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Introdução à Anestesiologia e Medicina Perioperatória

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Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 19/04/2021 
pág. 1 
 
 
Introdução à anestesiologia 
Objetivos: conhecimento das bases anatômicas e fisiológicas e da farmacologia dos principais 
agentes da medicina perioperatória de interesse para o médico generalista. Bases e fundamentos da 
anestesiologia, do tratamento da dor e da medicina perioperatória. Conhecimento dos fundamentos 
da especialidade, áreas de atuação e conhecimentos da medicina perioperatória. 
Conceitos: 
o Analgesia: eliminação/tratamento da dor. Parte essencial, mas não se resume ao 
tratamento da dor somente. O não tratamento da dor pode levar o paciente ao choque e 
posterior morte. 
o Anestesia geral: tem de estar em hipnose (inconsciente), analgesia (tira a liberação de 
catecolaminas, glucagon, mediadores inflamatórios), relaxamento muscular (dentro de 
cavidades só são possível com o relaxamento muscular), bloqueio de reflexos 
autonômicos. 
o Anestesia loco-regional: anestesia de um local ou até mesmo uma região. 
o Anestesiologista. 
A anestesiologia estuda e proporciona ausência ou alívio da dor e outras sensações ao paciente 
que necessita realizar procedimentos médicos, como cirúrgicas ou exames diagnósticos, identificando 
e tratando eventuais alterações das funções vitais. 
A especialidade amplia a cada dia suas áreas de atuação, não só o período intra-operatório, 
como nos pré e pós-operatórios. 
Realiza atendimento ambulatorial para avaliação pré-anestésica e tem papel fundamental pós-
cirúrgico nas salas de recuperação pós-anestésica e UTI até a alta hospitalar. 
Em razão dessas mudanças, existe a tendência atual de se denominar esta especialidade 
médica como medicina perioperatória. 
Medicina perioperatória: antes, durante e depois. Visa prover ao paciente, com base em 
evidências científicas e resultados clínicos, cuidados relacionados ao preparo pré-operatório, à 
anestesia, à evolução pós-anestésica, à recuperação pós-operatória e ao tratamento de dor. 
 
Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 19/04/2021 
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Cuidados pré-anestesia (normalmente realizada no consultório do anestesista): 
o Consulta pré anestésica com anamnese (anestesias, hábitos, uso de medicamento, 
patologias familiares, sistema CV, respiratório, hematológico), exame físico (peso, 
altura, VA, acesso venoso, planejamento de bloqueios regionais), exames 
complementares (hemograma, exames cardiovasculares, hemostasia, bioquímica, 
entre outros) e avaliação de especialistas; 
o Visita pré-anestésica como jejum, hospitalar (medicação pré-anestésica) e ficha de 
anestesia; 
o Consentimento informado com responsável ou responsável legal. 
Avaliação pré-anestésica: deve ser feita antes de toda e qualquer anestesia, mesmo que de 
urgência. Ao final da avaliação deve-se responder à pergunta: está o paciente nas melhores condições 
possíveis para se submeter à cirurgia proposta? Se ele não estiver nas melhores condições, é 
necessário se preparar no pré-operatório para que a cirurgia ocorra melhor; mas SE de urgência: 
compara-se os riscos e os benefícios. 
Local do procedimento: 
o Centro cirúrgico; 
o Fora do centro cirúrgico: imaginologia (angiografia, TC, RM), oftalmologia (fundoscopia, 
tonometria, US), cardiologia (cateterismo, implante de marca-passo, stents), terapia 
intensiva (cardioversão, traqueostomia, broncoscopia), gastroenterologia 
(endoscopias, biópsia hepática), urologia (litotripsia, citoscopia, urodinâmica), 
ortopedia (manipulações ortopédicas), oncologia (radioterapia, braquiterapia, 
radiocirurgia), psiquiatria (eletroconvulsoterapia), clínicas e consultórios (dor), bases 
militares e campos de batalha. 
Anestesistas realizam acessos venosos e também acesso venoso central; atendimento de 
acesso à via aérea; realização de imobilização do paciente para atendimento hospitalar; realizam CPR. 
“Dor é sinal vital”. 
Tratamento da dor aguda: analgesia preemptiva e preventiva; analgesia multimodal; vias de 
administração (oral, sublingual, nasal, retal, subcutânea, muscular; venosa; transdérmica; bloqueios 
regionais); métodos de administração (tradicional, bombas de infusão). 
Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 19/04/2021 
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Tratamento da dor crônica: dor crônica é a que apresenta duração maior de 3 meses ou que 
se mantem após tratamento e cura da causa inicial, sendo considerada uma doença; lombalgias, 
osteoartrite, fibromialgia, câncer, neuropatia diabética, neuralgia do trigêmeo, neuralgia pós-
herpética, dor fantasma, HIV, dor crônica pós-operatória; tratamento farmacológico, intervencionista 
e adjuvante. 
Tipos de anestesias 
o Anestesias loco-regionais: 
Anestesias tópicas; anestesia infiltrativa; bloqueios de nervos periféricos; bloqueio de plexos 
nervosos; bloqueios espinhais (raquianestesia, peridural e outros); bloqueios terapêuticos. 
O uso do aparelho de US é fundamental para alguns procedimentos anestésicos, 
principalmente para servir de guia de onde irá aplicar a anestesia. 
Raquianestesia vs. peridural: local de administração do anestésico; a raqui é caracterizada pelo 
bloqueio no espaço subaracnóide, dentro do LCR, deve ser evitada onde se tem tecido neural então 
são feitas abaixo de L2, maior parte feita entre L4 e L5, e L3 e L4; a peridural é realizada no espaço 
epidural, pode ser feita de C1 a S5. 
o Anestesias gerais: 
1. Sedação 
2. Inalatória 
3. Venosa 
4. Balanceada: é uma anestesia que utiliza diferente agentes para que se possa obter 
o efeito desejado com uma diminuição das concentrações das drogas, gerando 
menos efeitos colaterais e o mesmo resultado. 
A anestesia geral e a sedação se diferenciam devido ao nível de sedação, inicialmente há uma 
sedação e posteriormente uma anestesia geral (um coma induzido). 
 
 
Medicina SLM – T7C Paula R. C. Penteado 19/04/2021 
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Dor 
Tratamento da dor aguda: analgesia preceptiva e preventiva, analgesia multimodal, vias de 
administração (oral, sublingual, nasal, retal, subcutânea, muscular, venosa, transdérmica e bloqueios 
regionais) e métodos de administração (tradicional, bombas de infusão ACP). 
Tratamento da dor crônica: é a que apresenta duração maior que 3 meses ou que se mantém 
após tratamento e cura da causa inicial, sendo considerado uma doença. 
Lombalgias, osteoartrites, fibromialgia, câncer, neuropatia diabética, neuralgia do trigêmeo, neuralgia 
pós-herpética, dor fantasma, HIV, dor crônica pós-operatória). Tratamento farmacológico, 
intervencionista e adjuvante. 
 
Avaliação pré-anestésica e 
recuperação pós-anestésica 
Avaliação pré-anestésica 
A avaliação pré-anestésica é o início de tudo. É um ato médico obrigatório em todos os 
pacientes, principalmente nas cirurgias eletivas a fim de realizar o procedimento com maior 
segurança. 
Finalidades da avaliação pré-anestésica: minimizar a ansiedade pré operatória do paciente 
explicando como será o procedimento, qual anestesia será aplicada, planejamento de segurança 
anestésica, diminuição da morbimortalidade por conhecimento das condições pré-existentes do 
paciente. 
 
 
 
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Faz-se primeiro uma anamnese: 
• Conversar e questionar sobre anestesias anteriores, se houve alguma intercorrência 
com essas anestesias anteriores, se teve problema ao entubar, todas as experiências 
desagradáveis devem ser levadas em consideração. 
• Perguntar sobre o uso de fármacos: principalmente os que agem no SNC, sistema 
cardiovascular, sistema endócrino ou autoimunes, e se o paciente tem HIV. Faz 
orientação sobre quanto tempo o paciente deve parar de tomar o medicamento antes 
e depois da cirurgia. 
o Em relação ao hipoglicemiantes: suspender por 12 horas essas medicações 
porque são fármacos com ½ vida plasmática prolongada. o paciente poderia 
desenvolver uma hipoglicemia e seria ruim para o pós operatório. Exemplo: se 
ele entrará em jejumas 22h da noite anterior e jantar, tomar o hipoglicemiante, 
mas não mais depois. Em jejum de 8 horas a dose de insulina deverá ser 
reduzida para 1/3. A insulina humana é a mais utilizada para o pós-operatório. 
o Anticoagulantes: pacientes que tem história de TVP ou maior propensão a 
fenômenos tromboembólicos devem fazer uso de anticoagulantes. Cirurgias 
cardíacas de troca de valva também fazem uso de anticoagulantes. Pode 
ocorrer durante a peridural um hematoma que leva a compressão de raízes 
nervosas e sequelas consideráveis, o diagnóstico além da sintomatologia clínica 
do paciente seria a RM. Deve ser discutido com o cirurgião ou hematologista 
que prescreve o anticoagulante para que seja feito um procedimento mais 
seguro. Muito comum usar as heparinas de baixo peso molecular e suspender 
12 horas antes do procedimento. 
o Fitoterápicos: eles também levam a um risco de sangramento por alterarem o 
sistema de coagulação sanguínea e adesividade plaquetária. Suspendidos de 
72-48 horas antes do procedimento. 
o Anorexígenos: sibutramina, por exemplo. Aumenta os níveis de serotonina. As 
dextroanfetaminas (fenproporex e afepramona) atuam no SNC estimulando-os 
fazer o indivíduo perder o apetite. Causa aumento da FC, alterações do humor 
e comportamento, alterações do sono. Fenproporex deve ser suspensos 7 dias 
antes dos procedimentos, afepramona 14 dias antes. 
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• Questionar sobre os hábitos do paciente: drogas ilícitas e lícitas. 
o Nas drogas ilícitas podem ter uma parada cardiorrespiratória, síndrome de 
abstinência grave, descompensação pós-operatória. 
o O álcool agudo é um potente depressor do SNC, ocorre uma diminuição dos 
agentes anestésicos; o alcoolismo crônico desenvolve uma tolerância muito 
grande aos agentes anestésicos à indução enzimática à metabolismo rápido 
dos anestésicos à necessidade de maior quantidade de anestésico. 
o O tabagismo crônico provoca um sistema respiratório comprometido, causando 
uma hiper-reatividade brônquica com muita quantidade de secreção, podendo 
sentir dor no pós operatório, dificuldade respiratória; o monóxido de carbono 
se liga a hemoglobina, fazendo com que haja dificuldade no processo de 
cicatrização nos pacientes; orienta-se parar de fumar 24 horas antes do período 
operatório diminuindo as chances de complicações. 
o Canabis pode levar a arritmias cardíacas, broncoespasmo, inflamação do 
sistema respiratório, resistência ao uso de opióides, diminuição das 
prostaglandinas e acetilcolina, aumenta a ação dos bloqueadores 
neuromusculares. 
• Alergias: extremamente graves. 
o Látex: contém 96 proteínas e é responsável pela maior incidência de reações 
alérgicas no operatório. 
o Relaxantes musculares. 
o Antibióticos e analgésicos. 
o Antissépticos com clorexidine alcóolico. 
o Pacientes alérgicos a crustáceos, ovos (propofol tem emulsão lipídica com a 
lecitina de gema de ovo), frutas. 
• Patologias associadas: 
o Endócrinas 
o Cardiovasculares 
o Respiratórias 
o Renais 
o Digestiva 
o Neurológica 
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o Osteo-articular: posicionar em posição confortável na mesa e observar na 
intubação. 
• Antecedentes familiares de anestesias: 
o Doenças malignas: hipertermia maligna (cursa com contratura muscular, 
hipertermia, aumento de consumo de oxigênio e parada cardiorrespiratório à 
alguns fármacos podem desencadear essa hipertermia maligna, como 
succinilcolina, anestésicos inalatórios). 
o Complicações na relação família em relação a anestesia. 
• Exame físico do paciente: 
o Sinais vitais. 
o Aparelho cardiovascular, respiratório, locomotor. 
o Presença de próteses ou órteses. 
o Estado mental do paciente: colaborativo, lúcido, etc. 
o Avaliação postural: auxilia nas anestesias espinhais. Escoliose, cifose ou lordose 
(principalmente nas gestantes). Impacta nas anestesias regionais. 
o Avaliação da VA: se é fácil acessar e intubar. Mallampati desenvolveu a 
avaliação da VA: (1) Úvulas, palato mole e palato duro. (2) Uma parte da úvula 
e do palato mole e duro. (3) Somente a úvula e o palato duro. (4) Palato duro. 
O 3 e 4 são considerados difíceis. 
o Extensão do pescoço: retificação dos eixos da faringe e laringe para efetivar a 
ventilação. 
o Distância tireo-mentoniana. 
o Protrusão da mandíbula: a mandíbula que consegue se protrusar 
voluntariamente tem uma ventilação mais facilitada. 
o Obesos, língua grande, barba, paralisia facial com desvio da rima labial, 
micrognatismo e prognatismo são pacientes difíceis de ventilar. 
o Classificação do estado físico do paciente (ASA): NÃO é uma classificação de 
risco. 
§ I – Sadio, normal. 
§ II – Doença sistêmica leve. 
§ III – Doença sistêmica grave. 
§ IV – Doença sistêmica grave que é um constante risco de vida. 
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§ V – Moribundo. 
§ VI – Transplantes à morte cerebral. 
Jejum pré-operatório: levar em consideração a 
• Líquidos claros ou sem resíduo 2 horas. 
• Leite materno 4 horas 
• Leite não humano 6-8 horas. 
• Fórmulas infantis 6 horas. 
• Refeições leves 6 horas (bolacha água e sal, sopa de legumes, entre outros). 
• Refeições sólidas 8 horas (alimentos gordurosos e de massa). 
Exames pré-operatórios: 
• Hematimetria. 
• Coagulograma. 
• Glicemia. 
• Função renal e hepática. 
• Exames específicos: cardiológicos, respiratórios, neurológicos e de imagem caso a 
pessoa tenha alguma condição pré-existente em algum desses sistemas. 
Medicação pré-anestésica: diminuir a ansiedade do paciente, principalmente nas crianças. 
• Midazolan: ½ vida mais curta. Não utilizar em idosos. 
• Acima de 65 anos usa-se o nitrazepan pois não tem metabólito ativo para não provocar 
delírio no pós-operatório. 
Recuperação pós-anestésica 
Obrigatório a todos os locais que o paciente tenha a recuperação pós-anestésica. 
Critérios de admissão dos pacientes: magnitude da cirurgia; técnica anestésica usada; condição 
clínica do paciente; comorbidades; intercorrências perioperatórias. 
Monitorização padrão: PA, FC, oximetria, FR, débito urinário. 
 
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Complicações: 
• Náusea e vômito: por que está vomitando? Efeito residual de fármacos, distensão 
gástrica, tipos de cirurgia, jejum prolongado, hipóxia ou hipercarbia (depressão 
respiratória), hipertensão intracraniana, desequilíbrio do SNA (parassimpático no vago 
à raqui provoca um bloqueio do simpático extenso). 
• Dor: associada a local e extensão do trauma cirúrgico e da técnica anestésica 
empregada. Pode causar: distúrbios ventilatórios, fenômenos tromboembólicos 
(principalmente nos pacientes geriátricos), incapacidade de tossir, hiperatividade do 
SNA como aumento da PA, FC e surgimento de arritmias cardíacas. 
• Complicações térmicas: 
o Hipotermia: ar-condicionado deve estar no máximo 23 graus. Infusão de 
líquidos gelados, cirurgia aberta, podem diminuir a temperatura. Pode causar: 
aumento da RVP, PA e causar arritmias. Leva a acidose metabólica. Provoca 
alterações da coagulação. Fármacos demoram mais para sair do metabolismo 
do paciente. 
o Hipertermia: cirurgias onde há manipulação de tecidos infectados, Hipertermia 
maligna pode ocorrer, aspiração do conteúdo gástrico, hipertireoidismo. 
• Obstrução das VAs: macroglossia, edema de glote (sonda de calibre inadequado ou 
tentativas excessivas de intubação), presença de corpo estranho, compressão por 
tumores e hematomas, cirurgias sobre a cabeça e pescoço. 
• Hipoxemia: hipoventilação, baixo DC, consumo aumentado de oxigênio que ocorre em 
algumas patologias, broncoaspiração principalmente de conteúdo gástrico, intubação 
seletiva/atelectasia pulmonar. Provoca dispneia, alterações no sistema CV e agitação 
psicomotora. 
• Aspiração do conteúdogástrico: através de sangue e regurgitação seguida de 
broncoaspiração; secreções; material sólido como próteses dentárias; alimentos de 
cirurgias de emergência que estão de estomago cheio. Provoca: broncoespasmo, 
hipóxia, cianose e pneumonite química. Pode ser trágico. 
• Hipotensão arterial: pode ser uma diminuição da pré-carga; contratilidade miocárdica 
diminuída; RV sistêmica baixa; ocorre em cirurgias regionais. 
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• Hipertensão arterial: pode ocorrer em casos de distensão visceral; dor; hipervolemia; 
broncodilatadores; simpatomiméticos. 
• Arritmias cardíacas: pode ocorrer em casos de retenção de oxigênio; hipercarbia e 
distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos. 
• Isquemia miocárdica: ocorre em casos de HA, hidratação excessiva e dor pós-
operatória. 
• Oligúria (< 0,5 ml/kg): ocorre em casos de desidratação, hipovolemia, hipotensão 
arterial e diminuição do DC, também em causas pós-renal como prostatectomias. 
• Hiperglicemia. 
• Hipoglicemia: uso de hipoglicemiantes, tumores secretores de insulina e gestante 
diabética. 
Observar: consciência, atividade, circulação, respiração e saturação de pulso de oxigênio e dar 
escore através da escala de Aldrete e Kroulik. 
 
Figura 1. Dar notas assim que ele sair da cirurgia, no momento em que chega na sala de recuperação e depois a cada 30 
minutos para poder ver a evolução do paciente na sala de recuperação. A alta é quando o escore for entre 9 a 10 ou quando 
passarem 120 min na sala de recuperação sem nenhuma intercorrência. 
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Parada cardio-respiratória (PCR) 
É a parada súbita e reversível da circulação decorrente da perda de função efetiva de bomba 
do coração. 
Paradas cardíacas em pessoas saudáveis que fazem esportes podem ser causadas devido a 
arritmias, sobrecarga ou então alguma anomalia congênita não diagnosticada. 
Diagnóstico: ausência de pulso em grande artéria (carótida e femoral). No centro cirúrgico é 
feito através do monitor e comprova-se palpando as artérias de grande calibre. 
• Avaliar a responsividade à chamar ajuda à checar o pulso de 5 a 10 segundos à 
reiniciar as compressões torácicas. 
CABD: 
• Circulação: checar o pulso (carotídeo ou femoral) por 5 a 10 segundos, e, em sua 
ausência ou dúvidas de presença de pulso, realizar compressões torácicas eficientes. 
Apoiar o calcanhar da mão espalmada na linha intermamilar em cima do esterno (linha 
média), porque a intenção é apertar o coração entre as duas estruturas esterno e 
coluna vertebral. 
 
• Vias aéreas e respiração: 
o Em pacientes com via aérea não avançada: sincronizar 30 compressões + 2 
ventilações alternadas. 
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o Em via aérea avançada: 120 compressões por minuto + 10 ventilações por 
minuto. 
o Troca do reanimador a cada 2 minutos se tiver mais alguém para trocar. 
Uma compressão torácica bem feita gera um DC de 10 a 33% do normal. Um FS cerebral de 50 
a 90% do normal. FS coronariano de 20 a 50% do normal. E do FS infra diafragmático se reduz a < 5% 
do normal. 
As recomendações da American Heart Association são: comprima rápido, mais que 100/min; 
comprimir forte, cerca de 5 cm ou mais; e retorno do tórax. 
Complicações da massagem cardíaca: fratura de esterno e costelas; laceração de fígado; 
pneumotórax; e embolia gordurosa. 
• Desfibrilador: toda parada em FV ou TV sem pulso se identificadas. Nas paradas extra 
hospitalares é por fibrilação ventricular. 
o Assistolia e atividade elétrica que não gera pulso: checar os cabos para ver se 
não estão deligados, checar a derivação. Quando em ECG apresenta-se em linha 
reta. NÃO se DESFIBRILA. 
o FV e TV sem pulso: ritmos CHOCÁVEIS. 
Prognóstico: a depender do tempo de PCR; duração da fibrilação ventricular; fluxo sanguíneo 
cerebral; fluxo sanguíneo coronariano. 
Importância da desfibrilação: a cada minuto que se perde, perde-se chance de reanimar o 
paciente e de ter complicações decorrentes a parada. 
A (vias aéreas) B (respiração) C (circulação) D (diagnóstico diferencial). 
Vias aéreas: controle avançado é recomendado quando à a ventilação não é eficiente ou 
quando se tem atendente experiente. Controle avançado da via aérea: intubação traqueal; optar 
preferencialmente a máscara laríngea e tubo laríngeo. Caso intubado, ver se está em local correto 
(pulmão) aos auscultar os 5 pontos, fazer a verificação complementar por DDE e capnografia; fixar o 
O2. 
Circulação: continuar com a RCP e administrar medicações cardiovasculares. TV e FV além da 
adrenalina dar amedarona (RCP à adrenalina à RCP à amedarona à RCP à adrenalina à RCP à 
amedarona). 
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Diagnóstico diferencial: identificar a causa da parada e ver se a causa é tratável. O paciente só 
sai da parada se for feito o diagnóstico da causa e esta for revertida. Em pacientes com FV e TV o 
diagnóstico pode ser feito entre uma reanimação e outra pois ele volta antes de ter outra parada; mas 
já em pacientes em assistolia e atividade elétrica que não gera pulso não há intervalos entre as 
reanimações, sendo necessário fazer o diagnóstico enquanto é feito a RCP. 
Causas mais frequentes: 5Hs e 5Ts. 
 
PCR na anestesia 
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O sexo masculino tem maior predisposição devido ao maior trauma e violência. Crianças abaixo 
de um ano e pacientes acima de 65 anos. Pacientes ASA III ou mais. Existe maior risco nos atendimento 
de emergência. 
 
Fator anestésico: 
• Eventos respiratórios: intubação difícil, perda acidental da intubação, obstrução do 
tubo traqueal, aspiração pulmonar, mal formações, tumores e abscessos na região de 
cabeça e pescoço, obesidade, incapacidade para ventilar, perda da VA no transporte, 
dificuldade na passagem de tubo duplo lumes. 
• Depressão cardiovascular, sobrecarga hídrica, reações de hipersensibilidade (alergias), 
sobredose de medicamentos são causas cada vez menos frequentes de PCR por fator 
anestésico. 
Causas específicas: 
• Anafilaxia perioperatória (BNM, látex, hipnóticos, opióides, coloides, antibióticos). 
• Intoxicação por anestésicos locais e outros: benzodiazepínicos, opióides, 
antidepressivos tricíclicos, cocaína, ß-bloqueadores, BCC, digoxina, cianetos, monóxido 
de carbono, pesticidas agrícolas. 
• Distúrbios hidroeletrolíticos: magnésio, potássio e cálcio. 
• Hipotermia maligna. 
Prevenção: 
• Conhecimento das causas possíveis/prováveis. 
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• Monitorização e atenção contínua. 
• Antecipação dos problemas de cada tempo/tipo de cirurgia. 
• Protocolos preventivos e transfusionais institucionais. 
• Proteção legal da equipe médico-hospitalar. 
 
Processual de anestesiologia 
1) Por que considerar a “Segurança do Paciente” como uma questão estratégica e uma prioridade em 
saúde pública em todo o mundo? 
 A segurança do paciente que envolve, principalmente, medidas para reduzir os riscos e mitigar 
os eventos adversos, visam diminuir a taxa de mortalidade e morbidades dos pacientes que 
necessitem de internação. Os eventos adversos são classificados como danos causados pelo cuidado 
à saúde e não pela doença de base, que aumentou o tempo de permanência do paciente ou então 
resultou em sua incapacidade no momento da alta. 
 Portanto, é uma questão estratégica e de prioridade em saúde pública porque tem como 
objetivos diminuir o custo devido a prejuízos financeiros que os eventos adversos causavam e também 
de diminuir a taxa de morbimortalidade dos pacientes hospitalizados. 
 
2) Descreva os principais eixos de abordagem e atuação do Programa Nacional de Segurança do 
Paciente do Ministério da Saúde; 
• Eixo 1: O estímulo a uma prática assistencialsegura. 
 Conjunto de protocolos básicos a serem elaborados e implantados: prática de higiene das mãos 
em estabelecimentos de saúde; cirurgia segura; segurança na prescrição, uso e administração de 
medicamentos; identificação de pacientes; comunicação no ambiente dos estabelecimentos de saúde; 
prevenção de quedas; úlceras por pressão; transferência de pacientes entre pontos de cuidado; e uso 
seguro de equipamentos e materiais. Foram implantados devido ao pequeno investimento necessário 
para a sua implantação e a magnitude dos erros e eventos adversos decorrentes da falta deles. 
 Foram desenvolvidos planos pelos núcleos de segurança do paciente nos estabelecimentos de 
saúde que pretendem fornecer uma compreensão global do domínio da segurança do paciente. E tem 
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por objetivo representar um ciclo de aprendizagem e de melhoria contínua, realçando a identificação, 
a prevenção, a detecção e a redução do risco; a recuperação do incidente e a resiliência do sistema. 
 Deverão ser criados os Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) nos estabelecimentos de saúde 
para promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente. Sendo que 
os NSP hospitalares terão conformações diferenciadas dos NSP em estabelecimentos de saúde não 
hospitalares. 
 Instituídos os sistemas de notificação de incidentes. 
 E, por fim, o sistema de notificação de eventos adversos no Brasil, que tem como objetivo a 
detecção precoce de problemas relacionados a esse uso para desencadear as medidas pertinentes 
para que o risco seja interrompido ou minimizado. 
• Eixo 2: Envolvimento do cidadão na sua segurança. 
 É um programa da OMS que estabelece que haverá melhoras na segurança dos pacientes se os 
mesmos forem colocados nos centros de cuidados e incluídos como parceiros. 
 Corresponsabilidade e vínculos solidários rementem a uma perspectiva de envolvimento do 
paciente e de seus familiares no cuidado. 
• Eixo 3: inclusão do tema segurança do paciente no ensino. 
 Inclusão do tema no ensino técnico e de graduação, pós-graduação na área de saúde e na 
educação permanente dos profissionais da saúde. 
 Na educação permanente, os estabelecimentos de saúde necessitam incorporar as novas 
tecnologias em um programa de educação permanente dos profissionais de saúde. 
 Na pós-graduação, tem como papel central na indução da produção, sistematização e na difusão 
dos conhecimentos sobre segurança do paciente. Necessário ofertar oportunidades de capacitações 
aos participantes, nas modalidades de aperfeiçoamento, de atualização e de especialização, 
presenciais, semipresenciais e a distância. 
 Na graduação em saúde, foi criado o guia para a organização do currículo de segurança do 
paciente multiprofissional para auxiliar as escolas de odontologia, medicina, enfermagem e farmácia 
a ensinar segurança do paciente. Tem por finalidade: contribuir para uma cultura de segurança do 
paciente; trabalhar em equipe para a segurança do paciente; comunicar eficazmente para a segurança 
do paciente; gerenciar os riscos de segurança; otimizar fatores humanos e o meio ambiente; 
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reconhecer, responder e divulgar eventos adversos. 
• Eixo 4: O incremento de pesquisa em saúde do paciente. 
 Centrado em 5 componentes: medir o dano; compreender as causas; identificar as soluções; 
avaliar o impacto; transpor a evidência em cuidados mais seguros. 
 Tem por objetivo chamar a atenção dos gerentes, dos profissionais e da sociedade em geral para 
a questão da segurança nos estabelecimentos de saúde e identificar áreas críticas, bem como orientar 
o estabelecimento sobre prioridades. 
 
3) A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou em 2007 O Segundo Desafio Global para a Segurança 
do Paciente: Cirurgias Seguras Salvam Vidas. Este programa busca aumentar a segurança da 
assistência cirúrgica. Descreva as quatro principais áreas, identificadas pelos grupos de trabalho, nas 
quais progressos podem resultar em avanços significativos nesta assistência. 
 1. Prevenção de infecções do sítio cirúrgico: uma das causas mais comuns de complicações 
cirúrgicas sérias. Evidências mostram que medidas comprovadas são seguidas de maneira 
inconsciente. 
 2. Anestesia segura: complicações anestésicas continuam sendo uma causa substancial de 
mortes cirúrgicas em todo o mundo. 
 3. Equipes cirúrgicas seguras: centro de todos os sistemas que funcionam de maneira eficaz e 
que envolvem muitas pessoas. Dependem de sua cultura e de seus padrões de comunicação, bem 
como das habilidades médicas e da consciência dos membros da equipe sobre os riscos envolvidos. 
 4. Mensuração da assistência cirúrgica: problema na segurança cirúrgica tem sido a escassez de 
dados básicos. A vigilância de rotina para avaliar e mensurar os serviços cirúrgicos deve ser 
estabelecida se os sistemas de saúde pública pretendem assegurar o progresso da segurança da 
assistência cirúrgica. 
 
4) Descreva os dez objetivos essenciais para a segurança cirúrgica definidos pela OMS no Programa 
Cirurgias Seguras Salvam Vidas 
1. Equipe operará o paciente certo e o sítio cirúrgico certo. 
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2. A equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de anestésicos, 
enquanto protege o paciente da dor. 
3. A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou de função 
respiratória que ameacem a vida. 
4. A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de grandes perdas 
sanguíneas. 
5. A equipe evitará a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica sabiamente de 
risco ao paciente. 
6. A equipe usará de maneira sistemática, métodos conhecidos para minimizar o risco de 
infecção do sítio cirúrgico. 
7. A equipe impedirá a retenção inadvertida de compressas ou instrumentos nas feridas 
cirúrgicas. 
8. A equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes cirúrgicos. 
9. A equipe se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para a condução segura 
da operação. 
10. Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina sobre a 
capacidade, volume e resultados cirúrgicos. 
 
5) Descreva os principais aspectos da Lista de Verificação cirúrgica da OMS, parte integrante do 
projeto Cirurgias Salvam Vidas da mesma instituição. 
 A Lista de Verificação é guiada em 3 princípios. Ajudará a assegurar que as equipes sigam de 
maneira consistente as etapas críticas de segurança e minimizem os riscos evitáveis mais comuns que 
colocam em risco as vidas e o bem estar dos pacientes cirúrgicos. 
1. Simplicidade: medidas simples serão mais fáceis de instituir e podem ter profundos efeitos em 
vários cenários. 
2. Ampla aplicabilidade: o objetivo é alcançar todos os ambientes e cenários desde os mais ricos 
em recursos aos mais pobres. 
3. Possibilidade de mensuração: mensuração do impacto. Medidas significativas devem ser 
identificadas mesmo que estejam relacionadas apenas a processos substitutos; devem ser 
também razoáveis e quantificáveis pelos praticantes em todos os contextos.

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