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Projeto Ludibus: Arte e Lúdico na Educação

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536 
PROJETO LUDIBUS: A ARTE E O LÚDICO NAS ESCOLAS E BAIRROS DA 
CIDADE DE MARÍLIA-SP 
Ana Paula CORDEIRO1 
Reginaldo Tomé de ARAÚJO2 
Felipe Martins LOPES3 
Resumo: O presente artigo apresenta o trabalho desenvolvido pelo Projeto Ludibus, ligado à 
FFC- UNESP, junto a escolas e comunidades de bairros da cidade de Marília-SP. 
O Projeto visa sensibilizar graduandos do curso de Pedagogia da FFC, diretores e 
professores do Ensino Fundamental a respeito da importância do lúdico e da arte 
como elementos facilitadores do desenvolvimento infantil. Visa também levar às 
escolas públicas propostas de ação às crianças a fim de estimulá-las a criar e 
expressar-se ludicamente através das diversas linguagens artísticas. Este texto 
apresenta o trabalho desenvolvido pelo Projeto nos anos de 2005 e 2006. Os 
resultados demonstram que um trabalho voltado para as artes e o lúdico tende a 
ser bem aceito nas escolas, levando as crianças a criarem trabalhos originais e 
falarem de si e seu mundo através de suas criações. 
Palavras-chave: Ludibus; lúdico; arte; educação. 
1. INTRODUÇÃO 
O Projeto LUDIBUS, ligado ao Núcleo de Ensino da FFC-UNESP, Campus de 
Marília, tem como principal característica a existência de um ônibus adaptado e adequado para 
o desenvolvimento de atividades artísticas, lúdicas e literárias e visa levar propostas de 
trabalho no campo da arte e do lúdico às escolas públicas de Ensino Fundamental e programas 
culturais do município. Para tanto, os bancos do ônibus circular destinado ao projeto foram 
retirados, de modo que todo o seu espaço pudesse ser aproveitado. No lugar dos bancos 
foram colocados baús coloridos que são utilizados para guardar material didático-pedagógico 
do Projeto. Existe também no interior do ônibus um significativo acervo de livros infantis, livros 
de História da Arte e gibiteca. 
Criado em 1999, o Projeto Ludibus se espelhou nas brinquedotecas itinerantes 
existentes em várias capitais e cidades brasileiras, geralmente mantidas por secretarias de 
cultura e turismo para desenvolver seu trabalho. O Ludibus tem como proposta possibilitar às 
escolas de Ensino Fundamental experiências pedagógicas relacionadas à arte, à literatura e ao 
lúdico, que muitas vezes não são plenamente vivenciadas dentro do ambiente escolar, por 
serem tratadas como secundárias. Assim, a equipe do Projeto leva até às escolas sugestões 
de atividades para o desenvolvimento de um trabalho que privilegia e evidencia a importância 
dessas áreas para a formação integral dos alunos. Parte-se do pressuposto de que a arte e o 
lúdico, como importantes elementos da cultura, não podem receber um tratamento secundário 
ao longo do processo educacional e de formação das crianças. Portanto, considera-se de 
 
1 Docente do Departamento de Didática da FFC- UNESP de Marília, ministra as disciplinas Fundamentos da Educação Infantil, 
Jogos e atividades lúdicas, Arte e Educação Infantil e Jogos teatrais na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. 
2 Graduando do curso de Pedagogia da FFC- UNESP e Bolsista do Núcleo de Ensino; 
3 Graduando do curso de Pedagogia da FFC-UNESP e colaborador junto ao Projeto Ludibus. 
 
 537 
fundamental importância a realização de ações voltadas para a valorização da arte e do lúdico 
nas escolas. Todo o trabalho desenvolvido visa unir as três funções básicas da Universidade, 
quais sejam: o ensino, a pesquisa e a extensão. 
Neste sentido, os principais objetivos do Projeto Ludibus são: 
- sensibilizar os diretores e professores das escolas públicas envolvidas com o 
projeto e os alunos do curso de graduação (Pedagogia) da UNESP de Marília para o fato de 
que brincadeiras, atividades artísticas e literárias são importantes elementos da cultura e 
auxiliam para a formação integral do aluno; 
- oferecer aos alunos do Ensino Fundamental oportunidades de vivências e 
aprendizagens através do lúdico, da arte e da literatura como elementos que integram a sua 
formação; 
- conhecer as formas de pensar e as visões de mundo das crianças beneficiadas 
pelo Projeto através do trabalho de arte-educação realizado nas escolas. 
Especificamente o projeto visa: 
 - proporcionar aos alunos bolsistas uma formação mais consistente, tendo em 
vista a experiência adquirida durante a realização das ações do Projeto, que lhes possibilita 
aproximar teoria e prática; 
- realizar pesquisas junto às escolas parceiras do Projeto, tendo como foco as 
atividades lúdicas e artísticas como elementos integradores de diversas áreas do 
conhecimento; 
- manter website (em funcionamento na página da FFC-UNESP de Marília) 
visando divulgar o trabalho realizado; 
- manter arquivo das principais atividades realizadas nas escolas da rede, com 
amostras das produções, registros fotográficos e filmagens, a fim de construir um acervo-
memória do projeto. 
O trabalho desenvolvido pelo Projeto LUDIBUS e suas propostas estão em 
consonância com os objetivos contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), ao 
buscarem privilegiar atividades lúdicas e artísticas que contribuam para uma formação mais 
completa dos alunos do Ensino Fundamental, do I e II ciclos. O Projeto também integra a 
Universidade com as escolas e a comunidade, levando professores da rede pública e 
estudantes de graduação do curso de Pedagogia da FFC-UNESP de Marília, participantes das 
ações desenvolvidas, a trocarem idéias e experiências nas áreas da arte, do lúdico e da 
literatura. A experiência proporcionada aos alunos de graduação do curso de Pedagogia 
através do trabalho realizado nas escolas públicas (estaduais e municipais) de Marília tem 
 
 538 
gerado discussões e reflexões acerca da realidade educacional e tem suscitado a elaboração 
de projetos de pesquisa e trabalhos de conclusão de curso relacionados à arte e ao lúdico no 
interior da FFC-UNESP. 
Organizar o trabalho com vistas à criação infantil é prioridade do Projeto, pois 
muitas das práticas pedagógicas relacionadas à arte e literatura, de acordo com relatos de 
graduandos do Curso de Pedagogia que desenvolvem estágios em diversas escolas, pautam-
se em desenhos xerocados ou mimeografados e outras atividades que não permitem que a 
criança crie e expresse seu mundo através da arte, de forma lúdica e prazerosa. Dessa forma, 
o trabalho desenvolvido pelo Projeto LUDIBUS visa privilegiar os processos de criação das 
crianças, seja através das artes plásticas, dos jogos tradicionais e teatrais, da educação para o 
movimento e literatura infantil. 
O principal procedimento da equipe é o oferecimento de oficinas variadas 
ligadas às já citadas áreas de conhecimento, nas quais as crianças são convidadas a participar 
de forma dinâmica e ativa. As crianças são instigadas a criar seus próprios trabalhos, a falarem 
de si e do mundo que as rodeia e a interagirem com seus pares trabalhando em grupos através 
das propostas de oficinas do Projeto. Os graduandos da FFC, bolsistas e voluntários, 
desenvolvem observação sistemática acerca de tudo que ocorre nas escolas, anotam tudo em 
diários de campo, analisam o material coletado e elaboram projetos e relatórios de pesquisa 
ligados aos objetivos do Projeto. 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.2. Projeto Ludibus: discussão teórica relacionada à importância do lúdico e da arte 
para a educação formal 
O Projeto Ludibus visa proporcionar às crianças beneficiadas por suas ações 
uma aprendizagem artística permeada pelo elemento lúdico. À primeira vista, pode parecer que 
um trabalho relacionado à arte já envolva por si só o elemento lúdico. No entanto, isso não se 
configura necessariamente em algo verdadeiro. As práticas escolares muitas vezes 
demonstram que o que ainda impera em grande parte das instituições educacionais é um 
trabalho mecânico voltado para as artes em geral. Crianças ensaiam exaustivamente 
coreografias ou peças teatrais prontas e carentes de sentido para elas. Pintam desenhoscopiados nas cores exigidas por seus professores, expressam-se pouco, não falam de si, pois 
não são livres para criar seus próprios trabalhos. Em outras ocasiões o trabalho desenvolvido 
fica empobrecido pela falta de propostas interessantes, pelo simples “deixar fazer” praticado 
por alguns professores. Não se trata aqui de atirar pedras no trabalho dos profissionais da 
educação, mas de oferecer uma reflexão relacionada à arte e ao lúdico a fim de que outras 
práticas surjam no contexto escolar e se propaguem, levando crianças e professores a 
sentirem prazer no trabalho realizado. 
 
 539 
Como já foi explicitado, um dos objetivos deste Projeto é o de levar as crianças 
do ensino fundamental a vivenciarem novas aprendizagens através do lúdico, da arte e da 
literatura infantil. Torna-se necessário, desta forma, apresentar aqui o que entendemos por 
lúdico e por arte. Qual a importância desses elementos para o desenvolvimento do ser 
humano, para a educação? 
Em relação ao lúdico, Hiuzinga (1990) afirma que a civilização surge e se 
desenvolve através do jogo. O autor analisa o jogo como fenômeno cultural e o estuda em uma 
perspectiva histórica. Salienta que as grandes atividades arquetípicas da sociedade humana 
são, desde seu início, marcadas pelo jogo. Ele o define da seguinte forma: 
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e 
determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, 
mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de 
um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida 
cotidiana (1990, p. 33). 
O autor nos diz que a noção que temos de jogo e a própria palavra jogo tiveram 
sua origem na linguagem criadora. Analisa diferentes línguas para mostrar que a categoria 
geral de jogo nem sempre foi sintetizada em uma única palavra e distinguida com igual rigor 
por todas elas. Ele nos diz que “há diversos indícios que mostram que a abstração de um 
conceito geral de jogo foi, em algumas culturas, tão tardia e secundária como foi primária e 
fundamental a função do jogo” (HUIZINGA,1990, p. 34). A língua latina, entretanto, cobre todo 
o terreno do jogo com uma única palavra: ludus, de ludere. 
Embora ludere possa ser usado para designar os saltos dos peixes, o esvoaçar dos 
pássaros e o borbulhar das águas, sua etimologia não parece residir na esfera do 
movimento rápido, e sim na da não seriedade, e particularmente na da ‘ilusão’ e da 
‘simulação’. Ludus abrange os jogos infantis, a recreação, as competições, as 
representações litúrgicas e teatrais e os jogos de azar. (HUIZINGA,1990, p. 41) 
Cordeiro, a respeito da importância social do lúdico, nos diz: 
Ora, se o lúdico é um elemento chave na criação da cultura, há que se defender a 
importância desse elemento e sua presença também na transmissão da cultura. Daí 
pensarmos na necessidade de uma educação voltada e preocupada com os aspectos 
lúdicos da cultura, aspectos que envolvem a criação, a representação, o jogo, o 
prazer das realizações humanas. (2003, p. 13) 
 
 540 
O lúdico também está relacionado à afetividade, ao desenvolvimento da auto-
estima, comunicação e interação social. A respeito da forma como nos relacionamos 
afetivamente, Walter Benjamin (1984) nos fala da essência do brincar. Para o autor, brincar 
não é um fazer “como se”, mas um fazer sempre “de novo”, transformação da experiência mais 
comovente em hábito. Diz ele: 
“Pois é o jogo, e nada mais, que dá à luz todo hábito. Comer, dormir, vestir-se, lavar-
se devem ser inculcados nos pequenos irrequietos através de brincadeiras. Todo 
hábito entra na vida como brincadeira, e mesmo em suas formas mais enrijecidas 
sobrevive um restinho de jogo até o final. Formas petrificadas e irreconhecíveis de 
nossa primeira felicidade, de nosso primeiro terror, eis os hábitos” (1984, p.75). 
 Jogar, brincar é, pois, formar hábitos, desenvolver a afetividade, socializar-se. 
Ao desenvolver os trabalhos propostos pela equipe do Projeto LUDIBUS, as 
crianças brincam e criam trabalhos originais através das diversas linguagens artísticas. O 
Ludibus se imbrica na infância para vivenciar as atividades lúdicas no ambiente escolar. No 
seio da cultura infantil, festeja com o brincar e suas nuances ao delinear atividades que 
buscam conduzir a criança para a descoberta de outros mundos, para se projetar num universo 
inexistente, mas conveniente a ela. Na brincadeira a criança mistura realidade e fantasia. 
O fantástico, o imaginário, expressos na brincadeira da criança quando fala com um 
cabo de vassoura “como se” fosse um cavalo, fica zangada com seu cãozinho 
imaginário porque faz sujeira no tapete da mamãe ou transforma a pedra em pássaro, 
mostram uma mistura de realidade e fantasia, em que o cotidiano toma outra 
aparência, adquirindo um novo significado. Isso está muito próximo do sonho [...] no 
qual os contornos da realidade e fantasia se misturam (KISHIMOTO, 2000, p.69-70). 
É esta proposta de imaginação, de fantasia, de criação, de representação, de 
prazer, enfim, de lúdico, que o Ludibus desenvolve em sua caminhada itinerante; é ela que 
torna possível a transformação de um ônibus em brinquedo e sua atividade intensiva nas 
escolas levando cultura e arte a todos aqueles que acreditam na educação imersa na cultura 
infantil. 
Quanto ao desenvolvimento de um trabalho voltado para as diversas 
manifestações artísticas, as propostas respeitam as crianças e buscam levá-las a interagir com 
seus pares e compreender melhor o mundo em que vivem através de suas vivências e 
cotidianidade. O trabalho artístico proposto pela equipe do Ludibus encara a arte como 
linguagem e procura levar em conta o seu caráter dialético. A esse respeito, Ernst Fischer 
(1971) nos leva a refletir sobre a função da arte em nossa sociedade atual. Ele acompanha a 
evolução das artes da pré-história até nossos dias e fundamenta seu trabalho a partir de uma 
 
 541 
visão marxista, à medida em que vê a função da arte de maneira dialética e inserida na 
sociedade de classes. 
 O mundo capitalista cria dualidades, separa razão e emoção. A arte precisa 
remover esse conflito, ultrapassá-lo. Para Fischer, a função arte não é única e se transforma 
com um mundo que está em constante transformação. Mas ela guarda também, através dos 
tempos, elementos contínuos e comuns. Isso quer dizer que a humanidade não é apenas uma 
contraditória descontinuidade, mas é também continuidade. O antigo e o novo permanecem em 
nós, mesmo que não percebamos. Para Fischer, a arte nos aproxima do real de forma 
dialética, através da razão e da emoção, do novo e do antigo, da identificação e não 
identificação, do desejo de compreender o mundo para melhor transformá-lo. A função 
essencial da arte num mundo divido em classes deve ser a de esclarecer e incitar à ação, mas 
não podemos nos esquecer que a arte também guarda algo de sua magia primitiva. É 
exatamente isso que o Projeto Ludibus, com suas propostas de ação, visa promover: reflexão, 
mudanças, transformação, sem deixar de levar em conta a magia contida no processo de criar, 
de fazer e compreender a arte. 
2.2. O Projeto Ludibus e as atividades desenvolvidas nos anos de 2005 e 2006: um breve 
histórico 
O ônibus destinado ao Projeto Ludibus tem fundamental importância para o 
desenvolvimento das atividades nas escolas. Como equipamento recreativo, requer uma 
estrutura específica, contemplando necessidades de utilização de espaços e brinquedos, além 
das ações pedagógicas da equipe envolvida. O ônibus precisa ser um lugar agradável e 
dinâmico, para que possa enriquecer o contexto para o incentivo à imaginação e à liberdade de 
criação através de linguagens artísticas e lúdicas. Precisa contemplar diversas faixas etárias e 
interesses diferenciados. 
Como já foi anteriormente salientado, o ônibus sofre alterações, como por 
exemplo, aretirada de bancos. Em seus lugares são colocadas estantes para livros e baús 
nos quais são guardados brinquedos, fantasias, fantoches e materiais como papel, tinta, lápis, 
tesoura e cola; mesas improvisadas servem para os desenhos, pinturas, jogos e leitura. É 
desprovido de roleta e bancada de cobrador e no fundo do veículo, há uma boca de cena para 
teatro; há também uma lousa e vários ganchos para pendurar obras de arte. Todo o espaço é 
construído visando o desenvolvimento de atividades ligadas às artes e ao lúdico. 
Durante os últimos dois anos do Projeto, um amplo trabalho foi realizado pela 
equipe do Ludibus junto a escolas de Ensino Fundamental e comunidades de bairros. No ano 
de 2005 contamos com a participação de sete alunos, graduandos do curso de Pedagogia da 
FFC- UNESP. Destes, 5 eram bolsistas (uma bolsa do Núcleo de Ensino) e dois, voluntários. 
No ano de 2006 a participação de graduandos no Projeto aumentou, saltando para 12 alunos, 
 
 542 
sendo 6 bolsistas (dois do Núcleo de Ensino) e 6 voluntários. Criamos, nestes dois anos, uma 
rotina semanal de trabalho. Realizamos, no início de cada ano, uma reunião geral para a 
apresentação do projeto a todos os graduandos participantes da equipe e lançamos a proposta 
de construção de um trabalho conjunto através de reuniões semanais, nas quais todos 
pudessem opinar sobre as ações a serem realizadas e participar ativamente da programação 
desenvolvida nas escolas. Determinamos que as reuniões da equipe seriam às terças feiras, 
das 14:00 às 17:00 horas. Optamos por trabalhar prioritariamente com as primeiras quatro 
séries do ensino fundamental e em escolas públicas (municipais e estaduais). Firmamos 
parcerias com a Secretaria de Educação e Secretaria de Cultura e Turismo da cidade de 
Marília, a fim de que a equipe do Projeto pudesse trabalhar de forma variada, atingindo os 
objetivos de sensibilizar professores e alunos de escolas públicas para a importância da arte e 
da ludicidade na educação formal através de propostas de trabalho nestas áreas, com vistas à 
criação infantil. 
A parceria firmada com a Secretaria de Educação de Marília nos levou a 
desenvolver dois tipos de trabalhos nas escolas: um, contínuo, com atividades semanais 
realizadas na EMEF “Nivando Mariano dos Santos”, localizada na zona sul da cidade, nos anos 
de 2005 e 2006, atendendo cerca de seiscentas crianças das quatro primeiras séries do ensino 
fundamental; outro, através de visitas esporádicas a diversas escolas e entidades ligadas à 
rede municipal de ensino que solicitaram a visita do Projeto Ludibus neste período. As escolas 
atendidas pelo Projeto foram: EMEI “Branca de Neve”, localizada no distrito de Padre Nóbrega, 
EMEFs “Nicácia Garcia Gil” e “Célio Corradi”, SEAMA/Casa do Pequeno Cidadão II e 
Educandário “Bento de Abreu Sampaio Vidal”. Nestas escolas e entidades cerca de mil e 
quinhentas crianças desenvolveram atividades propostas pela equipe de graduandos da FFC 
ligados ao Projeto Ludibus. 
Com a Secretaria de Cultura e Turismo de Marília firmamos parceria para a 
participação do Projeto no PIC (Programa de Integração Comunitária). A proposta da 
Secretaria de Cultura é a de promover o PIC em diferentes bairros da cidade, levando à 
população da periferia lazer, informações úteis relacionadas ao ensino, à saúde e meio 
ambiente (vários estandes são montados de forma didática com um monitor especializado em 
determinada área de conhecimento), passeios turísticos e atividades culturais, como danças, 
música, teatro, cinema, palestras, leitura, artes plásticas e informações diversas. O projeto 
LUDIBUS participou, no ano de 2005, do I e III PICs, permanecendo com seu ônibus e 
integrantes (coordenador, alunos bolsistas e alunos voluntários) nos locais dos eventos (Jardim 
Fontanelli e Vila São Paulo), oferecendo à população oficinas de artes plásticas ( desenho, 
pintura, colagem), estantes de livros de literatura infantil e gibiteca. A biblioteca municipal de 
Marília também colocou no ônibus uma estante de livros, jornais e revistas à disposição do 
público. Toda a população presente pôde manusear e ler o material exposto. No ano de 2006 a 
equipe do Projeto desenvolveu o mesmo tipo de trabalho durante o IV e V PICs, ocorridos, 
 
 543 
respectivamente, nos bairros Nova Marília e Vila Altaneira. Através da participação nesses 
eventos, pudemos observar a importância do estabelecimento de parcerias entre o projeto 
LUDIBUS e programas culturais da cidade, no sentido de proporcionar à população situações 
lúdicas e prazerosas de aprendizado. Nestes eventos, crianças de todas as idades 
participaram das oficinas de artes oferecidas e adultos visitaram o ônibus e tiveram acesso ao 
acervo de livros e gibis do Projeto. 
Outro importante trabalho a ser destacado refere-se a uma proposta de 
atividades realizada pelo Projeto LUDIBUS e pelo Grupo de Contadores de Histórias da UNATI 
(Universidade Aberta à 3ª Idade), da FFC- UNESP de Marília. Com o objetivo de integrar a 
Universidade à comunidade mariliense, promover um encontro de gerações e suscitar 
pesquisas através do ensino e extensão, elaboramos a proposta de unir o trabalho realizado 
pelo LUDIBUS com artes, jogos e literatura Infantil na EMEF “Nivando Mariano dos Santos” e o 
trabalho desenvolvido pelas oficinas de Contadores de história da UNATI, que visam trabalhar 
com histórias, contos e “causos” junto aos alunos da UNATI, a fim de que estes atuem como 
agentes culturais. Foram realizados encontros entre os participantes dos dois projetos, nos 
quais discutiu-se a importância da linguagem oral, do encontro de gerações que a junção dos 
projetos propiciaria e de trabalhos e pesquisas futuras que a empreitada poderia suscitar. Os 
resultados desta parceria ocorreram no ano de 2005 com a realização de uma tarde de 
contação de histórias por graduando do projeto LUDIBUS e alunos da UNATI às crianças da 
EMEF “Nivando Mariano dos Santos” e uma palestra intitulada “Encontro de Gerações”, 
ministrada aos alunos da UNATI pela equipe do Projeto LUDIBUS, que versou sobre a 
importância da proposta de unir pessoas idosas, jovens e crianças num mesmo trabalho. Além 
da importância do trabalho prático realizado, propostas como esta são capazes de gerar o 
aprofundamento de questões relacionadas à arte, ao lúdico, à linguagem oral, às contribuições 
de um debate inter-geracional através de pesquisas que podem ser suscitadas a partir do 
encontro de ações entre projetos de extensão. 
As escolas estaduais também foram contempladas pelo Projeto, que visitou, no 
ano de 2006, a EE Lourenço Sene e a EE Maria Isabel Sampaio Vidal, no distrito de Padre 
Nóbrega. O trabalho desenvolvido pela equipe do Ludibus visou a desconstrução de uma visão 
mecanicista ligada ao trabalho artístico nas escolas e outros espaços educacionais, a fim de 
que a arte seja valorizada em seus aspectos lúdicos, enquanto linguagem e forma de 
expressão. Nos dois anos em que o projeto Ludibus esteve ligado ao Núcleo de Ensino da 
FFC- UNESP de Marília, buscamos levar às diversas escolas e instituições de ensino, além de 
comunidades de bairros, a idéia do ônibus lúdico, que leva arte, brincadeiras e literatura infantil 
por onde passa. 
 
 544 
2.3. Oficinas artísticas e lúdicas realizadas na EMEF Nivando Mariano dos Santos nos 
anos de 2005 e 2006: desenvolvimento de uma parceria fixa de trabalho. 
No início do ano de 2005, estabelecemos contato com a Secretaria de Educação 
do município de Marília e firmamos uma parceria fixa com a EMEF Nivando Mariano dos 
Santos, escola situada no Jardim Santa Clara, na zona sul da cidade. A escola é nova e possui 
uma boa infra-estrutura, com espaços apropriados para o desenvolvimento do trabalho 
realizado pelo Ludibus. Ela atende crianças das primeiras quatro séries do ensino fundamental 
e possui oito turmas no período da manhã e oito no período da tarde. Cerca de seiscentascrianças estudam na EMEF, que possui quatro turmas de cada série, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª, 
respectivamente. 
Inicialmente nos reunimos com o diretor da escola, a fim de dialogarmos sobre o 
trabalho a ser desenvolvido. O diretor propôs que o Projeto Ludibus entrasse em consonância 
com o Projeto de artes da escola, o Educarte, que tem como objetivo integrar as diversas áreas 
de conhecimento através de trabalhos artísticos e lúdicos. Também propôs um encontro com 
as professoras da escola para conversarmos a respeito de nossas propostas de ação. Desta 
forma, nos reunimos com todas as professoras da escola e expusemos os objetivos do Projeto, 
enfatizando a importância do desenvolvimento de propostas ligadas à arte e ao lúdico capazes 
de levar as crianças a criarem, falarem de si e apresentarem suas formas de ver o mundo. 
Ficou acordado que realizaríamos as atividades semanalmente, às quintas feiras. Este foi 
considerado o melhor dia para a realização das atividades do projeto dentro da rotina da 
escola. Os graduandos (bolsistas e voluntários) do Ludibus trabalhariam em duplas e 
atenderiam primeiramente, durante os meses iniciais, as turmas do período da tarde. Cada 
dupla permaneceria com duas turmas e as atividades deveriam durar de quarenta a cinqüenta 
minutos por turma. 
Intensificamos, desta forma, as reuniões com os graduandos da equipe do 
projeto. Todas as terças, de abril e maio, nos reunimos com os bolsistas para organizarmos as 
atividades e para leituras e discussão de textos que dariam suporte ao nosso trabalho, tais 
como Huizinga (1990), Lowenfeld (1977), Fischer (1971), Benjamin (1984), Laban (1978), entre 
outros. Nas reuniões preparamos as atividades a serem desenvolvidas, organizamos o material 
no interior do ônibus, elaboramos material- didático pedagógico e cada participante da equipe 
passou a refletir e discutir sobre a possibilidade de elaboração de projetos de pesquisa ligados 
aos temas do lúdico e da arte e sua importância para o desenvolvimento infantil. Em nossas 
reuniões ficou acordado que a ênfase do trabalho recairia sobre as artes visuais, a fim de 
complementarmos o trabalho que já vinha sendo desenvolvido na EMEF através de seu Projeto 
Educarte. Também trabalharíamos com brincadeiras, jogos tradicionais e teatrais e com 
contação de histórias. 
 
 545 
No segundo semestre de 2005, iniciamos nosso trabalho prático na EMEF 
“Nivando Mariano dos Santos”. No início do mês de agosto, pela primeira vez, as crianças 
tiveram contato com o Ludibus e com todo o material disponível no ônibus. Organizamos uma 
atrativa exposição dos materiais do ônibus: nas mesas foram colocados papéis coloridos, lápis 
e canetinhas para desenhar. Foram espalhadas fantasias, máscaras, fantoches, jogos 
variados, instrumentos musicais da bandinha rítmica, livros de literatura infantil e história da 
arte e gibis. No fundo do ônibus, havia um quadro em papel manilha para as crianças 
escreverem suas impressões sobre o Ludibus e deixar recados. 
A partir deste primeiro contato da equipe do Projeto com as crianças, demos 
prosseguimento ao trabalho, buscando interagir com alunos, professores e pessoal da escola. 
As crianças passaram a esperar, todas as quintas feiras, pela chegada do Ludibus com as 
atividades propostas pela equipe. No ano de 2005, priorizamos o trabalho voltado para as artes 
visuais pois, como já explicamos, o Projeto Ludibus buscou o tempo todo estar em 
consonância com o Projeto Educarte, que em 2005 desenvolveu atividades ligadas às artes 
visuais, trabalhando, inclusive, com releituras de obras de arte. Nós, da equipe do Projeto 
Ludibus, através de estudos e leituras, idealizamos propostas com vistas à criação infantil, 
objetivando levar a criança a expressar-se através da arte, falar de si, de seu mundo, de sua 
cotidianidade. Os graduandos do projeto sempre enfatizaram às crianças a importância da 
criação, pois ao criarmos nossos trabalhos, mostramos um pouco do nosso mundo e de quem 
somos às outras pessoas. Nos comunicamos, transmitimos mensagens. As propostas de artes 
visuais estiveram ligadas também a horas do conto, a brincadeiras, jogos teatrais e teatros de 
fantoche. Apresentamos aqui algumas das atividades realizadas: 
Conhecendo melhor cores e materiais para o trabalho com artes visuais. 
Esta proposta visou o desenvolvimento de atividades voltadas para a livre 
experimentação das crianças relacionadas a suportes e materiais para desenho e pintura. 
Disponibilizamos, inicialmente, (durante pelo menos três semanas), em nossas visitas à escola, 
papéis variados, lápis de cor, canetinhas, giz de cera, tintas guache e para pintura a dedo, 
barbantes e outros materiais para a experimentação das crianças e confecção de trabalhos 
individuais e em grupos. As crianças desenvolveram desenhos livres e puderam manusear à 
vontade todo o material a elas disponibilizado. A equipe do Projeto Ludibus orientava sobre as 
cores, fazia a distinção entre cores primárias e secundárias, auxiliava as crianças a misturarem 
tintas para criar cores novas. Por vezes as crianças perguntavam se poderiam utilizar as cores 
que quisessem e pintar os desenhos com canetinhas coloridas. As crianças eram orientadas a 
fazer seus experimentos e a utilizar todo o material sem se preocupar em utilizar tons 
naturalistas nos desenhos. Por exemplo, se uma criança desejasse pintar seu gato de azul, 
deveria fazê-lo. As canetinhas poderiam ser usadas para pintar os desenhos tanto quanto os 
 
 546 
lápis. Muitas vezes, por questão de economia, pais e professores orientam as crianças para 
que façam o contorno dos desenhos com canetinhas e que pintem a parte interna com lápis de 
cor. As crianças, logo no início das atividades, perceberam que poderiam manusear todo o 
material disponível como desejassem. A equipe também orientava as crianças em relação aos 
cuidados para com o material fornecido. Elas eram solicitadas a forrar com jornais o chão do 
ônibus e dos locais onde as atividades aconteciam, a fechar as tampas dos pincéis atômicos e 
canetinhas para que não secassem, a lavar os pincéis sujos de tinta, a não sujar a escola com 
as tintas, a guardar todo o material depois de utilizado. Enfim, as crianças aprendiam a 
manusear o material e a cuidar dele, tendo consciência de que poderiam utilizar tudo o que 
desejassem. Desta forma, as crianças elaboraram seus trabalhos em folhas de papel sulfite, 
papel manilha, cartolina; trabalharam com a questão dos limites no desenho utilizando 
barbantes e fios de lã; perceberam a importância do suporte e do tamanho do papel no 
processo de criação de trabalhos. Em uma das propostas, a da “fotografia desenhada”, 
pedimos às crianças que pensassem em algo (pessoa, paisagem, objeto) que quisessem 
fotografar. Distribuímos cartolinas cortadas em tamanho de 10 x 15 cm e pedimos às crianças 
que desenhassem aquilo que gostariam de fotografar. Trabalhos originais e muito coloridos 
resultaram desse processo. Em outras ocasiões, as crianças se reuniam em grupos de quatro 
pessoas, pensavam num tema e elaboravam seus trabalhos em grandes pedaços de papel 
manilha. Estas atividades de experimentação propiciaram segurança às crianças e a certeza 
de que em nenhum momento seriam tolhidas em seus processos de criação. 
 Trabalhando o corpo humano 
Esta proposta propiciou a elaboração de algumas atividades relacionadas ao 
conhecimento do próprio corpo, além de suas possibilidades de movimentação. Utilizamo-nos 
de jogos teatrais e de oficinas de educação para o movimento tendo como base os trabalhos 
de Vila Spolin (1979) e Rudolf Laban (1978). Em uma das oficinas, ocorrida na quadra de 
esportes da escola, delimitamos o espaço que utilizaríamos e conversamos com as crianças a 
respeito do espaço que tínhamos para trabalhar, que nos locomovemos diariamente em 
espaços variados e que, muitas vezes, não utilizamos toda nossa capacidade de 
movimentação.As crianças fizeram vários comentários sobre seus corpos e suas 
possibilidades de movimentos. Segundo Laban, o homem, mais que qualquer outro animal, 
possui uma gama enorme de movimentos e é capaz de tornar seu corpo expressivo através 
deles. Também leva vantagem sobre os outros animais, pois é capaz de refletir sobre seus 
movimentos e mudar padrões de movimentação. Depois da conversa, partimos para o trabalho 
prático, que foi realizado com duas terceiras séries da escola. As crianças caminharam pelo 
espaço movimentando de diferentes formas pés, pernas, tronco, braços, mãos, cabeça, 
pescoço. Pedimos a seguir que as crianças imaginassem várias situações que interferem na 
caminhada. Por exemplo: caminhar como se pisassem num chão muito quente; com um vento 
 
 547 
muito forte; com a chuva caindo; pisando em flocos de algodão. Em duplas, realizaram uma 
série de jogos e brincadeiras, tais como: 
- exercício do espelho: duas crianças ficam de frente uma para outra. Uma delas 
realizará movimentos e a outra, que será o espelho, deverá realizar os mesmos movimentos 
simultaneamente. 
- escultura: uma criança será o escultor e a outra a argila. O escultor dará forma 
ao corpo do outro e criará posições nas quais aquele que é a massa da escultura deverá 
permanecer, até que o escultor mude a posição anterior. 
- caminhar pela sala com os companheiros unidos pelas costas. Deve haver uma 
busca de sincronia na caminhada. 
Encerramos o trabalho pedindo às crianças que pensassem num brinquedo. 
Cada uma delas seria um brinquedo que, à noite, ganha vida numa loja mágica. Vários 
“brinquedos” surgiram através dos movimentos dos corpos das crianças: carrinhos, bonecas, 
bolas, aviões, etc. 
Em relação às artes visuais, as crianças elaboraram desenhos tendo como tema 
a figura humana. Também trabalhamos com recortes de revistas apresentando às crianças 
partes do corpo humano. Elas elaboraram composições com desenhos, recortes e colagem. 
Sempre conversávamos com as crianças sobre suas criações. 
Histórias e outras surpresas 
A equipe do Projeto elaborou tardes de contação de histórias e outras atividades 
a serem realizadas com as crianças relacionadas às histórias contadas. Foram contadas as 
histórias: “Dona Baratinha”; “Marcelo, marmelo martelo”, de Ruth Rocha, “Uxa, ora fada, ora 
bruxa”, de Sylvia Orthof, além de histórias elaboradas pelos próprios integrantes da equipe do 
Projeto. Depois das histórias, outras atividades ocorriam, tais como rodas de conversa sobre a 
história, elaboração de textos curtos, de desenhos, dramatizações com fantoches. Como já foi 
salientado, também realizamos parceria com o Grupo de contadores de histórias da UNATI, 
realizando uma tarde de contação de histórias na escola. 
Estas são algumas das muitas atividades realizadas na EMEF “Nivando Mariano 
dos Santos” no ano de 2005. Em 2006 desenvolvemos um trabalho voltado para várias formas 
de linguagens artísticas. A arte e o lúdico foram privilegiados através de oficinas variadas: artes 
visuais, jogos teatrais, literatura infantil, elaboração de textos. Idealizamos o trabalho tendo em 
vista conhecer melhor as crianças: o que pensam, quais seus gostos, idéias, anseios, medos, 
visões de mundo (LOPES, 2006). A temática das oficinas sempre era explicitada no inicio do 
trabalho. Depois de conversas informais com as crianças tentávamos explicar a proposta de 
maneira agradável, sempre buscando suas opiniões e ressaltando que ali poderiam dizer tudo 
 
 548 
o que quisessem, dentro da idéia de respeito mútuo. O diálogo, que sempre precedeu as 
oficinas, buscava que as crianças avaliassem, ao longo do trabalho, tudo aquilo que estavam 
produzindo. Apresentaremos algumas das oficinas ministradas às crianças: 
Quem sou eu? 
O objetivo desta proposta foi o de levar as crianças a falarem um pouco de si 
mesmas, de suas características físicas, dos aspectos que as diferenciam, da maneira de ser 
de cada um. As crianças descreveram suas características físicas, seus gostos: programas de 
tv preferidos, lazer. A partir das respostas das crianças, dialogamos sobre o que nos torna 
semelhantes, mas também sobre o que nos diferencia, levando-nos a ser seres únicos, 
inimitáveis. Este trabalho levou as crianças a refletirem e falarem sobre si mesmas, sobre quem 
são. Depois do diálogo inicial, pedimos que as crianças desenhassem seu auto-retrato, 
apresentando suas características físicas. Distribuímos papel sulfite e lápis de cor para as 
crianças, que realizaram a proposta individualmente. 
Sentado na porta de minha casa... 
Esta oficina teve por objetivo levar as crianças a falarem um pouco sobre o 
bairro em que moram, sobre suas casas. No início do trabalho, o tema da oficina passada 
(quem sou eu) foi retomado, a fim de que as crianças percebessem que havia uma seqüência 
no trabalho: falar de si, da casa, do bairro, da família, de seu mundo. Perguntamos para um 
menino em que bairro que ele morava e, depois de algum tempo precisando se situar e 
recorrendo à ajuda dos colegas e da professora disse o nome do bairro. Questionamos se o 
bairro no qual ele morava era igual aos outros bairros da cidade. A maior parte das crianças 
afirmou que não, que os bairros eram diferentes. A partir desse diálogo inicial, as crianças 
descreveram seu bairro, suas casas, lembraram que, mesmo em bairros com casas 
padronizadas, como os conjuntos populares, cada casa é enfeitada de forma diferente pelo seu 
dono: há diferenças nos portões, nas flores, nos adornos, nas cores, nos tamanhos. Depois 
das conversas nas quais muitas crianças apresentaram seus pontos de vista, propusemos que 
fizessem um desenho e colocassem nele a sua casa. Como suporte oferecemos uma folha de 
papel manilha. Dissemos, então, que este desenho deveria ser feito em grupo e cada criança 
colocaria a sua casa na folha, formando, através do desenho, uma espécie de retrato do bairro. 
Durante o trabalho a interação foi muito grande entre os grupos, com as crianças conversando 
e resolvendo problemas como a divisão do material disponibilizado para o coletivo. Na maioria 
dos desenhos, a escola ocupou a região central da folha com as casas concentrando-se ao seu 
redor. 
 
 549 
Contando e “teatrando” 
Esta proposta teve como objetivo levar as crianças a falarem de suas famílias e 
pessoas próximas através do diálogo e da criação de historietas coletivas com a utilização de 
fantoches. As crianças poderiam criar histórias que versassem sobre situações familiares. 
Várias histórias surgiram e os fantoches disponíveis foram importantes no momento de 
elaboração das mesmas. Havia fantoches de famílias inteiras, fantoches ligados ao folclore 
brasileiro, fantoches das personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo, entre outros. As crianças 
criaram várias histórias com estes fantoches, principalmente com a temática envolvendo a 
turma do Sítio do Pica Pau. Quase todas as histórias envolveram situações familiares. 
Minha tribo sou eu! 
Nesta proposta as crianças deveriam escrever poesias e montar um pequeno 
livro contando um pouco sobre seus gostos. Antes da realização desta atividade pelas 
crianças, conversamos a respeito do ato de escrever. Lemos o poema de Cecília Meireles, “O 
mosquito escreve”, do livro Ou isto ou aquilo e conversamos com as crianças sobre o que leva 
uma pessoa a escrever um texto, um poema. As crianças responderam que geralmente 
escrevemos sobre aquilo que gostamos ou sobre o que nos chama a atenção. Pedimos às 
crianças que falassem sobre seus gostos e escrevessem seus próprios textos. O trabalho de 
escrita foi realizado individualmente e, depois de pronto, mostrado às outras crianças em forma 
de sarau de poesias. 
A Mandala 
Esta proposta teve por objetivo levar as crianças a apresentarem o que 
consideravam bom e o que consideravam ruim em suas vidas e na vida em sociedade. 
Dissemos que falaríamos um pouco sobre nossas próprias vidas e quenelas sempre 
aconteciam coisas boas e coisas ruins. Questionamos o que seriam as coisas boas da vida e 
as respostas das crianças foram variadas, indo desde sorvete de chocolate até Deus. Quanto 
às coisas ruins, as respostas incluíram desde tarefas escolares até a morte, a guerra e o 
“capeta”. Contamos, em seguida, a “história” da mandala, dissemos que ela era uma espécie 
de “círculo mágico de meditação” e nada que fosse ruim poderia penetrar nesse círculo. A 
mandala impede que o mal entre para dentro do círculo, todo o mal fica do lado de fora. 
Fizemos, então, a proposta da mandala para o desenho das crianças. Foi entregue uma folha 
com um grande círculo no meio, representando a nossa mandala. Então pedimos para que as 
crianças desenhassem tudo o que achavam bom dentro deste círculo, inclusive os sonhos que 
queriam realizar, e todos as coisas que considerassem ruins deveriam ficar do lado de fora do 
círculo. As crianças compreenderam bem a proposta e a realizaram de forma compenetrada e 
silenciosa. 
 
 550 
Estas foram algumas das propostas realizadas com crianças das quatro 
primeiras séries do Ensino Fundamental da EMEF Nivando Mariano dos Santos. O trabalho 
desenvolvido visou privilegiar a criação infantil através de diversas linguagens artísticas e levou 
as crianças a falarem de si e de seu mundo através de suas próprias criações. 
3. RESULTADOS 
3.1. Ludibus: a arte e o lúdico como elementos estimuladores do desenvolvimento 
infantil 
O trabalho desenvolvido pela equipe do Projeto Ludibus nas escolas e no PIC 
(Programa de Integração Comunitária) nos leva a refletir sobre a importância do suporte que o 
Projeto dá às escolas parceiras e aos programas culturais voltados para as comunidades de 
bairros. Nosso intuito sempre foi o de somar, de unir forças com as escolas a fim de propagar a 
importância da arte e do lúdico no processo de educação formal de crianças das primeiras 
séries do ensino fundamental. Como já salientamos, desenvolvemos junto às escolas uma 
parceria fixa, que teve a duração de dois anos com uma EMEF da cidade de Marília e várias 
parcerias esporádicas, com visitas semestrais ou anuais a várias escolas municipais e 
estaduais. As visitas a estas escolas contemplaram atividades semelhantes às realizadas na 
EMEF Nivando Mariano dos Santos. Artes visuais, jogos teatrais e tradicionais, teatro de 
fantoches, horas do conto, leituras de histórias, confecção de brinquedos formaram o quadro 
de propostas desenvolvidas nas escolas por onde o Projeto Ludibus passou. 
Em relação aos resultados alcançados, percebemos que houve um processo de 
interação muito bom entre os graduandos do curso de Pedagogia participantes da equipe do 
Ludibus e alunos, professores, diretores e coordenadores das escolas visitadas pelo Projeto. O 
trabalho desenvolvido ganhou força na comunidade e durante os anos de 2005 e 2006 
recebemos muitos convites, inclusive de escolas particulares, para o estabelecimento de 
parcerias e visitas do ônibus itinerante. No entanto, escolas particulares não puderam ser 
contempladas, pois a prioridade do trabalho foi atender as escolas públicas, em bairros 
periféricos, algumas delas próximas de favelas. O contato dos graduandos do curso de 
Pedagogia com diversas escolas e realidades educacionais distintas proporcionou a eles 
oportunidades de vivências e reflexões acerca da importância do lúdico e da arte para o 
desenvolvimento infantil, levando-os a elaborarem projetos de pesquisa e trabalhos de 
conclusão de curso relacionados aos temas do Projeto. Apresentaram seus trabalhos em 
eventos acadêmico-científicos e trocaram experiências com outros pesquisadores. 
Quanto às respostas das crianças às atividades oferecidas pelo Projeto, 
podemos dizer que foram muito positivas e acreditamos ter cumprido os objetivos propostos. 
Na EMEF “Nivando Mariano dos Santos”, onde o trabalho foi desenvolvido semanalmente, as 
crianças esperavam ansiosas pela chegada do Ludibus e equipe. A aproximação das crianças 
com os graduandos da equipe do Projeto se deu de forma rápida e tranqüila. Através das artes 
 
 551 
visuais, dos jogos tradicionais e brincadeiras, do teatro, da literatura, as crianças criaram seus 
trabalhos, mostraram muito de seu mundo e sua cotidianidade. Nas oficinas intituladas 
“Conhecendo melhor cores e materiais para o trabalho com artes visuais”, as crianças puderam 
criar seus desenhos livremente e pintá-los com as cores que desejassem. Entre os trabalhos 
elaborados, chamou-nos a atenção o trabalho de um menino da 2ª série do período da tarde. 
Seu desenho mostrava um submarino azul envolvido por um fundo preto e vermelho. Ao 
explicitar seu trabalho, ele disse que o desenho representava a guerra e a poluição do planeta 
Terra. Outra criança desenhou a casa na qual iria morar no futuro. Mas disse que não sabia se 
iria colorir seu desenho. Perguntado sobre o porquê de não colori-lo, a criança respondeu que 
“meu pai briga com a minha mãe e isso não é alegre!” A criança complementou sua 
argumentação dizendo que a alegria é colorida e, portanto, se não estamos alegres, o desenho 
também não deve ser tão colorido. Podemos perceber, através destes dois exemplos, o quanto 
as crianças falam de si, de seu mundo, de suas idéias através das obras que criam. Os temas, 
as formas e cores que utilizam relacionam-se com seus anseios, sonhos, medos e decepções 
cotidianas. 
Outra questão importante que surgiu no processo de análise do trabalho 
desenvolvido diz respeito à forma como as crianças negras se representaram nos auto-retratos 
da oficina intitulada “Quem sou eu?”. Em duas salas de aula, de quinze crianças negras, 
apenas duas representaram nos desenhos suas características físicas. As outras crianças 
utilizaram cores rosadas ou amareladas para representarem sua cor e uma das crianças 
representou-se com cabelos loiros e lisos. Esta situação indica que o que prevalece na mídia e 
na cotidianidade do povo brasileiro é o padrão de beleza europeu, que leva crianças a negarem 
suas próprias características, desejando outras consideradas mais interessantes e aceitáveis. 
Esses dados podem fornecer pistas para um trabalho educacional preocupado e comprometido 
com as questões raciais. 
Em outra oficina, intitulada “A mandala”, na qual as crianças receberam uma 
folha contendo um círculo simbolizando a mandala, as crianças desenharam na parte de dentro 
do círculo as coisas que consideravam boas em suas vidas e fora do círculo tudo o que 
consideravam ruim. As crianças desenharam dentro do círculo casas, bichos de estimação, 
pessoas que consideravam importantes, a escola, que apareceu em vários desenhos e o 
ônibus do Projeto Ludibus. Fora da mandala as crianças desenharam armas de fogo, cenas de 
violência, em que uma pessoa apanhava de outra, cenas de guerra, colegas de quem não 
gostavam, entre outras coisas. Algumas desenharam cruzes e próximas a elas escreveram a 
palavra morte. Chamou-nos a atenção o desenho de uma menina: dentro da mandala ela 
desenhou o ônibus do Projeto Ludibus e um menino de boné, com uma grande pinta no rosto. 
Fora do círculo da mandala ela desenhou o mesmo menino deitado e uma cruz ao seu lado. 
Dialogando com a criança, ficamos sabendo que o menino era seu irmão, que morreu 
assassinado em outra cidade. Ela disse que gostaria que seu irmão tivesse conhecido o 
 
 552 
Ludibus. Outra criança desenhou dentro do círculo um cigarro e disse à equipe que seu pai 
dizia que o cigarro era bom. Uma criança desenhou o Ludibus fora do círculo da mandala, 
explicitando através do desenho que não gostava do Projeto. 
As crianças também criaram e improvisaram cenas tendo como tema situações 
cotidianas e familiares. Os fantoches também ajudaram as crianças a criar situações 
interessantes e a falarem de si através do jogo projetado, em que a criança faz uso de objetos 
para jogar dramaticamente (SLADE, 1978). As oficinas revelarama capacidade infantil para 
criar e comunicar mensagens através da arte e do lúdico. Preocupações com o meio ambiente, 
com a violência doméstica e urbana, com desentendimentos familiares e desafetos surgiram 
em seus trabalhos. A violência não está distante, ao contrário, afeta por vezes suas famílias, 
seus entes queridos. A escola é vista como um ambiente positivo e isso tornou-se perceptível 
nas conversas e desenhos das crianças. Ao desenharem em grupos no papel manilha o bairro 
em que moravam, a escola geralmente aparecia no centro dos desenhos, pintada com cores 
vibrantes. Nas mandalas a escola também apareceu dentro do círculo, representada como algo 
bom para suas vidas. Perguntadas sobre qual o lugar onde mais brincavam, várias crianças 
responderam que era na escola, e não em casa ou na rua. 
Nas outras escolas e no PIC, programa cultural ligado à Secretaria de Cultura de 
Marília do qual participamos, as crianças também revelaram muito de seus gostos e potencial 
criativo através do trabalho realizado, apesar do menor contato com o Projeto. Numa das 
edições do PIC, conversamos longamente com um menino de 10 anos que disse ser 
apaixonado por desenho e passou boa parte da tarde dentro do ônibus, folheando os livros de 
História da Arte. 
Quanto ao impacto e aceitação do Projeto por parte de professores e 
profissionais da educação, podemos afirmar que houve uma boa participação dos mesmos 
junto ao trabalho desenvolvido. Muitas professoras participaram das ações, contribuíram com 
idéias, e a grande maioria esteve presente durante as oficinas. Houve casos em que algumas 
professoras permaneceram com a turma, sem interferir no trabalho desenvolvido pela equipe. 
Apenas em uma escola visitada houve duas professoras que deixaram as salas enquanto a 
equipe do Projeto desenvolvia as atividades. 
Para o ano de 2007 pretendemos continuar com o trabalho fixo na EMEF 
“Nivando Mariano dos Santos”, desenvolvendo atividades em consonância com o trabalho 
artístico da escola, que estará voltado para a Literatura Infantil. Pretendemos estabelecer 
também uma outra parceria fixa em uma escola municipal de educação infantil da cidade, 
realizar visitas a várias escolas públicas e dar continuidade à nossa parceria com a Secretaria 
de Cultura da cidade através de nossa participação no PIC. 
 
 
 553 
4. CONCLUSÃO 
Durante os últimos dois anos, o Projeto Ludibus desenvolveu seu trabalho junto 
às escolas e à comunidade do município de Marília buscando parcerias para novas atividades 
e integração com trabalhos que estão em consonância com os objetivos do Projeto. Nossa 
visão sobre o lúdico liga-o à cultura e, consequentemente, à educação. A arte sempre foi 
tratada dentro do Projeto como linguagem criadora, comunicante, viva. Sua função é por nós 
entendida como dialética. As linguagens artísticas visam instigar, provocar, levar ao 
conhecimento e à reflexão. As crianças não receberam nada pronto, acabado. Ao contrário, 
foram instigadas a criar, a dialogar, a refletir sobre si e sobre o mundo que as cerca. 
Nosso trabalho buscou demonstrar a importância da arte e do lúdico para o 
desenvolvimento infantil, unindo e relacionando ensino, pesquisa e extensão. Através do 
ensino e da extensão, pesquisas foram geradas. E através do debruçar-se sobre a prática e 
atividades realizadas, buscamos aperfeiçoar o trabalho desenvolvido. Hoje também possuímos 
um considerável acervo do trabalho realizado, com amostras das obras das crianças, fotos e 
registros das atividades desenvolvidas. Parte desse trabalho pode ser vista na página do 
Projeto Ludibus, presente no site da FFC-UNESP de Marília. 
Concluindo, podemos dizer que o Projeto Ludibus é um exemplo palpável de 
como se pode utilizar o que a infância tem de mais precioso: a imaginação, que garante o 
prazer de se desenvolver atividades lúdicas e artísticas significantes. “O sonhar e o brincar não 
necessitam de muito: a idéia e a possibilidade são o essencial” (RODRIGUES, 2000, p. 60). 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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1984. 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 
Arte/Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SE, 1997. 
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como elementos libertadores dos processos de criação da pessoa idosa. Marília, 2003. 200 p. 
Tese (Doutorado em Educação)- Programa de Pós Graduação em Educação, Universidade 
Estadual Paulista, 2003. 
FISCHER, E. A necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. 
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 
1990. 2.ed. 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 
2000. 
LABAN, R. Domínio do Movimento. Ed. organizada por Lisa Ullman. São Paulo: Summus, 
1978. 
LOPES, Felipe. Quem é você? Arte – educação e o imaginário infantil. Marília, 2006. Trabalho 
de conclusão de curso de graduação em Pedagogia. (monografia)- Faculdade de Filosofia e 
Ciências, Universidade Estadual Paulista, 2006. 
 
 554 
LOWENFELD, V. A criança e sua arte - um guia para os pais. São Paulo: Mestre Jou, 1977. 
SLADE, Peter. O Jogo Dramático Infantil. (Tradução de Tatiana Belinky). São Paulo: Summus, 
1978. 
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1979. 
RODRIGUES, Rejane Penna. (Org.) Brincalhão: uma brinquedoteca itinerante. Petrópolis: 
Vozes, 2000. p. 64.

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