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TOXICIDADE DO FLUORETO

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TOXICIDADE DO FLUORETO
● o conhecimento dos efeitos tóxicos do fluoreto é tão importante quanto o
conhecimento do seu mecanismo de ação preventiva, para que sua utilização
racional não seja comprometida;
● efeitos tóxicos ocorrem sistemicamente;
● o seu uso local não gera qualquer risco;
● AGUDA:
- “paixão de carnaval algo de momento/imediato”
- ingestão de grande quantidade de fluoreto de uma só vez, podendo causar irritação
do trato gastrointestinal até a morte;
- doença aguda a que apresenta evolução rápida;
- ingestão do fluoreto e absorção gastrointestinal (estômago e duodeno);
- após 30-45 min 90% do F- está presente no sangue → utilização de comprimidos de
hidróxido e alumínio ou leite (Ca e Al se ligam ao F);
- DPT - dose provavelmente tóxica: 5,0 mg de fluoreto por Kg de peso;
- irritação da mucosa gástrica; - diminuição da calcemia sanguínea; - aumento das
concentrações de potássio, queda da PA; - acidose respiratória; - depressão
respiratória; - arritmia cardíaca; - coma e morte;
● CRÔNICA:
- “casamento, algo para muito tempo”
- ingestão frequente de quantidades pequenas de fluoreto, porém acima do limite
aceitável, levando ao aparecimento de fluorose nos dentes em formação, durante
aquele período;
- que dura muito, que permanece por um longo período na vida do paciente; doença
crônica;
- exposição do esmalte em formação a níveis excessivos de fluoreto;
- exposição sistêmica crônica → FLUOROSE DENTÁRIA → ocorre em todos os
dentes em formação em um determinado período; Dente e seu homólogo do outro
lado da arcada;
- o esmalte com fluorose apresenta maior concentração de proteínas. Tecido mais
poroso;
- o grau de severidade tem relação diretamente proporcional ao grau de exposição ao
fluoreto - dose-dependente, mg F/Kg;
- estima-se que uma ingestão diária de até 0,05-0,07 mg de fluoreto por kg provoca
fluorose aceitável, não gerando insatisfação do comprometido;
- FLUOROSE DENTÁRIA → ingestão diária de até 0,05-0,07 mg de fluoreto por kg
(fluoreto total X absorvido);
LESÕES NÃO CARIOSAS
● as não cariosas têm perda de estrutura dentária → desgaste dentário, multifatorial;
● processo cumulativo que ocorre durante toda a vida;
● fisiológico → pode ser acelerado por diferentes fatores (alimentação fibrosa);
● não fisiológico → decorrentes de fatores externos;
● tribologia: ciência que estuda os processos fundamentais e os mecanismos
responsáveis pelo desgaste de superfície;
● desgaste: processo que ocorre sempre que uma superfície está em contato com
outra;
● tipos de desgaste:
- ABRASÃO: a superfície é desgastada pela ação mecânica e contato direto com
partículas ásperas ou quando duas superfícies mantêm contato entre si, porém
separadas por uma suspensão dessas partículas ásperas;
- FADIGA: o desgaste se dá como resultado da formação e propagação de
microfraturas subsuperficiais, que ocorrem quando duas superfícies estão sob
movimento dinâmico. O estresse resultante desse contato é dissipado, produzindo
microfraturas que ocorrem na direção do movimento;
- EROSÃO: desgaste da superfície decorrente do impacto com partículas ou fluidos
sob pressão;
- CORROSÃO: desgaste que resulta da interação entre degradação química,
promove um enfraquecimento na superfície em questão, associado a movimentos
entre as superfícies, e remove essas estruturas enfraquecidas;
●
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● origem extrínseca da erosão
- ácidos de origem extrínseca;
- originários de fontes ambientais, da dieta, estilo de vida ou de medicamentos;
- fatores ambientais ocupacionais:
- indivíduos que são expostos diretamente a gases e aerossóis ácidos em seu
ambiente de trabalho;
- fatores dietéticos (maior atenção – maior abrangência populacional):
- a maioria dos alimentos e bebidas com um valor de pH baixo tem potencial para
causar erosão;
- produtos alimentícios que apresentarem um pH acima de 4,5 têm um baixo potencial
erosivo;
- alimentos e bebidas contendo ácidos com propriedades quelantes, como o citrato,
podem causar danos à superfície dentária mesmo em valores mais altos de pH;
- a maneira como os ácidos da dieta são introduzidos na boca (sugar, bochechar, uso
de canudos, etc.) também determinam a duração e a localização dos ataques ácidos
nas superfícies dentárias;
- o valor do pH e as concentrações de cálcio, fosfato e flúor contidos em uma bebida
ou alimento determinam o grau de saturação com respeito à porção mineral do
dente;
- quando a solução é supersaturada em relação aos íons que formam o tecido
dentário mineralizado, ela não irá dissolvê-lo;
- o iogurte é um exemplo de alimento com um valor de pH baixo (aproximadamente
4,0), que não apresenta praticamente qualquer efeito erosivo devido ao seu alto
conteúdo de cálcio e fosfato, que o torna supersaturado em relação à apatita;
- fatores relacionados ao estilo de vida: consumo de bebidas isotônicas ou sport
drinks (que possuem baixo pH) durante a prática de exercícios, consumo excessivo
de sucos de frutas cítricas como parte de regimes dietéticos, consumo excessivo e
frequente de bebidas ácidas ao longo do dia, uso de mamadeiras noturnas com
bebidas ácidas pelas crianças, práticas de higiene oral com uso de enxaguatórios
bucais (que possuem baixo pH) associados à escovação intensa;
- fatores relacionados ao uso de medicamentos: pacientes que fazem tratamento que
causam refluxo gastroesofágico e são mais ácidos do que as versões em aerossóis,
ácido ascórbico (vitamina C), presente nas mais variadas bebidas, além de doces,
enxaguatórios bucais e aspirina em pó, consumo de drogas ilícitas, a combinação do
estado de hipossalivação causado pela droga, da desidratação após vigorosa
atividade física e do consumo excessivo de bebidas ácidas podem levar à erosão
dentária;
● origem intrínseca da erosão
- ácidos de origem endógena – suco gástrico;
- entram em contato com os dentes nos casos de vômitos recorrentes, regurgitação
ou refluxo gastroesofágico;
- causas mais comuns de regurgitação ou vômitos:
- transtornos alimentares de origem psicossomática, como anorexia e bulimia
nervosa, e causas de origem somática, como gravidez, alcoolismo, tratamento para
o alcoolismo e distúrbios gastrintestinais;
- a erosão dentária associada aos atletas profissionais ou à prática excessiva de
exercícios físicos também pode ter origem intrínseca;
- além da exposição em excesso a bebidas isotônicas com valores baixos de pH,
observa-se um aumento do refluxo gastroesofágico resultante de prática extenuante
de exercícios;
➢ papel da saliva na erosão dentária
- funções protetoras:
- diluição e capacidade de limpeza salivar para agentes potencialmente erosivos;
- neutralização e tamponamento de ácidos da dieta;
- manutenção do estado de supersaturação próximo à superfície dentária devido à
presença de cálcio e fosfato;
- formação da película adquirida pela adsorção de proteínas e glicoproteínas
salivares, que tem a habilidade de proteger a superfície de esmalte da
desmineralização causada por ácidos da dieta;
- fornecimento de cálcio, fosfato e possivelmente de flúor necessário para a
remineralização;
➢ características clínicas de erosão dentária
- confusão com desgastes mecânicos (examinar com os dentes limpos e secos);
- clinicamente, as lesões decorrentes de desgaste dentário podem ser identificadas da
seguinte forma:
- ABRASÃO DENTÁRIA:
- desgaste pode ser difuso ou localizado.
- devido ao menor conteúdo mineral da dentina e sendo esta mais suscetível ao
desgaste, a abrasão ocorre principalmente na superfície de raízes expostas ou
mesmo na área cervical da coroa.
-
- ATRIÇÃO DENTÁRIA:
- caracterizado pela presença de facetas de desgaste planas e com margens bem
delimitadas que acometem somente superfícies de oclusão e incisal;
- as superfícies de oclusão desgastadas de dentes antagonistas se encontram
durante os movimentos excursivos da mandíbula e apresentam graus de desgastes
semelhantes;
- hábitos parafuncionais como o bruxismo podem acentuar o desgaste por atrição;
-
- EROSÃO DENTÁRIA:
- estágios iniciais → aumento no polimento do esmalte,levando a superfície afetada a
se apresentar mais lisa e com perda de brilho; Há desaparecimento das linhas de
desenvolvimento do esmalte (periquimáceas), havendo ainda aumento na
translucidez ao longo das superfícies proximais e incisais;
-
- estágios avançados →
-
ANOTAÇÕES:
- dentifrício fluoretado 1000 ppm;
- enxaguatório bucal fluoretado 225 ppm equivale a 0,05% de fluor (listerine anticárie
verde);
- gel acidulado 12500 ppm;
- gel neutro 9000 ppm nÃO deixa cálcio disponível - acidulado ajuda a remover um
pouco de cálcio no dente para formar CaF2;
- verniz - 22500 ppm;
- não cariosa ocasionada por outra coisa e não cárie - erosão agressão química a
estrutura dental, ácidos não provenientes do metabolismo bacteriano, ácido
intrínseco (do estômago) ou extrínseco (limão), abrasão (mecânica, na cervical, no
pré molar) atrição (dente contra dente), abfração(cunha cervical, geralmente nos pré
molares);

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