Buscar

54446580-aplicacao-da-lei-penal-militar-e1660652226

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO PENAL 
MILITAR
Aplicação da Lei Penal Militar
Livro Eletrônico
2 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Aplicação da Lei Penal Militar ...................................................................................................... 4
1. Introdução ao Direito Penal Militar ......................................................................................... 4
1.1. Conceito de Direito ................................................................................................................... 4
1.2. Direito Penal .............................................................................................................................. 5
1.3. Direito Penal Militar................................................................................................................. 7
2. Aplicação da Lei Penal Militar .................................................................................................. 9
2.1. Lei Penal no Tempo .................................................................................................................. 9
2.2. Conflitos da Lei Penal Militar no Tempo ........................................................................... 10
2.3. Novatio Legis in Mellius ........................................................................................................13
2.4. Determinando a Lei Penal Mais Favorável .......................................................................15
2.5. Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis in Pejus ...................................................16
2.6. Medidas de Segurança .......................................................................................................... 17
2.7. Leis Temporárias & Excepcionais ........................................................................................ 17
2.8. Tempo do Crime ......................................................................................................................19
3. Aplicação da Lei Penal Militar – Parte II ..............................................................................20
3.1. Do Lugar do Crime ..................................................................................................................20
3.2. Aplicação da Lei Penal no Espaço ...................................................................................... 22
4. Conceitos Complementares ................................................................................................... 26
5. Aplicação da Lei Penal Militar quanto às Pessoas ............................................................ 27
6. Demais Normas ..........................................................................................................................31
7. Normas para Leitura ................................................................................................................ 32
Resumo ............................................................................................................................................34
Questões de Concurso ................................................................................................................. 41
Gabarito ........................................................................................................................................... 45
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
ApresentAção
Saudações, querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje vamos tratar do nosso primeiro tópico na disciplina do Direito Penal Militar 
– a aplicação da lei penal militar.
Trata-se de uma aula um pouco complicada e bastante extensa, principalmente para alu-
nos iniciantes e que também estão estudando a aplicação da lei penal comum.
No entanto, não se preocupe: Faremos o possível para tratar do assunto com calma, e se-
parando bem essas duas esferas, para que você possa se familiarizar com o assunto.
Ao redigir essa aula, tivemos duas premissas em mente. A primeira, que você não tem ainda 
nenhuma familiaridade com a esfera do Direito Militar. A segunda, que possamos apresentar 
os temas de forma alinhada com as questões de concursos que são elaboradas sobre o tema.
Por fim, gostaria de ressaltar que, como se trata de tema menos cobrado do que o direito 
penal comum, o direito penal militar conta com menos questões. Além disso, a lista de exercí-
cio será menos extensa do que de costume para o nosso curso.
Obs.: � Essa aula trata de todo o Título I do CPM (Aplicação da lei penal militar) com exceção 
dos artigos que apresentam a competência da Justiça Militar e conceitos correlatos. 
Esse assunto é extenso e será tratado em aula separada, por fins didáticos. Por isso 
você verá que a numeração de artigos não segue uma estrutura linear.
Bons estudos!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
1. Introdução Ao dIreIto penAl MIlItAr
Em primeiro lugar, precisamos compreender o contexto sobre o estudo do direito penal mi-
litar. Todos os conceitos que são apresentados no texto legal tornam-se muito mais fáceis de 
compreender uma vez que estamos de posse de algumas informações básicas a seu respeito.
Nesse sentido, devemos iniciar o nosso estudo através da apresentação de alguns concei-
tos básicos:
• O próprio conceito de Direito;
• O conceito de Direito Público;
• O conceito de Direito Penal;
• O conceito de Direito Penal Militar.
Toda essa apresentação se faz necessária, principalmente ao aluno mais iniciante, para 
que se possa bem compreender todas as normas que devem ser lidas e que resultarão no do-
mínio do conteúdo programático que estamos visando atender.
Nesse sentido, se você se considera um aluno avançado, que já tem familiaridade com 
os conceitos acima, ou se você quer estudar estritamente a ementa usualmente cobrada pe-
los examinadores, saiba que você pode passar diretamente para o próximo capítulo, no qual 
iniciaremos, de fato, o estudo das normas e dos artigos do CPM correlatos à aplicação da lei 
penal militar.
Dito isso, vamos aos conceitos mencionados acima.
1.1. ConCeIto de dIreIto
Como indivíduos, somos ensinados que vivemos em sociedade, e que para viver dessa for-
ma devemos respeitar algumas regras que nos garantem certos direitos e obrigações.
E é esse cenário que nos leva ao primeiro conceito do nosso curso: O significado de Direito, 
em seu sentido objetivo:
O direito objetivo é o conjunto de normas que o Estado mantém em vigor. Constitui uma en-
tidade objetiva frente aos sujeitos de direitos, que se regem segundo ele.
Ou seja, o conjunto de normas que o Estado utiliza para reger a vida em sociedade é o di-
reito objetivo, que também pode ser chamado de ordenamento jurídico.
O problema é o seguinte: existem normas demais em nosso ordenamento. Normas sobre 
a relação do cidadão com o Estado, sobre contratos de aluguel e de compra e venda, sobre 
casamento e divórcio, sobre direitos de imagem ou compensação de cheques, e por aí vai...
Como consequênciadisso, o Direito acaba sendo dividido em ramos, que facilitam tanto 
a sua aplicação quando o seu estudo. E os dois primeiros ramos do direito objetivo que você 
precisa conhecer são os seguintes: O Direito Público e o Direito Privado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
E nesse contexto, é importante que você já entenda o seguinte:
O Direito Penal (e o Direito Penal Militar) são ramos do DIREITO PÚBLICO, pois rege, um tipo 
de relação entre o Estado e o indivíduo comum (chamado de particular).
Se o Estado tem o poder, em determinadas circunstâncias, de conduzir o indivíduo à prisão, 
utilizando da força se necessário for, fica clara a imposição da supremacia do interesse público 
sobre o privado.
O Estado priva o indivíduo de sua liberdade em prol de bens coletivos, como a segurança 
dos demais cidadãos.
1.2. dIreIto penAl
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas mediante o qual o Estado proíbe determinadas 
condutas (ações ou omissões), sob ameaça de sanção penal (penas e medidas de segurança)
Direito Penal – Parte Geral (Alexandre Salim & Marcelo André de Azevedo)
Você sabe que, como cidadão, tem muitos direitos. Tem direito ao seu patrimônio, à sua 
liberdade de ir e vir, à sua vida, entre tantos outros, certo?
Todos esses direitos têm um grau de importância. Uns são mais importantes do que ou-
tros. Sua VIDA é mais importante que seus direitos de imagem, por exemplo. Mas todos os 
direitos são passíveis de algum tipo de proteção.
É por isso que, caso você tenha algum direito desrespeitado, pode pedir ao Estado que atue 
em seu favor.
Entretanto, cada direito merece um tipo diferente de proteção, dependendo de sua impor-
tância. Nesse sentido, é importante perceber que existem diversas formas de ter um direito 
desrespeitado, e que algumas delas são consideradas piores do que as outras.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Vejamos a seguinte comparação:
Fato 1 Fato 2
Colisão acidental de veículo que 
causa prejuízo de R$ 500,00.
Indivíduo furta telefone celular, no 
valor de R$ 500,00.
Bem desrespeitado: Patrimônio Bem desrespeitado: Patrimônio
Caro aluno, você concorda que ambos os fatos acima resultaram num dano ao patrimônio 
no mesmo valor? Com certeza, certo?
Entretanto, perceba que apenas a segunda conduta (o furto) pode causar a prisão do autor. 
Ninguém vai preso por bater o carro acidentalmente.
Isso ocorre porque furtar algo que pertence a um terceiro é uma conduta mais reprovável 
aos olhos do nosso legislador. E embora desrespeite o mesmo bem (o patrimônio da vítima), é 
uma conduta que deve sofrer uma sanção mais severa.
Como consequência disso, deve ocorrer uma divisão nas sanções (punições) previstas 
pelo ordenamento jurídico. Como já falamos, existem alguns bens que são mais preciosos 
para o cidadão.
Quanto mais precioso é o bem e quanto mais reprovável é o ataque a ele, mais pesada pode 
ser a punição que o Estado irá impor.
E é aí que acaba surgindo um ramo do Direito exclusivo para a proteção dos bens jurídicos 
mais importantes, contra as piores condutas que podem ser praticadas pelo homem. Esse 
ramo do Direito permite ao Estado impor as piores sanções aceitas pela sociedade, as quais 
só podem ser utilizadas em último caso.
Estamos falando, é claro, do Direito Penal. Veja como agora o conceito inicial fica bem 
mais simples de entender:
“O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas mediante o qual o Estado proíbe deter-
minadas condutas (ações ou omissões), sob ameaça de sanção penal (penas e medidas de 
segurança)”.
Ou seja, o Direito Penal define o seguinte:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Perceba que vários ramos do Direito possuem o poder de impor sanções ao cidadão. Se 
você não andar na velocidade da via, o Estado pode lançar mão das normas do Direito Adminis-
trativo para te multar. Se você não cumprir um contrato no prazo combinado, pode sofrer uma 
multa ou pagar juros de mora.
Todas essas imposições são espécies de sanções. Elas diferem da sanção penal pois são 
muito mais brandas, de forma que são consideradas insuficientes em determinados casos.
E é nesses casos (mais severos) que podemos falar na aplicação do Direito Penal.
1.3. dIreIto penAl MIlItAr
E eis que finalmente estamos prontos. Já compreendemos o que é o direito, em seu sen-
tido objetivo, e o que é o direito penal. Mas porque precisamos de um direito penal... militar?
A pergunta que você pode estar se fazendo é simples: Qual é a utilidade de dois Códigos 
Penais diferentes, quando ambos inclusive apresentam artigos IDÊNTICOS?
Vejamos, por exemplo:
Código Penal – CP Código Penal Militar – CPM
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte 
anos.
Homicídio simples
Art. 205. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
A tabela acima é excelente porque nos mostra que não basta ler o Código Penal Militar 
para saber se uma determinada conduta é crime militar. É possível notar claramente que o art. 
121 do Código Penal e o art. 205 do Código Penal Militar apresentam o mesmo comportamen-
to: Matar Alguém. A pena aplicada, inclusive, é a mesma!
Então, quando um indivíduo mata alguém, qual vai ser o ponto chave para diferenciar se foi 
um homicídio comum (Art. 121 CP) ou o crime militar de homicídio (Art. 205 do CPM)?
Resposta: o ponto que permite diferenciar ambos os delitos está no bem jurídico que foi 
atingido pela conduta!
Mas antes de mais nada, vejamos o que diz a doutrina sobre o assunto:
Pode-se dizer que crime militar é aquela conduta que, direta ou indiretamente, ATENTA CONTRA OS 
BENS E INTERESSES JURÍDICOS DAS INSTITUIÇÕES MILITARES, qualquer que seja o agente.
Direito Penal Militar: Marcelo Uzeda de Faria – 4ª Edição.
Com base nesse conceito, podemos compreender melhor a diferença entre ambos os Có-
digos (e entre ambos os delitos de homicídio):
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Vamos comparar alguns exemplos de bens jurídicos tutelados por ambos os Códigos:
Dependendo das circunstâncias (as quais ainda iremos estudar na aula de hoje) uma mes-
ma conduta pode atingir bens jurídicos diferentes – ensejando a aplicação de uma norma 
ou de outra!
Pontos-chave até o momento:
E assim podemos, finalmente, apresentar o conceito de Direito Penal Militar:
O direito penal militar é o ramo especializado do Direito Penal que estabelece as regras jurídicas 
vinculadas à proteção das instituições militarese ao cumprimento de sua destinação constitucio-
nal.1
1 Direito Penal Militar. Marcelo Uzeda de Faria. 6ª Ed. Ed. Juspodivm, p25, 2019.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Agora sim. Finalmente compreendemos os conceitos, qual a utilidade, e como diferenciar 
essas duas disciplinas (as quais usualmente andam juntas na maioria dos editais). Com isso, 
podemos finalmente debater o primeiro dos grandes tópicos para fins de prova: como se dá a 
aplicação da lei penal militar segundo o CPM?
2. AplICAção dA leI penAl MIlItAr
Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Assim como ocorre com a lei penal comum, a lei penal militar também deve obediência ao 
princípio da legalidade, desaguando nos entendimentos da reserva legal e da anterioridade.
Essa garantia tem por objetivo histórico evitar que alguém seja preso ou privado de seus 
bens pela vontade singular do soberano. Resulta na obrigação de existência prévia de lei penal 
incriminadora para que o cidadão possa ser processado e condenado por um crime (anterio-
ridade) e que apenas lei em sentido estrito (emanada pelo legislativo) seja utilizada para criar 
crimes e cominar penas (reserva legal).
Ademais, temos como consequência de destaque a proibição da utilização de analogias 
em prejuízo do acusado.
2.1. leI penAl no teMpo
Lei supressiva de incriminação
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em 
virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de 
natureza civil.
Mais uma vez seguindo a esteira do direito penal comum, o CPM adota o princípio do tem-
po rege o ato (tempus regit actum). Dessa forma, estamos aqui diante daquelas regras que são 
velhas conhecidas de muitos:
Essas premissas básicas, genéricas, acabam desaguando em algumas situações confli-
tantes, as quais necessitam de uma resposta específica. Em palavras mais simples: As premis-
sas acima resultam nas seguintes possibilidades:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Todas as situações acima são exemplos de Conflitos da lei penal no TEMPO, ou seja, confli-
tos que decorrem da aplicação do princípio geral de que o tempo rege o ato. Como você deve 
estar imaginando, devemos dar uma resposta a cada um desses casos – sendo exatamente 
este o próprio tópico de nossa aula!
2.2. ConflItos dA leI penAl MIlItAr no teMpo
Abolitio Criminis
Lei nova descriminaliza uma conduta que antes era crime.
Previsão legal: Art. 2º, CPM.
O primeiro dos conflitos trata da chamada abolitio criminis, ou seja, o advento de lei penal 
militar que descriminaliza uma conduta que antes era considerada típica.
Isso ocorre quando o legislador verifica que, por mudanças ocorridas na sociedade, uma 
determinada conduta passou a ser considerada aceitável (ou ao menos digna de uma punição 
menos severa, como uma sanção administrativa ou civil).
Exemplo clássico que podemos “pegar emprestado” do Direito Penal comum está na con-
duta de adultério. Antigamente, o adultério era crime, havendo tal tipo penal sido revogação em 
2005 com o advento da lei 11.106/2005.
No âmbito castrense (militar), a mesma regra cabível no Direito Penal Comum se aplica aos 
casos de abolitio criminis, merecendo destaque os seguintes efeitos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Uma última curiosidade importante sobre os efeitos civis da sentença penal em caso de 
abolitio criminis:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Cuidado!
É importante que você não confunda alguns tipos de PENA previstos no CPM com efeitos civis 
da condenação. Pena é pena, e jamais irá subsistir em caso de abolitio criminis!
Complicou, não é mesmo? Calma, que fica fácil de entender com um exemplo:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Veja que, mesmo que a pena de reforma pareça ser um efeito civil da condenação (pois 
não envolve prisão), este não é o caso! A pena de reforma é sim uma sanção penal, estando 
prevista expressamente no art. 55 do CPM, e seus efeitos cessarão com a abolitio criminis. Em 
outras palavras: Jon Snow voltaria à ativa, feliz e contente, como na foto acima!
Ótimo. Praticamente exaurimos a abolitio criminis e seus efeitos. Vamos ao próximo conflito!
2.3. novAtIo legIs In MellIus
A famosa Novatio Legis in Mellius, também conhecida como retroatividade da lei mais benig-
na nada mais é do que a vigência de uma lei mais benigna, de algum modo, à situação do réu.
Veja que, diferentemente da abolitio criminis, não ocorreu a descriminalização da conduta 
praticada pelo réu, mas sim alguma alteração que lhe beneficia de alguma forma:
A Novatio Legis in Mellius, no âmbito do Direito Penal Militar também segue o mesmo pa-
drão do Direito Penal Comum, ou seja, ocorre retroatividade em benefício do acusado. É o que 
se aduz da leitura do art. 2º, parágrafo 1º, CPM:
Retroatividade de lei mais benigna
§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda 
quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.
Sobre a aplicação retroativa da lei penal mais benéfica, cabe ressaltar a importante Súmula 
611-STF, aplicável também no âmbito Penal Militar:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a apli-
cação de lei mais benigna.”
Embora a responsabilidade de aplicação efetiva da medida tenha mais relação com o direi-
to processual do que com o direito penal militar em si, também é importante mencionar a quem 
cabe reconhecer a retroatividade maisbenigna da lei:
E antes de seguir adiante, tome nota de um ponto importante sobre a lei penal militar 
mais benéfica:
Tome nota!
A lei penal mais benéfica, segundo a doutrina, pode ser aplicada imediatamente, mesmo duran-
te o período de Vacatio Legis!
Mas, professor, o que é Vacatio Legis?
Vacatio Legis é o período “vago” que pode ocorrer quando uma lei entra em vigor em uma 
data DIFERENTE da sua publicação.
Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), as leis de nosso país, 
em regra, entram em vigor 45 dias após sua publicação, salvo disposição em contrário. Toda 
lei em nosso país, portanto, em regra só passa a valer após 45 dias de sua publicação!
É exatamente por isso que a grande maioria das leis editadas em nosso país termina com 
um artigo muito comum:
“Essa lei entra em vigor na data de sua publicação.”
Utilizando essa disposição, o legislador evita que o diploma legal fique 45 dias publicado e 
sem eficácia. O que se procura é dar imediato efeito à legislação, assim que a mesma é publi-
cada nos meios oficiais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Agora imagine a seguinte situação: O Congresso aprova e o Presidente da República sancio-
na e manda publicar nova lei que prevê a proibição da venda de Ruffles sabor Churrasco, bem 
como o recolhimento de todo o estoque existente do produto em nosso país.
Se o texto legal nada dispuser sobre a vigência da lei, ela passará a ter efeito apenas 45 dias 
após sua publicação!
Com isso, o Governo não poderá determinar aos seus fiscais que apreendam o produto, haven-
do o prazo de 45 dias de ser respeitado (pois a lei ainda não pode produzir efeitos)!
Agora vamos imaginar uma situação parecida, mas no âmbito do Direito Penal Militar:
Em razão do que estudamos, a resposta é negativa!
Diferentemente do que ocorreu com a “Lei da Ruffles”, o diploma em questão é uma lei pe-
nal mais benéfica, de modo que mesmo em Vacatio legis Jon já poderá arguir seu direito de ser 
reintegrado à ativa, submetendo-se apenas à nova pena cominada ao delito (multa).
Veja que, por se tratar de novatio legis in mellius, o beneficiado não está obrigado a aguar-
dar o período de Vacatio Legis, ocorrendo uma verdadeira exceção em que a lei, antes de sua 
vigência, irá produzir efeitos!
2.4. deterMInAndo A leI penAl MAIs fAvorável
Em alguns casos, como o do sortudo Jon Snow, a lei mais benéfica será óbvia (é claro que 
é muito melhor pagar uma simples MULTA do que ser condenado a deixar suas funções com 
rendimentos proporcionais).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Já em outros casos, no entanto, não será tão claro determinar se uma nova lei é ou não 
mais benéfica ao acusado – de modo que é preciso elucidar a dúvida. E para isso, a práti-
ca é simples: Deve-se utilizar a melhor lei diante do caso concreto, comparando as duas leis 
em conflito.
O CPM, de modo mais “rebuscado”, rege expressamente essa tomada de decisão:
Apuração da maior benignidade
§ 2º Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas 
separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
Foco no termo SEPARADAMENTE. É vedada a combinação de leis, buscando as “partes” mais 
favoráveis de cada uma para beneficiar ainda mais o acusado. Por isso lembre-se: Ou se aplica 
uma lei, ou se aplica outra. Nunca se faz a combinação de diplomas legais – este é o posiciona-
mento do STF!
2.5. novAtIo legIs InCrIMInAdorA e novAtIo legIs In pejus
Primeiramente, vamos aos conceitos:
Em ambos os casos, veja que a mudança da lei penal militar irá afetar a situação do indiví-
duo de uma forma negativa, prejudicial. E nesse sentido, aplica-se a disposição constitucional 
geral sobre a lei penal: “XL – A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.”
Com isso, assim como ocorre com a lei penal comum, estamos diante dos seguintes 
fenômenos:
Tome nota!
Diante de Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis in Pejus, ocorrerá a IRRETROATIVIDADE 
DA LEI PENAL.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Por isso, a mudança da lei penal militar que de algum modo prejudicar o indivíduo (seja 
agravando a pena decorrente de um crime, ou inovando o ordenamento ao criar novo crime) 
não retroagirá, atingindo apenas os casos posteriores à vigência da lei em questão!
2.6. MedIdAs de segurAnçA
As medidas de segurança, no CPM, são objeto de polêmica, por conta do seguinte artigo 
contido no Código:
Medidas de segurança
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, 
entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.
Oras – a medida de segurança é uma espécie de sanção penal. Dessa forma, sua aplicação 
também deve submeter-se à regra de irretroatividade da lei penal mais gravosa. No entanto, 
veja que o art. 3º admite a possibilidade de retroatividade em prejuízo da lei penal!
Imagine que a lei vigente ao tempo da execução seja mais gravosa? O art. 3º não faz a 
diferenciação, permitindo expressamente um prejuízo ao réu que não é admitido em nossa 
Constituição Federal.
Esse é o posicionamento da doutrina (de que o artigo acima deve ser interpretado à luz da 
CF/88, não sendo aplicável a lei vigente ao tempo da execução se mais gravosa).
Por isso, fique atento:
Apesar da expressa previsão, não pode ser aplicada lei MAIS GRAVOSA vigente ao tempo da 
execução penal. Parte da doutrina inclusive entende que o artigo 3º NÃO foi recepcionado 
pela CF/88.
2.7. leIs teMporárIAs & exCepCIonAIs
Você já conhece a regra geral de aplicação da lei penal militar no tempo, e não faz mal re-
visar de forma breve:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Essas duas regras são a base para a compreensão da lei penal (militar ou não) no tempo. 
No entanto, temos ainda que tratar de duas hipóteses peculiares: As leis temporárias e leis 
excepcionais.
Antes de mais nada, é claro, devemos apresentar o conceito de cada uma, o qual tomarei 
emprestado de nossas aulas sobre a Lei Penal (Comum) no tempo:
Para ficar mais claro: Uma lei que criminalize a pesca do boto cor-de-rosa durante o perío-
do exato de um ano é um exemplo de lei temporária.
Já uma lei que criminalize a pesca do boto cor-de-rosa até que o IBAMA verifique que a 
população de botos cor-de-rosa ultrapassou 300.000 animais em todo o país é uma lei excep-
cional (não tem um tempo determinado, mas será revogada quando cessar umadeterminada 
situação emergencial.
Agora que você já sabe disso, imagine a seguinte situação:
Uma lei criminaliza a pesca do boto cor-de-rosa por um ano. Com apenas seis meses de vigên-
cia da lei, um indivíduo é encontrado pescando botos cor-de-rosa durante o período de proibi-
ção.
Entretanto, o julgamento só ocorre apenas dois anos após o fato (momento no qual a lei tem-
porária já estará revogada).
Poderá este indivíduo ainda ser responsabilizado, mesmo após a revogação da lei tempo-
rária que criminalizava a conduta?
A resposta é sim!
Perceba que via de regra, a lei penal não pode retroagir nem ultragir em prejuízo. Sempre 
se aplica a lei mais benéfica. Entretanto, no caso das leis temporárias e excepcionais, isso não 
ocorre. As leis temporárias ou excepcionais, mesmo após revogadas continuarão a alcançar 
os fatos praticados durante sua vigência!
Tal previsão, contida no Art. 3º do Código Penal, também está contida no Código Penal 
Militar. Vejamos:
Lei excepcional ou temporária
Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas 
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. CP, Art. 3º
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Resumindo: No caso das leis temporárias e excepcionais, é possível a ocorrência da ultrati-
vidade em prejuízo, ao contrário da regra geral estabelecida para as leis penais. E tal regra vale 
TANTO PARA O DIREITO PENAL COMUM, QUANDO NA ESFERA CASTRENSE!
2.8. teMpo do CrIMe
Caro aluno: Para finalizar os aspectos de aplicação da lei penal militar quanto ao tempo, 
falta tratar de um tópico simples, mas igualmente importante: O tempo do crime.
Quando, para efeitos de aplicação da lei penal militar, ocorre efetivamente a conduta 
criminosa?
Você já sabe que a lei mais gravosa não retroage em prejuízo do acusado. Também já sabe 
que a lei mais benéfica irá retroagir para alcançar os fatos praticados em tempo anterior à sua 
vigência. O problema é que não é possível aplicar essas regras de forma adequada até que 
você saiba dizer QUANDO um determinado crime ocorreu!
Então tome nota:
Tal escolha encontra-se expressa no art. 5º, que DEVE ser lido:
Tempo do crime
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do 
resultado.
Conhecendo o artigo, fica bastante simples entender quando um crime ocorreu. Imagine a 
seguinte situação:
Determinado militar do Exército dispara três tiros contra outro militar do Exército, quando 
ambos estavam em serviço, dentro do quartel.
Após um ano de internação, a vítima vem a falecer em decorrência dos disparos.
O crime acima, portanto, ocorreu no momento em que o autor realizou os disparos, mesmo 
que a vítima tenha vindo a óbito um ano depois de ter sofrido os ferimentos – e esse será con-
siderado o TEMPO do crime, para efeitos de aplicação da lei penal militar!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
3. AplICAção dA leI penAl MIlItAr – pArte II
3.1. do lugAr do CrIMe
Já estudamos, de forma detalhada, a questão do tempo do crime e da aplicação da lei pe-
nal no tempo.
Falta agora tratar sobre as questões espaciais.
Em que lugar é praticado um crime?
Como determinar se a lei penal militar brasileira irá atingir um determinado crime praticado 
FORA das fronteiras nacionais?
Nesse ponto, peço que você preste bastante atenção na aula daqui para frente. Isso por-
que, como você deve ter percebido (se está estudando também a disciplina de Direito Penal), 
até aqui as regras do Código Penal Militar são muito parecidas (quase idênticas) às regras do 
Código Penal.
Isso acaba agora!
Desde logo, faça aí uma anotação:
O CPM NÃO adotou a mesma teoria que o CP quanto ao LUGAR do crime!
Enquanto o Código Penal adotou a teoria da Ubiquidade para determinar o LUGAR onde 
ocorreu a infração penal, o Código Penal Militar adotou um sistema misto, conciliando duas 
teorias diferentes!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Calma, que eu explico. O CPM está estruturado da seguinte forma, quanto ao lugar do crime:
É o que rege o art. 6º do CPM:
Lugar do crime
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo 
ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria pro-
duzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria 
realizar-se a ação omitida.
Muita atenção nessa diferença, pois os examinadores adoram utilizar esses pontos diver-
gentes entre os Códigos (Penal e Penal Militar) para elaborar questões. Não confunda ambas 
as definições apresentadas!
Vale ainda mencionar os conceitos de crime comissivo e omissivo, para os alunos que 
ainda não estão tão habituados:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Outro ponto muito importante que costumo salientar em minhas aulas sobre esse tema é 
o seguinte:
A definição de LUGAR do crime, do ponto de vista PENAL e PENAL MILITAR, está ligada à 
noção de internacionalidade!
Veja, portanto, que não estamos tratando de regras para definir onde o crime ocorreu DEN-
TRO do território nacional, e sim FORA dele! 
Internamente, são as normas processuais penais e de organização judiciária que irão nos 
guiar para saber de quem é a competência para julgar um determinado delito.
Já quando o conflito é externo (cuja ação e resultado se dá em países DIFERENTES), aí sim 
estaremos diante da aplicação das teorias que acabamos de estudar.
E vamos em frente!
3.2. AplICAção dA leI penAl no espAço
Mais uma vez estamos diante de um tópico chave, pois aqui também o CPM diverge do 
Código Penal Comum (o que torna muito mais provável que o examinador elabore questões 
sobre o assunto).
Quando falamos em lei penal no espaço, estamos na verdade tratando das seguintes 
perguntas:
• Até onde alcança o Código Penal Militar, do ponto de vista internacional?
• Quando poderemos aplicar o Código Penal Militar em um crime militar ocorrido FORA do 
território nacional?
Antes de mais nada, para fins de prova, você precisa saber o seguinte:
O Código Penal Militar adota a territorialidade e a extraterritorialidade INCONDICIONADAS 
como regras de aplicação da lei penal.
Fique calmo. Em breve vamos entender o que isso significa. Primeiramente, façamos a 
leitura do art. 7º, CPM:
Territorialidade, Extraterritorialidade
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízode convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste 
caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Simplificando o artigo acima:
Veja que, basicamente, a regra geral é a aplicação da lei penal militar brasileira, dentro 
e fora dos limites de nosso território. Mas precisamos entender mais detalhadamente esse 
instituto: Quando é que estaremos diante da territorialidade, e quando é que o caso será de 
extraterritorialidade?
Comecemos pelo primeiro caso.
Territorialidade
Quando o crime militar é praticado no todo ou em parte, dentro do território nacional, dize-
mos que se aplica o princípio da territorialidade.
Ou seja: Ocorreu um crime militar, nos termos de nossa legislação penal, dentro do territó-
rio soberano do Brasil, nosso país tem o interesse e irá atuar para processar e julgar seu autor.
Por mais simples que pareça essa afirmação, é importante fazer um breve apontamento:
Segundo a doutrina, aplica-se o princípio da territorialidade de forma TEMPERADA.
Isso por conta do seguinte trecho do art. 7º, CPM:
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste 
caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
Oras, se há a ressalva sobre as convenções, tratados e regras de direito internacional, há 
que se falar em uma aplicação temperada do princípio em questão!
Dito isso, é preciso também entender o que é o território brasileiro para fins de aplicação 
do princípio da territorialidade:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Cabe ressaltar que segundo a doutrina majoritária, o mar territorial é a faixa de 12 milhas 
a partir da costa.
Ainda sob a proteção do princípio da territorialidade, temos os chamados territórios por 
extensão ou flutuantes, previstos no art. 7º, parágrafo 1º do CPM:
Ademais, cabe ainda observar a hipótese de territorialidade no caso em que o crime seja 
praticado a bordo de aeronaves ou navios ESTRANGEIROS, desde que em lugar sujeito à ad-
ministração militar, e o crime atente contra as instituições militares.
Esquematizando:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Extraterritorialidade Irrestrita ou Incondicionada
Você já conhece as hipóteses em que a Lei Penal Militar Brasileira irá se aplicar em decor-
rência do princípio da territorialidade. Resta agora discutir as hipóteses de extraterritorialida-
de, nas quais o crime militar irá ocorrer fora do território nacional, e ainda assim estará sujeito 
à aplicação de nossa lei penal militar.
Relembrando o teor do art. 7º, CPM:
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste 
caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
Pode parecer estranho que o Brasil tenha o interesse de processar e julgar crimes militares 
ocorridos fora de seu território soberano. Entretanto, pense nas seguintes possibilidades, men-
cionadas de forma brilhante pelo mestre Marcelo de Faria:
Nos casos acima, é de total interesse da nação processar e julgar tais delitos – mesmo 
ante sua prática fora de nosso território. Trata-se de verdadeiro respeito à soberania nacional, 
através da aplicação irrestrita do princípio da extraterritorialidade!
Território por Extensão e Outras Previsões
As previsões abaixo já foram citadas em nosso quadro esquemático, mas merecem ser 
lidas em sua integralidade, haja vista que o texto legal pode ser cobrado em prova:
Art. 7º [...]
Território nacional por extensão
§ 1º Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional as aero-
naves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente uti-
lizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.
Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros
§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios es-
trangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o crime atente contra as instituições 
militares.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Conceito de navio
§ 3º Para efeito da aplicação deste Código, considera-se navio toda embarcação sob comando 
militar.
Art. 8º
O CPM apresenta ainda a possibilidade de abatimento da pena cumprida no estrangeiro:
Pena – cumprida no estrangeiro
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Parte da doutrina (como NUCCI) entende que o referido artigo não foi recepcionado pela 
CF/88, pois seria caso de indivíduo sendo punido duas vezes pelo mesmo crime (bis in idem).
No entanto, há quem entenda em sentido diferente, no âmbito da existência de possibilida-
de de aplicação do referido artigo para o caso de extraterritorialidade incondicionada (como 
ocorre no direito penal comum).
Para fins de prova, dificilmente o referido debate será cobrado. Assim sendo, basta memo-
rizar o teor do art. 8º, e ficar atento para questões em que o examinador faça a cobrança tão 
somente do texto legal.
4. ConCeItos CoMpleMentAres
Uma vez apresentados os conceitos preliminares da aula de hoje, precisamos adentrar os 
tópicos complementares, sendo o primeiro deles a contagem de prazos no âmbito do Direito 
Penal Militar:
Contagem de prazo
Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do começo. Contam-se os dias, os meses e os anos 
pelo calendário comum.
Da mesma forma com que ocorre no direito penal, o prazo penal deve ser contado de ma-
neira diferente do prazo processual penal, incluindo-se o dia do começo e desprezando-se o 
último dia do prazo.
Para memorizar esse ponto basta fazer um raciocínio prático: Se um indivíduo se encontra 
preso, com certeza não irá gostar de saber que o tempo que se encontra encarcerado começa 
a contar apenas do dia seguinte, certo?
Dessa forma, lembre-se do art. 16 para fins de computo do prazo penal, também no âmbito 
do Direito Penal Militar. Se uma ordem de prisão foi cumpridacontra alguém no dia 01/11/2020, 
por exemplo, eu começo a contar o prazo (primeiro dia de prisão) no dia 01/11/2020. Inclui-se, 
portanto, o dia do começo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Legislação especial. Salário-mínimo
Art. 17. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal militar espe-
cial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os efeitos penais, salário-mínimo é o maior mensal 
vigente no país, ao tempo da sentença.
Em seguida temos a norma sobre a legislação especial e sobre o salário-mínimo, dois as-
suntos distintos que são regulados pelo art. 17 do CPM.
Em primeiro lugar, veja que aqui temos uma previsão parecida com o art. 12 do Código 
Penal, no sentido de que as regras gerais (previstas na parte geral do CPM) não se aplicam 
apenas aos crimes previstos no próprio CPM, mas também aos crimes previstos na legislação 
especial, salvo se esta tiver previsão em sentido diverso.
Ademais, temos ainda a literalidade da previsão contida ao final do artigo sobre o salário-
-mínimo, previsão essa que atualmente é desnecessária, haja vista que atualmente, o salário-
-mínimo brasileiro tem valor unificado nacionalmente (o que não ocorria na época em que o 
CPM foi editado).
Infrações disciplinares
Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares.
É comum encontrar questões afirmando que o CPM regula tanto crimes militares quan-
to infrações disciplinares. Por expressa previsão legal, essa afirmação não é verdadeira. As 
infrações disciplinares não são encontradas no CPM, sendo disciplinadas em regulamentos 
separados do referido Código.
5. AplICAção dA leI penAl MIlItAr quAnto às pessoAs
Neste tópico, o objetivo é o de conhecer quem são os sujeitos a quem será aplicada a lei 
penal militar, pois quando do estudo da parte CRIMINAL do CPM, será necessário entender a 
quem se refere o legislador em um dado tipo penal.
Fique tranquilo, pois este tópico é simples, muito mais do que aqueles que estudamos 
até agora!
Para começar, não poderíamos deixar de tratar da premissa básica que é a definição de 
MILITAR para fins de aplicação do CPM!
Militar
O CPM apresenta o conceito de militar de forma bastante restrita (considerada inclusive 
inadequada pela doutrina).
Pessoa considerada militar
Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tem-
po de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, 
ou sujeição à disciplina militar.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Tal artigo é polêmico, e inclusive há grande parcela dos estudiosos que consideram que a 
norma acima não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988.
Nesse sentido, Marcelo de Faria nos recomenda a adoção de um conceito um pouco mais 
amplo, extraído da lei 6.880/80 e muito interessante para fins didáticos:
Lei 8.880/80
Art. 3º
São militares os membros das Forças Armadas que, em razão de sua destinação constitucional, 
formam uma categoria especial de servidores da pátria, podendo encontrar-se na ativa ou na inati-
vidade.
Não fique muito preocupado com esses conceitos, que são um pouco vagos. Ao analisar 
as diversas categorias em que o militar é classificado pela doutrina, esse conceito irá se tornar 
menos abstrato.
Para facilitar o entendimento, vamos começar apresentando a forma mais comum com 
que os militares são classificados pela doutrina:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Essas são as cinco classificações que você poderá encontrar ao realizar a leitura do texto 
do CPM – e em diversas situações hipotéticas para fins de prova.
Militar da Ativa
Comecemos pelo conceito que talvez seja o mais importante para provas de concursos: O 
militar da ativa.
Trata-se da classificação que possui a maior relevância pois a maior parte dos exemplos, 
situações hipotéticas e tipificações de delitos se direcionam para elas. Regra geral, é compos-
ta pelos militares ainda ativos, no exercício do efetivo dever.
Entretanto, o conceito de militar da ativa não se restringe unicamente àqueles que estão 
em efetivo serviço de carreira. São, ao todo, cinco categorias:
Ufa! Essas são as cinco hipóteses em que o indivíduo é considerado militar da ativa, nos 
termos do CPM.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Além disso, lembre-se que o militar agregado deve ser considerado militar da ativa para 
efeitos penais, conforme já explicitamos anteriormente.
Uma vez que já conhecemos os militares da ativa, é natural que o próximo passo seja estu-
dar os militares na inatividade.
Militares Inativos
Existem três categorias de militares inativos:
É importante verificar que, na definição do crime militar, alguns casos dependerão de clas-
sificar o autor (ou vítima) como militar da ativa, ou da reserva, ou da reforma. Os casos espe-
cíficos devemos estudar em nossa aula sobre o conceito de crime militar.
Nossa preocupação nesse momento é apenas de evitar que você se confunda com o que 
diz o artigo 12 do CPM, a saber:
Equiparação a militar da ativa
Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao mili-
tar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar
Conforme acabamos de estudar, o militar da reserva remunerada ou reformado executan-
do tarefa por tempo certo é considerado INATIVO (tanto pela doutrina quanto pelo Estatuto 
dos Militares). Dessa forma, tal disposição do art. 12 do CPM é considerada INAPLICÁVEL pela 
doutrina, posto que tais indivíduos, nessa situação, permanecem na inatividade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Assemelhado
Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exér-
cito ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.
Tópico que causa bastante confusão é a figura do assemelhado. Nesse ponto, basta que 
você saiba que a figura do assemelhado não mais existe, para fins penais militares.6. deMAIs norMAs
Para finalizar a aula de hoje, precisamos fazer a apresentação e comentar os artigos abai-
xo, os quais são de pouca incidência em prova, mas não podem de forma alguma serem des-
cartados em nossa preparação.
Pessoa considerada militar
Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tem-
po de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, 
ou sujeição à disciplina militar.
O art. 22 prevê quem é a pessoa considerada militar. Trata-se de norma explicativa pou-
co completa (que não abrange todas as classificações de militares que estão previstas na 
CF/88), inclusive esquecendo-se dos militares dos estados (integrantes da PM e dos CBMs, 
por exemplo).
Equiparação a comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade 
com função de direção.
Outra norma explicativa, o art. 23 apresenta a figura do chamado comandante por equipa-
ração. Para a doutrina, é norma desnecessária, pois trata de situação que já é claramente de 
posição de comando. Mas é importante conhecer a referida previsão.
Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou gradu-
ação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.
Mais uma norma explicativa, o art. 24 tem por objetivo esclarecer o conceito de superior 
utilizado ao longo de todo o texto do CPM. O critério utilizado, como podemos notar, é o critério 
baseado na função.
Crime praticado em presença do inimigo
Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas 
operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Para fins de estudo de alguns crimes praticados em tempo de guerra, é necessário compre-
ender o conceito de crime praticado na presença de inimigo.
Não se trata de um conceito com grande aplicabilidade prática (felizmente), mas é impor-
tante que você conheça a literalidade do texto, haja vista estar incluído no âmbito da temática 
“aplicação da lei penal militar”.
Referência a “brasileiro” ou “nacional”
Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a “brasileiro” ou “nacional”, compreende as pessoas enu-
meradas como brasileiros na Constituição do Brasil.
Estrangeiros
Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os apátridas e os 
brasileiros que perderam a nacionalidade.
Outra norma que basicamente, só serve para causar confusão ao aluno. Cabe a Constitui-
ção Federal definir quem é brasileiro (art. 12 da CF/88). É importante saber que o CPM versa 
sobre o tema – mas o referido artigo é dispensável para a doutrina.
Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar
Art. 27. Quando este Código se refere a funcionários, compreende, para efeito da sua aplicação, os 
juízes, os representantes do Ministério Público, os funcionários e auxiliares da Justiça Militar.
Outra norma sobre a qual não precisamos nos aprofundar, por ter o texto bastante inade-
quado, principalmente ante o fato de que os magistrados não devem ser considerados como 
funcionários públicos, mas como órgãos de um poder do estado, e os integrantes do MP são 
melhor classificados como integrantes de instituição permanente com função constitucional.
Casos de prevalência do Código Penal Militar
Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares, definidos 
neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.
Por fim, o art. 28 consagra o princípio da especialidade nos casos especificamente previs-
tos no artigo.
7. norMAs pArA leIturA
Para finalizar a aula de hoje, precisamos fazer a leitura da compilação de artigos abaixo, os 
quais são de pouca incidência em prova, mas não podem de forma alguma serem descartados 
em nossa preparação.
São normas bastante diretas, de modo que o conhecimento do texto legal já é suficiente 
para resolução de eventuais questões.
Militares estrangeiros
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas, 
ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções 
internacionais.
Equiparação a militar da ativa
Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-
-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.
Militar da reserva ou reformado
Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas 
do posto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra 
ele é praticado crime militar.
Defeito de incorporação
Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo 
se alegado ou conhecido antes da prática do crime.
Tempo de guerra
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com 
a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se 
nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação 
das hostilidades.
Crimes praticados em prejuízo de país aliado
Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de 
país em guerra contra país inimigo do Brasil:
I – se o crime é praticado por brasileiro;
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente 
ocupado por fôrça brasileira, qualquer que seja o agente.
Crimes praticados em tempo de guerra
Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se 
as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um têrço.
Neste trecho, merecem destaque os artigos 14, 11 e 20 (grifados em vermelho) os quais 
costumam ter maior recorrência em provas (em sua literalidade, conforme já orientamos ante-
riormente).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
RESUMO
Lei Penal no Tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em 
virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de 
natureza civil.
Abolitio Criminis
Lei nova descriminaliza uma conduta que antes era crime.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei PenalMilitar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Dos Efeitos Civis da Abolitio Criminis
Novatio Legis in Mellius x Abolitio
A quem compete sua aplicação?
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Determinando a Lei Penal Mais Favorável
§ 2º Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas 
separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis in Pejus
Medidas de Segurança
Apesar da expressa previsão, não pode ser aplicada lei MAIS GRAVOSA vigente ao tempo 
da execução penal face às medidas de segurança. Parte da doutrina inclusive entende que o 
artigo 3º NÃO foi recepcionado pela CF/88.
Leis Temporárias & Excepcionais
Tempo do Crime
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
37 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Lugar do Crime
O CPM NÃO adotou a mesma teoria que o CP quanto ao LUGAR do crime!
Crime Comissivo x Omissivo
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
38 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Aplicação da Lei Penal no Espaço
O Código Penal Militar adota a territorialidade e a extraterritorialidade INCONDICIONADAS 
como regras de aplicação da lei penal.
Territorialidade
Segundo a doutrina, aplica-se o princípio da territorialidade de forma TEMPERADA.
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito interna-
cional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional [...]
Território
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
39 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Extraterritorialidade Irrestrita ou Incondicionada
Art. 7º [...] ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido jul-
gado pela justiça estrangeira.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
40 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Aplicação da Lei Penal Militar quanto às Pessoas
Classificação dos Militares
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
41 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR) Assinale a opção correta a respeito da aplicação da lei 
penal militar no tempo e das leis penais excepcionais e temporárias.
a) As normas do CPM relativas aos crimes militares praticados em tempo de guerra não cons-
tituem exemplo de lei penal temporária.
b) Aos condenados por crimes praticados em tempo de guerra serão aplicadas as penas mais 
severas estabelecidas, ainda que a sentença condenatória seja proferida depois da cessação 
do estado de guerra.
c) Ao contrário do que ocorre no direito penal comum, no direito penal militar, a lei posterior 
que deixa de considerar determinado fato como crime estende-se aos efeitos de natureza civil.
d) De acordo com o CPM, para se reconhecer qual a lei mais favorável, a lei posterior e a anterior 
devem ser combinadas, extraindo-se de cada uma delas o dispositivo que mais beneficie o réu.
e) O princípio da retroatividade benigna não é aplicável às medidas de segurança.
Vejamos:
a) Certa. Não constitui mesmo! Lei temporária, conforme estudamos, tem tempo certo de du-
ração. Não é o caso das previsões para os crimes militares praticados em tempo de guerra, 
que se aplicam de forma excepcional, e não temporária!
b) Errada. Questão que extrapola o conteúdo da aula de hoje. Basta que você saiba que, para 
a doutrina, cessado o estado de guerra, a gravidade do delito diminui em abstrato, haja vista o 
desaparecimento dos perigos excepcionais que levaram à criminalização da conduta.
c) Errada. Conforme estudamos, os efeitos civis persistem também no âmbito dos crimes mi-
litares, mesmo face à abolitio criminis.
d) Errada. Também conforme estudamos, não é lícita a combinação de leis para que se possa 
alcançar um texto ainda mais benéfico ao acusado.
e) Errada. Aplica-se também a retroatividade benigna às medidas de segurança, posto que es-
sas são também espécies de sanção penal.
Letra a.
002. (CESPE/STM/JUIZ-AUDITOR) A respeito da lei penal militar no espaço, do lugar do crime 
e da pena cumprida no estrangeiro, assinale a opção correta.
a) O CPM pune o infrator aos seus preceitos, qualquer que seja sua nacionalidade ou o lugar 
onde tenha delinquido, dentro ou fora do território nacional, processado ou julgado por justiça 
estrangeira.
b) Os prédios das embaixadas não são considerados, para o direito penal militar, como exten-
são do território nacional, visto que pertencem aos Estados que representam.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-stm-juiz-auditor-substituto
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2013-stm-juiz-auditor-substituto
42 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
c) Para a verificação do lugar do crime, o CPM adotou, apenas, a teoria da atividade, conside-
rando praticado o fato no lugar em que se tiver desenvolvido a atividade criminosa.
d) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nesta é computada, quando idênticas. Assim, se for mais severa, a pena cumprida 
no estrangeiro funcionará, por não ser idêntica, apenas como uma atenuante, não podendo ser 
computada na pena aqui imposta.
e) Da mesma forma que o CP, o CPM adota, como regra, o princípio da territorialidade e, como 
exceção, o princípio da extraterritorialidade.
Vejamos novamente caso a caso:
a) Certa. Exatamente. O CPM, conforme estudamos, alcança os crimes militares praticados 
fora dopaís, mesmo que o autor já tenha sido julgado pela justiça estrangeira ou que seja de 
outra nacionalidade. Não há essa limitação, diferentemente do CP!
b) Errada. Questão esperta, incorreta pois afirma que as embaixadas pertencem aos Estados 
que representam. Isso não é verdade. Embora invioláveis, as embaixadas ficam em território 
que pertence ao Estado ONDE FICAM, e não ao Estado que representam. Exemplo: A embaixa-
da dos EUA no Brasil é território inviolável, mas aquele terreno ainda assim pertence à Repúbli-
ca Federativa do Brasil (fica em nosso território nacional).
c) Errada. Negativo. Nesse caso o CPM adota uma teoria mista, aplicando a UBIQUIDADE aos 
crimes COMISSIVOS e a ATIVIDADE aos crimes OMISSIVOS.
d) Errada. Previsão extraída do Código Penal (e não do Código Penal Militar), apenas para con-
fundir o candidato.
e) Errada. O CP adota o princípio da territorialidade e da extraterritorialidade incondicionada, 
diferentemente do CP, que impõe inúmeras condições para os casos de extraterritorialidade.
Letra a.
003. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) A lei penal militar excepcional ou temporária pos-
sui disciplinamento diverso do contido no Código Penal (CP) comum, uma vez que preconiza, 
de forma expressa, a ultratividade da norma e impõe a incidência da retroatividade da lei penal 
mais benigna.
Negativo. Conforme estudamos, nesse ponto CP e CPM convergem, sendo que as leis excep-
cionais ou temporárias, em ambos os diplomas legais, são regidas pelas mesmas premissas.
Errado.
004. (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao tempo do crime, o Código Penal 
Militar adotou a teoria da atividade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2011-stm-analista-judiciario-execucao-de-mandados
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2011-stm-analista-judiciario-execucao-de-mandados
43 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
Exatamente! É isso mesmo!
Certo.
005. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO) Julgue o item que se 
segue, a respeito da justiça militar.
O crime militar cometido no exterior é enquadrado na lei penal militar brasileira, de acordo com 
o Código Penal Militar.
Com certeza. Conforme estudamos, o CPM admite tanto a territorialidade quanto a extraterri-
torialidade incondicionada, de modo que o crime militar cometido no exterior é também objeto 
de apuração pela lei penal militar brasileira.
Certo.
006. (IADES/PMDF/SOLDADO/2018) Segundo o Código Penal Militar (CPM),
a) aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas 
cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.
b) o defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, mesmo que ve-
nha a ser alegado ou conhecido antes da prática do crime.
c) o militar estrangeiro, ainda que em comissão ou estágio nas Forças Armadas, não fica sujei-
to à lei penal militar brasileira, mas à lei do respectivo país de origem.
d) consideram-se crimes militares em tempo de guerra somente aqueles previstos como 
tais no CPM.
e) sempre que uma lei posterior alterar, no CPM, a tipificação de um delito ou a pena a ele 
prescrita, tal lei, mesmo que prejudicial ao agente, aplicar-se-á retroativamente, ainda quando 
já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.
a) Certa. Literalidade do art. 20 do CPM. Alternativa correta.
b) Errada. Descumpre a literalidade do art. 14 do CPM, ao substituir a palavra “salvo” pela pa-
lavra “mesmo”.
c) Errada. Na verdade, eles ficam sujeitos, nos termos do art. 11 do CPM.
d) Errada. Assertiva extrapola a aula de hoje (os artigos 9 e 10 serão estudados, detalhadamen-
te, em aula específica sobre o tema).
e) Errada. Assertiva descumpre a previsão sobre a anterioridade de lei, prevista no art. 2º do 
CPM.
Letra a.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2014-camara-dos-deputados-analista-legislativo-consultor-legislativo-area-xvii
44 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
007. (IADES/PMDF/SOLDADO/2018) A respeito da aplicação do Direito Penal Militar, confor-
me as normas aplicáveis previstas no Decreto n. 1.001/1969, assinale a alternativa correta.
a) O local do crime é apenas onde se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte.
b) A lei posterior que, de qualquer forma, favorecer o agente, retroagirá se já tiver sobrevindo 
sentença condenatória irrecorrível.
c) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período da respectiva duração ou ces-
sadas as circunstâncias que a determinaram, não se aplica ao fato praticado durante a respec-
tiva vigência.
d) A Constituição Federal admite crime sem lei anterior que o defina, bem como pena sem 
prévia cominação legal.
e) O tempo do crime engloba o momento da ação ou omissão, bem como onde se produziu o 
resultado.
a) Errada. Negativo. Conforme verificamos, o local do crime no CPM abrange outras possibili-
dades, conforme rege seu art. 6º
b) Certa. De fato, haverá retroatividade benéfica mesmo no caso de sentença irrecorrível.
c) Errada. Na verdade, aplica-se sim (art. 4º do CPM).
d) Errada. Nem a CF/88 nem o próprio CPM admitem essa prática.
e) Errada. Conforme o art. 5° do CPM:
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do 
resultado.
Letra b.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
45 de 46www.grancursosonline.com.br
Aplicação da Lei Penal Militar
DIREITO PENAL MILITAR
Douglas Vargas
GABARITO
1. a
2. a
3. E
4. C
5. C
6. a
7. b
Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado 
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério 
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
	_Hlk505013888
	_Hlk505013897
	art7§1
	art7§2
	art7§3
	art21
	art27
	art28
	partegerallivrounicotituloii
	art11
	art12
	art13
	art14
	art15
	art18
	art20
	Apresentação
	Aplicação da Lei Penal Militar
	1. Introdução ao Direito Penal Militar
	1.1. Conceito de Direito
	1.2. Direito Penal
	1.3. Direito Penal Militar
	2. Aplicação da Lei Penal Militar
	2.1. Lei Penal no Tempo
	2.2. Conflitos da Lei Penal Militar no Tempo
	2.3. Novatio Legis in Mellius
	2.4. Determinando a Lei Penal Mais Favorável
	2.5. Novatio Legis Incriminadora e Novatio Legis

Continue navegando