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APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período FISIOPATOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA DA FEBRE REUMÁTICA (manifestações clínicas, diagnósticos, critério de Jones) • Doença autoimune aguda sistêmica que se manifesta como uma sequela tardia de uma infecção respiratória das vias aéreas superiores (causada pelo Streptococcus pyogenes) • Pode afetar as articulações, pele, tecido subcutâneo, sistema nervoso central e o coração - o coração pode sofrer cronificação, lesionado estruturas cardíacas de forma definitiva, como por exemplo as valvas (principalmente a esquerda) Epidemiologia • Acomete principalmente jovens e adultos (devido a alta incidência de faringoamigdalite estreptocócica 5-18 anos) • Rara em indivíduos acima de 18 anos • Foi estimado no Brasil +/- 10 milhões de casos de faringoamigdalite estreptocócicas, sendo 30.000 novos casos de FR, +/- metade desses casos evoluem para uma cardite reumática • Doença comum em regiões de pobreza, baixo saneamento e situações precárias Fisiopatologia • A FR só acontece quando há infecção faríngea estreptocócica beta-hemolítica • Precisa ser infectado por uma bactéria específica (cepa reumatogenica) e infecção de orofaringe e o indivíduo precisa ter um suscetibilidade genética - 3-4% dos indivíduos desenvolvem • Não é uma doença inflamatória, mas sim uma reação autoimune devido a uma doença inflamatória - isso se dá devido a um mimetismo molecular • Mimetismo antigênico: - semelhança entre alguns componentes patogênicos e do tecido acometido - o anticorpo que era pra combater a bactéria acaba combatendo pontos específicos do corpo (proteínas do organismo, criando pontos de inflamação) Estruturas do copo que podem ter acometimento: - valvas do coração - miosina - tropomiosina - proteínas de articulação (cartilagem) - proteínas do tecido cerebral - Acometimento cardiológico, neurológica e articular Manifestações Clínicas • Agudo: inclui histórico de uma infecção estreptocócica inicial é subsequente envolvimento de elementos do tecido conjuntivo do coração • Recidivante: envolve a extensão dos efeitos cardíacos da doença • Crônico: deformidade permanente das valvas cardíacas e é causa frequente de estenose mitral • Resposta Celular: baseada em linfócito T; mais relacionada com cardite grave e nódulos subcutâneos • Resposta Humoral: baseada em linfócito B; mais relacionada com cardite leve, Coreia de Syndenham, poliartrite e eritema marginado Artrite • Comum em 75% dos casos de FR • Caracter izado pelo processo inflamatór io das articulações, é acompanhado de inchaço, calor, eritema, limitação de movimentos e macicez à pressão • Caráter migratório (aparece em um região, desaparece, e então aparece em outra - aparentando passar de uma para outra), poliarticular e assimétrica Cardite • Segunda maior manifestação clínica • Possui início de caráter brando, porém com o desenvolvimento da FR, os episódios se tornam mais intensos • Determinante para o mal prognóstico a longo prazo da doença, aumenta a morti-morbidade da FR • A FR pode afetar todos os folhetos cardíacos (endocárdio, miocárdio e pericárdio) - o endocárdio sempre é acometido na cardite, sendo chamado “valvulite” - os outros folhetos podem ou não serem acometidos, mas caso o endocárdio não seja e os outros sim, a hipótese de FR deve ser rejeitada - quando os três folhetos são lesionados, o quadro se chama pancardite reumática exsudativa • Na grande maioria dos casos de FR, os pacientes apresentam valvulite mitral (podendo ou não ter a valva aórtica associada lesionada. Entretanto, se o problema for apenas no aórtico ou em qualquer outra valva do coração direito, a hipótese de FR é descartada Obs: geralmente a valvulite aguda é característica de insuficiência valvar. Entretanto, a valvulite da FR, mesmo sendo uma lesão aguda, costuma resultar numa estenose mitral ou dupla lesão (quando há tanto estenose e insuficiência) em sua fase crônica - dupla lesão: as cúspides se espessam, perdendo sua mobilidade normal e sofrem retração. Por isso, é APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período comum haver dupla lesão (caracterizada por estenose e insuficiência). Uma pode predominar em relação à outra, se há mais retração (insuficiência) ou perda da mobilidade (estenose) - estenose valvar: obstrução da passagem do fluxo sanguíneo devido ao espessamento dos folhetos da valva. Por conta desse espessamento, a valva tem dificuldade na abertura e no fechamento. Essa lesão pode ocorrer por conta de uma calcificação e/ou de fibrose. - insuficiência valvar: incapacidade das valvas atuarem durante o bombeamento do coração, seja por conta de um prolapso (incapacidade das valvas em impedir o retorno de sangue) ou por conta de uma lesão ou falha funcional. Pode ser causado por doença de degeneração, isquemia, infecciosa, trauma Sopros cardíacos encontrados nas valvites: a) insuficiência/regurgitação mitral - mais comum - sopro holossistólico - irradia para o dorso ou axila b) soro de Carey-Coombs - casos de estenose mitral - sopro diastolico em foco mitral - som em ruflar (bater de asas) - devido a um “redemoinho” de sangue por meio dos folhetos mortais inflamadas e edemaciados c) Protodiastólico - aspirativo e audível em foco aórtico acessório - resultado de insuficiência aórtico Eritema Marginado • Eritema com bordas nítidas, centro claros, contornos arredondados ou irregulares e de difícil diagnóstico em pessoas com tons de pele mais escuros • Conhecido como um “rash” eritematoso maculopapilar • Lesões de caráter múltiplo, indolor, não pruriginosa, podendo formar manchas com formatos serpiginoso • Localizados no tronco, abdômen, face interna dos membros superiores e inferiores, com exceção da face (diferente de qual outra doença reumatológica: lúpus eritematoso sistêmico) Nódulos Subcutâneos • Semelhante com os nódulos de outras patologias reumatológicas (artrite, lúpus) • Múltiplos nódulos arredondados, variando de 0,5 a 2 cm, firmes, móveis, indolores, recoberto por epiderme e sem sinais flogísticos • Geralmente acompanha quadro de cardite grave • Encontrados sobre proeminências e tendões extensores (cotovelos, punhos, joelhos, tornozelos, região occipital, tendão de Aquiles e coluna vertebral) • Possuem aparecimento tardio, geralmente 1 a 2 semanas após as outras manifestações Coreia de Sydenham • Ocorre em cerca de 10 a 30% das crianças infectadas, se instalando após alguns meses (1 a 6 meses), ou seja, quando houve regressão dos demais sintomas “maiores” • Desordem neurológica caracterizada por bruscos movimentos rápidos involuntários e descoordenados, aparecendo durante o sono e se acentuando em situações de estresse e esforço físico - o paciente pode, por conta desses movimentos, apresentar disartria, disgrafia (dificuldade na escrita) • A fisiopatologia dessa manifestação consiste na ação autoimune de anticorpos que se ligam a neurônios dos núcleos da base (principalmente os núcleos caudados e o subtalâmico), interferindo no circuito motor do paciente, que apresentará movimentos involuntários Exames Laboratoriais Reagentes da fase aguda• Os primeiros exames realizados procuram marcadores inflamatórios que aumentam durante o início da FR • O PCR é o primeiro marcador a se elevar (primeiras 24h) mas tem seus níveis normalizados rapidamente, sendo o primeiro a reduzir • VHS é o segundo marcador que aumenta seus índices séricos, normalizando antes do fim da FR Obs: tanto a VHS como o PCR diminuem por conta do uso de fármacos anti-inflamatórios, geralmente administrados antes da realização dos exames • A concentração de mucoproteína sérica (glicoproteínas sintetizadas no fígado) é o exame reagente mais específico dentre os outros dois, sendo o padrão ouro da fase aguda • O VHS e PCR normalizam com fim das atividades inflamatórias e cessam com o uso de anti-inflamatórios Testes Imunológicos • A dosagem de anticorpos produzidos devido à interação com o patógeno serve para investigar a infecção estreptocócica • É possível pesquisar a presença de: antiestreptolisina O (ASLO), anti-DNAse B e anti-hialuronidase APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período Diagnóstico • Diagnóstico clínico, não exibem manifestações sintomatológicas ou exame laboratorial específicos • Pautado pela identificação de um conjunto de critérios Critérios de Jones - Padrão-ouro para diagnóstico de FR - Dividido em maiores e menores a partir da especificidade da manifestação - A probabilidade do paciente ter adquirido o primeiro surto de FR é alta quando, além de evidências de infecção por estreptococos do grupo A (titulação de ASLO, cultura positiva de orofaringe, positividade em t e s t e s r á p i d o s d e d e t e c ç ã o d e a n t í g e n o s estreptocócicos), o paciente apresenta: • Pelo menos 2 critérios maiores • OU 1 critério maior + 2 critérios menores Tratamento • Feito tanto pela erradicação do Streptococcus pyogenes, como pela diminuição das manifestações clínicas apresentadas pelo paciente • Tratamento antibiótico: objetivo de impedir a disseminação do agente patógeno e uma possível recidiva no paciente. Atua como uma profilaxia • Tratamento cirúrgico: pode ser preciso na cardite refratária ao tratamento clínico padrão, como ocorre em pacientes com lesões de valva mitral com ruptura de cordas tendíneas ou perfuração das cúspides LESÕES VALVARES E SUAS COMPLICAÇÕES • Pode ser basicamente de duas formas: insuficiência (quando a função de evitar o refluxo de sangue está prejudicada - fechamento) e/ou estenose (quando a valva não abre adequadamente e dificulta a passagem do sangue adiante) • Todas as valvas do coração podem desenvolver uma insuficiência ou uma estenose e até mesmo as duas de forma concomitante Doenças da Valva Aórtica Estenose Aórtica • Dificuldade de abertura da válvula • Uma das principais causas é o envelhecimento associado a fatores de risco cardiovasculares (ex: hipertensão e dislipidemia) - esses quadros levam a calcificação na válvula, acarretando a perda de mobilidade • Também pode ser gerada por defeitos congênitos, quando a valva aórtica é bicúspide, e não tricúspide • A estenose aórtica secundária à FR normalmente está associada ao acometimento da válvula mitral, que é mais comumente afetada pela febre reumática • Na FR, ocorre a fusão comissural, que corresponde à fusão das bordas entre os folhetos da válvula, deixando uma abertura central em “boca de peixe” I. Se a valva aórtica está sadia, ela não gera um gradiente de pressão entre o VE e a aorta (pressões nessas duas cavidades praticamente a mesma durante a sístole) II. Entretanto, na presença de estenose aórtica, essa valva fica espessada, ocasionando um aumento de pressão no VE, para que ele consiga ejetar o sangue para a aorta e para a circulação III. O ventrículo responde à pressão aumentada com hipertrofia, que no início é concêntrica, e com o passar dos anos pode ocorrer uma dilatação excêntrica - Isso é explicado pela equação de Laplace – Estresse = pressão x raio x 1⁄2 espessura - indicando que a força no miocárdio gerada pela pós- carga varia diretamente com a pressão ventricular e com o raio da valva e inversamente com a espessura da parede IV. Além disso, esse aumento de pressão também é transmitido para o átrio esquerdo, que sofre uma dilatação, e para o pulmão. A longo prazo, esse aumento da pressão pulmonar provoca aumento das pressões do lado direito do coração e para o sistema venoso, assim, a hipertrofia, que busca compensar o desequilíbrio do sistema, acaba por se tornar um fator patológico V. Logo, o espessamento da valva aórtica provoca uma disfunção contrátil (insuficiência sistólica) e ainda um déficit no relaxamento normal (insuficiência diastólica), visto que a pós-carga excessiva gerada inibe a ejeção, reduz o débito cardíaco e leva à insuficiência, que piora à medida que aumenta a hipertrofia APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período Insuficiência Aórtica • Fechamento incompleto da válvula, levando a uma regurgitação do sangue • Pode ter causa primária ou ser provocada por uma doença da aorta • Pode ser causada por: defeitos congênitos (valva b icúsp ide ) , FR , endocard i te in fecc iosa e , principalmente, dilatação da aorta (pode resultar de HAS, dissecção da aorta e aneurisma, doença do tecido conjuntivo, sífilis terciária e doenças reumáticas) Obs: quando há acometimento da valva aórtica, quase sempre a valva mitral também terá problemas I. Quando não há o fechamento correto da valva, o sangue retorna na diástole II. Em condições normais, o sangue na diástole vem do átrio esquerdo, no caso da insuficiência aórtica, parte do sangue da diástole virá da aorta, gerando sobrecarga de volume no VE, gerando uma hipertrofia excêntrica, pois a câmara esquerda é obrigada a aumentar para comportar essa quantidade de sangue III. Com a evolução da doença, esse volume excessivo é transmitido para o átrio e, consequentemente, para os pulmões através das veias pulmonares IV. O aumento da pressão pulmonar transmite essa sobrecarga para o lado direito do coração, e daí para o sistema venoso Doenças da Valva Mitral Estenose Mitral • Dificuldade na abertura da valva • A valva mitral é responsável pelo controle da passagem do sangue do átrio esquerdo para o VE e sua dificuldade em abrir é devido ao seu espessamento, normalmente provocando defeitos nas comissuras que conectam os dois folhetos dessa válvula • A principal causa de estenose mitral é a FR (mais comum em mulheres 40-50 anos), porém há também a calcificação do anel mitral no envelhecimento, endocardite infecciosa e etc Obs: a FR acontece devido à infecção por S. pyogenes, estreptococos do grupo A e um dos principais causadores das faringoamidalites. Diante disso, o organismo produz anticorpos, que podem ter reação cruzada com proteínas cardíacas, principalmente com a válvula mitral. O acúmulo de anticorpos na válvula provoca alterações como espessamento, fusão comissural, fibrose e calcificação, que levam à estenose devido à redução da mobilidade I. Quando há estenose mitral, um gradiente de pressão persistente é gerado entre o ventrículo e o átrio esquerdos, levando a uma dilatação do átrio esquerdo II. Essa pressão, a longo prazo, também é transmitida pela veia pulmonar para o pulmão, causando aumento passivo da pressão pulmonar III. Com a evolução da doença, essa sobrecarga se reflete nas câmarasdireitas do coração, levando à congestão sistêmica IV. Com o aumento de pressão, acontece o remodelamento dos vasos, com fibrose, que gera vasoconstrição, e o aumento da pressão passa a ser ativo Obs: na estenose mitral, o VE não é acometido, só ocorrendo alterações nele em fases muito tardias da doença ou quando há outras doenças associadas Obs: a fração de ejeção é reduzida, devido à uma pré-carga reduzida (devido a obstrução do fluxo pela estenose), e pós-carga aumentada, graças à vasoconstrição reflexa gerada pelo débito cardíaco reduzido (sistema renina- angiotensina- aldosterona) Insuficiência Mitral • A valva acometida possui um fechamento incompleto, podendo ser primária ou secundária • A insuficiência mitral primária ocorre quando o defeito é na válvula e/ou no aparato subvalvar (cordas tendíneas e músculos papilares) • A principal causa desse tipo de insuficiência mitral é o prolapso da valva mitral (PVM), mas também pode ser causada por febre reumática (aguda), endocardite infecciosa, doença vascular do colágeno, calcificação anular e infarto • A insuficiência mitral secundária, por sua vez, é causada pela disfunção do miocárdio do ventrículo esquerdo, que leva à dilatação do anel valvar, devido à deslocação dos músculos papilares e/ou ruptura da cordoalha tendínea, que sustentam a valva mitral - a valva mitral em si está normal, o defeito está nas estruturas que regulam seu fechamento - principais causas: doenças que causam dilatação ou hipertrofia e isquemia miocárdica • Como a válvula mitral não fecha, ocorre regurgitamente de sangue para o átrio esquerdo, gerando uma sobrecarga de volume nessa câmara. Com isso também será gerada uma sobrecarga de volume no ventrículo direito na sístole seguinte (soma o volume que regurgitou com o “novo” volume sanguíneo advindo do pulmão). Isso gera dilatação do átrio esquerdo e hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo, que precisa aumentar a cavidade para comportar esse volume • O aumento de volume no átrio esquerdo gera aumento de pressão no pulmão, gerando congestão pulmonar. Este quadro é transmitido para o lado direito do organismo, normalmente em fases mais tardias da do- ença ou quando é um processo muito agudo, que não permite tempo de acomodação do pulmão PRINCIPAIS GRUPOS, MORFOLOGIA E ESTRUTURA CELULAR DAS BACTÉRIAS Streptococcus - Os streptococcus sp. são cocos gram- positivos, que por se dividirem em um só plano agrupam-se em cadeias, de tamanho variável Classificações e identificações Streptococcus 1. Padrão hemolítico 2. Características antigênicas 3. Testes laboratoriais e bioquímicos 1- A classificação mais utilizada tem por base padrão hemolítica nas placas de ágar sangue - avaliado conforme APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período capacidade de produzir uma toxina chamada HEMOLISINA, do microorganismo que está sendo cultivado. Essa toxina hemolisina causa hemólise de eritrócitos que estão presentes no meio de ágar sangue. • As espécies de streptococus podem apresentar padrões patogênicos e características diferentes, mas ainda sim apresentarem o mesmo padrão hemolítico. Exemplo: S. Pyogenes ( febre reumática) e S. Agalactiae (presente região genital/ retal de gestantes- uma das principais causadoras de infecções neonatais), são Beta hemolíticas. • Alfa hemolítico: No meio agar sangue, tem padrão hemolítico parcial. A colônia apresenta uma tonalidade esverdeada, devido a transformação da hemoglobina em substância semelhante a bileverdina. • Beta hemolítico: A colônia produzem hemolisinas que causam hemólise total dos eritrocitos, que faz com que sua coloração seja amarela. • Gama hemolítica: Não produzem a toxina hemolisina, então não possuem nenhum tipo de padrão hemolítico. 2- Uma segunda forma de classificação é de acordo com as características antigênicas de um polissacarídeo (um carboidrato C localizado na parede celular). Há 20 grupos dentro dessa classificação, onde são utilizadas letras maiúsculas para cada grupo. (letra A a V) - ( grupos de Rebecca lancefield). Obs: algumas espécies não possuem o carboidrato e, portanto, não estão classificadas em nenhum dos 20 grupos. 3- Os testes laboratoriais e bioquímicos, identificam as espécies de Streptococcus. STREPTOCOCCUS PYOGENES • São cocos gram positivos (negativa: vermelha - mais perigoso, mais espessa impedindo a ação de medicamentos; positiva: azul). São do grupo Beta Hemolíticos, ou seja, causam hemólise total dos eritrócitos no meio agar sangue e pertecem ao grupo A de Lancefield. • Transmissão ocorre por meio de gotículas de saliva ou secreção nasal. (A aglomeração favorece a transmissão). • Os Streptococcus pyogenes podem ser divididos em 2 grupos sorológicos, conforme a presença de duas proteínas denominadas T e M. Cada uma pode distinguir média de 60 e 26 sorotipos, respectivamente. • Os que possuem a proteína M são os que causam maiores danos em suas infecções. Exemplos: Glomerulonefrite; febre reumática. Acometem primariamente: • Faringe e amígdalas: faringe-amigdalite estreptococica (infecção de garganta) e pode gerar infecções em outros tecidos, como sinusite, otites, mastoidite...Febre reumática e glomerulonefrite. • Pele: piodermites, erisipela. Mecanismo de fixação da bactéria: Ocorre em duas etapas: 1. Fixação da fixação na mucosa e começa a se reproduzir para colonizar. • A fibrila, formada pela proteína M e ácido lipoteicoido, interage com moléculas de fibronectina que estão presentes superfície da mucosa da orofaringe, e se fixam. 2. Ivadem a mucosa e despertam resposta inflamatória que pode ser intensa. Células do sistema imunológico migram para o local e como resposta, há produção de exsudato purulento (placas). As placas então são compostas de células mortas da própria mucosa + leucócitos mortos+ bactérias vivas e mortas. Sinais e sintomas de faringite de etiologia streptocócica (bacteriana): - Dor de garganta de garganta de início súbito - Dor a deglutição - Febre e cefaleia - Rash cutâneo - Náusea, vômito e dor abdominal Sintomas que especificam ser bacteriana: - Eritema tonsilo-faringeo - Petequias nós palato mole - Hiperemia e edema da úvula - Adenomegalias cervicais anteriores ESCARLATINA: • Algumas cepas produzem a toxina ERITROGÊNICA, que de acordo com sua liberação no foco e é disseminada por via hematogênica. • A toxina causa permeabilidade dos capilares sanguíneos e dão origem a formação de ERITEMA característico de escarlatina, gerando reação inflamatória na pele. • O sinal de Filatov é caracterizado pela palidez da pele na região torácica e está presente nos quadros de escarlatina. Esse sinal só ocorre em 10% dos casos e 80% da população já possui anticorpos da toxina. REFERÊNCIAS: • FISIOPATOLOGIA - Porth • Patologia - Bogliolo • Microbiologia médica e imunologia % Levinson
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