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Horas Extras

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AULA 2
CÁLCULOS TRABALHISTAS
Profª Carolina Lempe
2
TEMA 1 – HORAS EXTRAS
O contrato de trabalho, como regra, tem ajustada em suas disposições a 
duração da jornada diária e semanal de prestação de serviço pelo empregado, a 
qual é remunerada pelo salário acordado. Esse ajuste deve respeitar os limites 
previstos no art. 7°, inciso XIII, da Constituição Federal de 1988, os quais 
permitem trabalho não superior a oito horas diárias e 44 semanais, sendo 
permitidos acordos de compensação. No mesmo sentido, essa é a previsão do 
art. 58 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) (Brasil, 1943). 
Entretanto, é permitido trabalhar além da jornada contratada, ou seja, em 
horas extras, desde que respeitado o limite diário de 2 horas e que haja, via de 
regra, previsão em contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho, conforme 
estabelece o art. 59 da CLT (Brasil, 1943). 
É importante destacar que todas as horas extras prestadas, ainda que 
excedentes ao limite de duas horas diárias, devem ser remuneradas e, quando 
habitualmente prestadas, devem ser consideradas integrantes da base de cálculo 
dos demais direitos trabalhistas, de acordo com a Súmula n. 376 do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST). Para calcular o valor a ser remunerado pelas horas 
extras prestadas, alguns conceitos precisam ser identificados, como: base de 
cálculo, adicional devido, divisor e salário-hora. 
1.1 Base de cálculo
Compõem a base, para o cálculo da hora extra, o salário básico, assim 
como as gratificações, comissões, adicionais de insalubridade, periculosidade, 
noturno, e, ainda, outras verbas que tenham natureza salarial e sejam pagas com 
habitualidade. Nesta composição, devem ser observados ainda os instrumentos 
coletivos e os entendimentos do TST. 
1.2 Adicional de horas extras
O art. 7°, inciso XVI, da CF (Brasil, 1988) estabelece que o serviço 
extraordinário deve ser remunerado com acréscimo de 50% sobre o valor da hora 
normal. Esse, contudo, é o percentual mínimo a ser observado, visto que a 
convenção e acordo coletivo de trabalho podem prever percentuais diversos. Por 
esse motivo, é necessário sempre verificar os instrumentos coletivos.
3
1.2.1 Adicional de hora extra em dia de descanso
Caso o empregado trabalhe no dia do descanso semanal remunerado, 
também conhecido como dia de folga, e o empregador não conceda um descanso 
até o sétimo dia consecutivo de trabalho, as horas de serviço prestado naquele 
dia deverão ser remuneradas em dobro, com adicional de 100%, conforme 
Súmula n. 146 do TST e OJ-SDI-1 n. 410 do TST. 
1.3 Divisor e salário-hora
Como o adicional de hora extra será aplicado sobre o valor do salário-hora, 
vamos recordar o seu cálculo e as jornadas mensais ou divisores mais frequentes: 
Tabela 1 – Horas semanais 
Horas semanais Cálculo Divisor
44 horas semanais 44 horas x 5 semanas 220
40 horas semanais 40 horas x 5 semanas 200
36 horas semanais 36 horas x 5 semanas 180
30 horas semanais 30 horas x 5 semanas 150
20 horas semanais 20 horas x 5 semanas 100 
 Divisor do salário-hora: 
 
 
Salário-hora: 
Exemplo: empregado contratado para trabalhar 44 horas semanais com 
salário mensal de R$ 3.000,00. Para o divisor, calcula-se 44 horas x 5 = 220 horas 
mensais. O valor do salário-hora será R$ 3.000,00 ÷ 220h = R$ 13,63. 
Horas semanais x 5 = horas mensais 
Salário mensal ÷ horas mensais (divisor do salário hora) = salário-hora 
4
1.4 Empregado mensalista
No cálculo da hora extra do empregado mensalista, é preciso identificar o 
adicional devido, que será 50% ou outro previsto em convenção e acordo coletivo, 
e o valor do salário-hora do empregado, que pode ser obtido por meio da sua 
remuneração mensal e do divisor de sua jornada, calculado conforme item 
anterior. 
• Calcular o valor do salário-hora: 
 
 
• Calcular o valor da hora extra: 
 
 
• Calcular o valor total de horas extras a serem pagas ao empregado: 
Exemplo: empregado mensalista com salário de R$ 3.000,00, contratado 
para uma jornada semanal de 44 horas, realizou no mês de março dez horas 
extras, sendo devido o adicional de 50% pela jornada extraordinária. Assim, 44 
horas x 5 = 220 horas mensais. Na sequência, R$ 3.000,00 + 220 horas mensais 
= R$ 13,63. Após, R$ 13,63 + 50% = R$ 20,44. Por fim, R$ 20,44 x 10 = R$ 204,40 
é o valor a ser pago ao empregado pela jornada extraordinária.
1.4.1 Descanso semanal remunerado
Segundo entendimento consolidado na Súmula n. 172 do TST, será devido 
o reflexo das horas extras habitualmente prestadas no descanso semanal 
remunerado. Portanto, o descanso semanal remunerado em razão das horas 
extras deve observar o seguinte cálculo: 
Salário ÷ jornada mensal = salário-hora 
Salário-hora + adicional devido = valor da hora extra 
Valor da hora extra x total de horas extras trabalhadas no mês = 
 total a ser pago ao empregado a título de horas extras 
Total de horas extras no mês x dias não úteis ÷ dias úteis x valor da hora 
extra = descanso semanal remunerado referente às horas extras 
5
 Exemplo: empregado mensalista com salário de R$ 3.000,00, contratado 
para uma jornada semanal de 44 horas, realizou no mês com quatro dias não úteis 
e 27 dias úteis, dez horas extras, sendo devido o adicional de 50% pela jornada 
extraordinária. Assim, 44 horas x 5 = 220 horas mensais. Na sequência, R$ 
3.000,00 ÷ 220 horas mensais = R$ 13,63. Após, R$ 13,63 + 50% = R$ 20,44. Por 
fim, R$ 20,44 x 10 = R$ 204,40 é o valor a ser pago ao empregado pela jornada 
extraordinária. 
• 10 horas extras x quatro dias não úteis = 40; 
• 40 ÷ 27 dias úteis = 1,48; 
• 1,48 x R$ 20,44 = R$ 30,25 é o valor devido a título de descanso semanal 
remunerado em razão das horas extras prestadas. 
TEMA 2 – HORAS EXTRAS ESPECÍFICAS
Há situações no Direito do Trabalho que ensejam cálculos específicos para 
remuneração da jornada extraordinária, como ocorre com a prorrogação da 
jornada em horário noturno e o empregado comissionista, os quais analisaremos 
na sequência. 
2.1 Empregado comissionista
As comissões, conforme parágrafo primeiro do art. 457 da CLT (Brasil, 
1943), têm natureza salarial e, por este motivo, constituem a base de cálculo para 
remuneração da hora extra. 
Como orientação para a metodologia de cálculo, a Súmula n. 340 do TST 
estabelece que o empregado remunerado a base de comissões tem direito ao 
adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o 
valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o 
número de horas efetivamente trabalhadas. 
No mesmo sentido é a OJ-SDI-1 n. 397 do TST ao dispor que o empregado 
que recebe remuneração mista, ou seja, uma parte fixa e outra variável, tem direito 
a horas extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas
as horas simples acrescidas do adicional de horas extras. Em relação à parte 
variável, é devido somente o adicional de horas extras, aplicando-se à hipótese o 
disposto na Súmula n. 340 do TST. 
6
2.1.1 Cálculo
Por meio da Súmula n. 340 do TST, podemos observar duas diferenças no 
cálculo em relação ao empregado mensalista. A primeira diz respeito ao divisor, 
que, para o comissionista, não considera a jornada mensal, mas sim aquela 
efetivamente trabalhada, nela incluída a jornada extraordinária. A segunda 
diferença orienta a aplicação do adicional de hora extra sobre o valor do salário-
hora, que, neste caso, não deve ser somado. Assim, a remuneração ocorre 
exclusivamente pelo pagamento do adicional. Isto porque as comissões recebidas 
nesse horário suplementar já remuneram o salário-hora do empregado, faltando 
apenas o pagamento do adicional. 
Outro aspecto relevante é que na base de cálculo, além das comissões, 
deve ser incluído também o valor do descanso semanal remunerado. Com isso, é 
possível extrair a seguinte fórmula para cálculo da hora extra sobre as comissões: 
Exemplo: empregado comissionista recebeu R$ 2.800,00 de comissõese 
R$ 414,81 de dsr (R$ 2.800,00 x quatro dias não úteis ÷ 27 dias úteis). Contratado 
para uma jornada semanal de 40 horas, realizou no mês de março dez horas 
extras, sendo devido o adicional de 50% pela jornada extraordinária. A jornada 
efetivamente trabalhada foi: 200 horas mensais + dez horas extras = 210 horas. 
Assim, R$ 2.800,00 + R$ 414,81 = R$ 3.214,81 ÷ 210 horas efetivamente 
trabalhadas = R$ 15,30 é o salário hora do comissionista. Na sequência, R$ 15,30 
x 50% (percentual de hora extra) = R$ 7,65 (valor do adicional de hora extra) x 
dez horas extras = R$ 76,50 é o valor a ser pago ao empregado pela jornada 
extraordinária. 
2.1.2 Descanso semanal remunerado
Segundo entendimento consolidado na Súmula n. 172 do TST, será devido 
o reflexo das horas extras habitualmente prestadas no descanso semanal 
remunerado. Portanto, o descanso semanal remunerado em razão das horas 
extras deve observar o seguinte cálculo: 
((Comissões + dsr das comissões) ÷ total da jornada efetivamente 
trabalhada) x adicional de hora extra x total de horas extras = total a ser pago 
ao empregado comissionista a título de horas extras 
7
 Exemplo: empregado comissionista recebeu R$ 2.800,00 de comissões e 
R$ 414,81 de dsr (R$ 2.800,00 x quatro dias não úteis ÷ 27 dias úteis). Contratado 
para uma jornada semanal de 40 horas, realizou no mês de março dez horas 
extras, sendo devido o adicional de 50% pela jornada extraordinária. A jornada 
efetivamente trabalhada foi: 200 horas mensais + dez horas extras = 210 horas. 
Assim, R$ 2.800,00 + R$ 414,81 = R$ 3.214,81 ÷ 210 horas efetivamente 
trabalhadas = R$ 15,30 é o salário hora do comissionista. Na sequência, R$ 15,30 
x 50% (percentual de hora extra) = R$ 7,65 (valor do adicional de hora extra). 
Por fim, dez horas extras x quatro dias não úteis = 40 ÷ 27 dias úteis = 1,48 
x R$ 7,65 = R$ 11,32 é o valor do descanso semanal remunerado das horas extras 
do empregado comissionista. 
2.2 Hora extra noturna
Quando o empregado realiza hora extra no horário noturno, o valor do 
adicional noturno deverá compor o salário-hora para o cálculo da hora extra 
noturna. É o que dispõe a OJ-SDI-1 n. 97 do TST. 
2.2.1 Cálculo
Para o cálculo da hora extra noturna, deve-se seguir os seguintes passos:
• 1° passo: salário-hora (salário mensal ÷ jornada mensal contratada), 
acrescido do percentual de adicional noturno = salário-hora noturno; 
• 2° passo: somar o adicional de horas extras ao salário-hora noturno, cujo 
resultado será o valor da hora extra noturna; 
• 3° passo: identificar o total de horas extras noturnas trabalhadas, 
considerando a redução da hora para os empregados urbanos;
• 4° passo: multiplicar o total de horas extras noturnas trabalhadas pelo valor 
da hora extra noturna. O resultado será o valor a ser pago ao empregado.
Exemplo: empregado urbano realizou três horas extras no horário noturno. 
Seu salário-hora é no valor de R$ 10,00 e o adicional devido em 20%. 
 
Total de horas extras no mês x dias não úteis ÷ dias úteis x valor do adicional 
de hora extra = descanso semanal remunerado referente às horas extras 
8
• 1° passo: salário-hora R$ 10,00 + 20% = R$ 12,00 salário-hora noturna;
• 2° passo: R$ 12,00 + 50% = R$ 18,00 valor da hora extra noturna; 
• 3° passo: três horas extras no horário noturno x 1,1428 (coeficiente da hora 
noturna) = 3,42, que corresponde ao total de hora noturna reduzida; 
• 4° passo: R$ 18,00 x 3,42 = R$ 61,56 é valor a ser pago pelas horas extras 
noturnas. 
2.2.2 Descanso semanal remunerado
Segundo entendimento consolidado na Súmula n. 172 do TST, será devido 
o reflexo das horas extras habitualmente prestadas no descanso semanal 
remunerado. Portanto, o descanso semanal remunerado em razão das horas 
extras deve observar o seguinte cálculo: 
 Exemplo: empregado urbano realizou três horas extras no horário noturno 
no mês de quatro dias não úteis e 27 dias úteis. Seu salário-hora é no valor de R$ 
10,00 e o adicional devido em 20%. Total de horas extras já calculadas com a 
redução: 3,42 horas x quatro dias não úteis = 13,68 ÷ 27 dias úteis = 0,50 x R$ 
18,00 (valor da hora extra noturna) = R$ 9,00 é o valor do descanso semanal 
remunerado das horas extras noturnas. 
TEMA 3 – REFLEXO DAS HORAS EXTRAS
Em razão da natureza salarial, as horas extras habitualmente prestadas 
integram as demais verbas trabalhistas, compondo sua base de cálculo, inclusive 
em rescisão do contrato de trabalho. É o entendimento consolidado na Súmula n. 
376 do TST. 
Portanto, para o cálculo do reflexo das horas extras em outras parcelas 
trabalhistas (como férias, décimo terceiro, aviso prévio indenizado, por exemplo), 
é preciso identificar a sua média em determinado período de apuração, a qual 
observa o seguinte passo a passo: 
• 1° passo: identificar a quantidade de horas extras em cada mês; 
• 2° passo: somar as horas extras mensais no período de apuração; 
• 3° passo: dividir pelo total de meses que foram apurados.
Total de horas extras no mês x dias não úteis ÷ dias úteis x valor da hora 
extra noturna = descanso semanal remunerado das horas extras noturnas 
9
Exemplo: média de horas extras realizadas de janeiro a novembro para 
pagamento da segunda parcela do décimo terceiro: 
Tabela 2 – Cálculo para décimo terceiro 
Meses Horas extras a 50%
Janeiro/2020 15 
Fevereiro/2020 10 
Março/2020 12 
Abril/2020 14 
Maio/2020 15 
Junho/2020 18 
Julho/2020 13 
Agosto/2020 11 
Setembro/2020 14 
Outubro/202 15 
Novembro/202 10 
Total de HE 147 
Médias dos 11 
meses 
147 ÷ 11 = 13,36 
 Por fim, a média apurada deverá ser multiplicada pelo valor da hora extra 
no momento do pagamento. 
3.1 Hora extra em rescisão
Muito embora as horas extras habitualmente prestadas integrem as demais 
verbas trabalhistas, compondo sua base de cálculo, inclusive em rescisão do 
contrato de trabalho (Súmula n. 376 do TST), há dois aspectos importantes, aos 
quais devemos ter atenção. 
O primeiro diz respeito à integração, neste cálculo, ao valor correspondente 
ao descanso semanal remunerado decorrente das horas extras, uma vez que a 
OJ-SDI-1 n. 394 do TST estabelece que o valor do descanso semanal 
remunerado, na integração das horas extras em outras verbas salariais, não 
repercute no cálculo das férias, do décimo terceiro salário, do aviso prévio e do
FGTS. 
10
Com isso, ao realizar o cálculo das médias das horas extras para 
composição da base de cálculo dessas parcelas, inclusive em rescisão, em 
cumprimento a OJ-SDI-1 n. 394 do TST, o descanso semanal remunerado não 
será computado, em que pese a divergência de entendimentos em relação à 
aplicação dessa orientação jurisprudencial. 
O segundo aspecto a ser destacado é a verificação do período ao qual 
deverá ser calculada a média das horas extras, o que dependerá da natureza de 
cada parcela. 
Tabela 3 – Reflexo das horas extras em rescisão 
Reflexo das Horas Extras em Rescisão 
Verba 
trabalhista 
13° Salário 
Férias Vencidas e 
Proporcionais 
Aviso Prévio 
Indenizado 
Período 
Média de janeiro (ou 
da admissão, se 
posterior) até o mês 
anterior à rescisão 
Média do período 
aquisitivo de férias
12 meses 
anteriores à 
rescisão 
Base legal Art. 77 do Decreto n. 
10.854/2021 
Art. 142, parágrafos
1° e 2 ° da CLT 
(Brasil, 1943) 
Art. 487, 
parágrafo 5° 
da CLT (Brasil, 
1943) 
3.2 Supressão de hora extra
A Súmula n. 291 do TST garante ao empregado que trabalha em jornada 
extraordinária com habitualidade durante pelo menos um ano o direito a uma 
indenização no valor correspondente a um mês de horas extras, caso elas sejam 
suprimidas pelo empregador, ou seja, caso não seja mais necessário o trabalho 
suplementar. Após um ano de horas extras habituais, a fração igual ou superior a 
seis meses deve ser considerada como ano integral no cálculo. 
O cálculo dessa indenização deve ser realizado com base na média das 
horas extras dos 12 meses anteriores à supressão.Caso nesse período tenham 
sido prestadas horas extras com adicionais distintos, deve ser realizado cálculo 
individual para cada um e somado ao final. 
Para fixação do valor dessa indenização, é preciso identificar: 
11
• Total de anos ou fração superior a seis meses em que houve horas extras
habituais; 
• Média das horas extras dos últimos 12 meses, considerando cada adicional
distinto; 
• Valor unitário da hora extra no momento da supressão. 
Aplicar seguinte fórmula: 
Exemplo: no mês de abril/2021, foram suprimidas as horas extras 
habitualmente prestadas pelo empregado no período de maio de 2016 a março 
de 2021. Salário mensal atual do empregado era de R$ 2.000,00 para uma jornada 
mensal de 220 horas. 
• 1° passo: serão considerados cinco anos pelo período de 2015 a 2020. O 
ano de 2021 não será computado por corresponder a um período inferior a 
seis meses; 
• 2° passo: calcular a média de horas extras de maio de 2020 a março de 
2021, correspondentes aos últimos 12 meses: 
Tabela 4 – Cálculo de horas extras 
Meses Horas extras a 50% Horas extras a 100% 
Abril/2020 15 4 
Maio/2020 10 6 
Junho/2020 12 5 
Julho/2020 14 4 
Agosto/2020 15 3 
Setembro/2020 18 5 
Outubro/2020 13 4 
Novembro/2020 11 4 
Dezembro/2020 14 6 
Janeiro/2021 15 4
Fevereiro/2021 10 6 
Março/2021 12 4 
Período em que houve horas extras com habitualidade x média das 
horas extras dos últimos 12 meses x valor unitário da hora extra = 
indenização por supressão de hora extra 
12
Total de HE 159 55 
Médias dos 12 
meses 
159 ÷ 12 = 13,25 55 ÷ 12 = 4,58
Fonte: Lempe, 2021. 
• Valor unitário da hora extra: R$ 2.000,00/220 = R$ 9,09. Sendo: R$ 9,09 + 
50% = R$ 13,63; R$ 9,09 x 100% = R$ 18,18; 
• Multiplicar o período em que houve horas extras habituais pela média de 
horas dos últimos 12 meses: 
Média de HE a 50% x 5 anos Média de HE a 100% x 5
13,25 x 5 = 66,25 4,58 x 5 = 22,90 
• Vamos, por fim, multiplicar os resultados da etapa anterior pelo valor 
unitário da hora extra no momento da supressão, somando os dois 
resultados para encontrar o valor da indenização: 
Indenização sobre HE a 50% Indenização sobre HE a 100% 
R$ 13,63 x 66,25 = R$ 902,98 R$ 18,18 x 22,90 = R$ 416,32 
R$ 902,98 + R$ 416,32 = R$ 1.319,30 
Valor da indenização pela supressão das horas extras = R$ 1.319,30. 
TEMA 4 – INTERVALOS
A jornada de trabalho do empregado obedece ao limite constitucional de 
oito horas diárias e 44 horas semanais. Porém, além dessa limitação, há outras 
que devem ser atendidas, com o mesmo objetivo de evitar a fadiga física e mental 
do empregado, e, ainda, os riscos de acidente de trabalho. Essa limitação, 
portanto, diz respeito aos intervalos que devem ser observados dentro de uma 
jornada, conhecido como intervalo intrajornada, e aquele entre jornadas 
diferentes, conhecido como intervalo interjornada, os quais serão objeto de 
estudo. 
4.1 Intrajornada
O art. 71 da CLT (Brasil, 1943) estabelece os parâmetros de intervalo 
intrajornada que devem ser cumpridos: 
 
13
• Jornada de trabalho até quatro horas: sem intervalo;
• Jornada de trabalho superior a quatro horas, mas não excedendo a seis 
horas diárias: intervalo obrigatório de 15 minutos de descanso;
• Jornada de trabalho que exceda seis horas diárias: intervalo obrigatório de, 
no mínimo, uma hora, salvo condições específicas, e no máximo duas 
horas diárias. 
Esses intervalos não são computados na jornada, o que significa que não 
contam como tempo de serviço ou à disposição do empregador. Por outro lado, 
caso o empregador conceda outros intervalos por sua liberalidade, ou seja, não 
previstos em lei, estes sim deverão ser considerados dentro da jornada do 
empregado, conforme dispõe a Súmula n. 118 do TST. 
Caso esse intervalo não seja observado, o parágrafo 4° do art. 71 da CLT 
(Brasil, 1943) determina que será devido ao empregado o pagamento de natureza 
indenizatória do período não cumprido no valor correspondente ao acréscimo de 
50% sobre a hora normal. 
Para verificar o valor devido, é preciso: 
• 1° passo: identificar a jornada diária, o intervalo intrajornada contratado e o 
período obrigatório por lei; 
• 2° passo: verificar o período suprimido de intervalo; 
• 3° passo: verificar o salário-hora e adicionar 50%; 
• 4° passo: multiplicar o período suprimido pelo valor do passo anterior. 
Exemplo: empregado contratado das 8:00 às 17:30 horas para uma jornada 
semanal de 40 horas. Salário contratual de R$ 3.000,00. Intervalo intrajornada de 
12:00 às 13:30 horas. Em determinado dia, cumpriu intervalo intrajornada de 
apenas 45 minutos: 
• 1° passo: identifica-se que o período obrigatório de intervalo seria de uma 
a duas horas, já que sua jornada excede seis horas diárias. Neste caso, foi 
ajustado intervalo de 1 hora e 30 minutos; 
• 2° passo: para identificar o período suprimido de intervalo, é necessário 
converter os minutos em fração de hora. Assim, 1,5h (1:30h) - 0,75h (45 
min) = 0,75 é o período suprimido que equivale a 45 minutos; 
• 3° passo: salário-hora desse empregado corresponde a R$ 3.000,00 ÷ 200 
horas = R$ 15,00, acrescido de 50%, totalizando R$ 22,50;
14
• 4° passo: R$ 22,50 x 0,75 = R$ 16,87 é o valor a ser remunerado de forma
indenizada pelos 45 minutos suprimidos de intervalo intrajornada. 
4.2 Interjornada
O intervalo interjornada é aquele que tem que ser observado entre uma 
jornada e outra. Nesse sentido, o art. 66 da CLT (Brasil, 1943) estabelece que, 
entre duas jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de 11 horas de 
descanso. Assim, terminada a jornada de um dia, a próxima só poderá ser iniciada 
com um intervalo de 11 horas. 
Caso esse intervalo mínimo não seja observado, o período suprimido 
deverá ser remunerado com o acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal. É 
importante destacar, neste ponto, a divergência que há sobre a natureza desse 
pagamento, já que alguns entendem que permanece a natureza salarial e outros 
que passou a ter natureza indenizatória, por força da OJ-SDI-1 n. 355 do TST, a 
qual prevê o pagamento do intervalo interjornada nos mesmos moldes do intervalo 
intrajornada. 
É importante observar que, se entre uma jornada e outra, houver um dia de 
descanso semanal remunerado, o intervalo a ser observado será de 35 horas, 
obtido por meio do seguinte cálculo: 11 horas previstas no art. 66 da CLT (Brasil, 
1943) de intervalo interjornada somadas a 24 horas de descanso semanal 
remunerado disposto no art. 67 da CLT (Brasil, 1943). 
Para identificar o valor a ser remunerado pelo descumprimento do intervalo 
interjornada, devemos calcular a diferença entre 11 horas e o intervalo 
efetivamente usufruído pelo empregado. Caso tenha um descanso semanal 
remunerado, devemos calcular a diferença entre 35 horas e o intervalo 
efetivamente usufruído pelo empregado. 
Exemplo: empregado contratado das 8:00 às 17:30 horas para uma jornada 
semanal de 40 horas. Salário contratual de R$ 3.000,00. Intervalo intrajornada de 
12:00 até 13:30 horas. Em determinado dia, permaneceu trabalhando em horário 
extraordinário até 22:00 horas, iniciando sua próxima jornada às 8:00 do dia 
seguinte. Muito embora a jornada extraordinária tenha excedido às duas
permitidas pelo art. 59 da CLT (Brasil, 1943), todas devem ser remuneradas com 
adicional de 50%. 
 
15
Entretanto, analisando o intervalo entre uma jornada e outra, observamos 
que das 22:00 horas até 8:00 horas do dia seguinte, houve o período de dez horas, 
ou seja, houve uma hora de intervalo não cumprido. Com isso, esse empregado 
tem direito ao pagamento de: 
• Horas extras prestadas das 17:30 horas às 22:00 horas, com adicional de 
50% e natureza salarial; 
• Intervalo interjornada não cumprido de uma hora com adicional de 50% 
sobre a hora normal, sendo a natureza do pagamento controvertida após a 
Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista). 
O salário-hora desse empregado corresponde a R$ 3.000,00 ÷ 200 horas 
=R$ 15,00, acrescido de 50%, totalizando R$ 22,50. Para as horas extras, 
multiplica-se o total de horas extras (4,5 horas das 17:30 até 22:00, sendo os 
minutos convertidos em fração de hora) pelo valor da hora extra, o que 
corresponde a: 4,5 horas x R$ 22,50 = R$ 101,25. 
Para o intervalo interjornada, multiplica-se o valor da hora normal, 
acrescido de 50%, pelo período não cumprido. Assim, R$ 22,50 x uma hora = R$ 
22,50. 
TEMA 5 – DESCONTO POR FALTA
Quando o empregado se ausenta do trabalho sem um motivo autorizado 
por lei ou instrumento coletivo, essa falta poderá ser considerada como 
injustificada pelo empregador e permitirá o desconto do período de ausência do 
salário do empregado. Para calcular o dia de desconto, basta dividir o salário 
mensal do empregado por 30. 
Assim, para o empregado mensalista com salário de R$ 3.000,00, ao dividir 
por 30, será permitido o desconto de R$ 100,00 pela falta injustificada. 
Muito embora a legislação não traga previsão específica, o empregado 
comissionista, que recebe apenas por comissões, se faltar a um dia de trabalho 
injustificadamente, não receberá pagamento por esse dia, já que não realizará 
vendas, por exemplo. Por esse motivo, esse empregado não sofrerá desconto. 
Caso seja empregado comissionista misto, ou seja, remunerado com salário fixo 
e comissões, poderá haver o desconto da parte fixa seguindo a metodologia de 
cálculo anterior.
16
5.1 Perda do descanso semanal remunerado
Quando o empregado não cumpre integralmente a sua jornada semanal de 
modo injustificado, o art. 6° da Lei n. 605/1949 permite o desconto do descanso 
semanal remunerado da semana seguinte. Assim, além do desconto pelo dia de 
falta, poderá perder também o dia de descanso semanal remunerado.
Destaca-se, entretanto, que a falta de mais de um dia na mesma semana 
acarreta a perda de apenas um dia de descanso semanal remunerado da semana 
seguinte. No exemplo anterior, o empregado poderia ter mais um desconto no 
valor de R$ 100,00 pela perda do descanso semanal remunerado, nos termos do 
art. 7°, parágrafo 2°, da Lei n. 605/1949. 
Em relação ao empregado comissionista, considerando que o cálculo do 
descanso semanal remunerado depende do valor das comissões, no dia de 
ausência injustificada não haverá comissão recebida e, consequentemente, não 
haverá reflexo no dia de descanso. Por esse motivo, para o comissionista puro, 
em razão da falta injustificada, também não haverá descanso semanal 
remunerado a ser descontado. 
5.2 Reflexo nas férias
As faltas injustificadas também podem refletir nos dias de descanso 
referentes às férias do empregado. Entretanto, não será possível descontar os 
dias de ausência diretamente nas férias. Será necessário observar a proporção 
prevista no art. 130 da CLT (Brasil, 1943), que garante ao empregado o direito a 
30 dias corridos de férias, quando o mesmo não tiver faltado injustificadamente 
mais de cinco vezes no período aquisitivo. Neste caso, é preciso observar que o 
empregado terá direito a: 
• 30 dias de descanso, quando não tiver faltado mais de cinco vezes; 
• 24 dias de descanso, quando tiver de seis a 14 faltas; 
• 18 dias de descanso, quando tiver de 15 a 23 faltas; 
• 12 dias de descanso, quando tiver de 24 a 32 faltas; e 
• Perderá o direito às férias quando tiver 33 faltas ou mais. 
 
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O reflexo das faltas injustificadas nas férias apenas ocorrerá quando houver 
a falta integral de um dia de trabalho. Assim, atrasos, saídas antecipadas e perda 
do descanso semanal remunerado não comprometem os dias de férias do 
empregado. 
Entende-se que a falta injustificada que não tenha sido descontada do 
empregado, de igual modo, não poderá reduzir os seus dias de férias. Em relação 
ao valor devido a título de férias nos casos de faltas injustificadas, o mesmo será 
estudado detalhadamente em aula específica de férias. 
5.3 Reflexo no décimo terceiro salário
No décimo terceiro salário, as faltas injustificadas apenas refletirão caso o 
empregado não tenha trabalhado dentro do mesmo mês por pelo menos 15 dias. 
As faltas, portanto, devem ser analisadas mês a mês no ano calendário (de janeiro 
a dezembro). Neste caso, a falta injustificada prejudicará o empregado na perda 
de um avo inteiro de décimo terceiro.
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 9 ago. 1943. 
______. Lei n. 605, de 5 de janeiro de 1949. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
14 jan. 1949. 
______. Decreto n. 57.155, de 3 de novembro de 1995. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 4 nov. 1965. 
______. Lei n. 5.889, de 8 de junho de 1973. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 11 jun. 1973. 
______. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
______. Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 14 jul. 2017.

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