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Sobre Cultura e Identidades Surdas

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Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 25 
 
UNIDADE 2 
 
Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O 
Mundo do Surdo 
 
Nesta unidade, vamos conhecer este sujeito de quem viemos falando na 
primeira unidade. Falamos da sua história, seus direitos e seus fundamentos 
educacionais. Agora iremos conhecer quem é este que chamamos por “Surdo”. A 
importância desta descrição se dá especialmente porque quando falamos de uma 
concepção sócio-antropológica ou epistemológica (concepções do ponto de vista 
educacional, psicológico, sociológico) não podemos confundir com concepções 
biológicas. 
O sujeito Surdo do ponto de vista das ciências da saúde (biológicas) define-
se por um corpo danificado. O ser deficiente que precisa ser curado e/ou 
reabilitado. Porém, estamos aqui para falar deste sujeito como um ser social, 
independente de suas limitações, dificuldades. Falamos aqui do Surdo como um 
sujeito capaz, parte da sociedade e que possui identidades próprias, cultura e 
também uma língua diferentes dos demais que habitam o mesmo espaço, pois os 
que ouvem terão outras identidades, outra língua e outra cultura – a ouvinte. 
Ao focalizar a representação da identidade surda em estudos 
culturais, tenho de me afastar do conceito de corpo danificado para 
chegar a uma representação da alteridade cultural que 
simplesmente vai explicar a identidade surda. O conceito de corpo 
danificado remete a questões de necessidade de normalização, o 
que significa trabalhar o sujeito surdo do ponto de vista do sujeito 
normal ouvinte (PERLIN, 2005). 
Para Brasil (2004) quebrar o modelo-padrão, a ideia de deficiência é 
enxergar as restrições de ambos: Surdos e ouvintes. Por exemplo: enquanto 
Surdos não conversam no escuro, ouvintes não conversam debaixo d'água; 
enquanto Surdos se comunicam sem problemas entre ruídos e sons altos ou a 
grandes distâncias, ouvintes não conseguem se comunicar, a menos que gritem. 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 26 
 
Para entender melhor isso, iremos conhecer um pouquinho mais afundo o 
mundo dos Surdos, chamado, especialmente por Karin Strobel (atual presidente 
da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS) de Cultura 
Surda. Entenderemos em seguida o conceito e quais são as identidades surdas – 
no item 2.2; os artefatos culturais do povo Surdo – no item 2.3; e, partir destas 
concepções, iremos entender com maior profundidade e fundamentação teórica a 
importância que a LIBRAS representa na vida de uma pessoa Surda. Vamos lá? 
 
2.1 – Cultura e Surdez 
“A surdez é um „país‟ sem um „lugar próprio‟; é uma cidadania 
sem uma origem geográfica...” Wrigley (1966) 
 
Falar em Cultura Surda como um grupo de pessoas localizado no tempo e no 
espaço é fácil, mas refletir sobre o fato de que nessa comunidade surgem 
processos culturais específicos é uma visão rejeitada, pois muitos autores ainda 
defendem uma concepção de cultura como universal, única (SKLIAR, 1998 apud 
BRASIL, 2004). 
Contudo, nos últimos tempos, nas mais diversas áreas de conhecimento, 
tem se considerado concepções não mais unitárias das coisas, e sim, pluralizada. 
Assim acontece com a cultura. Trabalhamos com a ideia do multiculturalismo, pois 
a cultura não é estática, é viva. De acordo com Strobel (2008) a cultura se modifica 
e se atualiza, deixando claro que não surge com o homem sozinho, mas sim a 
partir das produções coletivas socializadas culturalmente, passando de geração 
em geração. 
Strobel define, então, que Cultura Surda é o jeito de o Surdo entender o 
mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com as 
suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas 
e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as 
ideias, as crenças, os costumes e os hábitos do povo Surdo. 
Lourenço (2012) afirma que nos primeiros anos de vida, quando a criança 
ouvinte chama o cachorro de “au-au”, o passarinho de “piu-piu”, é porque está 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 27 
 
fazendo referência entre o animal e o som ele que faz. Do mesmo modo, ao 
identificar e observar o mesmo animal, a criança Surda também fará suas 
referências, no entanto, estas serão inteiramente visuais, por exemplo: para o 
cachorro identificará o pelo ou como o mostra seus dentes ao rosnar; para o 
passarinho fará o movimento do bico abrindo e fechando, como o próprio pássaro 
faz ao piar, ou então imitará seu bater de asas e assim por diante. 
O cultivo da linguagem, salienta Strobel (2008), e da identidade são os 
elementos fundamentais de uma cultura. Mas é importante lembrar que embora os 
Surdos pertençam a Cultura Surda, este fato não os torna iguais. No entanto, os 
Surdo não se diferenciam um dos outros pelo grau de surdez, e sim pelo grupo a 
que pertencem, pelo uso da língua de sinais e pela Cultura Surda, que o ajudam a 
definir suas identidades e formar comunidades. Mas sobre as identidades surdas, 
abordaremos logo a seguir, no próximo item desta unidade. 
Há grande diversidade de comunidades Surdas e cada uma é organizada de 
maneira diferente de acordo com os interesses em comum, como etnia, religião, 
profissão, entre outros. Outra questão importante aqui é que, neste mesmo grupo 
local, a comunidade Surda, as pessoas da família, amigos, professores e 
intérpretes também estão presentes. 
Para Padden e Humphries (2000 apud STROBEL, 2008), na comunidade 
Surda temos sujeitos Surdos e sujeitos ouvintes. Nesta, todos compartilham suas 
experiências através da língua de sinais: os Surdos (que têm suas experiências de 
vida puramente visuais: a Cultura Surda) e os ouvintes que por alguma 
proximidade (profissional, de parentesco, etc.) conhecem a língua de sinais e 
também as peculiaridades Surdas. 
Mas atenção: os ouvintes que conhecem a língua de sinais, apenas a 
conhecem e a utilizam para se comunicar na comunidade Surda a que pertencem 
(Pastoral ou Ministério de Surdos, escolas, etc.), o que não os faz pertencentes à 
Cultura Surda ou povo Surdo; nem faz dessa língua sua língua materna; para um 
ouvinte que pertença a alguma comunidade Surda, a LIBRAS será sua segunda 
língua. 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad LourençoACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 28 
 
Isso porque a LIBRAS é a língua que traduz a Cultura dos Surdos: os 
hábitos, costumes, o jeito particular de ser Surdo; o viver no silêncio, sentir (e não 
ouvir) as vibrações de uma música; enfim, suas experiências e percepções do 
mundo puramente visuais. 
Então, recapitulando: 
Cultura Surda: são os hábitos, costumes, vivências de pessoas com surdez; 
enfim, as produções coletivas do povo Surdo a partir de seu próprio modo de ser, 
ver, entender e transformar o mundo. Para Strobel (2008), as peculiaridades da 
Cultura Surda resumem-se em oito artefatos; lembrando que o conceito de 
artefatos não se refere apenas a materialismos culturais, mas àquilo que na 
cultura constitui as produções coletivas citadas acima. Após compreender o 
conceito de identidades surdas no item 2.2, você poderá acompanhar maiores 
detalhes sobre estes artefatos no item 2.3. 
Povo Surdo: são as pessoas que nasceram com surdez ou a adquiriram logo 
nos primeiros anos de vida, resultando num crescimento e desenvolvimento 
peculiar, adquirindo naturalmente a Cultura Surda. Para Strobel (2008) o povo 
Surdo são sujeitos que compartilham dos mesmos costumes, história, tradições e 
pertencem as mesmas peculiaridades culturais, ou seja, constroem sua 
concepção de mundo através do artefato cultural visual. O grupo de pessoas a 
quem chamamos de povo Surdo são os sujeitos que podem não habitar o mesmo 
local, mas que estão ligados por um código de formação visual independente do 
nível linguístico. 
Comunidade surda: é um grupo local formado por Surdos (que possuem a 
Cultura Surda) e ouvintes, com cultura de um crescer e desenvolver-se ouvinte, 
mas que compartilham suas vidas com os Surdos; podem ser comunidade de: 
Pastoral de Surdos, Ministério de Surdos, grupo de amigos/ profissionais, etc. 
Podem fazer parte das comunidades Surdas seus familiares, amigos, colegas de 
escola ou trabalho, intérpretes de LIBRAS, companheiros (namorados (as) ou 
maridos/ esposas), etc. 
 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 29 
 
É relevante lembrar que é por meio da cultura que uma comunidade 
constitui-se, integra e identifica pessoas. A existência de uma Cultura Surda ajuda 
a construir a identidade das pessoas com surdez. Nesse sentido, falar em Cultura 
Surda necessita também falar da questão identitária. Um surdo estará mais ou 
menos próximo da cultura surda a depender da identidade que assume dentro da 
sociedade (BRASIL, 2004). 
 
 
 
 
2.2 – Identidade e Surdez 
 
Strobel (2008) alega que é através da cultura que os sujeitos asseguram a 
sua sobrevivência e afirmam as suas identidades, a cultura que temos determina 
uma forma de ver, de interpretar, de ser, de explicar e de compreender o mundo. 
Se procurarmos concepções de identidades, novamente encontramos 
descrições não unitárias, mas multifacetadas, plurais, fragmentadas. Isso se dá 
pela mudança radical e constante das coisas. Identidades podem ser até mesmo 
contraditórias, não são algo pronto: são construções móveis. 
No entanto, no caso dos Surdos, que vivem dentro da cultura ouvinte1 é um 
caso onde a identidade é reprimida, se rebela e se afirma em questão da original. 
A identidade surda sempre está em proximidade, em necessidade de encontrar 
outro igual (PERLIN, 2005). 
Perlin assevera que as identidades Surdas assumem formas multifacetadas 
em vista das fragmentações a que estão sujeitas. Os estereótipos, “rótulos”, 
interferem muitas vezes como um impedimento para a aceitação da identidade 
surda. O indivíduo Surdo faz parte dos movimentos marginalizados, à margem da 
 
1 Chamamos de ouvintes as pessoas que não possuem surdez e, portanto, ouvem. 
 
STROBEL, Karin Lilian. As imagens 
do outro sobre a Cultura Surda. 
Florianópolis: 
Editora da UFSC, 2008. 
 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 30 
 
sociedade predominante; e assim, vai acumulando estereótipos que tem reforçado 
cada vez mais a supremacia discriminatória de sua produção cultural. 
Um exemplo de estereótipo é a ideia que a sociedade tem de que o Surdo 
tem maior concentração em suas atividades, pois não poderá se distrair com 
barulhos. Isto leva a uma imagem do Surdo como produtor braçal de 
produtividade. Ou seja, vale a pena contratá-lo no campo de trabalho pelo que ele 
produz não pelas suas habilidades e competências profissionais. 
A identidade Surda se constrói dentro de uma cultura visual. Essa diferença 
precisa ser entendida não como uma construção isolada, mas como construção 
multicultural. Os Surdos vão construindo seu pensamento e compreendendo o 
mundo a partir puramente de suas visualizações. 
Os ouvintes são acometidos pela crença de que ser ouvinte é melhor que ser 
Surdo, pois, na ótica ouvinte, ser Surdo é o resultado da perda de uma habilidade 
'disponível' para a maioria dos seres humanos. No entanto, essa parece ser uma 
questão de mero ponto de vista (BRASIL, 2004). 
Maupassant (apud BRASIL, 2004, p.36), em seu conto “Carta de um louco”, 
reflete sobre o citado acima, defendendo que 
'todas as idéias de proporção são falsas, já que não há limite 
possível, nem para a grandeza nem para a pequenez [...] a 
humanidade poderia existir sem a audição, sem o paladar e sem o 
olfato, quer dizer, sem nenhuma noção do ruído, do sabor e do odor. 
Se tivéssemos, portanto, alguns órgãos a menos, ignoraríamos 
coisas admiráveis e singulares; mas, se tivéssemos alguns órgãos 
a mais, descobriríamos em torno de nós uma infinitude de outras 
coisas de que nunca suspeitaremos por falta de meios de constatá-
las'. 
Perlin (2005) denuncia que ouvintes que referem-se ao Surdo como portador 
de anomalias contribuem para a ideia da normalização. Primeiro entende-se por 
Surdo o não normal; para, a partir daí, discursar lindamente sobre a normalização/ 
ouvintização do Surdo. Viver o ouvintismo2 é ter preconceito contra os Surdos. 
 
2 O ouvintismo deriva da proximidade particular entre ouvintes e Surdos, na qual o 
ouvinte sempre está em posição de superioridade (PERLIN, 2005). 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 31 
 
A ouvintização do Surdo, o chamado oralismo, é uma ideologia dominante, 
na qual a concepção do sujeito Surdo refere exclusivamente uma dimensão 
clínica, uma perspectiva terapêutica (SKLIAR, 1997 apud PERLIN, 2005). Perlin é 
uma grande pesquisadora das questões apresentadas nesteitem (Identidade e 
Surdez) e classifica as identidades surdas com diferentes facetas, acompanhe as 
definições a seguir: 
a. identidades surdas estão presentes no grupo onde entram os surdos que 
fazem uso com experiência visual propriamente dita. O adulto Surdo, em contato 
com outros Surdos, vai construir sua identidade fortemente centrada no ser Surdo 
(a Cultura Surda), “a identidade política surda”. É a consciência de ser 
definitivamente diferente e de necessitar de implicações e recursos 
completamente visuais. 
b. identidades surdas híbridas são os Surdos que nasceram ouvintes, e que 
com o tempo adquiriram a surdez. É uma espécie de uso de identidades diferentes 
em diferentes momentos. Eles captam do exterior a comunicação de forma visual, 
passam-na para a língua que adquiriram por primeiro e depois para os sinais. 
Nascer ouvinte e posteriormente ser Surdo é ter sempre presente duas línguas, 
mas a sua identidade vai ir ai encontro das identidades surdas. 
c. identidades surdas de transição são os surdos que foram mantidos sob o 
cativeiro da supremacia ouvinte e que migram para a comunidade surda. 
Normalmente, a maioria dos surdos passa por este momento de transição, visto 
que é composta por filhos de ouvintes. 
d. identidade surda incompleta são aqueles surdos que vivem sob uma 
ideologia ouvintista latente que trabalha para socializar os Surdos de maneira 
compatível com a cultura dominante. A superioridade ouvinte exerce uma rede de 
poder difícil de ser quebrada pelos Surdos, que não conseguem se organizar ou 
mesmo ir à comunidades para resistirem ao poder. É onde começam as situações 
dominantes de tentativa de reprodução da identidade ouvinte. Essa identidade 
nega a representação Surda. Há casos de Surdos cujas identidades foram 
escondidas, nunca puderam encontra-se com outros Surdos, conseguiram 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 32 
 
adentrar-se no saber junto aos ouvintes; mantidos em cativeiros pela família, 
incapacitados de chegar ao saber ou de se decidirem por si mesmos. 
e. identidade surda flutuante: permite ver o Surdo, de forma “consciente” ou 
não de ser Surdo (porém, vítima da ideologia ouvintista) desprezam a Cultura 
Surda nem têm compromisso com a comunidade Surda. É o sujeito que é Surdo, 
mas quer ser ouvinte devido às imposições que a sociedade coloca através das 
relações de poder. 
 
Experiências compartilhadas dentro da comunidade Surda permitem aos 
Surdos se sentirem capazes e sujeitos culturais. Surdos que crescem em contato 
com outros Surdos, são criados para viver em uma realidade surda e quando 
adultos, participando dos movimentos Surdos, constroem sua identidade política. 
É necessário que o Surdo torne-se um sujeito expressivo e projete seu ser 
no mundo. A identidade Surda precisa ser assumida, pois é um passo para 
quebrar a “prisão” imposta pelo ouvintismo, assegurando a subjetividade da 
cidadania e esvaziando o “individualismo agressivo da exclusão”. 
A preferência dos surdos em se relacionar com seus semelhantes 
fortalece sua identidade e lhes traz segurança. É no contato com 
seus pares que se identificam com outros surdos e encontram 
relatos de problemas e histórias semelhantes às suas: uma 
dificuldade em casa, na escola, normalmente atrelada à 
problemática da comunicação. É principalmente entre esses surdos, 
que buscam uma identidade surda no encontro surdo-surdo, que se 
verifica o surgimento da Comunidade Surda. Surgem com ela 
associações de surdos,onde se relacionam, agendam festinhas de 
final de semana, encontros em diversos points, como em bares da 
cidade, em shoppings etc. (BRASIL, 2004, p.41) 
Justamente estas associações, encontros, points, festas e demais 
atividades, costumes e materiais que Strobel (2008) identificou como artefatos da 
Cultura Surda. A partir de uma identidade os Surdos se “agrupam” e formam, 
juntamente com alguns ouvintes, as comunidades Surdas. As opiniões, ideias e 
produções desta comunidade e demais necessidades como de materiais são os 
artefatos culturais que, por sua vez, juntos, formam as particularidades do povo 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 33 
 
Surdo. Se estiver achando complicado, não se preocupe! Vamos ver cada artefato 
e sobre o quê ele se refere. 
 
 
 
2.3 – Os Artefatos Culturais do Povo Surdo 
 
Já conhecemos a Cultura Surda estudada essencialmente por Strobel, 2008. 
Agora vamos conhecer de forma detalhada os estudos da mesma autora sobre os 
artefatos culturais; lembrando que não são simplesmente materiais, mas 
representações de atitudes, tradições, valores, normas, etc. do povo Surdo, 
Strobel identifica, no total, oito: 
 
1º EXPERIÊNCIAS VISUAIS: 
O artefato visual na Cultura Surda abrange as 
expressões faciais e corporais, bastante usadas 
durante a comunicação pela LIBRAS; as 
expressões 
desempenham 
papel de suma 
importância na 
conversação, deixando tanto o emissor como 
receptor cientes do contexto e da intensidade do 
que se “fala”. Para constituir tipos de frases na 
oralidade usamos a entonação da voz, no caso 
da língua de sinais as expressões facial e 
corporal. Temos também aqui a percepção 
visual. Com a ausência da audição e do som, os 
Surdos percebem o mundo através de seus 
 
Saiba mais sobre esse assunto em: 
Identidades Surdas. Gladis Perlin. 
http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=1347&cod_canal=11 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 34 
 
olhos, tudo o que ocorre ao redor dele: latidos de um cachorro, os objetos que 
caem, fumaça que surge. 
 
2º LINGUÍSTICO: 
Este artefato cultural inclui a Língua de 
Sinais, que é um aspecto fundamental da Cultura 
Surda e também os gestos denominados “sinais 
emergente” ou “sinais caseiros”, que são os 
sinais usados por Surdos que não tiveram contato com outros Surdos e, por isso, 
criaram dentro do lar gestos e mímicas para conseguirem se comunicar em 
família. A língua de sinais capta as experiências visuais dos sujeitos surdos. De 
acordo com Quadros (1997 apud STROBEL, 2008) a criança Surda pode até 
adquirir a língua portuguesa, porém, nunca será de forma natural e espontânea, 
como ocorre com a língua de sinais. No mundo todo temos pelo menos uma língua 
de sinais com suas variações regionais usada pelo povo Surdo de cada país. 
Temos também como artefato cultural linguístico 
a Escrita da Língua de Sinais – ELS, que é uma 
forma de escrita da língua de sinais, é conhecido 
pelo nome de Sign Writing – SW. Em 1974, na 
Dinamarca,pesquisadores de língua de sinais 
depararam-se com os sistemas de escrita das 
danças da Valerie Sutton e, a partir daí, 
evoluíram com estudos e no Brasil tem sido 
estudada 
pela doutora 
surda Mariane Stumpf desde 1996. 
 
 
 
 
 
 http://escritadesinais.wordpress.com/page/2/ 
 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
Katia Regina Conrad Lourenço ACESSE: www.acessolibras.com/artigos.html 35 
 
3º FAMILIAR: 
O artefato familiar implica nos conflitos que o Surdo do enfrenta quando o 
médico instrui a família a não usar sinais com aquela criança e apenas incentivar a 
audição e oralidade dele. Quando os pais também são Surdos, conhecem a suma 
importância de até direito do filho de aprender a LIBRAS como língua materna, 
mas pais ouvintes que desconhecem essa língua e essa cultura acabam deixando 
seu filho marginalizados dentro do próprio lar. As crianças Surdas de famílias que 
desconhecem esse “mundo” têm uma carência de diálogo. Observam as 
conversas e discussões dentro do lar, porém não participam. O próprio anseio 
desta família em colocar aparelhos auditivos e tornar esse Surdo uma pessoa 
“normal” traz para ele grandes frustrações com o mundo e até com ele mesmo. 
Diferentemente disso, crianças Surdas de família com outros Surdos 
participam das manifestações em 
família, conversam, interagem, e 
podem até não se achar diferente e 
à margem do resto do mundo! 
Quando a família ouvinte sabe da 
existência da Cultura Surda e 
procura se aprofundar e aprender 
LIBRAS, participar da comunidade 
surda, dá também à criança Surda, 
oportunidade de relação e efetiva 
troca de saberes durante os 
diálogos. Esse tipo de relação, em 
geral, resulta na aceitação de 
identidade surda e na transmissão 
natural da Cultura Surda. 
Repare no relato de uma experiência da infância de Sam Supalla; um Surdo 
norte-americano que tem várias gerações de família de Surdos: 
 
 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
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4º Literatura Surda: 
A literatura Surda refere-se aos registros 
através de CD-ROOM, vídeos e DVD das 
dificuldades e/ou vitórias, de diversas 
experiências vividas pelo povo Surdo. Muitos 
Surdos, poetas e escritores, registram suas 
expressões literárias em língua portuguesa. A 
literatura Surda também envolve as piadas que 
exploram a expressão facial e corporal, o 
domínio da língua de sinais e a maneira própria 
de cada um de contar. Em geral, os Surdos são 
considerados extraordinários contadores de 
histórias. As piadas Surdas, bem como as 
demais representações literárias deste povo, 
expressam muito da Cultura Surda. 
Antônio Campos de Abreu, Otaviano de Menezes Bastos, Dioniso Schmitt e 
Gisele Ranchel são os pesquisadores da história cultural de Surdos mais 
[...] Após alguns encontros tentativos, eles tornaram-se amigos. Ela era 
uma companheira satisfatória, porém havia o problema de sua 
“estranheza”. Ela não conseguia falar com ela da maneira que conseguia 
falar com seus irmãos mais velhos e com seus pais. Ela parecia ter uma 
dificuldade extrema de compreender mesmo os gestos mais simples ou 
mais rudes. [...] Um dia, Sam lembra-se vivamente, que ele finalmente 
entendeu que a sua amiga era de fato estranha. Eles estavam brincando 
na casa dela, quando de repente a mãe dela chegou até eles e 
animamente começou a mexer sua própria boca. Como se por mágica, a 
garota pegou uma casa de boneca e levou-a para um outro local. Sam 
estava perplexo e foi para casa perguntar a sua mãe sobre exatamente 
que tipo de aflição que a menina da porta ao lado tinha. Sua mãe explicou 
a ele que ela era ouvinte e por razão disto ela não sabia sinalizar; em vez 
disso, ela e a sua mãe falam, movimentam suas bocas para falarem entre 
si. Sam então perguntou se esta menina e a família dela era as únicas 
“daquele jeito”. A mãe dele explicou que não, de fato, quase todas as 
pessoas eram como seus vizinhos. Era a sua própria família que era 
incomum. Aquele foi um momento memorável para Sam. Ele lembra de 
pensar o quanto estava curiosa a menina da porta ao lado, e se ela era 
ouvinte, como as pessoas ouvintes eram curiosas. 
PADDEN; HUMPHRIES, 2000 apud STROBEL, 2008. 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
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de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
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conhecidos. Os povos Surdos usaram e usam inúmeros meios de se comunicar 
através da língua de sinais, desenhos, expressões faciais, corporais e imagens 
visuais. A necessidade de registrar suas atuações do cotidiano, como as várias 
conquistas, língua de sinais, tradições culturais, entre outros, fez surgir a 
literatura surda! 
5º Vida Social e Esportiva: 
Este artefato corresponde a 
acontecimentos culturais, tais como: 
casamento entre Surdos, festas, 
lazeres, eventos desportivos e 
demais atividades nas associações 
de Surdos. Nos bailes e festas 
bastantes frequentes das 
associações é difícil ver muitos 
Surdos dançando (ainda que alguns 
tenham o hábito de dançar), em 
geral concentram-se em pequenos grupos para conversar. A conversação é 
extremamente comum durante os acontecimentos de Surdos, pois sentem grande 
necessidade em compartilhar sua vida, novidades, etc. 
Em 2002 foi realizada na cidade de Passo Fundo – Rio Grande do Sul a 
primeira Olimpíada de Surdos do 
Brasil. Strobel relata que foi um 
momento emocionante com muitas 
equipes advindas de diversas 
associações municipais e estaduais 
de todo o país; o Hino Nacional 
apresentado em LIBRAS, hastear da 
bandeira e desfile de abertura foi 
comovente. Os Surdos têm sua vida 
esportiva muito ativa, tendo até 
Olimpíadas Mundiais, organizadas de 
quatro em quatro anos. 
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Na olimpíada de 2007, Austrália, a dupla 
de vôlei de praia brasileira com os 
atletas surdos Alex Borges e Alexandre 
Couto ficou em quinto lugar. Temos 
também os atletas surdos que competem 
com os ouvintes em olimpíadas não 
especiais; na África do Sul o nadador 
Surdo Terence Parkin (foto ao lado) 
conquistou medalha de prata nos 200 
metros nado peito em olimpíada 
internacional de 2000. Seu treinador fazia o sinal de partida para ele, já que não 
podia ouvir a largada. 
 
 
Ao final de taiseventos públicos como 
apresentações artísticas ou palestras os 
Surdos não costumam aplaudir como os 
ouvintes. As palmas podem gerar grande 
e profundo sentimento de aclamação à 
ouvintes devido ao forte e vibrante 
barulho. Para os Surdos, quando estão 
frente à platéia, não é possível 
visualizam em sua totalidade as pessoas 
batendo palmas, pois estas estão umas 
na frente das outras. Para os Surdos o 
usual é levantar os braços no alto e balançar suas mãos, e assim, o Surdo terá o 
alcance visual do aclamado e também a possibilidade de sentir a mesma profunda 
emoção que um ouvinte. 
 
 
Conheça a vida social e outros Surdos famosos em: 
http://www.libras.com.br/web/surdos-famosos 
Conheça a CONFEDERAÇÃO 
BRASILEIRA DE DESPORTOS DOS 
SURDOS: http://www.cbds.org.br/ 
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6º ARTES VISUAIS: 
O povo Surdo tem muitas criações 
artísticas que sintetizam suas emoções, 
suas histórias, sua subjetividade e sua 
cultura explorando seus modos de olhar 
e interpretar o mundo. “Dentro” deste 
artefato temos desenhos, pinturas, 
esculturas e outras formas de 
manifestações artísticas. Existem 
muitos DVDs filmados de poemas 
Surdos, narrativas, contação de 
histórias, etc. No teatro, a expressão 
através das feições, do corpo e língua 
de sinais é constantemente praticada 
pelos sujeitos Surdos. O ator de teatro 
Surdo mais conhecido no Brasil é 
Nelson Pimenta, formado em cinema e 
mestre em Estudos da Tradução pela 
Universidade Federal de Santa 
Catarina. Além de Pimenta, temos a 
atriz Marlee Matlin, atriz norte-americana, com Oscar de melhor atriz em 1987 no 
filme “Filhos do Silêncio”; Emanualle Laborit, francesa, que além de atriz de teatro 
e cinema escreveu um livro de grande sucesso em diferentes línguas: “O vôo da 
Gaivota”; Rimar Romano, brasileiro, fundador da Cia. Arte e Silêncio; e temos 
muitos outros pelo Brasil a fora como Reinaldo Pólo, Heloir Montanher, Celso 
Badin, etc. E ainda além destes atores famosos temos dançarinos, poetas, 
pintores, mágicos, palhaços, escultores, contadores de histórias e grupos de 
música-sem-som o até com som, como é o caso do “surdo-dum”; confira: 
http://www.surdodum.com !!! 
 
 
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7º POLÍTICO: 
O artefato político refere-se 
especialmente às lutas e 
manifestações pelos direitos 
o povo Surdo. Em 2011 
tivemos possivelmente a 
maior manifestação do povo 
Surdo de todos os tempos, o 
movimento “Nada sobre nós, 
sem nós”. No mês de Maio 
tiveram grandes passeatas, 
protestos e etc. em prol de 
uma política educacional que contemplasse, em sua elaboração, a participação de 
Surdos. Em Setembro tivemos o Movimento azul e finalmente em 24 de Abril de 
2012, no aniversário de 10 do reconhecimento da LIBRAS, a presidenta do Brasil 
recebeu em ato público a proposta da comunidade Surda do “Programa Nacional 
de Escolas Bilíngues para Surdos”, também conhecida como a Pedagogia Surda. 
Outro movimento interessante é o movimento das Mulheres Surdas, iniciado pela 
pesquisadora Gladis Perlin no “I Encontro Latino 
Americano de Mulheres Surdas Líderes”. 
Artefato político também podem ser as diversas 
associações de Surdos, que têm como objetivo 
político as reuniões e assembleias, visando os 
direitos judiciais e de cidadania dos Surdos. Um 
exemplo é a Federação Nacional de Educação e 
Integração de Surdos – FENEIS, filiada à 
Federação Mundial de Surdos – WDF. As 
legislações trazidas do item 1.2 deste fascículo 
também fazem parte deste artefato cultural, pois 
são resultados de árduas lutas como a lei 
10.436/02 que reconhece a LIBRAS como língua 
natural dos Surdos e o decreto 5.626/05 que 
regulamenta esta lei e dispõe outros direitos. 
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Temos ainda como conquistas políticas a 
criação da graduação em LIBRAS, o curso 
de Letras/LIBRAS da Universidade Federal 
de Santa Catarina – UFSC nas modalidades 
licenciatura e bacharelado; e o Dia 
Nacional dos Surdos, comemorado em 26 
de Setembro, data de fundação do Instituto 
Nacional de Educação de Surdos que, 
como você já viu na história (item 1.1) foi a 
primeira escola para Surdos no Brasil. Internacionalmente o Dia do Surdo é 
comemorado em 30 de Setembro. 
 
8º MATERIAIS: 
Este artefato é constituído de materiais que 
possibilitam a acessibilidade dos Surdos como: o 
telefone para 
Surdos na 
imagem à direita (T.D.D. ou T.S.); softwares, 
aparelhos tecnológicos, legenda e intérpretes 
de LIBRAS em programas locais e filmes 
brasileiros, etc. Pode ser artefato material até 
mesmo o MSN; skype; ooVoo; uso de celular 
via torpedos; a tecnologia android, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Conheça outras Tecnologias de Acessibilidade para Surdos: 
UNICAMP: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/06/nova-
tecnologia-ajuda-deficientes-auditivos-usar-o-computador.html 
 ooVoo: tecnologia bastante utilizada pelas comunidades surdas brasileiras 
(http://www.baixaki.com.br/download/oovoo.htm) 
 
 
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2.4 – A importância da LIBRAS para o Surdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como pudemos compreender a partir das leituras anteriores, ter o 
reconhecimento da língua de sinais como uma língua natural, como direito do 
Surdo e meio de comunicação e expressão da comunidade surda, não foi muito 
fácil não é mesmo? Foi necessária uma caminhada repleta de lutas. Vamos 
entender agora a importância da LIBRAS para o desenvolvimento da pessoa 
Surda. 
Ao contrario do que muitas pessoas acreditam a Língua Brasileira de Sinais 
não é um conjunto de sinais ou gestos feitos com as mãos que substituem ou 
interpretam as palavras do português ou a língua oral, tampouco uma linguagem 
como a linguagem das abelhas ou a mímica. Existem pessoas que embora 
acreditem que se trata de uma língua, essa é limitada, não possibilitando a 
expressão de ideias abstratas, apenas as idéias concretas (FELIPE, s/d). 
No entanto, as pesquisasvêm confirmando que como toda língua, a língua 
de sinais “são sistemas abstratos de regras gramaticais, naturais das 
comunidades de indivíduos surdos, portanto devem ser reconhecida como língua 
natural” (FERNANDES, 2003), portanto uma língua completa com características e 
estruturas próprias, capaz de transmitir idéias sutis, complexas e abstratas. “Os 
seus usuários podem discutir, filosofia, literatura ou política, além de esportes, 
trabalho, moda e utilizá-la como função estética para fazer poesia, estória, teatro 
e humor” (FELIPE, s/d, p. 2). Permite ainda a “expressão de qualquer significado 
decorrente da necessidade comunicativa do ser humano”. (BRITO, 1997, p. 19) 
Os surdos podem 
comunicar-se mais 
facilmente e com maior 
precisão pela língua de 
sinais, porque o cérebro 
deles se adapta para esse 
meio e, se forçados a falar, 
nunca conseguirão uma 
linguagem eficiente 
e serão duplamente 
deficientes (SACKS, 1990) 
[...] minha luta começou no sentido de que a surdez seja 
reconhecida como apenas mais um aspecto das infinitas 
possibilidades da diversidade humana. Ser surdo não é 
melhor ou pior do que ser ouvinte, é apenas diferente. E 
ser surdo é diferente de ser deficiente auditivo. Se um de 
vocês aqui presentes, que ouve e que, por isso, tem a 
cultura da audição, ou seja, se comunica através da fala, 
gosta de música e do barulho do mar etc, perder a 
audição, certamente será um deficiente auditivo, pois 
estará com um déficit, uma vez que perdeu algo que já teve 
um dia. Mas eu nasci surdo e, como só se perde aquilo que 
se tem, nunca perdi a audição, pois nunca a tive. Eu tenho 
o direito de viver assim, e o mundo tem o dever de aceitar 
minha diferença. (PIMENTA, 2001, p. 24) 
 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
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Você deve estar se perguntando: 
Como a criança aprende a língua de sinais ? 
 
 De acordo com Fernandes (2003) a teoria pautada na base biológica pode 
explicar alguns comportamentos de aquisição da linguagem do Surdo ao 
comprovar que crianças Surdas, mesmo não expostas a nenhum tipo de 
linguagem oral-auditiva ou espaço-visual ”desenvolvem espontaneamente um 
sistema de gesticulação manual e que há semelhanças entre os sistemas 
desenvolvidos por crianças surdas que nunca tiveram contato entre si”. (2003, 
p.30). Assim, parece perigoso afirmar que crianças Surdas não desenvolvam uma 
linguagem própria, mesmo na ausência de sua língua oficial. 
Nessa perspectiva, parece possível acreditar que essa semelhança 
presente nesses sistemas apresentados pelas crianças ocorre dos universais 
linguísticos, ou seja, dessa habilidade inata para o desenvolvimento da linguagem. 
Assim, essa possibilidade está presente em toda criança ao nascer, seja ela Surda 
ou ouvinte. Nessa concepção, do ponto de vista neurológico, o cérebro está 
preparado para adquirir uma língua, seja ela de modalidade oral ou visual. 
Entretanto: 
[...] se levarmos em consideração que a aquisição da linguagem liga-
se ao crescimento e à maturação de capacidades inatas em 
condições externas adequadas (Chomsky,1966), os estímulos aos 
quais o surdo é exposto, mesmo sob educação especial, são muito 
diferentes daqueles vivenciados pelo ouvinte, deixando-o, 
automaticamente, em condições diferentes desse, no que se prefere 
às línguas orais-auditivas. Assim, propiciar ao surdo a aquisição da 
língua de sinais como primeira língua é a forma de oferecer-lhe um 
meio natural de aquisição linguística, visto que se apresenta como 
língua de modalidade espaço-visual, não dependendo, portanto da 
audição para ser adquirida. (FERNANDES, 2003, p.30) 
Segundo a autora supramencionada, expor o Surdo a mecanismos 
linguísticos não naturais (como a Língua Portuguesa oralizada) como primeira 
língua, além de exigir um esforço desnecessário, poderá “prejudicar, de modo 
significativo, o desenvolvimento natural da criança” (FERNANDES, 2003, p.31). 
Apesar dessa pré-disposição genética, a criança precisa estar exposta a um 
ambiente linguístico que atenda as suas necessidades, caso contrário, tais 
informações inatas não se desenvolverão. Afirma ainda que a aquisição e domínio 
da língua de sinais irão garantir, em curto prazo, “não só um meio de comunicação 
Para usar trechos deste capítulo use a referência a seguir: 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
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eficaz, mas, também, o instrumento de desenvolvimento dos processos cognitivos, 
indispensável nos primeiros anos de vida” (ibidem). 
Perceba que a língua de sinais é muito mais que um conjunto de gestos e um 
meio de comunicação, nos aspectos cognitivos, ela possibilita o desenvolvimento 
e a organização de várias formas de pensar. 
Existe uma grande preocupação com a questão do diagnóstico precoce da 
surdez e sua relação com o desenvolvimento social, linguístico e cognitivo da 
criança Surda. No campo da saúde, diversas iniciativas vêm sendo realizadas com 
o objetivo de orientar pais e profissionais sobre a necessidade e a possibilidade de 
avaliação precoce em casos de surdez. Marchesi, (2004), dentre outros, afirma 
que as consequências do diagnóstico e intervenção tardios redundam em 
significativos atrasos no desenvolvimento social e da linguagem, além de baixo 
desempenho acadêmico. Nesse sentido, profissionais da área, tanto da saúde 
quanto da educação especial, têm se empenhando para que essa identificação 
seja realizada o quanto antes, permitindo assim, que a intervenção implique 
melhores desempenhos nas áreas atingidas. (MENDONÇA, 2007). 
Adquirir uma língua desde os primeiros anos de idade é fundamental, 
destacando que o papel do meio social em que vive é fundamental para que o 
mecanismo da linguagem presente no indivíduo seja estimulado e desenvolvido. A 
alerta é realizada: ao contrario, a aquisição tardia de uma língua 
[...] leva a criança surda a um tipo de pensamento mais concreto, já 
que é através do diálogo e da aquisição do sistema conceitual que 
ela pode se desvincular cada vez mais do mundo concreto, 
internalizando conceitos abstratos. (GOLDFELD, 1997, P. 54). 
Se consideramos então que a habilidade da linguagem é inata, ou seja, é 
parte da dotação genética da espécie humana e que o meio e a interação social 
representam papel relevante para o seu desenvolvimento não há como não 
destacar aqui que as condições sociais, econômicas e culturais dos indivíduos 
irão contribuir nesse processo de forma negativa ou positiva. O seja, a questão da 
deficiência, (nesse caso a surdez) por si só, não irá definir o futuro do sujeito. 
(MENDONÇA, 2007) 
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LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
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Autores como Fernandes(1990),Sacks (1990), Brito (1993 ), Goldfeld (1997) 
entre outros afirmam que o estímulo do meio é indispensável para a aquisição da 
linguagem, ao contrário poderá acarretar reflexos no desenvolvimento cognitivo 
da criança Surda 
Para Goldfeld (1997) as dificuldades encontradas na aquisição de uma 
língua oral pelo Surdo e a dificuldade de acesso à língua de sinais implicam em 
atraso de linguagem dessa criança. Em consequência desse processo, a 
aprendizagem e o desenvolvimento poderão ser afetados, implicando em 
problemas de escolarização. Diz a autora: “somente através da exposição a esta 
língua (de sinas), a criança surda pode desenvolver-se linguística e 
cognitivamente sem dificuldades” (p.105) 
Sacks (1990) afirma que se as crianças não são expostas a código 
linguístico, pode haver um atraso da maturação cerebral. Brito (1993) afirma que a 
criança surda deve ser exposta a língua de sinais precocemente, caso contrário 
refletirá 
Como pudemos observar a aquisição da língua de sinais pela pessoa surda 
ocorre nas relações, no encontro com seus pares surdos e é essencial para seu 
desenvolvimento cognitivo, linguístico e social. 
No filme “E seu nome é Jonas”, você poderá perceber de maneira muito 
clara o papel da linguagem para o desenvolvimento da criança. 
 
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LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
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2.5 – Síntese da unidade 
 
Esta unidade introduzimos trazendo os estudos e conceitos sobre Cultura 
Surda. Partimos então pra relação das identidades identificando cada identidade 
adquirida pelos Surdos. Detalhamos as peculiaridades da cultura dos Surdos a 
partir de seus artefatos: o artefato experiências visuais (expressões 
faciais/corporais e percepções visuais); linguístico (LIBRAS, sinais caseiros, Sign 
Writing ou Escrita de Língua de Sinais); familiar (conflitos e barreiras de 
comunicação ou relações de troca e diálogo em LIBRAS em família); literatura 
Surda (registros em Língua Portuguesa como livros, artigos, teses, dissertações, 
etc. e em LIBRAS através de CD ROOM, DVD, etc.); vida social e esportiva 
(eventos, festas, encontros, competições esportivas); artes visuais (expressões 
artísticas de Surdos evidenciadas pelas percepções visuais: desenhos, pinturas, 
esculturas e também teatro, poema, contações de história, dança, cinema); 
política (associações de Surdos, FENEIS, Dia do Surdo, movimentos, protestos, 
legislações, propostas educacionais); e materiais (objetos de acessibilidade). 
Para concluir este estudo levantamos as principais questões que mostram a 
importância da LIBRAS na vida dos Surdos. 
 
2.5 – Para saber mais 
 
Língua Brasileira de Sinais – “Uma Conquista Histórica”. (2006) 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/ 
pessoa_com_deficiencia/arquivos/Libras_Uma_conquista_historica.pdf 
 
Reportagem do G1 – site da T.V. Globo 
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL732407-5598,00-bebes+surdos 
+devem+aprender+lingua+dos+sinais+nos+primeiros+meses+de+vida.html 
 
 
 
 
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LOURENÇO, Katia Regina Conrad; MEIRELES, Antônio Rauf Alves Di Carli; MENDONÇA, Suelene 
Regina Donola. Identidade, Cultura e Língua de Sinais: O Mundo do Surdo. In: Libras – Língua Brasileira 
de Sinais. Taubaté: UNITAU, 2012. Unidade 02, p. 25-46. 
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REFERÊNCIAS DESSA UNIDADE: 
 
BRASIL. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: Caminhos para Prática 
Pedagógica.v.1. Brasília: MEC, 2004. 
 
BRITO,L.F. Integração Social e educação de Surdos.Rio de Janeiro: Babel, 1993. 
 
FELIPE, Tanya Amara (coord). Libras em Contexto. Curso Básico. Rio de Janeiro. 
Ministério da Educação e do Desposrto. Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação. Secretaria de Educação Especial, s/d 
 
FERNANDES, Eulália. Linguagem e Surdez. Porto Alegre: ArTmed, 2003. 
 
GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-
interacionista. São Paulo: Plexus, 1997. 
 
LOURENÇO, Katia Regina Conrad. LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. In: 
www.acessolibras.com. Acesso em 21 de Junho de 2012, às 14h17min. 
 
MENDONÇA, Suelene Regina Donola. Trajetórias Sócio-Educacionais de Adultos Surdos: 
Condições Sociais, Familiares e Escolares. Tese de doutorado, 2007. 
 
PERLIN, Gladis T.T. Identidades surdas. In: SKLIAR, Carlos (org.). A Surdez: um olhar 
sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 2005. 
 
PIMENTA, Nelson. Oficina-Palestra de Cultura e Diversidade. In: Anais do VI Seminário 
Nacional do INES - Surdez e Diversidade Social. Setembro de 2001. 
 
SACKS, Oliver. Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Rio de Janeiro. 
Imago,1990. 
 
SILVA, Marília da Piedade Marinho. Identidade e Surdez: o trabalho de uma professora 
surda com alunos ouvintes. São Paulo: Plexus Editora, 2009. 
 
STROBEL, Karin Lilian. As imagens do outro sobre a Cultura Surda. Florianópolis/SC: 
Editora da UFSC, 2008.

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