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Carcinogênese • Algumas moléculas químicas, agentes físicos/biológicos contribuem para aquisição dessas mutações • Modelo molecular para a evolução de cânceres colorretais através da sequência adenoma-carcinoma. • Aquisição de mutação em oncogenes e genes supressores tumorais: fenótipo maligno Etapas da carcinogênese: → INICIAÇÃO: o agente carcinogênico induz alterações genéticas permanentes nas células (dano ao DNA). Irreversível, mesmo que a célula seja iniciada e não continue seu caminho, após algum tempo ainda possui memória que poderá ocorrer o desenvolvimento da neoplasia → PROMOÇÃO: a célula iniciada é estimulada a proliferar, amplificando o clone transformado. Não apresenta dano no DNA, etapa reversível. → PROGRESSÃO: o clone transformado prolifera, o tumor cresce, surgem células com potencial metastizante e a neoplasia se desenvolve em sítios distantes de sua origem. → Representação esquemática das etapas de iniciação e promoção na gênese de tumores experimentais: • Uma célula iniciada contém pelo menos uma mutação. Mutações sucessivas e cumulativas originam células heterogêneas. • Algumas células morrem por apoptose, deficiência de irrigação, etc, outras adquirem antigenicidade e são eliminadas pelo sistema imune. • As que sobrevivem ganham propriedades variadas, de modo que o tumor resultante é formado por populações celulares heterogêneas quanto à capacidade de crescimento, perda de inibição por contato, resistência a medicamentos, invasividade, formação de metástases, etc • Nas diferentes fases, ocorrem eventos genéticos e epigeneticos, a progressão tumoral se faz nos dois sentidos, embora predominando no sentido de maior malignidade Cancerígenos Químicos → O pesquisador Percival Pott, em 1775, percebeu que trabalhadores que limpavam chaminés e apresentavam fuligem em seu corpo, com o passar do tempo tinham câncer no escroto decorrente da fuligem. → Foi estabelecido pela Agência de Saúde dinamarquesa a obrigatoriedade de tomar banho todos os dias para a devida limpeza do corpo – reduzindo drasticamente a incidência do câncer. → Carcinógeno direto: pode diretamente induzir um dano no DNA, sem a necessidade de uma transformação enzimática. → Carcinógeno indireto: necessita sofrer transformação enzimática para se tornar ativo → transformação através do citocromo P450 e enzimas polimórficas (CIPs) - alguns indivíduos têm mais chance de torná-lo ativo. Substâncias químicas carcinogênicas → Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos: Principal: Benzopireno Câncer local Fuligem, tabaco, gordura de carnes assadas, carne e peixes defumados Compostos hidrocarbonetos são metabolizados pela CIPs → Formação de epóxidos → Aminas aromáticas a corantes Azo: β-naftilamina → hidroxilada no fígado e depois conjugada com o ác Glicurônico → inativa glicuronidase urinária - β-hidroxilado Câncer de fígado e bexiga → Aflatoxina B1, (Aspergillus flavus): Presente no mal acondicionamento de cereais: predispõe o desenvolvimento de hepatocarcinoma Ingestão da toxina → formação de 8,9-epóxido de Afloxina (nucleofílico) que se liga em aminoácidos presentes em alguns genes (Tp53) Quando há um mecanismo de reparo eficaz: 8,9-epóxido é convertido em aflotoxicol (não carcinógeno) por meio das enzimas Glutationa-S- transferase e 8,9 hidroxilase Quando o mecanismo não é eficaz ou há mutações: não terá a inativação, e sim o acúmulo de 8,9-epóxido → se liga a p53 e altera os aminoácidos → G:C por T:A (códon 249) → arginina para serina → não induzindo à apoptose → Nitrosaminas: Câncer de estômago Acúmulo de seus compostos é decorrente de uma ata ingesta de embutidos → Compostos N-nitroso: desaminação de ácidos nucleicos → forma de amônia → alterando o DNA → favorece as células mutadas a se proliferarem Cancerígenos Físicos Radiação → Raios UV: Melanoma Melanócitos impedem a induzir o reparo Formação exacerbada de dímeros de timina → mutações em RAS e TP53 Mecanismo de reparo normal: radiação UV induz o aparecimento dos dímeros → removidos pela endonuclease (quebrando ligações) → exonuclease remove esses dímeros → DNA-polimerase insere novos nucleotídeos → enzima ligase reconstrói as ligações Mecanismo anormal: excesso de radiação UV → acúmulo exacerbado de dímeros de timina → favorece o aparecimento de diferentes tipos de neoplasias Acúmulo de linfócitos T supressores inibem o sistema imunológico → podem predispor neoplasias cutâneas → Radiação ionizante Mecanismo: alterações cromossômicas X, γ, α, β, prótons e nêutrons Induzem quebras e translocações e dependem do tipo de célula (mais intensa em células menos diferenciadas que se proliferam rapidamente), idade (fetos e crianças são mais afetados) e mecanismo de reparo (indivíduos que tem mutações em genes de reparo são mais suscetíveis a mutações) Sobreviventes de Hiroshima e Chernobyl: Leucemias, CA de tireóide, cólon, mama e pulmão. Cancerígenos Biológicos Vírus e Bactérias → HPV (Palilomavírus Humano): lesões de pele ou mucosa Subtipo 16 e 18 → alta incidência carcinoma invasivo Subtipo 6 e 11 → lesões e verrugas Tem-se estabelecido que esses carcinógenos relacionados a carcinoma se encontram integrados (DNA integrado com o do hospedeiro) Áreas metaplásicas possuem células mais imaturas → suscetíveis as proteínas liberadas pelo vírus → alterações citológicas ocasionando displasias → desenvolvimento da neoplasia Proteínas oncogênicas: E6 e E7 → excesso delas inativam os genes supressores tumorais E6 inativa p53 → induz a ativação da TERT (subunidade da telomerase, imortalização das células) E7 se liga ao Rb e inativa-o → fator de transcrição E2F livre para proporcionar ativação e fosforilação da proteína. A E7 também inativa o inibidor de CDK (p21) → maior ativação deciclinas (D e CDK4) Agressões persistentes → lesões pré- cancerosas Metaplasia → Displasia → Neoplasia Câncer do colo uterino, oral e da laringe → Vírus de Epstein-Baar (EBV) Linfoma de Burkit Vírus: pré-disposição de infectar Lyt B → se liga e infecta o receptor CD21 O indivíduo que não é imunocomprometido tende a combater a infecção, não tendo aumento na carcinogênese. Com a infecção, o vírus libera inúmeras proteínas (LMB1, IBNA2 e a BIL10) → proliferação células. LMB1 (quando o sistema imunológico está falhado): impede a apoptose aumentando a expressão de BCL2, proporciona uma expressão de receptor CD40, ativa a via NF-Kβ, expressa a proteína EBNA 2 e expressa a VIU10 (citocina) que evita a ativação de macrófagos O vírus não é oncogênico, e sim mitogênico Oncogênese viral ou microbiana → Vírus RNA oncogênicos → HTLV-I vírus linfotrópico de células T humanas. • Leucemia/ linfoma de células T → genoma do HTLV-I codifica uma proteína TAX viral que transativa genes de citocinas e seus receptores nas células T infectadas → estímulos que ativam proliferação das células. • TAX interage com PI3K/ AKT → sobrevivência e crescimento celular → aumento de ciclinas D2 e inibe ICDK → progressão ciclo celular • Ativação da via de sinalização NF-KB → sobrevivência de dos linfócitos infectados • Aumento da instabilidade genômica → facilita a aquisição de mutações → inibindo o reparo → Vírus da hepatite B: CA hepatocelular • Infectados: risco 200x de um carcinoma hepatocelular • Inflamação crônica → Necrose → Reparação (proliferação) → Carcinogênese • Células imunes ativadas produzem outras substâncias genotóxicas → ex. EROs/radicais livres → genotóxica e mutagênica. • Ativação da via NF-KB dentro dos hepatócitos → células com danos não sofremapoptose → hepatócitos em divisão incorrem em stress genotóxico e acumula mutações • Vírus da hepatite B tem um gene que induz a liberação de Gene HBx do HBV e proteína do núcleo do HCV → contribui para a carcinogênese proporcionando mais mutações → Helicobacter pylori • O meio inflamatório contêm numerosos agentes genotóxicos, como EROs. A sequência de alterações histopatológicas consiste no desenvolvimento inicial de inflamação crônica/gastrite, seguida por atrofia gástrica, metaplasia intestinal das células de revestimento, displasia e câncer. • Sequência de eventos leva décadas para ocorrer e ocorre em somente 3% dos pacientes infectados
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