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Prof. Me. Maurício Cassar UNIDADE III Qualidade e Indicadores em Processos Logísticos De acordo com Silva (2002), constata-se que, há décadas, a economia movida a produtos e baseada em ativos tangíveis vem tendendo a ser gradualmente substituída pela economia movida a conhecimento e serviços, baseada em ativos intangíveis. Os serviços podem ser definidos como qualquer ato ou desempenho intangível que uma parte pode oferecer à outra, que não resulta em propriedade e cuja execução pode estar, ou não, vinculada a um produto (KOTLER, 2002). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística classifica as atividades dos serviços nos seguintes setores: Comércio e alimentação, como cadeias de lanchonetes; Transportes, comunicações e empresas aéreas; Serviços financeiros e atividades imobiliárias; Serviços para as empresas e consultorias; Administração pública; Educação e demais serviços. Qualidade em produtos e serviços Comparativo das principais características entre os produtos e serviços. Serviços X produtos Fonte: livro-texto, p. 89. Serviços Produtos São mais intangíveis São mais tangíveis Processo, atividade ou experiência São bens físicos São mais heterogêneos São mais homogêneos Difícil avaliar antes da compra Podem ser demonstrados antes da compra Produção e consumo simultâneos Produção e consumo em fases distintas O cliente participa da produção O cliente não participa da produção Há contato do cliente na prestação de serviço Pouco contato entre a empresa e o cliente Os serviços são considerados intangíveis, ou seja, são os que não existem em forma física, ao contrário dos produtos industriais (tangíveis). Primeiro, são vendidos e, depois, produzidos por pessoas ou empresas em setores que atendem às necessidades dos clientes, como: serviços médicos, turismo, cultura, lazer e outros. Apesar desta separação inicial, muitos serviços são ofertados em combinação com tangíveis – como em bares e restaurantes, que oferecem os produtos (bebidas e comida, por exemplo) e serviços (atendimento, estacionamento etc.) para suprir às necessidades dos clientes. Características dos serviços Produto ou serviço: conjunto de atributos (características) intrínsecos e extrínsecos. Produtos desenvolvidos para determinada localidade X Produtos concebidos para a oferta internacional/global Atributos de produtos e serviços Variável de acordo com a região Produto Atributos intrínsecos Forma física, cor, tamanho, funcionalidade, design Percepção de benefício (+) Inócuo Percepção de custo (-) Atributos extrínsecos Ambiente do ponto de venda, atendimento, garantia, confiança na marca, comodidade na entrega Fonte: autoria própria. A proposta de valor diz respeito ao produto/serviço desenvolvido por uma organização e que atende às necessidades (fisiológicas) e aos desejos (sociais) dos agentes econômicos. Organização cria uma oferta (proposta) de valor aos seus clientes. Clientes desenvolvem a percepção de valor a partir dos atributos recebidos com o produto/serviço e que atendem às/aos suas/seus necessidades e desejos, às suas expectativas. Com a sua proposta de valor, a organização busca se posicionar na mente dos consumidores através de uma percepção de valor por parte destes (relação custo-benefício positiva). Proposta de valor e posicionamento de marca Proposta de valor e posicionamento de marca Conjunto de benefícios percebidos pelo cliente, cada um com a sua importância ACRESCE O VALOR Conjunto de custos incorridos na aquisição percebidos como tal pelo cliente REDUZ O VALOR Fonte: autoria própria. Desafio dos serviços: construção de valor diante da intangibilidade, ausência de estoque, relação direta consumidor – prestador de serviço, variabilidade, simultaneidade, perecibilidade. A intangibilidade trás um desafio para as empresas de serviços: demonstrar a qualidade aos clientes quando os atributos intrínsecos não têm existência física. Exemplos: corte de cabelo, serviço de transporte, acesso à internet. Localização que permite ao negócio se diferenciar dos seus concorrentes com base na qualidade do local onde está estabelecido e na atratividade dos seus ambientes internos. Qualificação dos funcionários, com o atendimento e a produção rápida. Qualidade dos equipamentos e materiais empregados, como: tecidos, fotos e comunicação visual. Uso de símbolos que demonstram a qualidade. A inseparabilidade se refere à impossibilidade de separar o momento de produção do momento de consumo pelos clientes, sem a intermediação de estoques, como nos produtos industriais o impacto da falha é maior – não erre! Características dos serviços A variabilidade significa que os serviços são variáveis e heterogêneos, com as diferenças de acordo com cada cliente, ao contrário dos produtos industriais, que são produzidos de forma padronizada e homogênea. Os serviços são variáveis pois dependem das pessoas que os executam e atendem, dos ambientes físicos em que são prestados, do tempo de atendimento e produção, e da forma como são fornecidos. A maior parte das variações deriva da influência das características individuais dos prestadores nos processos. Perecibilidade dos serviços significa que ele deve ser consumido no momento em que é produzido. O serviço não pode ser armazenado para o consumo futuro. Isso exige que as organizações sejam capazes de equilibrar a produção e a venda, para não perder nos negócios. Características dos serviços As organizações oferecem aos clientes os produtos e serviços integrados, com o objetivo de conferir uma vantagem competitiva. Por exemplo, uma empresa de equipamentos de informática oferece aos seus clientes a assistência à instalação dos produtos adquiridos, através do suporte prestado pela empresa de assistência técnica da região do cliente. Sistema de produção e assistência técnica alinhados na estratégica comercial de entrega de valor, com a integração nos seus procedimentos e padrões de qualidade. Integração entre os produtos e serviços Possibilidades dos negócios digitais na integração entre os produtos e serviços: Ampliação das possibilidades de entrega de valor através de atributos extrínsecos; E-commerce e o “e-relacionamento” transformaram a relação consumidor-empresa e as possibilidades de oferta de valor, canais de comunicação, conhecimento sobre o comportamento de consumo, e reações aos produtos e serviços. Flávio adquiriu, junto a uma operadora de TV por assinatura, um pacote de programação básico, uma vez que viu em uma propaganda que esta operadora oferecia uma excelente programação de filmes já em seu plano mais simples. Logo nas primeiras semanas, começou a ter um sentimento de arrependimento, pois a sua experiência com a programação apresentada era muito aquém da sua expectativa. O que o deixou intrigado é que os seus amigos que trabalhavam em outro turno só elogiavam a operadora e, justamente, por seus filmes. Essa divergência de percepção pode ser atribuída, principalmente, a qual característica dos serviços? a) Simultaneidade. b) Intangibilidade. c) Comunicação por meio digital. d) Ausência de estoque. e) Perecibilidade. Interatividade Flávio adquiriu, junto a uma operadora de TV por assinatura, um pacote de programação básico, uma vez que viu em uma propaganda que esta operadora oferecia uma excelente programação de filmes já em seu plano mais simples. Logo nas primeiras semanas, começou a ter um sentimento de arrependimento, pois a sua experiência com a programação apresentada era muito aquém da sua expectativa. O que o deixou intrigado é que os seus amigos que trabalhavam em outro turno só elogiavam a operadora e, justamente, por seus filmes. Essa divergência de percepção pode ser atribuída, principalmente, a qual característica dos serviços?a) Simultaneidade. b) Intangibilidade. c) Comunicação por meio digital. d) Ausência de estoque. e) Perecibilidade. Resposta A ISO 9001:2015 estabelece que as empresas precisam desenvolver meios de controlar os seus processos e as suas atividades para garantir a comunicação com o cliente. Os requisitos dos consumidores devem ser contemplados desde a etapa de projeto, e o desenvolvimento de produtos e serviços, firmando os controles sobre o processo, as suas entradas e saídas, e as alterações de projeto. Produtos ou serviços entregues ao cliente podem incorporar bens ou ações adquiridas de terceiros, e a ISO define os requisitos para essa atividade de aquisição. A norma define que a organização deve assegurar que as informações e os recursos necessários para a produção estejam disponíveis, que os controles sobre os processos e resultados sejam estipulados, e que as pessoas que executam as atividades tenham competência. Normas ISO e serviços O controle de produção deve assegurar a rastreabilidade e a preservação dos produtos, inclusive, aqueles pertencentes aos clientes ou fornecedores. A norma exige, ainda, que a organização tenha procedimentos para minimizar a chance de entregar os produtos não conformes aos clientes, assim como para minimizar a chance de recorrência dessas não conformidades Sistema de gestão da qualidade. A ISO 9001:2015 considera como atividades do pós-entrega: Serviços relacionados à garantia do produto ou serviço; Serviços de manutenção; Serviços pós-entrega previstos em contrato. As atividades do pós-entrega devem estar previstas no processo de operação do produto e controladas pelo sistema de qualidade de forma similar aos controles de produção. Normas ISO e serviços A ISO 9001:2015 estabelece que a empresa deve monitorar a percepção dos clientes à medida que as suas necessidades e expectativas forem atendidas necessidade de informação. Indicadores de desempenho a partir da necessidade de informação: Pesquisa de opinião com os consumidores (informações sobre a percepção de qualidade do produto e a relação valor entregue X valor percebido); Registro e análise das solicitações de serviços de garantia; Feedback de representantes comerciais; Análise de oportunidades de negócio perdidas; Motivos de afastamento de clientes; Reclamações de consumidores no SAC. Normas ISO e serviços As empresas devem, ainda, dar o adequado tratamento às respostas recebidas e à análise crítica de possíveis problemas de atendimento de clientes, que são de fundamental importância para a melhoria da imagem da empresa, para a sua manutenção no mercado e para a consolidação da prática de avaliação da satisfação do cliente. Normas ISO e serviços ATENÇÃO! Cuidado com a fadiga de pesquisa. O exagero de perguntas pode levar à fadiga e às respostas não confiáveis. Fonte: Adaptado de: https://2.bp.blogspot.com/-CM0X- LUrfEg/WuFtgwePBcI/AAAAAAAAAQE/-ihDkI- b47YaVk1IKG6O29mJzHoWkPyhQCLcBGAs/ s400/pizarron-.png Sistemas de Gestão da Qualidade – A qualidade deve ser avaliada independentemente do porte da organização, pois afeta, também, a satisfação do cliente, e a competitividade das pequenas e médias empresas (PMEs), nos mercados de produtos ou serviços. O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é um conjunto de normas, ferramentas e indicadores, que estabelece os parâmetros e procedimentos da qualidade com o objetivo de satisfazer os clientes, aprimorar os procedimentos e melhorar os processos. Qualidade nas pequenas e médias empresas (PMEs) De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), entre os benefícios da implantação do SGQ nas PMEs, podemos citar: Permitir a gestão de informações com o foco na automatização e organização; Viabilizar o desenvolvimento de competências e de um modelo de negócio rentável; Aumentar a competitividade ao promover uma melhoria contínua; Facilitar a gestão através dos indicadores de qualidade; Reduzir os custos com retrabalho e não conformidades; Aumentar a satisfação dos clientes internos e externos (SEBRAE, 2013b). Qualidade nas pequenas e médias empresas (PMEs) O espaço para a difusão de um sistema de qualidade nas PMEs é, ao mesmo tempo, grande e desafiador. Isso porque, para sobreviverem, as empresas precisam desenvolver as práticas básicas de qualidade de produtos e serviços, com padrões de conformidade que atendam aos clientes e mercados, para, em um segundo momento, elaborar um planejamento estratégico de sustentação. O Sebrae (2013c) propõe que o sistema de qualidade seja implantado em duas fases: Na primeira, deve-se estabelecer os fundamentos básicos de gestão; Na segunda, aplicar as ferramentas da qualidade com amplo envolvimento de todos. Com este roteiro, a cultura da qualidade é introduzida e começa a se transformar em um hábito, incorporando-se ao dia a dia. Gestão da qualidade nas PMEs Conforme podemos observar, as características próprias das PMEs dificultam a implantação dos SGQ e a sua sobrevivência no mercado, entrando em um círculo vicioso de atuação, com altas iniciais e decadência, e encerramento prematuros das operações comerciais. SGQ para as pequenas e médias empresas ATENÇÃO! Mobilização de todos para a qualidade cultura da qualidade fundamentos (princípios) de excelência da gestão (MEG – FNQ) As PMEs atendem vários tipos de mercado e consumidores, com diversas expectativas e poder de consumo individuais, o que dificulta o uso de sistemas de qualidade padronizados com premissas industriais. Dificuldades de implantação do SGQ nas PMEs Fonte: livro-texto, p. 93. Características Limitações Visão em curto prazo Pouca dedicação, atropelo e resultados rápidos Funcionários generalistas Falta de especialistas com competências específicas Gestão centralizada Envolvimento reduzido das equipes Flexível no mercado Pouca persistência e foco Limitação financeira Treinamento fraco, processos antigos Agilidade de decisão e ação Improvisação e decisões sem dados Diante das dificuldades apontadas para a implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade em pequenas empresas, podemos afirmar que é decisivo para a construção de um conjunto de valores organizacionais, capaz de criar o ambiente necessário para o desenvolvimento natural do SGQ: a) A disponibilidade de recursos financeiros. b) Os exemplos a partir de benchmarking para orientar a implementação do SGQ. c) A atuação e o engajamento da liderança na construção dos valores organizacionais voltados à excelência da gestão. d) Um conjunto organizado de regras e procedimentos, que obriguem os colaboradores a realizarem as suas atividades de maneira adequada e padronizada. e) A parceria estratégica com alguma empresa que tenha estruturado o SGQ. Interatividade Diante das dificuldades apontadas para a implantação dos Sistemas de Gestão da Qualidade em pequenas empresas, podemos afirmar que é decisivo para a construção de um conjunto de valores organizacionais, capaz de criar o ambiente necessário para o desenvolvimento natural do SGQ: a) A disponibilidade de recursos financeiros. b) Os exemplos a partir de benchmarking para orientar a implementação do SGQ. c) A atuação e o engajamento da liderança na construção dos valores organizacionais voltados à excelência da gestão. d) Um conjunto organizado de regras e procedimentos, que obriguem os colaboradores a realizarem as suas atividades de maneira adequada e padronizada. e) A parceria estratégica com alguma empresa que tenha estruturado o SGQ. Resposta A implantação da cultura da qualidade nas empresas depende, em grande parte, da capacidade e do empenho dos líderes, que devem unir o trabalho da equipe para atingir o desempenho esperado da gestão nos processos e objetivos. Para que os resultados sejam conquistados,é necessário que ações efetivas sejam desenvolvidas no dia a dia por todos, comprometidos com a qualidade da gestão, por meio de princípios de governança corporativa focados no desempenho organizacional. Liderança e qualidade de gestão O perfil da liderança nas empresas é um fator crítico de sucesso. Visando encontrar novas soluções para novos problemas, é preciso investir em qualificação em técnicas e ferramentas para que os gestores desenvolvam o pensamento crítico, analítico e criativo Liderança transformadora – MEG 21 da Fundação Nacional da Qualidade. Conforme Albrecht (1997), a capacitação da liderança e das equipes de trabalho para promover a qualidade deve prever as seguintes ações: Estimular a educação e o comprometimento de gestores e equipes; Disseminar a cultura das melhorias e mudanças; Definir e divulgar a missão, a visão e os valores corporativos; Educar e dar poderes aos gestores intermediários; Dar feedback aos funcionários sobre o desempenho profissional. Liderança e qualidade de gestão Conflitos podem ser minimizados já desde o processo de recrutamento, seleção e treinamento, quando se procura identificar, no mercado de recursos humanos, os profissionais com potencialidades latentes que estejam mais aptos a exercer as suas funções na organização na qual serão inseridos. Como a gestão da qualidade é um processo contínuo, a empresa necessita de indivíduos que façam parte dessa continuidade, através de busca, manutenção e atualização dos profissionais. Liderança e qualidade de gestão A liderança abrange os processos gerenciais relativos à cultura organizacional e ao desenvolvimento da gestão, governança, exercício da liderança e análise do desempenho da organização. Cultura organizacional e desenvolvimento da gestão: estabelecer os valores e princípios organizacionais e padrões de conduta, identificar e desenvolver os aspectos da cultura organizacional, estruturar o modelo de gestão da organização, estabelecer os padrões gerenciais, controlar e melhorar os processos gerenciais, e obter e utilizar as melhores práticas de gestão. Governança: estruturar a governança, estabelecer as diretrizes, assegurar a conformidade com os requisitos e as diretrizes, gerenciar os riscos aos quais a organização está sujeita, e prestar as contas das ações e dos resultados alcançados para as diferentes partes interessadas. Liderança – Ações requeridas Levantamento de interesses e exercício da liderança: determinar quais são as partes interessadas mais significativas para a organização e definir os seus interesses em relação à organização. Também identificar as redes de atuação, bem como os processos gerenciais da direção empregados para o exercício da liderança e a sua interação com as partes interessadas por meio dos quais decide, comunica e implementa as suas decisões. Análise do desempenho da organização envolve: Identificar os fatores críticos de sucesso dos diferentes processos organizacionais e os resultados estratégicos para os quais deve selecionar os indicadores e as informações visando à análise do desempenho; Identificar e obter os referenciais comparativos a partir de benchmarking ou outras fontes; Analisar o desempenho operacional e estratégico da organização em termos de alcance de metas, competitividade e de atendimento de requisitos de partes interessadas, e para acompanhar a implementação das decisões decorrentes da análise. Liderança – Ações requeridas Construir as lideranças capazes de lidar com os cenários voláteis e de concretizar a visão, a missão e os valores da empresa no longo prazo, com uma atuação ética, inspiradora, exemplar, realizadora e comprometida com a excelência. Fundamentos da excelência da gestão – Liderança transformadora Valores e princípios organizacionais: •Definição: estabelecimento de valores e princípios, padrões de conduta e diretrizes organiza- cionais; •Engajamento aos valores e princípios pelas partes interes- sadas e colabora- dores, monitoramento dos padrões de conduta ética. Governança: •Estruturação: definição de conselhos, regimen- tos, padrões e controles, proteção dos direitos de acionistas e controladores; •Gestão de risco: cultura do risco, classificação, monitoramento, tratamento de riscos e a sua comunicação às partes interessadas; •Controle: conformidade com os requisitos legais, tratamento de desvios e prestação de contas. Cultura organizacional: •Mapeamento da cultura atual; •Desenvolvimento da cultura desejada. Olhar para o futuro: •Formulação das estratégias: análise do macroambiente, ativos intangíveis, ambiente interno e modelo de negócio, definição de estratégias segundo os requisitos de partes interessadas, produtividade, externa- lidades, sustentabilidade e o seu legado; • Implementação das estratégias; •Análise do desempenho. Sucessão: • Identificação de novos líderes e sucessores, dentro ou fora da organização; •Preparação de novos líderes e sucessores: plano de desenvolvimento e avaliação de desempenho. Entre os desafios da implantação desse fundamento, o estabelecimento dos valores e princípios, os padrões de conduta e as diretrizes organizacionais representam a base, para definir os caminhos adequados e sustentáveis a serem trilhados pela liderança, conduzindo a organização e as suas partes interessadas aos resultados esperados. O conceito de liderança transformadora representa a inspiração esperada para os líderes na identificação desses caminhos, e a sua capacidade de engajar os colaboradores e compreender a dinâmica do ecossistema, estruturando uma gestão ética e transparente, voltada para preparar a organização para o futuro desejado. Fundamentos da excelência da gestão – Liderança transformadora Entre as diversas ferramentas administrativas, destacam-se: Os códigos de boas práticas de governança e de conduta ética a serem implantados nas organizações voltadas para a excelência da gestão; Canais de comunicação para o monitoramento de desvios de conduta ética; Conjunto de ferramentas para identificar as oportunidades e ameaças do macroambiente, como as análises de cenários SWOT, modelo de negócio Canvas, reuniões de análise crítica, entre outras. Fundamentos da excelência da gestão – Liderança transformadora Quando o tema é a análise do desempenho da organização, isto é uma ação da liderança, que possui uma série de características. Assinale entre as alternativas aquela característica que não trata da análise do desempenho da organização: a) Identificar os fatores críticos de sucesso dos diferentes processos organizacionais. b) Identificar os resultados estratégicos para os quais deve haver indicadores que gerem informações visando à análise do desempenho. c) Identificar e obter os referenciais comparativos a partir de benchmarking ou outras fontes. d) Elaborar um conjunto de normas para garantir a qualidade dos sistemas gerenciais e produtivos. e) Analisar o desempenho operacional e estratégico da organização em termos de alcance de metas, competitividade e de atendimento de requisitos de partes interessadas. Interatividade Quando o tema é a análise do desempenho da organização, isto é uma ação da liderança, que possui uma série de características. Assinale entre as alternativas aquela característica que não trata da análise do desempenho da organização: a) Identificar os fatores críticos de sucesso dos diferentes processos organizacionais. b) Identificar os resultados estratégicos para os quais deve haver indicadores que gerem informações visando à análise do desempenho. c) Identificar e obter os referenciais comparativos a partir de benchmarking ou outras fontes. d) Elaborar um conjunto de normas para garantir a qualidade dos sistemas gerenciais e produtivos. e) Analisar o desempenho operacional e estratégico da organizaçãoem termos de alcance de metas, competitividade e de atendimento de requisitos de partes interessadas. Resposta Com o crescimento da população mundial e a intensificação do consumo, o resultado é um aumento absurdo do descarte de produtos após o seu primeiro uso. Sabe-se que, atualmente, um dos grandes problemas nas cidades é a dificuldade de disposição do lixo urbano, o que gera graves problemas ambientais. A relação entre a empresa e o ambiente é um fator crítico para a excelência da gestão. Tanto para a imagem da empresa, quanto para a sua sustentabilidade ambiental e financeira, ter uma relação positiva com ao recursos naturais disponíveis é foco da excelência da gestão. Disposição e reaproveitamento de descartes do sistema produtivo. Logística reversa e a logística verde. Produtos pós-consumo e reinserção de materiais já utilizados na cadeia direta de geração de valor aos clientes. Qualidade ambiental A logística reversa operacionaliza o retorno dos resíduos de pós-consumo ao ambiente produtivo, isto é, o retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valor econômico, valor ecológico, valor legal e valor logístico, e melhora a imagem corporativa. Desafio da logística reversa: a forma desse retorno passa por canais reversos de distribuição, nem sempre, atraentes economicamente. A logística reversa também impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias e bioprocessos no intuito de reaproveitamento e reciclagem. Benefícios: Agregar valor para a imagem da organização; Promover uma sociedade mais sustentável; Gerar as fontes de renda alternativas na sociedade; Promover os processos de inclusão social; Reduzir os custos dos sistemas produtivos tradicionais. Logística reversa Cadeia de suprimentos e a criação de valor É por meio dos fluxos logísticos que as unidades produtivas criam a riqueza, que se dirige da natureza até o consumidor final em sucessivas atividades de transformação Cadeia de Suprimentos – Supply Chain – Dicionário Financeiro Fonte: Adaptado de: www.dicionariofinanceiro.com Fluxo de criação de riqueza Fluxo de informação Valor percebido pelo cliente Contrapartida oferecida à cadeia de valor SCM = Gerenciamento dos Fluxos da Cadeia de Criação de Valor com a integração entre os seus diferentes agentes Ciclo da logística reversa Fonte: https://www.greeneletron.org.br /blog/logistica-reversa-voce- realmente-sabe-o-que-e/ Fabricação Comercialização Uso Descarte Ponto de entrega voluntária Coleta e reciclagem Matéria-prima para a cadeira produtiva Preocupação com os recursos naturais do planeta, o processamento de lixo e as suas consequências para as pessoas e para o ambiente “diplomacia verde”. Desde meados dos anos 1970, as questões ambientais já preocupavam os governos e as organizações, bem como fomentavam grandes discussões e ações, no âmbito nacional e internacional. Necessidade de se proteger os recursos para garantir a sobrevivência das próximas gerações e a sua ligação com a logística. Extração e utilização de matérias-primas, os processos de produção e os desperdícios, fontes de emissão de gases poluentes, excesso de lixo na sociedade, o que fazer com ele? Logística reversa e diplomacia verde O conceito de crescimento econômico adotado pelas organizações e países sempre esteve associado ao fortalecimento das relações entre as empresas, o governo e os consumidores atrelados somente às questões econômicas. É a ideia de que os bens são suficientes para suprir a demanda, sendo fonte de tributação para os governos e geradores de lucros para as empresas. Desta forma, as consequências, nessa concepção de crescimento econômico, são diversos fatores positivos, como o aumento da produção, geração de emprego e melhoria de infraestrutura como consequência da tributação praticada pelos governos. Contudo, para esse funcionamento, são necessários outros recursos naturais que, muitas vezes, não são renováveis. A relação positiva entre o sistema produtivo e a sociedade se contrapõe à relação negativa entre a cadeia produtiva e o meio ambiente. Diplomacia verde – Produção e meio ambiente Não menos importante, a logística verde é o conceito no qual as organizações realizam a avaliação de possíveis impactos de sua atividade econômica e, assim, definir as estratégias para minimizar os problemas ambientais associados às atividades de logística empresarial. A procura pelas certificações ambientais voluntárias corre nessa direção. A mais importante delas, a série ISO 14000, fornece as ferramentas e estabelece um padrão de Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA é a forma pela qual a empresa mobiliza-se interna e externamente na conquista da qualidade ambiental desejada. Exemplos: Redução das externalidades dos transportes de cargas; Redução do impacto dos transportes de cargas sobre o meio urbano, a circulação de pessoas e a poluição ambiental; Tratamento dos impactos de sistemas de armazenagem; Reutilização de embalagens e o seu descarte no ambiente; Uso de equipamentos de transporte, armazenagem e unitização ambientalmente adequados. O conceito de logística verde Logística verde é mais abrangente do que a logística reversa. Enquanto a logística reversa trata do retorno dos resíduos após terem sido gerados, a logística verde procura satisfazer à produção limpa. Nesse tipo de produção, é prevista uma geração menor de resíduos porque se busca utilizar os materiais que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente e que sejam mais fáceis de decompor. Pode-se entender a logística reversa como uma parte da logística verde. No que tange à logística reversa, a cadeia de suprimentos também necessita de uma nova ótica, de modo que novos processos sejam incluídos, pois, nessa perspectiva, o produto não termina no consumidor final, indo muito além da abordagem tradicional de cadeia de suprimentos. Soluções de reaproveitamento e tratamento criativo de produtos descartados interesse econômico na reversão (criação de riqueza também no retorno). Logística reversa e a cadeia de suprimentos A série de normas ISO 14000 veio disponibilizar para as empresas que compartilhassem a preocupação de preservar o meio ambiente uma ferramenta gerencial adequada e moderna. Baseada na filosofia da série ISO 9000, que já vimos anteriormente, a ISO 14000 incorpora à gestão ambiental inovações importantes, como os conceitos de melhoria contínua e de Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A implantação desse sistema requer a capacitação técnica dos colaboradores e o desenvolvimento de um sistema de comunicação eficaz através da implementação de novos padrões internos, reformulação dos processos produtivos em ação e uso de equipamentos de proteção ambiental. Sistema de Gestão Ambiental: Norma Brasileira (NBR) ISO 14001 Fonte: livro-texto, p. 97. Ser apropriada à natureza, escala e impactos ambientais da organização Está disponível ao público Inclui um compromisso com a melhoria contínua e a prevenção da poluição Está documentada, implementada e comunicada a todos os funcionários Determina o estabelecimento e análise crítica de objetivos e metas Política ambiental ISO 14001 Compromisso no cumprimento à legislação e regulamentos aplicáveis A Norma Brasileira (NBR) ISO 14001 (ABNT, 2004) preocupa-se com as questões ambientais da organização e a sua sustentabilidade. Ela determina que a empresa deve descrever e documentar o seu SGA, incluindo os objetivos mensuráveis e coerentes com a sua política ambiental. O SGA tem entre os seus elementos integrantes uma política ambiental. Estabelece os objetivos e as metas, com o monitoramento e a medição de sua eficácia, e abrange a correção de problemas associados à implantação do sistema, além de suaanálise e revisão como forma de aperfeiçoá-lo, melhorando, dessa forma, o desempenho ambiental geral. A política ambiental também deve fornecer uma estrutura geral para o estabelecimento e a revisão dos objetivos e das metas ambientais. Destacamos que a melhor evidência desta condição é que as afirmações contidas no texto da política devem ser desdobradas em objetivos e metas da organização. Sistema de Gestão Ambiental: Norma Brasileira (NBR) ISO 14001 O desenvolvimento sustentável deve pautar a atuação pela responsabilidade com as gerações atuais e futuras, usando moderadamente os recursos e visando à melhoria das condições de vida. Fundamentos da excelência da gestão – Desenvolvimento sustentável Econômico-financeiro: • Planejamento econômico- financeiro: definição de indicadores de desempenho, orçamento, gestão de recursos e responsabilidade fiscal; • Monitoramento econômico- financeiro: controle dos indicadores de desempenho econômico-financeiro, monitoramento de externalidades, gestão do orçamento e controle fiscal. Ambiental: • Prevenção de impactos ambientais: identificação de possíveis impactos, requisitos de desempenho ambiental, prevenção de acidentes e situações adversas, uso de tecnologias adequadas e engajamento de partes interessadas; • Tratamento de impactos ambientais: monitoramento, resposta rápida, mitigação de impactos e atenção à legislação. Social: • Prevenção de impactos sociais: identificação, prevenção e engajamento de partes interessadas; promoção de acessibilidade; • Tratamento de impactos sociais: mitigação, cumprimento da legislação e gestão da imagem; • Desenvolvimento social: ações e projetos sociais, voluntariado, direitos humanos e inclusão social, engajamento de partes interessadas. Aborda o tripé econômico-financeiro, ambiental e social, com o compromisso da organização em responder pelos impactos de suas decisões, e atividades na sociedade e no meio ambiente, e contribuir para a melhoria das condições de vida, tanto atuais quanto para as gerações futuras, por meio de um comportamento ético e transparente. Nas questões ambientais e sociais, observa-se a necessidade de trabalhar junto às partes interessadas o seu engajamento a esses aspectos. Prevenir os potenciais impactos e tratá-los quando ocorrem segundo os requisitos legais são elementos básicos dos fundamentos da excelência em gestão. Fundamentos da excelência da gestão – Desenvolvimento sustentável Projetos sociais e ambientais, voluntariado e direitos humanos. Promoção do engajamento da força de trabalho e das partes interessadas. O estímulo ao voluntariado pode ser uma excelente oportunidade: Reforça os vínculos sociais da força de trabalho; Melhora a relação com os fornecedores e as demais partes interessadas; Proporciona o aprendizado em gestão de projetos e ferramentas administrativas aplicadas ao planejamento e ao controle de resultados; Promove as melhores condições de clima organizacional e de autoestima. Recomendações A logística verde é o conceito no qual as organizações realizam a avaliação de possíveis impactos de sua atividade econômica e, assim, definir as estratégias para minimizar os problemas ambientais associados às atividades de logística empresarial. Assinale a alternativa que apresenta um conceito que não é advindo da logística verde – sistema de gestão ambiental da organização: a) Redução das externalidades dos transportes de cargas. b) Redução do impacto dos transportes de cargas sobre o meio urbano, a circulação de pessoas e a poluição ambiental. c) Tratamento dos impactos de alterações na produtividade do sistema produtivo por falhas humanas. d) Reutilização de embalagens e o seu descarte no ambiente. e) Uso de equipamentos de transporte, armazenagem e unitização ambientalmente adequados. Interatividade A logística verde é o conceito no qual as organizações realizam a avaliação de possíveis impactos de sua atividade econômica e, assim, definir as estratégias para minimizar os problemas ambientais associados às atividades de logística empresarial. Assinale a alternativa que apresenta um conceito que não é advindo da logística verde – sistema de gestão ambiental da organização: a) Redução das externalidades dos transportes de cargas. b) Redução do impacto dos transportes de cargas sobre o meio urbano, a circulação de pessoas e a poluição ambiental. c) Tratamento dos impactos de alterações na produtividade do sistema produtivo por falhas humanas. d) Reutilização de embalagens e o seu descarte no ambiente. e) Uso de equipamentos de transporte, armazenagem e unitização ambientalmente adequados. Resposta ABNT. NBR ISO 9001: requisitos do sistema da qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. ABNT. NBR ISO 9001: Sistemas de Gestão da Qualidade: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015b. ABNT. NBR ISO 9004: Sistemas de Gestão da Qualidade: diretrizes para a melhoria de desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. ABNT. NBR ISO 10005: Sistemas de Gestão da Qualidade: diretrizes para os planos da qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2007a. ABNT. NBR ISO 14001: Sistemas de Gestão Ambiental: especificações e diretrizes de uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. NBR ISO 19011: diretrizes para as auditorias de Sistema de Gestão da Qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ABNT. NBR ISO/IEC 17021: avaliação de conformidade: requisitos para os organismos que fornecem a auditoria e a certificação de sistemas de gestão. Rio de Janeiro: ABNT, 2007b. Referências ABNT. Recomendações e dicas: importância das normas internacionais para as micro e pequenas empresas. ABNT On-line, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3dWrZk1. Acesso em: 24 ago. 2022. ALBRECHT, K. A única coisa que importa: trazendo o poder do cliente para dentro de sua empresa. São Paulo: Pioneira, 1997. CASAS, A. L. L. Qualidade total em serviços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. FNQ. Modelo de Excelência da Gestão – MEG: guia de referência da gestão para excelência 21. ed. São Paulo: FNQ, out. 2016a. Disponível em: https://bit.ly/3qAzfoV. Acesso em: 15 mar. 2022. FNQ. Novo Modelo de Excelência da Gestão – MEG. São Paulo, dez. 2016b. (#24). Disponível em: https://bit.ly/3JDzAi5. Acesso em: 23 mar. 2022. FNQ. Sistemas de gestão. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/36JXBpp. Acesso em: 18 mar. 2022. Referências KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. 11. ed. São Paulo: Futura, 2002. PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. São Paulo: Grupo GEN, 2019. SEBRAE (Org.). Anuário do trabalho na micro e pequena empresa: 2013. 6. ed. Brasília: Dieese, 2013a. Disponível em: https://bit.ly/3dkQh6L. Acesso em: 11 ago. 2022. SEBRAE. Qualidade: pesquisa de apoio à gestão de pequenas empresas. Brasília: Sebrae, 2013b. SEBRAE. Sobrevivência das empresas no Brasil. Brasília: Sebrae, 2013c. (Coleção Estudos e Pesquisas). Disponível em: https://bit.ly/3chyTj7. Acesso em: 24 ago. 2022. SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SOBRAL, F.; PECI, A. 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