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Mecanismos de defesa (Freud)

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Mecanismos de defesa
Os mecanismos de defesa são operações do ego (eu) para reduzir ou suprimir estímulos internos ou externos que o invadem e causam desprazer. Ou seja, o ego lança mão dos mecanismos de defesa quando se encontra em uma situação de perigo e precisa evitar a angústia, seja esse perigo advindo do id ego, do superego ou da realidade externa.
Os mecanismos de defesa estão presentes em todas as pessoas, fazem parte da adaptação e equilíbrio com a realidade. Sua presença não é necessariamente patológica, porém a falta, o exagero ou o mau-uso de uma defesa pode constituir uma patologia. Por exemplo, na neurose obsessiva-compulsiva, há o constante uso de mecanismos como anulação e formação reativa, possivelmente lançados contra um perigo do id ego. Da mesma forma, na psicose há a presença da identificação projetiva e introjetiva e da cisão.
Sigmund Freud começou a usar o termo defesa, como assim é conhecido, em “As Psiconeuroses de defesa” (1894). Anna Freud, sua filha, estudou mais profundamente os mecanismos de defesa, publicando o livro “O Ego e os Mecanismos de Defesa” em 1937. Abaixo há a apresentação e explicação de 16 mecanismos de defesa, incluindo os mecanismos já citados no parágrafo acima.
Exceto o mecanismo de racionalização, todos os mecanismos citados ocorrem de forma inconsciente, logo o indivíduo não sabe que está usando tal mecanismo.
· Sublimação: Considerado um mecanismo de defesa bem sucedido. É um processo no qual a energia, a força de um desejo sexual que seria destinada para propósitos sexuais, é destinada para finalidades artísticas, intelectuais, culturais etc. Assim, o desejo sexual “vira” uma habilidade ou um dom socialmente aceitável e perde o cunho sexual. Desse modo, o mesmo impulso que seria reprimido e daria origem a uma neurose, se transforma em uma obra de arte, por exemplo.
· O voyeurismo (desejo de espiar) pode ser sublimado por uma paixão à fotografia, por exemplo.
· Negação: A pessoa desconsidera uma realidade externa que é desagradável para ela e tem comportamentos ou fantasias contrárias a essa realidade, negando-a
· Imagine uma garota que irá a um baile de primavera da escola e quer muito ser convidada por um menino, porém não recebeu convites de nenhum pretendente. Essa realidade é considerada muito desagradável para ela, então seu ego lança mão da negação e ela diz a todos seus colegas de turma que foi convidada por muitos meninos.
· Projeção: O indivíduo atribui a um objeto, animal ou outra pessoa uma qualidade, sentimento ou intenção que é de si próprio. O indivíduo tenta expelir algo que está dentro de si e que considera desagradável, mas que foi introjetado anteriormente.
· São comuns situações nas quais o indivíduo coloca a culpa, que deveria ser atribuída a ele, em outra pessoa para não sentir angústia.
· Pode ocorrer em casos de preconceitos também, como aquela pessoa que é extremamente homofóbica, mas na verdade tem um desejo homossexual reprimido.
· Introjeção: O indivíduo introjeta características, atributos ou qualidades de um objeto. Essas características são assimiladas pela pessoa. Tem um papel importante no enriquecimento do ego da criança.
· Identificação: A pessoa assimila partes e características de uma pessoa e se transforma com base nesse modelo. Há a identificação introjetiva e projetiva
· Introjetiva (característica de psicose): o bebê que introjeta o seio da mãe em realidade ou fantasia, desejando suas qualidades boas.
· Projetiva (presente em psicoses também): o indivíduo introduz ele mesmo (total ou parcialmente) em um objeto. Ele expulsa partes de si desagradáveis e projeta nesse objeto, que fica com esses aspectos que o sujeito queria se livrar projetados nele.
· Isolamento: Separar um pensamento ou um comportamento dos outros, inclusive dos que estão relacionados com ele. Tenta-se distanciar do pensamento ameaçador para evitar o mal estar que ele causaria. Isso explica porque às vezes a associação livre não flui, pois desvia-se dos pensamentos que podem chegar à ideia reprimida. 
· Formação Reativa: O indivíduo apresenta atitudes com intenções contrárias ao desejo reprimido.
· Por exemplo, o indivíduo que constantemente elogia outro sujeito de forma exagerada, demonstra amor demais a ele, pode ter o desejo reprimido de destruí-lo. Já que o ódio seria moralmente inaceitável, se demonstra o amor. 
 
· Anulação (característica da neurose obsessiva-compulsiva): O indivíduo realiza um comportamento, ou um ato repetitivo, a fim de anular um pensamento indesejável. Com o tempo, esse ato repetitivo afasta a ideia indesejável e resta apenas o ritual.
· Por exemplo, o indivíduo pode lavar as mãos repetidamente para afastar o pensamento desagrável de que sua mão está infectada e ele está sujo.
· Deslocamento (faz parte do trabalho dos sonhos): A carga emocional de um objeto é deslocada para outro. Na consciência, aparece esse segundo objeto, mas com a carga emocional que você tem do primeiro. Isso ocorre porque seria muito desagradável vir esse pensamento com a carga emocional no objeto original. 
· Uma pessoa que tem o desejo reprimido de matar o pai, pode sonhar que está matando um leão ou um urso, por exemplo. O pensamento foi à consciência, mas com a carga emocional direcionada ao animal e não ao pai, evitando o mal-estar.
· Idealização: A pessoa idealiza um objeto ou uma pessoa, só enxerga suas qualidades porque seria doloroso demais ver os defeitos desse algo ou alguém. É danoso porque impede a pessoa de ver a pessoa ou o objeto como ele realmente é.
· Por exemplo, uma pessoa que está muito apaixonada por outra e só consegue perceber as características boas dela, ignorando qualquer defeito.
· Conversão (característica da histeria): O conflito psíquico é transposto em um sintoma físico (somático), mesmo não havendo alteração biológica alguma no corpo. Isso ocorre em função do desejo reprimido
· O desejo de espiar (voyeur) é convertido em problemas visuais sem ter alterações no olho, como uma forma de castigo físico por tal desejo. É uma representação desse conflito.
· Regressão (psicoses possuem regressão total): O sujeito regride a uma fase do desenvolvimento psicossexual mais primitiva toda vez que algo angustiante acontece. É ativado com acontecimentos que o indivíduo não tem a maturidade para lidar.
· Por exemplo, pessoas que diante de uma frustração, recorrem a comer compulsivamente, fazer o uso de bebidas alcoólicas ou fumar. Isso constitui uma regressão na fase oral, período caracterizado pela amamentação. 
· Fixação: É a tendência do indivíduo de se manter cristalizado em alguma fase do desenvolvimento psicossexual. Diferente da regressão, ela não acontece em momentos específicos, mas sim como um padrão de comportamento
· Pessoas que são extremamente dependentes emocionais possuem fixação na fase oral, pois sentem a necessidade de terem sempre por perto alguém para suprir suas necessidades emocionais.
· Racionalização (é consciente): O indivíduo procura uma explicação racional, objetiva e coerente para explicar uma atitude ou uma ideia que pode possivelmente estar diretamente relacionada com uma neurose.
· Por exemplo, a pessoa que tem o sintoma somático de vomitar frequentemente e, ao ser questionada sobre isso, procura uma explicação racional culpando um certo alimento que ela comeu e que, na realidade, não possui relação alguma com o vômito e ela sabe disso.
· Também é comum a pessoa ter uma preocupação excessiva com alguém por uma formação reativa, e ao ser questionada, explica demasiadamente sobre o quão esse sujeito é importante para ela. 
· Repressão ou Recalque: O desejo inaceitável que gera angústia é afastado da consciência e é impedido de voltar a ela pela resistência. Esse desejo se torna inconsciente e tenta invadir a consciência novamente pelos sonhos ou por uma neurose, por exemplo
· Essa palavra no alemão é verdrängung, que para o inglês foi traduzido como repressão e para o francês, como recalque. Na psicanálise francesa, há a diferenciação desses dois termos, sendo repressão o processopelo qual a ideia vai para o pré-consciente, e recalque, a ideia vai para o inconsciente. No entanto, nesse resumo, repressão está como sinônimo de recalque, conforme a psicanálise inglesa.
· Cisão/Divisão ou Rejeição/Recusa (característica da psicose): processo que pode ocorrer na fase fálica, no qual o ego é dividido em dois e cria-se duas atitudes psíquicas que tem como parâmetro central a castração. Sendo assim, uma parte do ego conhece a castração e aceita o fato da mulher não ter o falo, já a outra parte do ego rejeita essa realidade, se recusa a ter esse conhecimento. Logo, essa porção do ego que rejeita a realidade, desenvolve um fetiche ou um delírio alucinatório na tentativa de criar outra realidade.

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