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Flores comestíveis: o que é preciso saber1 Izabel Cristina dos Santos2 Simone Novaes Reis3 Cláudio Egon Faccion4 Lívia Mendes de Carvalho5 Apoio FAPEMIG 1Circular técnica produzida pela EPAMIG Sul - CERN, (32) 3379-4983, cern@epamig.br 2Eng. Agrônoma, D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul - CERN/Bolsista FAPEMIG, São João del-Rei, MG, icsantos@epamig.br 3Eng. Agrônoma, D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul - CERN/Bolsista FAPEMIG, São João del-Rei, MG, simonereis@epamig.br 4Eng. Agrônomo, M.Sc., Pesq. EPAMIG Sul - CERN, São João del-Rei, MG, claudiofacion@epamig.br 5Eng. Agrônoma, D.Sc., Pesq. EPAMIG Sul - CERN/Bolsista FAPEMIG, São João del-Rei, MG, livia@epamig n. 305 - agosto 2019 Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Departamento de Informação Tecnológica Av. José Cândido da Silveira, 1647 - União - 31170-495 Belo Horizonte - MG - www.epamig.br - Tel. (31) 3489-5000 INTRODUÇÃO “Come-se com os olhos” - diz o ditado popu- lar. E nesta linha de raciocínio as flores comestíveis podem conferir mais beleza e atratividade a diversos tipos de alimentos: bebidas, drinks, pratos salgados e doces, frios ou quentes. Com seu colorido e sabor exótico, as flores comestíveis encantam chefs de co- zinha e consumidores. Não há estatísticas oficiais sobre número de produtores de flores comestíveis e volume comer- cializado. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte encontram-se produtores de ervas aromáticas e flores comestíveis com alguns anos de experiência neste mercado. Tais produtores entregam diretamente em restaurantes e buffets ou em pontos de venda especializados em produtos orgânicos e agroecológicos. Nas cidades do interior, as flores comestíveis são vendidas dire- tamente aos consumidores nas propriedades rurais ou entregues em restaurantes e buffets. Há também anúncios de venda pela Internet. Antes de começar a produção de flores co- mestíveis, é preciso ter informação segura das espé- cies indicadas para esta finalidade. Embora muitas flores pareçam palatáveis e inofensivas, algumas têm princípios tóxicos que podem causar problemas à saúde. A semelhança entre plantas e/ou o uso de nomes populares parecidos podem levar à confusão. Portanto, a correta identificação botânica da espécie é imprescindível. As flores comestíveis devem ser consumidas em restaurantes confiáveis ou adquiridas em estabe- lecimentos especializados. Flores de jardins expos- tos à poluição e ao trânsito de animais, bem como aquelas comercializadas em floriculturas, supermer- cados e ‘garden center’ para ornamentação e jardi- nagem, não podem ser consumidas como alimento. Nesta Circular Técnica são apresentadas as informações necessárias antes de plantar, comprar ou consumir flores comestíveis e também a descri- ção de algumas flores que são tóxicas, impróprias para o consumo. PRODUÇÃO DE FlOREs cOMEsTívEIs A área destinada ao cultivo deve estar cerca- da para impedir a entrada de animais domésticos e distante de fontes de contaminação química ou po- eira. A água para irrigação deve ter boa qualidade e ser analisada periodicamente para verificar possível ocorrência de contaminação química ou biológica. As boas práticas de higiene devem ser rigorosamente observadas durante todo o processo de produção e embalagem. O sistema de cultivo deve ser agroecológico ou orgânico, pelo fato de as flores comestíveis serem CT 305.indd 1 23/08/2019 16:44:16 2 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber consumidas in natura. Portanto, não podem ser utili- zados fertilizantes prontamente solúveis, nem agro- tóxicos. Devem ser priorizadas práticas agroecológi- cas, como adubação verde, compostagem, rotação de culturas, cultivo consorciado, entre outras. Quatro espécies de hortaliças consumidas no Brasil são, na verdade, flores comestíveis: a flor da abóbora (Cucurbita spp.); as brácteas da inflorescên- cia da alcachofra (Cynara scolymus), a inflorescên- cia da couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) e as hastes florais do brócolis (Brassica oleracea var. italica), com os botões ainda fechados. As flores de outras hortaliças também podem ser consumidas, como por exemplo: alho-comum (Allium sativum), alho-de-folha (Allium tuberosum); cebolinha-co- mum (Allium fistulosum); cebolinha-francesa (Allium schoenoprasum); coentro (Coriandrum sativum); jambu (Acmella oleracea); nabo (Brassica rapa subsp. rapa); salsa (Petroselium crispum); serra- lha (Sonchus oleraceus); ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata); vinagreira roxa (Hibiscus acetosella). Também as flores de algumas espécies aromáticas e medicinais são comestíveis: alecrim (Rosmarinus officinalis); alho-silvestre (Nothoscordum gracile); calêndula (Calendula officinalis); camomila (Chamomilla recutita); dente-de-leão (Taraxacum officinalis); manjericão (Ocimum basilicum); sálvia (Salvia officinalis), verbena-limão ou limonete (Aloysia citriodora), dentre outras. Espécies arbóreas também podem ter flores comestíveis, como por exemplo: moringa (Moringa oleifera); murta (Murraya paniculata); chuva-de-ouro (Cassia fistula); flamboian-de- jardim (Caesalpinia pulcherrima); ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus), ipê-branco (Tabebuia roseoalba); jambo-vermelho (Syzygium malaccense). No Quadro 1 encontra-se uma lista de espé- cies ornamentais, cujas flores podem ser consumi- das como alimento, com nome comum, nome cien- tífico, hábito de crescimento, modo de reprodução, descrição da flor e formas de consumo. Na Figura 1 encontram-se fotos de algumas flores comestíveis. As informações agronômicas (época de semeadura, dias até o florescimento, etc.) para cada espécie po- dem ser encontradas nas embalagens das sementes comerciais. PARTEs cONsUMIDAs DAs FlOREs E cONsERvAÇÃO Pós-cOlhEITA O termo flor comestível é muito usado, mas nem sempre a flor inteira deve ser consumida. Para a maioria destas flores são utilizadas somente as pétalas ou lígulas (no caso das flores da família Asteraceae), pois os órgãos reprodutivos da flor podem ter sabor desagradável. As anteras contêm pólen, que pode causar alergia em pessoas mais sensíveis. Em algumas flores, como na cravina, a base da pétala tem sabor amargo e deve ser reti- rada. Portanto, a melhor forma de uso de cada flor comestível deve ser bem conhecida. Exemplos de flores comestíveis que podem ser consumidas intei- ras são a capuchinha e o amor-perfeito. Por ser um produto vivo, delicado e altamente perecível, as flores comestíveis devem ser embala- das em recipiente de plástico duro, para evitar danos mecânicos, e ser armazenadas em temperatura bai- xa e umidade alta, para preservar a turgidez, a cor, o brilho e o sabor, assim podem durar até dez dias. Algumas flores comestíveis podem ser secas e ar- mazenadas em recipiente hermeticamente fechado para uso posterior. PRAGAs EM FlOREs cOMEsTívEIs Alguns insetos, como pulgões, besouros des- folhadores, cochonilhas, moscas-brancas e formigas- cortadeiras podem ocorrer em diferentes partes das plantas, diminuindo a produção e a qualidade das flo- res comestíveis ou ocasionando a morte das plantas. Para o manejo adequado dessas pragas devem-se realizar vistorias periódicas nas plantas, visando de- tectar a presença dos insetos no início da infestação e, então, adotar estratégias de controle preventivas, controle cultural e mecânico, controle biológico, uso de extratos de plantas, dentre outras. FlOREs TóXIcAs O fato de existirem flores com princípios tóxi- cos torna a produção, a comercialização e o uso das flores comestíveis atividades de grande responsabi- lidade para a segurança alimentar. A correta identifi- cação das espécies de plantas que produzem flores comestíveis, das partes da flor que podem ser inge- ridas e sua produção em sistema orgânico, especi- ficamente para fins comestíveis, é essencial para a segurança dos consumidores. A ingestão de flores não comestíveis pode le- var à intoxicação e, em casos mais graves,à morte. Na Figura 2 encontram-se fotos e nomes popular e científico de algumas flores ornamentais cultivadas no Brasil que são tóxicas e jamais poderão ser uti- lizadas na alimentação ou na decoração de pratos. CT 305.indd 2 23/08/2019 16:44:16 3 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Q ua dr o 1 - F lo re s co m es tív ei s de a lg um as p la nt as o rn am en ta is N om e po pu la r N om e ci en tífi co P or te /C ic lo /M ul tip lic aç ão C ar ac te rís tic as d a flo r Fo rm as d e co ns um o A lfa ze m a, la va nd a, la va nd a- in gl es a La va nd ul a an gu st ifo lia M ill . S ub ar bu st o er et o (3 0- 70 c m ); pe re ne ; s em en te s, e st aq ui a Fl or a zu l o u lil ás , p er fu m ad a. S ab or do ce , fl or al , c om to qu e de li m ão . Fl or es c ris ta liz ad as ; fl or es s ec as co m o es pe ci ar ia e m c re m es , s al ad as , bi sc oi to s, b ol os e p ãe s. A lh o- so ci al Tu lb ag hi a vi ol ac ea H ar v. H er bá ce o (4 0- 60 c m ); pe re - ne ; s em en te s e bu lb os . Fl or es li la se s de fo rm a es tre la da .T em le ve a ro m a ad oc ic ad o de a lh o. Fl or es fr es ca s em s al ad as o u pa ra su bs tit ui r o a lh o em p re pa ra çõ es d i- ve rs as . A m or -p er fe ito , a m or -p er fe ito -s ilv es tre , vi ol et a- bo rb ol et a Vi ol a tri co lo r L . H er bá ce o er et o (1 5- 25 c m ); no B ra si l c ul tiv ad o co m o an ua l; se m en te s. Fl or es p eq ue na s, a ch at ad as , m an - ch ad as e c om v ár ia s co m bi na çõ es d e co re s: b ra nc a, ro xa , a m ar el a, ro sa e m ar ro m . P ét al as o u flo r i nt ei ra e m s al ad as d e fru ta s ou fl ut ua nd o em s op as e b eb i- da s; fl or o u pé ta la s cr is ta liz ad as . D ev e se r c on su m id a co m m od er aç ão p or ca us a do a lto te or d e sa po ni na s. A m or -p er fe ito , a m or -p er fe ito -d e- ja rd im Vi ol a x w itt ro ck ia na G am s H er bá ce o er et o (2 0- 30 c m ); no B ra si l c ul tiv ad o co m o an ua l; s em en te s. Fl or es g ra nd es , a ch at ad as , a rr ed on - da da s; p ét al as d e di ve rs as c or es c om m an ch as e sc ur as . F lo re sc e no in ve rn o e na p rim av er a. T em s ab or in te ns o e m ai s fo rte q ue a s de m ai s Vi ol a. Fl or es fr es ca s em s op as , s al ad as (d e ho rta liç as e d e fru ta s) e s ob re m es as em g er al ; d ec or aç ão fl ut ua nt e em b e- bi da s e dr in ks ; fl or es c ar am el iz ad as ; pé ta la s fre sc as o u de si dr at ad as p ar a ch ás e m ou ss es . B eg ôn ia , b eg ôn ia -a sa -d e- dr ag ão , be gô ni a- ve rm el ha B eg on ia x h yb rid a H or t. ‘D ra go n w in g’ H er bá ce o er et o, ri zo m at os a; an ua l o u pe re ne ; s em en te s. Fl or es c ar no sa s e ce ro sa s, d e co lo ra - çã o ve rm el ha o u ró se a. B ot õe s flo ra is e fl or es jo ve ns e m s a- la da s ou e m g el ei a e ge la tin a; c om o de co ra çã o co m es tív el . B eg on in ha -d e- ja rd im , b eg on in ha , be gô ni a B eg on ia s em pe rfl or en s Li nk & O tto H er bá ce o er et o; p er en e; se m en te s e es ta ca s. Fl or es c ar no sa s e ce ro sa s, c or v er m e- lh a, b ra nc a ou ro sa . B ot õe s flo ra is e fl or es jo ve ns e m s al a- da s, p ra to s qu en te s ou e m g el ei a ou m ol ho a gr id oc e. B ei jin ho , b ei jo -tu rc o, m ar ia -s em - ve rg on ha Im pa tie ns w al le ria na H oo k. f. H er bá ce o er et o (2 0- 40 c m ); pe re ne ; s em en te s. Fl or es s ol itá ria s, lo ng o- pe du nc ul ad as , te rm in ai s e ax ila re s, d e co re s va ria da s. Fl or es fr es ca s em s al ad as , p ra to s qu en te s ou e m g el ei a e m ou ss e. B ei jo -d e- fra de , b al sâ m in a, b ál sa m o- de - ja rd im Im pa tie ns b al sa m in a L. H er bá ce a er et a (3 0- 50 c m ); an ua l; se m en te s. Fl or es v is to sa s, s im pl es o u do br ad as , di ve rs as c or es . D ec or aç ão c om es tív el . B oc a- de -le ão a nã A nt irr hi nu m m aj us L . H er bá ce a er et a (1 5- 30 c m ); an ua l; se m en te s. Fl or es tu bu la re s, c om d oi s lá bi os d e- si gu ai s; d iv er sa s co re s. S ab or le ve d e m el ão . Fl or es fr es ca s em s al ad as o u pa ra de co ra çã o de d iv er so s pr at os ; c ris ta li- za da s pa ra e nf ei te d e do ce s. B or ra ge m , b or ag o B or ag o of fic in al is L . H er bá ce a er et a (a té 1 00 c m ); an ua l; se m en te s, e st aq ui a ou d iv is ão d as ra íz es . Fl or es a zu is , q ue s e to rn am ro sa da s co m o p as sa r d o te m po , f or m at o de es tre la . L ev e sa bo r d e pe pi no . Fl or es fr es ca s em s al ad as e fl ut ua nd o em b eb id as ; c on ge la da s em c ub os d e ge lo ; c ris ta liz ad as p ar a de co ra çã o de pr at os d oc es . C al ên du la , b on in a, m al m eq ue r, “M ar y- go ld ” C al en du la o ffi ci na lis L . H er bá ce a er et a (4 0- 60 c m ); an ua l; se m en te s. Fl or es a m ar el as o u al ar an ja da s, s im - pl es o u do br ad as ; p ét al as tê m s ab or pi ca nt e e le ve m en te a m ar go . A pe na s as p ét al as s ão c om es tív ei s e en tra m n a co m po si çã o de v ár ia s re ce ita s fri as o u qu en te s, d an do c ol o- ra çã o co m o a do a ça frã o. (c on tin ua ) CT 305.indd 3 23/08/2019 16:44:16 4 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber C am él ia , c am él ia -d o- ja pã o C am el lia ja po ni ca L . A rb us to g ra nd e ou á rv or e (6 -1 2 m ), pe re ni fó lia ; e st a- qu ia e a lp or qu ia . Fl or es s im pl es o u do br ad as , d e co lo ra - çã o br an ca , v er m el ha o u ró se a. Fl or es re fo ga da s, n o ar ro z, e m o m e- le te s; n o pr ep ar o de c há , s uc o, g el ei a, do ce d e co rte , m ou ss e, c al da s e so - br em es as e m g er al ; c on se rv ad as e m m el d ão c or e s ab or . C ap uc hi nh a, c ha gu in ha , c ap uc hi nh a- gr an de , a gr iã o- do s- m on ge s, n as tú rc io Tr op ae ol um m aj us L . H er bá ce a ra st ei ra , r am os es ca nd en te s, re to rc id os (7 0- 10 4 cm ); an ua l; se m en te s e es ta ca s. Fl or es v is to sa s, c ol or aç ão b ra nc a, am ar el a, la ra nj a, v er m el ha o u vi nh o, às v ez es c om m an ch a ca ra ct er ís tic a. S ab or le ve m en te a pi m en ta do . Fl or es fr es ca s co m o de co ra çã o co - m es tív el ; e m s al ad as , m ac ar rã o, om el et e e su flê s; fl or es re ch ea da s, em pa na da s, c rista liz ad as , m is tu ra da s na m an te ig a. C en tá ur ea C en ta ur ea c ya nu s L. H er bá ce a er et a (4 0- 60 c m ); an ua l; se m en te s. Fl or es a zu is , r ós ea s ou ro xa s, s im pl es ou d ob ra da s. P ét al as tê m s ab or le ve e o cá lic e é am ar go ; m el ho r d es ca rtá -lo . U sa da s pa ra d ec or aç ão d e pr at os d i- ve rs os e c om o fo nt e de c or an te a zu l. C ha na na , d am ia na , a lb in a, fl or -d o- gu ar uj á Tu rn er a ul m ifo lia L . S ub ar bu st o er et o (4 0- 70 c m ); pe re ne ; s em en te s. Fl or es a m ar el o- es br an qu iç ad as , c om a ga rg an ta p re ta ; s e ab re m a pe na s de m an hã . Fl or es n o pr ep ar o de g el ei as ; e m s a- la da d e ho rta liç as e fr ut as ; c om o de - co ra çã o co m es tív el e m b eb id as . T êm sa bo r s ua ve , a do ci ca do . C or da -d e- vi ol a, c ip ó- es qu el et o, fl or -d e- ca rd ea l Ip om oe a qu am oc lit L . H er bá ce a tre pa de ira , v ol ú- ve l; an ua l; se m en te s. Fl or es v er m el ha s ou a m ar el as e m fo rm a de tr om be ta c om tu bo lo ng o (3 a 4 cm ). Fl or es e ra m os e m p ra to s co zi do s. C ra vi na D ia nt hu s ch in en si s L. H er bá ce a er et a, e nt ou ce i- ra da (3 0- 40 c m ); pe re ne ; se m en te s. Fl or es v is to sa s, b ra nc as , r ós ea s, a rr o- xe ad as , v er m el ha s ou b ic ol or es , t em le ve a ro m a de c ra vo -d a- ín di a. S om en te a s pé ta la s de ve m s er c on - su m id as , d ep oi s de re tir ar a p ar te br an ca e a m ar ga d e su a ba se . S ão us ad as e m s al ad as , t or ta d e fru ta s, sa nd uí ch es , m is tu ra da s a qu ei jo cr em os o, e c ris ta liz ad as , p ar a de co ra r pr at os d oc es ; p ar a ar om at iz ar v in ag re de v in ho b ra nc o, g el ei as , a çú ca r e vi nh o. C un hã , f ei jã o- bo rb ol et a, er vi lh a- bo rb ol et a C lit or ia te rn at ea L . H er bá ce a tre pa de ira , v ol ú- ve l; pe re ne ; s em en te s. Fl or es a zu l-v io le ta c om g ar ga nt a br an - ca . Fl or es c om o co ra nt e na tu ra l a zu l pa ra p ra to s do ce s e sa lg ad os (a rr oz , m ou ss e, c há ) D ál ia , d ál ia -d e- ja rd im D ah lia p in na ta C av . H er bá ce a er et a, tu be ro sa ; pe re ne ; r iz om as e s em en - te s. Fl or es s im pl es o u do br ad as , p eq ue - na s ou m ui to g ra nd es , c or v ar iá ve l d o br an co a o ve rm el ho in te ns o. P ét al as d as fl or es d e to da s as c or es , cr ua s em s al ad as o u ou tra s re ce ita s. D en te -d e- le ão , c hi có ria -s ilv es tre , ta ra xa co Ta ra xa cu m o ffi ci na le F .H . W ig g. H er bá ce a de h as te s cu rta s, la ct es ce nt e; a nu al o u pe re - ne ; s em en te s. Fl or es a m ar el as e m p eq ue no s ca pí tu - lo s, c om le ve s ab or d e m el . C ap ítu lo s fe ch ad os c oz id os n o va po r, em pa na do s, e m o m el et es e p an qu e- ca s. C ap ítu lo s ab er to s em s al ad as ; cr is ta liz ad os p ar a or na m en ta r p ra to s do ce s. N om e po pu la r N om e ci en tífi co P or te /C ic lo /M ul tip lic aç ão C ar ac te rís tic as d a flo r Fo rm as d e co ns um o (c on tin ua çã o) CT 305.indd 4 23/08/2019 16:44:16 5 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber G ar dê ni a, ja sm im -d o- ca bo G ar de ni a ja sm in oi de s J. E lli s A rb us to s em ile nh os o (a té 2 m ); pe re ne ; e st aq ui a ou al po rq ui a. Fl or es b ra nc as , p er fu m ad as , s im pl es ou d ob ra da s; p ét al as c ar no sa s, c om go st o le ve e a do ci ca do . P ét al as fr es ca s em s al ad as ; n o pr ep ar o de c há e g el ei a; c on se rv ad as em p ic le s ou m el . G ira ss ol , c or on a- so la r, m ar ga rid a- do - pe ru H el ia nt hu s an nu us L . S ub ar bu st o er et o (1 ,5 a 2, 5 m ); an ua l; se m en te s. Fl or es d is po st as e m g ra nd es c ap ítu lo s de a té 4 0 cm d e di âm et ro , m ar gi na do s po r p ét al as a m ar el as d as fl or es li gu la - da s, e m to rn o de u m d is co c en tra l d e flo re s es cu ra s. S ab or a gr id oc e. S ó as p ét al as (l íg ul as ) e m s al ad as e so pa s. P ar a di m in ui r o g os to a m ar go da s líg ul as b as ta fe rv en tá -la s po r a l- gu ns m in ut os . H ib is co , h ib is co -d a- ch in a, m im o- de - vê nu s H ib is cu s ro sa -s in en si s L. A rb us to g ra nd e ou a rv or et a; pe re ne ; e st aq ui a ou a lp or - qu ia . Fl or es g ra nd es , c or es d iv er sa s. Fl or es fr es ca s em s al ad as e n a de - co ra çã o de p ra to s va ria do s; c om o co ra nt e. Ja sm im -m an ga , á rv or e- pa go de , pl um ér ia P lu m er ia ru br a L. A rv or et a ou a rb us to g ra nd e (d e 3 a 6 m ); es ta qu ia . Fl or es d e co r v er m el ha , r ós ea o u br an - ca . Fl or es fr es ca s sa lte ad as ; c ris ta liz a- da s; p ar a fa ze r d oc es e g el ei as ; fl or es se ca s pa ra c há . Lí rio -d o- br ej o, g en gi br e- do -b re jo , aç uc en a, c ol ôn ia , j as m im -b or bo le ta H ed yc hi um c or on ar iu m J . K oe ni g H er bá ce a er et a, ri zo m at os a (1 a 2 m ) p er en e; s em en te s e riz om as . Fl or es b ra nc as m ui to p er fu m ad as . B ot õe s flo ra is e fl or es e m s al ad as o u de co ra çã o co m es tív el ; fl or es c ris ta li- za da s; n o pr ep ar o de g el ei a, s or ve te . M al va vi sc o, h ib is co -c ol ib ri, a m ap ol a M al va vi sc us a rb or eu s C av . A rb us to l en ho so ( 3 a 4 m ); pe re ne ; es ta qu ia o u al po r- qu ia . Fl or es v er m el ha s ou ró se as , d e lo ng a du ra bi lid ad e. Fl or es in te ira s ou d es pe ta la da s em s a- la da s, c oz id as n o ar ro z ou n o pr ep ar o de g el ei a; c om o co ra nt e em b eb id as . O ra -p ro -n ób is , l ob ro bô P er es ki a ac ul ea ta M ill . A rb us to s em ile nh os o, e sp i- ne sc en te ; d e ra m os e sc an - de nt es ; p er en e; s em en te s e es ta qu ia . Fl or es c er os as ; p ét al as b ra nc o- cr em e, m io lo d e co r l ar an ja o u am ar el a. P ét al as e m s al ad as e o m el et es ; s al - te ad as p ur as o u co m c ar ne s. O ra -p ro -n ób is , r os a- m ad ei ra , r os a- m ol e P er es ki a gr an di fo lia H aw . A rb us to g ra nd e ou a rv or et a (3 a 5 m ) e sp in es ce nt e; es ta qu ia . Fl or es ró se as . Fl or es re fo ga da s ou c oz id as n o ar ro z ou fe ijã o. O ra -p ro -n ób is -a m az ôn ico, c ar iru -d e- es pi nh o, c ac to -d e- fo lh a P er es ki a bl eo (K un th ) D C . C ac to a rb us tiv o ou a rb ór eo (2 a 8 m ); es ta qu ia . Fl or es te rm in ai s so lit ár ia s, g ra nd es , co r a la ra nj ad a. Fl or es c ru as e m s al ad as ; r ef og ad as ou a m as sa da s co m o ut ro s te m pe ro s pa ra p re pa ro d o m ol ho v er m el ho . R os a- m in ia tu ra , m in i-r os a, ro se ira - m in ia tu ra R os a ch in en si s va r. se m pe rfl or en s (C ur tis ) K oe hn e; R os a ro ul et ti H or t. A rb us to (2 0 a 40 c m ); es pi - ne sc en te ; p er en e; e st aq ui a. Fl or es v er m el ha s, ró se as , b ra nc as o u am ar el as , r eu ni da s em g ru po s de d oi s a se te n as e xt re m id ad es d os ra m os . S ão p er fu m ad as , d e sa bo r d oc e a am ar go . A s pé ta la s po de m s er a di ci on ad as e m sa la da s ou u til iz ad as p ar a pr ep ar o de g el ei a e co m po ta s. P ar a ev ita r o am ar go r, a ba se e sb ra nq ui ça da d as pé ta la s de ve s er re tir ad a. Vi ol et a- pe rfu m ad a, v io la -r ox a, v io le ta - eu ro pe ia Vi ol a od or at a L. H er bá ce a, e st ol on ífe ra (2 0 a 25 c m ); pe re ne ; e st ol õe s en ra iz ad os o u di vi sã o da to uc ei ra . Fl or p er fu m ad a, d e co r v io le ta , a zu l- es cu ra , r ós ea o u br an ca , s im pl es o u do br ad a. Fl or es fr es ca s em s al ad as o u cr is - ta liz ad as p ar a de co ra çã o de p ra to s do ce s. Fo nt e: F el ip pe (2 00 3) , L or en zi ; M at os (2 00 8) , L or en zi (2 01 3) e K in up p; L or en zi (2 01 4) . N om e po pu la r N om e ci en tífi co P or te /C ic lo /M ul tip lic aç ão C ar ac te rís tic as d a flo r Fo rm as d e co ns um o(c on cl us ão ) CT 305.indd 5 23/08/2019 16:44:16 6 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Figura 1 - Flores comestíveis (continua) Abutilon, lanterna-chinesa Abutilon striatum Amor-perfeito-silvestre Viola tricolor Boca-de-leão Antirrhinum majus Beijo-turco Impatiens waleriana Amor-perfeito-de-jardim Viola wittrockiana Beijo-de-frade Impatiens balsamina Borago Borago offi cinalis Albina Turnera ulmifolia Fo to s: Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os CT 305.indd 6 23/08/2019 16:44:20 7 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Calêndula Calendula offi cinalis Capuchinha Tropaeolum majus Chitinha Phlox drummondii Cravo-amarelo Tagetes spp. Cravina Dianthus chinensis Camélia Camelia japonica Figura 1 - Flores comestíveis (continua) Fo to s: Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os CT 305.indd 7 23/08/2019 16:44:27 8 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Figura 1 - Flores comestíveis (continua) Dália dobrada Dahlia pinnata Hibisco Hibiscus rosa-sinensis Dália simples Dente-de-leãoTaraxacum offi cinalis Girassol Helianthus annuus Gardênia Gardenia jasminoides Fo to s: Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os CT 305.indd 8 23/08/2019 16:44:32 9 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Figura 1 - Flores comestíveis (conclusão) Malvavisco vermelho Malvavisco rosa Malvaviscus arboreus Onze-horas cores variadas Portulaca grandifl ora Rosas Rosa spp. Fo to s: Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os CT 305.indd 9 23/08/2019 16:44:37 10 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Si m on e N ov ae s Re is Si m on e N ov ae s Re is Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os ht tp s: // pl an ts .c es .n cs u. ed u/ pl an ts /a tr op a- be lla do nn a/ Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Figura 2 - Flores ornamentais tóxicas (não comestíveis) (continua) Alamanda rosa e amarela Alamanda spp. Álisso Lobularia maritima Amarílis Hippeastrum spp. Antúrio Anthurium andraeanum Azaleia Rhododendron spp. Beladona Atropa belladona Bico-de-papagaio Euphorbia pulcherrima Ciclâmem Cyclamen persicum Cabeleira-de-velho Euphorbia leucocephala CT 305.indd 10 23/08/2019 16:44:45 11 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Si m on e N ov ae s Re is Si m on e N ov ae s Re is Si m on e N ov ae s Re is Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Si m on e N ov ae s Re is Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Iz ab el C ris tin a do s Sa nt os Si m on e N ov ae s Re is A nt on io T ac is io A ca ci o de S ou sa Copo-de-leite Zantedeschia aethiopica Coroa-de-cristo Euphorbia milii Espirradeira Nerium oleander Rosa-do-deserto Adenium obesum Violeta-africana Saintpaulia ionantha Hortênsia Hydrangea macrophylla Lírio Lilium spp. Íris Iris spp. Lírio-da-paz Spathiphyllum wallisii Estrelítzia Strelitzia spp. Petúnia Petunia integrifolia Figura 2 - Flores ornamentais tóxicas (não comestíveis) (conclusão) Si m on e N ov ae s Re is CT 305.indd 11 23/08/2019 16:44:58 12 EPAMIG. Circular Técnica, n.305, agosto 2019 Flores comestíveis: o que é preciso saber Disponível em: http://www.epamig.br, em Publicações/Publicações disponíveis. Departamento de Informação Tecnológica REFERÊNcIAs FELIPPE, G.M. Entre o jardim e a horta: as flores que vão para a mesa. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003. 286p. KINUPP, V.F.; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANc) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014. 768 p. LORENZI, H. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2013. 1120p. LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2.ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 544p. BIBlIOGRAFIA cONsUlTADA MATOS, F.J.A. et al. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2011. 247p. REIS, S.N. et al. Produção agroecológica e orgânica de flores. Informe Agropecuário. Agricultura orgâ- nica e agroecologia, Belo Horizonte, v.36, n.287, p.65-73, 2015. RIBEIRO, T.R. et al. Flores comestíveis: beleza e sabor. Informe Agropecuário. Floricultura: tecno- logias, qualidade e diversificação, Belo Horizonte, v.30, n.249, p.75-87, mar./abr. 2009. SANTOS, I.C. dos et al. Flores comestíveis. In: PAULA JÚNIOR, T.J. de; VENZON, M. (ed.). 101 culturas: manual de tecnologias agrícolas. 2.ed. rev. e atual. Belo Horizonte: EPAMIG, 2019. cap.47, p.386-401. SCHENKEL, E.P. et al. Plantas tóxicas. In: SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5.ed. Florianópolis: UFSC; Porto Alegre: UFRGS, 2004. cap. 37, p.959-993. CT 305.indd 12 23/08/2019 16:44:58
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