Buscar

Relatório prática_ Fluídos biológicos_02

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS - EaD
	
AULA 02
	
	
	DATA:
14/05/2022
VERSÃO:01
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS: Fluídos Biológicos 
	NOME:LUCIANA DE CÁSSIA INTERAMINENSE
	MATRÍCULA:01378029
	CURSO:BIOMEDICINA
	POLO:CARUARU
	PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A):MARCOS PAULO SANTOS PASSOS
		TEMA DE AULA: EXAME QUÍMICO DA URINA E ANÁLISE DO LÍQUOR 
Dosagem de proteína na urina e possíveis patologias
A proteinúria é uma condição clínica caracterizada pela presença de proteínas em excesso na urina. Indivíduos saudáveis podem apresentar pequenas quantidades de proteínas na urina, contudo, o aumento persistente da sua excreção urinária pode estar associado a uma lesão renal. A proteinúria é considerada um marcador sensível de muitos tipos de doença renal, que variam desde os estágios iniciais até a insuficiência renal. A detecção precoce desta anormalidade pode permitir a introdução de uma terapia, a fim de controlar a progressão da lesão no rim.
Os rins são responsáveis por filtrar o sangue, excretar substâncias tóxicas provenientes do metabolismo, regular a concentração de diversos íons e produzir hormônios. São compostos por unidades funcionais chamadas néfrons, que consistem em glomérulo, túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e ducto coletor. Os glomérulos são formados por uma rede de capilares e uma variedade de células apoiadas em uma membrana basal, que atuam em conjunto para formar uma barreira de filtração permeável ao fluido e a pequenos solutos. O grau em que cada proteína é normalmente filtrada através da membrana glomerular está relacionado com o seu tamanho, carga e concentração plasmática.
Em condições normais, as proteínas de peso molecular maior que o peso da albumina (66kDa) são retidas no glomérulo, enquanto as proteínas plasmáticas, de baixo peso molecular, são reabsorvidas no túbulo proximal. Desta forma, somente uma pequena quantidade de proteínas pode ser detectada na urina, sendo que a maioria é a albumina, devido à sua alta concentração plasmática e peso molecular relativamente baixo. 
Desta forma, quando há um aumento da permeabilidade ou lesão glomerular, a primeira proteína excretada em maior quantidade na urina é a albumina (proteinúria glomerular). A proteinúria glomerular é considerada a mais significativa do ponto de vista clínico. 
A excreção aumentada de albumina (albuminúria) é um marcador precoce de doença renal crônica devido ao diabetes, doença glomerular e hipertensão, enquanto a presença de proteínas de baixo peso molecular é sugestiva de reabsorção tubular defeituosa (proteinúria tubular). Pode haver ainda causas pós-renais, geralmente provocadas por inflamações, infecções e doenças malignas do trato urinário localizado abaixo dos rins, na qual há secreção anormal de proteína pelas vias urinárias (proteinúria pós-renal). A proteinúria também ocorre devido ao aumento na concentração plasmática de proteínas de baixo peso molecular (proteinúria de sobrecarga).
A proteinúria é definida como uma excreção urinária de proteínas superior a 150 mg/24horas, sendo que acima de 300 mg/24 horas, geralmente configura como uma alteração patológica. Contudo, o aumento na quantidade de proteínas na urina pode estar associado a causas benignas como desidratação, febre, exposição ao frio, estresse psicológico, atividade física intensa e postural (ortostástica), a qual ocorre quando o indivíduo está na posição ereta.  
A avaliação de proteínas na urina pode ser realizada por diferentes técnicas. Os testes em tiras reagentes frequentemente são utilizados na triagem laboratorial para detectar a presença de proteínas totais, sendo que há disponíveis comercialmente tiras reagentes específicas para detecção de albumina na urina. Estas tiras são fáceis de serem utilizadas e apresentam elevada especificidade, com poucos resultados falsos positivos. No entanto, este método é mais sensível para a albumina do que para as outras proteínas sendo, portanto, apropriado para detecção da proteinúria de origem glomerular, mas inadequado para as outras causas, como a tubular. Mesmo nos casos de proteinúria glomerular, a sensibilidade deste método é baixa, o que reduz a capacidade de identificação da doença renal em estágios iniciais, quando a excreção de albumina na urina ainda está abaixo dos níveis de detecção dos testes de proteínas totais (microalbuminúria).  
O método de biureto é aplicado para a determinação da concentração de proteínas precipitadas, após tratamento da amostra de urina com ácido, ou do concentrado de proteínas, obtido por filtração em membrana. Embora este método apresente boa sensibilidade, os métodos turbidimétricos e de ligação a corante têm sido mais utilizados na rotina laboratorial devido à rapidez e simplicidade. Dos métodos de ligação a corantes, o vermelho de pirogalol, Ponceau S e CBB são os mais utilizados. Além destes métodos tradicionais para a avaliação de proteína total, os imunoensaios têm sido amplamente utilizados para análise de albuminúria. 
As diretrizes atuais para a dosagem de proteínas na urina de adultos e crianças contemplam a utilização, na maioria dos casos, de amostras de urina isolada. Desta forma, não é necessário obter uma amostra de urina cronometrada (noturna ou 24 horas) para avaliação. A primeira amostra da manhã é preferível, pois se correlaciona melhor com a excreção de proteínas em 24 horas e é indispensável para o diagnóstico de proteinúria ortostática. No entanto, as análises também podem ser realizadas em amostras aleatórias. 
A triagem com tiras reagentes é aceitável para detectar proteinúria na maioria dos pacientes, exceto para diabéticos e pacientes transplantados renais que devem ser testados especificamente para albuminúria. Ainda de acordo com as diretrizes atuais, para os pacientes que apresentarem reatividade no teste com a tira reagente, a proteinúria deve ser confirmada quantitativamente por meio do uso do valor da razão proteína/creatinina ou albumina/creatinina em amostra única, o que permite a eliminação dos erros resultantes das coletas inadequadas de urinas de 24 horas. Estas proporções corrigem as variações na concentração urinária devido à hidra-tação e proporcionam um método mais conveniente para avaliar a excreção de proteínas quando comparadas à coleta programada de urina. Embora a excreção de creatinina na urina varie entre indivíduos de acordo com a idade, sexo, etnia e peso corporal, há forte correlação entre o valor da proteinúria e a albuminúria em 24 horas com a relação proteína/creatinina e albumina/creatinina, respectivamente, em amostra única de urina.
Parâmetros analisados no exame citológico e químico do Líquor
Na análise citológica são considerados elementos figurados do LCR, hemácias, leucócitos, células tumorais, leveduras e fungos. Normalmente o LCR não contém esses elementos, porém após a extração é necessário que se faça a contagem global de hemácias e leucócitos, sendo considerado normal uma contagem de leucócitos e hemácias de até 5 células/mL 9 . Esta contagem é realizada na câmara de Fuchs Rosenthal por possuir maior precisão, embora outras câmaras de contagem possam ser utilizadas. As hemácias são identificadas por um contorno regular e halo central e, se a amostra possuir hemácias crenadas, estas apresentam projeções finas e pontuadas na superfície da membrana plasmática. Os leucócitos apresentam um aspecto granular e brilhante (refringente) Nas meningites existe uma quantidade variável de leucócitos (0 a >100.000 células/mL de líquor). A maior parte das meningites bacterianas apresenta de 200 a 1.500 leucócitos/mL de líquor 1.
Se o material analisado contiver um número de elementos figurados acima do esperado para a normalidade, há necessidade de realizar a contagem diferencial que identificará qual a predominância do tipo leucocitário presente.
Está contagem diferencial é feita com o sedimento do LCR sobre uma lâmina de vidro, que poderá ser extraído com o auxílio da câmara de Suta (técnica da sedimentação gravitacional acelerada) ou de uma citocentrifugação.
Após a secagem dosedimento na lâmina, é realizada coloração utilizando o corante May Grunwald-Giemsa (método para coloração de células de sangue periférico, medula óssea ou para estudo citológico de elementos celulares, utilizado somente para diagnóstico in vitro), embora possam ser utilizados outro corantes como panótico ou Leishman. Depois da confecção e coloração da lâmina, esta é submetida a contagem diferencial celular utilizando objetiva de imersão 9,10,12 . A pesquisa celular tem relevante significado para o exame do LCR e requer atenção redobrada quando apresenta um número anormal de células (pleocitose). Não podemos afirmar o diagnóstico definitivo somente pelos exames citológicos, porém suas informações direcionam qual é o tipo de meningite.
No exame bioquímico do LCR a concentração normal de glicose no líquor corresponde a dois terços da sanguínea (42 a 78 mg% em recém-nascidos e 50 a 80 mg% em adultos); é comum ocorrer hipoglicorraquia em alguns casos de meningites como na fase aguda da meningite bacteriana e também nos processos crônicos e supurativos. Esta baixa concentração de glicose se dá pelo seu consumo pelos microrganismos presentes 10 . A dosagem de proteínas no LCR no estágio inicial da meningite se encontra elevada (>40 mg/100 mL), e a medida que o processo inflamatório se reduz, a concentração de proteína também se reduz, em associação com a pleocitose. Dependendo do local da punção, temos valores diferentes de referências para proteínas13 . A concentração de cloreto no líquor está relacionada à osmolaridade do meio extracelular e alterações do equilíbrio ácido-básico, se apresentando em concentrações baixas nos processos crônicos e na neurotuberculose. Valores normais de cloretos estão entre 702 a 749 mg% em recém- 13 Análise do liquido cefalorraquidiano nascidos e 680 a 750 mg% em adultos 10 .
Análise microscópica da urina, descrição dos cristais e cilindros encontrados em pessoas saudáveis e os que apresentam associação com alguma alteração ou patologia.
O sedimento urinário deve ser reportado qualitativamente (tipos de células, cilindros, cristais, organismos) e quantitativamente (número de cilindros por campo de pequeno aumento e/ou células por campo de grande aumento). Pelo menos de 10 até 20 campos microscópicos devem ser observados e uma faixa média reportada.
O exame microscópico do sedimento urinário pode indicar a presença de uma doença e, muitas vezes, a natureza e a extensão das lesões.
Normalmente, um pequeno número de células e outros elementos formados podem ser detectados na urina. Quando há uma enfermidade, o número desses elementos aumenta significativamente.
Entre os elementos que podemos encontrar na urinas estão os cristais e cilindros.
Cristais
Os cristais são formados a partir da precipitação de sais presentes na urina por diversos fatores, como o pH e a concentração. São um achado frequente na análise do sedimento urinário normal.
Há cristais cuja presença na urina pode estar associada a algumas doenças metabólicas ou infecciosas, sendo considerados cristais patológicos. Um mesmo cristal, na dependência da quantidade, forma de apresentação e condições do meio ambiente urinário, pode ter diferentes significados clínicos.
Alguns cristais representam um sinal de distúrbios físico-químicos na urina ou têm significado clínico específico, como os de cistina, leucina, tirosina e fosfato amoníaco magnesiano. Podem também ser observados cristais de origem medicamentosa e de componentes de contrastes urológicos.
A cistina está ligada ao defeito metabólico cistinúria, além de responder por cerca de 1% dos cálculos urinários. Como a tirosina e a leucina são resultado de catabolismo proteico, seu aparecimento na urina sob a forma de cristais pode indicar necrose ou degeneração tecidual importante. Os cristais de fosfato amoníaco magnesiano estão relacionados a infecções por bactérias produtoras de urease.
	
	Cristal de oxalato de cálcio di-hidratado. Microscopia de campo claro
Cilindros
São elementos exclusivamente renais compostos por proteínas e moldados principalmente nos túbulos distais dos rins. Por essa razão todas as partículas que estiverem contidas em seu interior são provenientes dos rins. Indivíduos saudáveis, principalmente após exercícios extenuantes, febre ou uso de diuréticos, podem apresentar pequena quantidade de cilindros, geralmente hialinos.
Os cilindros retêm o conteúdo dos túbulos renais no momento de sua formação, constituindo-se em verdadeiras “biópsias”. Quando em conjunto com outros achados do sedimento urinário e do exame bioquímico da urina, funcionam como biomarcadores do local da lesão renal (glomerular, tubular ou intersticial), de natureza da lesão (funcional ou estrutural) e até mesmo de prognóstico.
Nas doenças renais, apresentam-se em grandes quantidades e em diferentes formas, de acordo com o local da sua formação. Os cilindros podem estar presentes em diferentes doenças: como hemáticos (doença renal intrínseca), leucocitários (pielonefrites), de células epiteliais (lesões nos túbulos renais), granulosos (doença renal glomerular ou tubular e algumas situações fisiológicas) e céreos (insuficiência renal, rejeição a transplantes, doenças renais agudas e estase do fluxo urinário).
Cilindro leucocitário em campo claro. Microscopia de campo claro
Referência Bibliográficas:
http://www.goldanalisa.com.br/exibe_noticia.asp?id=136
https://www.sanarmed.com/o-essencial-teorico-sobre-liquor-e-interpretacao-da-puncao-lombar-colunistas
https://kasvi.com.br/sedimentoscopia-analise-urina
http://docente.ifsc.edu.br/rosane.aquino/MaterialDidatico/AnalisesClinicas/bioqu%C3%ADmica/An%C3%A1lise%20de%20L%C3%ADquor%20-%20Fotos.pdf

Continue navegando