportamento do doente; b) Ter uma atitude empática e compreensiva: a. Pode ser treinado; b. Colocar-se no lugar do outro; c. Não julgar nem criticar. Estratégias comportamentais: Exemplo: Auto-monitorização: a) Aderir ao tratamento significa controlo sobre um comportamento prescrito; b) A auto-monitorização pode ser reforçada para aumentar o autocontrolo; c) Associação entre autoavaliação, autorreforço e autocontrolo: a. Quando há reforço pela adesão, o autocontrolo é também reforçado: i. Aumenta a adesão; ii. Ensinar a reforçar a adesão com autoinstruções. d) É necessário definir autorreforços e treinar a autoinstrução. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 PSICOLOGIA DA SAÚDE 2º ANO, 2º SEMESTRE APONTAMENTOS 1ª FREQUÊNCIA 31 É a metodologia mais utilizada para controlar este problema e também a que apresenta formas mais variadas de aplicação. Deste modo, há quem recorra à memorização de um plano de medicação, para se lembrar de tomar os medicamentos no momento indicado. Exemplo: Programação de contingências: a) Sistema de reforços que premeiam a adesão e que punem a ausência de adesão: a. Adesão nos tratamentos das dependências: i. Quando é mantida a abstinência, a pessoa ganha mais autonomia; ii. Quanto é quebrada a abstinência, é retirada a possibilidade de gerir o seu tratamento. Também poderá ser aplicado ao cumprimento da toma de medicamentos ou de outros tratamentos, integrando as prescrições nos hábitos e nas atividades rotineiras do paciente. A maior vantagem destas metodologias, por vezes integradas nos modelos de aprendizagem de aptidões de confronto, reside no facto de requererem ao paciente um envolvimento ativo na sua conceção e execução. Em síntese: a) Aderir ao tratamento significa cumprir de modo ativo as prescrições dos profissionais de saúde, sendo que estas podem ser negociadas se existir uma conceção da relação entre médico e paciente do tipo contratual; b) A não-adesão tem custos a nível individual, familiar, social, económico; c) A adesão depende de múltiplos fatores; d) Esses fatores podem ser alvo de intervenção no sentido de melhorar a adesão. Downloaded by Inês Silva (inessilvafernandes0@gmail.com) lOMoARcPSD|11894438 https://www.studocu.com/pt?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=apontamentos-p-saude-1a-frequencia
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