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Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Aids Definição Doença do sistema imunológico causada por retrovírus o Família Lentivirinae RNA transcreve em DNA Caracteriza-se pela perda progressiva de linfócitos CD4 o CD4<200 o Presença de doença definidora Infecção zoonótica o HIV-2: imunodeficiência símia – macacos sooty mangabey o HIV-1: chimpanzés Pan Troglodytes (coo evolução) Notificação compulsória a partir de 2014 Manifestações clínicas Dependem do CD4 e carga viral do paciente e tempo de evolução da doença o Síndrome retroviral aguda o Assintomático o Síndrome da imunodeficiência avançada Categorias clínicas A. TCD4+ > 500/µl Infecção assintomática, adenopatia generalizada, síndrome retroviral aguda B. TCD4+ 200 a 499/ µl Angiomatose bacilar, candidíase orofaríngea/vulvovaginal recorrente, herpes zoster displasia/carcinoma cervical, diarreia > 1 mês, neuropatia perif C. TCD4+ < 200 µl (AIDS) Candidíase brônquios/traqueia/pulmões/esôfago, CA cervical invasivo, CMV extra fígado/baço/linfonodos Estrutura Vírus RNA fita simples Transcriptase reversa em núcleo virion o Transcrição de RNA em DNA Tropismo por linfócitos TCD4 ou células que possuam molécula CD4 o Macrofago o Celulas de glia o Neurônios o Células de Langerhans Proteínas do núcleo o P24 o P18 Proteinas do envolope da membrana experna o Gp120 externa o Gp41 transmembrana Ciclo HIV HIV libera RNA no interior da célula → transcriptase reversa converte RNA em DNA → DNA viral entra no núcleo da célula → enzima integrasse faz a fusão do DNA viral com o DNA celular → DNA da célula infectada produz RNA viral + segmentos curtos de proteínas formam um novo HIV → o vírus é liberado (germina) através da membrana da célula, envolvendo-se em um fragmento desta e apertando a célula infectada → o vírus amadurece quando a protease corta as proteínas estruturais dentro do vírus → reorganização das proteínas → infecção de novas células Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Afinidade de gp 120 e ligação a CD4. Modificam configuração e ligação a coo receptores HIV-VVR5 e CXCR4 Modificação conformação envoltório, fusão com célula hosédeira pelo gp41 Infecção Vírus que entra pelo sangue é filtrado pelo baço e órgãos linfoides. Replica até um nível crítico e leva a surto de viremia Vírus que entra por mucosa: células dendríticas fazem contato com célula CD4 suscetível – guardando infectividade o LATENCIA CLINICA NÃO É LATENCIA MICROBIOLÓGICA Síndrome Retroviral Aguda Incubação 10 – 14 dias o Média 5 – 35 dias 2/3 tem sintomas atribuídos à soroconversão (podem durar semanas a meses) o Mal estar o Febre o Mialgia o Anorexia o Cefaleia o Faringite o Rash o Diarreia o Ulcera oral/genital/esofágica o Linfadeno patia o Paralisia nervos cranianos (facial) o Radiculopatia o Encefalopatia o Guillain Barre Estágios Eclipse: vírus no local de exposição – HIV RNA sérico indetectável – 10 dias Fiebig I: disseminação tecido linfático e sanguínea – apenas RNA HIV detectável – 7 dias. Fiebig II: p24 detectável , RNA HIV (CV sup 10.000). 5 dias. Fiebig III: Imunoensaio – ELISA - de terceira geração – 1 a 2 semanas após início dos sintomas – 3 dias. Fiebig IV: Western Blot indeterminado – 7 dias Fiebig V: Western Blot positivo – 1 mês após exposição inicial. Fiebig VI: Western blot completo, incluindo p31 Transmissão Sexual Compartilhamento de seringas/objetos perfurocortantes etc. infectados Vertical (mãe para filho) o Gestação o Parto o Amamentação (presente no leite) Transfusão – 1/725.000 doações Maior risco em relações anais – traumatismo – Langerhans na mucosa retal Transmissão no sexo oral é menos comum, mas é possível Saliva, lágrimas, suor – precaução padrão, baixos títulos virais. o Relatado transmissão por mordedura e traumatismo em região oral Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Diagnóstico Através da coleta de sangue ou fluido oral Triagem Primeira geração o Anticorpo IgG Segunda geração o Anticorpo IgG Terceira geração: o Formato sanduíche (antígeno-anticorpo-antigeno) (anticorpo-antigeno-anticorpo) o Detecção simultânea de IgG e IgM Janela – 22 a 25 dias Quarta geração: o Antígeno p24 o Formato sanduíche o Gp41 o Gp120 o Gp160 Janela de 15 dias Ensaio complementar Imunoblot Western blot o Positivo se duas bandas positivas Gp21 Gp41 Gp120 Gp160 Teste molecular RNA ou DNA pró viral o Crianças menores que 18m, infecção aguda em adultos o NAT – triagem de doadores de sangue Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Manejo Ambulatorial Atendimento Inicial Avaliação e exame físico o Peso o Altura o IMC o PA o Circunferência abdominal o Sinais de lipodistrofia o Lesão cutânea/oral/ungueai/genital o Linfonodomegalia/organomegalia o AC o AR o Exame neurológico e avaliação cognitiva conforme anamnese Roteiro de aspectos a serem abordados nos atendimentos iniciais Informações específicas sobre a infecção o Revisão e documentação do primeiro exame anti-HIV o Tempo provável de soropositividade o Contagem de LTCD4+ ou carga viral anterior o Uso de AR Eventos adversos prévios o Compreensão sobre a doença Transmissão História natural Significado da contagem de linfócitos Carga Viral o Impacto da TARV combinada na morbimortalidade Abordagem do risco o Práticas sexuais o Utilização de preservativos o Histórico de IST (sífilis) o Tabagismo/etilismo/outras drogas o Interesse em reduzir danos à saúde Exames complementares abordagem inicial Hemograma Contagem de LTCD4+ Contagem da CV Avaliação hepática e renal o AST o ALT o Cr o Ur o Na o K o Exame básico de urina Parasitológico de fezes Testes não treponemicos o VDRL o RPR Testes para HV o Anti-HAV o Anti-HCV o HBsAGg o Anti HBcT o AntiHBS (imunização) Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 IgG toxoplasma Sorologia HTLB I e II Sorologia Chagas Dosagem lipídios Glicemia jejum Prova tuberculínica Radiografia tórax Pessoa Vivendo com HIV/Aids precisa fazer exames de carga viral para monitoramento laboratorial o Em seguimento clínico a cada 6 meses o Inicio ou modificação de TARV após 6 semanas Frequência monitoramento LTCD4+ no paciente em uso de TARV, assintomático, CV indetectável o CD4 <350cél/mm³ - 6 meses o CD4 > 350cél/mm³ (em 2 exames consecutivos c pelo menos 6 meses de intervalo) – não solicitar Frequência monitoramento LTCD4+ no paciente sem TARV, sem evento clinico, em falha virológica o Qualquer valor de CD4 – 6 meses Exames de seguimento Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Avaliação distúrbios psiquiátricos ↑ prevalência de depressão, ansiedade e risco de suicídios o Pode ser pelo diagnostico ou pelo uso de ARV (EFZ e AZT) Tratamento de doença psiquiátrica previne a má adesão ao tratamento ARV Depressão associada a piora imunológica e aumento de CV o Cortisol Relação entre doenças psiquiátricas com comportamento de risco e ↑ transmissão HIV Rastrear tabagismo/alcoolismo/uso de outras substâncias psicoativas Aumenta nível sérico de ecstasy quando em uso de inibidores da protease Álcool potencializa ABC (Abacavir), amprenavir e didanosina Avaliação distúrbio neuro-cognitivo Pacientes idosos o Tempo prolongado de HIV Fatores de risco o Nadir < 350 o CD4 < 350 o ↑ 50 anos o Coinfecção HCV o DM Resistencia insulínica o Doença CV o Nível de escolaridade baixo Triagem Perda de memória recente Lentificação psicomotora (↑ lentidão quando pensa, planeja ...) ↓ Atençao o Se alterada a avaliação neuropsicológica formal realizaexame confirmatório Excluir doença psiquiátrica grave Pesquisar etilismo/tabagismo/outras drogas Sequelas e doenças neurológicas Dosar: o B12 o Ácido fólico o TSH o T4 livre o CDRL o Função hepática e renal o Glicose o Hemograma Exame de imagem o Redução de volume encefálico o Hipodensidade em substância branca LCR e imagem para afastar outras causas do distúrbio o Dosagem da CV de HIV no líquor Exames MEEM normal em paciente com alteração neurocognitiva International HIV Demential Scale (IHDS) o Ponto de corte < 11 para confirmer o Sensibilidade 74% o Especificidade 50% o Triagem de formas de HAND Avaliação Cardiovascular Uma das principais causas de mortalidade ↑ incidência em HIV associado a estado inflamatório crônico o Diminuição GALT com aumento da translocação bacteriana e ativação inflamatória Uso de ARV (principalmente inibidores da protease) ↑ incidência na população com síndrome metabólica/lipodistrovia Reavaliação de risco CV nas consultas Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Orientação nutricional Atividade física Cessar tabagismo Estatinas – atorvastatinas, rosuvastatinas o Em uso de IP é contraindicado o uso de sinvastatina e levastatina Alterações renais ↑ incidência DRC associada a doenças da base e medicações em uso Avaliar função renal e sedimento urinário no atendimento inicial Uso de TARV e risco para IRC são avaliados a cada 3-6 meses Proteinuria >1+ e TFG <60 – avaliação do nefrologista o Quantificar proteinúria o Exame de imagem o Biopsia renal (se indicação) Nefropatia pelo HIV o Estágio avançado com proteinúria nefrótica e perda da função renal BX renal com GESF variante colapsante o Tratamento: TARV e corticoterapia em casos refratários Disfução tubular o Tenofovir NIA o Abacavir o Indinavir o Ritonavir Obstrutiva o Atazanavir o Indinavir Ajustar a medicação anti-retroviral de acordo com o clearence de creatinina o TDF o 3TC o AZT Alterações hepáticas Rastrear hepatites virais, hepatotoxicidade medicamentosa, esteato-hepatite não alcoolica, hiperplasia nodular regenerativa 10% paciente TARV apresenta hepatotoxicidade grave o A hepatotoxicidade está associada a reações de hipersensibilidade, toxicidade direta, toxicidade mitocondrial, síndrome de reconstituição imune e reativação do HBV Alterações osteoarticulares Rastrear osteopenia e osteoporose Medicações IP – tenofovir, corticoterapia, opioides Comorbidades como hiperparatireoidismo, hipogonadismo, ↓ vitamina D, pós menopausa Realizar DMO em todo paciente HIV ↑ 49 anos o Mulheres pós menopausa em idade inferior Avaliar causas secundárias conforme história clínica Medidas para tto e prevenção osteoporose o ↑ ingesta Ca o ↓ sal, café, bebida alcoolica, tabaco o Otimizar atividade física o Exposição solar o Manejo HIV e infecções oportunistas Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Osteonecrose de cabeça do fêmur Rapida progressão em PVHA o Toda dor em quadril deve ser valorizada Encaminha para avaliação orto Causas: o Uso de ARV o Dislipidemia o Vasculite o Uso de anabolizantes o Uso de testosterona Observar presença de dor articular e limitação do movimento o Quadril o Tornozelo o Cotovelo o Ombro Diagnóstico por RNM Tratamento o Analgesia o AINE o Descompressão o Enxertos o Artroplastia Avaliação ginecológica/andrológica Mulheres Preventivo anual Mamografia se indicação Desejo de gestar Anticoncepção Vacinação HPV (conforme indicação) Homens Avaliar ↓ libido, impotência, diminuição massa óssea e fogachos Rastrear hipogonadismo o Testosterona total manhã Avaliar sintomas de uretrite e DSTs Citopatológico em HSH Imunizações Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Medicamentos disponíveis Esquemas de ARV disponíveis Inicial adulto o TDF (tenofovir) + 3TC(lamivudina) + DTG(dolutegravir) Tratamento primeira linha (internet) o TDF + 3TC ou FTC (emtricitabina) + EFV (efavirenz) Se há contraindicação de TDF, usa AZT (zidovutina) Gestante não usa DTG. → Usa EFV ou AZT Gestante com CV alta, pcte coinfecção TB: adiciona o raltegavir ao esquema ARV Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Principais efeitos adversos AZT: anemia macrocítica, miopatia, acidose láctica ABC: reação de hipersensibilidade, aumento RCV. EFZ: tonturas, pesadelos /sonhos vívidos, alucinações, distúrbios do sono, sintomas depressivos/ideação suicida, rash. NVP: hepatotoxicidade, hipersensibilidade ATZ: icterícia (aumento bilirrubina indireta, sem causar hepatotoxicidade), aumento incidência de nefrolitíase. Lopinavir: diarreia, intolerância gastrointestinal, dislipidemia. DTG/RAL: poucos efeitos adversos (cefaleia, náuseas, flatulência). Pacientes sem uso de ARV Oferecer tratamento Orientação sobre o benefício da TARV precoce Avaliar estado sorológico do parceiro o Beneficio tto parceiro sorodiscordante o Oferecer profilaxia pré exposição ao parceiro Gestante e profilaxia transmissão vertical TDF + 3TC + EFV Alternativa? NVP, ATZ Associação Raltegravir no 3º trimestre se CV elevada ou diagnostico tardio infecção RV aguda Parto o ↑ 34 semanas e CV > 1000 cópias: cesárea o CV < 1000 cópias: via de parto obstétrica o CUIDADOS ESPECIAIS AZT injetável do inicio do trabalho de parto até ligadura do cordão umbilical Evitar rotura de bolsa prolongada Manter episiotomia protegida Evitar ordenha cordão umibilical NÃO AMAMENTAR Manter TARV após gestação Manejo do RN Evitar aspiração traumática de VA AZT oral na sala de parto (xarope por 28 dias) o Se CV da mãe for acima de 1000 no terceiro trimestre, associa neviparina Profilaxia com bactrim 2 CV indetectáveis nos 2 e 4 meses excluem a transmissão vertical Profilaxia pré exposição Paciente não infectado mas em situação de risco e vulnerabilidade o Profissional do sexo o Compartilhamento seringa o HSH parceiro HIV o Multiplos parceiros sem preservativo o Tentativa de ter filho em casal sorodiscordante TDF/FTC o 300/200mg o VO o 1cp/dia (1 cp de cada, toma 2 cp/dia. Não é “alternado”) Relação anal: durante 7 dias Relação vaginal: durante 20 dias Luíze Ana Scheffer 5º Semestre – 2022 Profilaxia pós exposição TDF + 3TC + ATV (ou ritonavir) o 28 dias Avaliar risco exposição o Mucosa o Pele íntegra o Lúmen pérfuro cortante o Inóculo o Presença de sangue no lúmen Tempo exposição x atendimento o 2 – 72h Sempre notificar serviço de medicina ocupacional do local de trabalho Avaliar paciente fonte o Viremia o Status sorológico para hepatites também Excluir infecção ativa no paciente que sofreu o acidente 4 passos avaliação PEP (se as respostas forem sim, PEP indicada) o Tipo de material biológico é de risco? o Tipo de exposição é de risco? o Tempo transcorrido entre exposição é inferior a 72h? o Pessoa exposta é não reagente para HIV no momento do atendimento? Meta 90/90/90 90%PHVA conhecendo seu status sorológico 90%PHVA em uso de terapia anti retroviral 90% atingindo supressão viral Meta do tto é atingir carga viral indetectável (↓ 40 cópias/ml)
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