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Monitorização Hemodinâmica Uma pequena revisão Temos a Sístole com 3 fases, onde: Na primeira fase ocorre a contração isovolumétrica, após o QRS e um aumento gradativo da pressão intraventricular que não é suficiente para abrir as valvas pulmonar e aórtica. 80% do oxigênio do miocárdio é consumido. Na segunda fase, ocorre a ejeção ventricular rápida, sendo suficiente para abrir as valvas, com uma rápida ejeção de até 85% do volume ventricular, ocorrendo durante o seguimento ST do ECG. Na terceira fase, ocorre a ejeção ventricular lenta na onda T do ECG, com uma ejeção lenta do restante do sangue até as valvas se fecharem. Já na Diástole, as 3 fases ocorrem da seguinte forma: Na primeira fase, ocorre o relaxamento isovolumétrico com o fechamento das valvas, seguindo a onda T no ECG. Na segunda fase, ocorre um enchimento ventricular rápido com abertura das valvas atrioventriculares e preenchimento de 2/3 do volume ventricular de forma passiva e rápida, em que há pressões atriais e ventriculares equalizadas caracterizando o enchimento ventricular lento. Na terceira fase, temos a sístole atrial que determina o volume final ventricular e corresponde a onda P no ECG. A Frequência cardíaca é o mecanismo compensatório comum. Até certo limite, o aumento da FC determina aumento proporcional do DC (40-140 bpm) taquicardia x bradicardia. A Pré-carga refere-se ao grau de estiramento da fibra miocárdica ao final da diástole (volume final dos ventrículos), em que se utiliza a medida da pressão diastólica final dos ventrículos como estimativa. A Pós-carga refere-se à impedância ou resistência oferecida ao esvaziamento ventricular. Os fatores determinantes são volume e massa do sangue, massa e espessura da parede ventricular e características anatômicas e funcionais da circulação. Na prática clínica: RVS e RVP. A Contratibilidade é o estado inotrópico do miocárdio-capacidade inerente de encurtamento das fibras miocárdicas, independente das variações da pré-carga, em que os fatores dependentes são: efeitos do SNS no coração, mudanças metabólicas (acidoses) e uso de drogas inotrópicas. O Volume sistólico é o volume de sangue ejetado da sístole ventricular (volume diastólico final –volume ventricular final) Uso da pressão diastólica final dos ventrículos como estimativa. Lei de Frank Starling Há correlação entre o estiramento miocárdio e desempenho cardíaco até um limite fisiológico, com deterioração ventricular quando ultrapassado. A relação entre volume e pressão diastólicos depende da complacência miocárdica. Monitorização Hemodinâmica não invasiva A monitorização é a base da estruturação de uma Unidade de Terapia Intensiva que tem por objetivo avaliar as possíveis alterações hemodinâmicas em tempo hábil, permitindo o estabelecimento de uma terapia adequada imediata com uma boa relação custo x benefício. Além disso, expõe o paciente a riscos mínimos, compreendendo elementos que não desde a anamnese, observação, exame físico e uso de materiais e monitores específicos. Monitor Multiparamétrico Qual o melhor monitor? Aquele minimamente invasivo amplamente aplicável, precisão, fácil uso e operação à beira do leito, claro na demonstração e interpretação dos dados, melhor custo efetivo, uso neonato à adulto, que minimize ao máximo as interferências externas e que possua entradas para medidas invasivas. Monitorização eletrocardiográfica Registo da atividade elétrica cardíaca na superfície do tórax, através de eletrodos dispostos no tórax do paciente; O monitor capta os sinais elétricos gerados pelo coração e os reproduz em uma tela do osciloscópio, sob a forma de um eletrocardiograma contínuo; A American Heart Association (AHA) recomenda a monitorização contínua de ECG (recomendação classe I). São utilizados cabos de: 3 vias (derivações bipolares) e 5 vias (derivações bipolares e derivações periféricas). Frequência Cardíaca O monitor capta os estímulos elétricos através de eletrodos e considera cada sístole como um batimento cardíaco. Valores Normais: 60 – 100 bpm. Frequência Respiratória É adquirida pelos movimentos de inspiração e expiração e deve levar em conta a frequência, a profundidade, o ritmo e a característica da respiração do indivíduo. Valores normais: 16 – 20 ipm. No monitor, a medida da FR é feita através de sensor colocado no cabo do ECG, frequentemente apresenta interferências. Oximetria de pulso Tem o objetivo de avaliar a concentração de oxigênio na circulação periférica, com o método de espectrofotometria. A saturação reflete a quantidade de hemoglobina ligada ao oxigênio. É importante fazer rodizio do oxímetro. Valores Normais: 96% a 100% Temos alguns fatores que influenciam na leitura da oximetria: luz do ambiente, posicionamento de localização do leitor, movimentação do paciente, pigmentação da pele, baixa perfusão periférica, calafrios, inquietação no leito, esmalte de unha e edema. Capnometria É o registro da concentração do CO2 no final da expiração, sendo utilizada como um parâmetro indicativo de acidose incipiente e como ferramenta de auxílio no desmame respiratório. Valores Normais: 30 – 40 mmHg. Pressão arterial não invasiva (Pni) Pressão arterial: PA = DC x RVS. PAM: PAD + PS – PD/3 Pressão arterial sistólica: 90-140 mmHg Pressão arterial diastólica: 60-90 mmHg Pressão arterial média: 60-105 mmHg O método indireto auscultatório é de fácil manuseio, equipamento mínimo, variação do examinador, manguito pequeno (hiperestima valor), manguito grande (hipoestima valor), manguito frouxo (hiperestima valor), necessidade de calibração do aparelho Em pacientes chocados, não é confiável. O método indireto automatizado é com eliminação variação do examinador, medidas frequentes, atividade muscular interfere na aferição, incômodo para o paciente, difícil na presença de lesões de pele Em pacientes chocados, o valor não é confiável. Monitorização Hemodinâmica Minimamente Invasiva Consistem em métodos minimamente invasivos, através dos quais valores hemodinâmicos importantes são obtidos Pressão arterial invasiva, pressão venosa central, medida de débito cardíaco contínuo e medida de saturação venosa central contínua. (Cateter geralmente menor que 10 cm, monolúmem e possui modelos femoral e radial). Indicações Hipotensão ou hipertensão arterial grave; Instabilidade hemodinâmica Colapso circulatório; Hemorragias Pós-reanimação cardiopulmonar Choques diversos; Infusão de drogas vasoativas Grandes cirurgias; Politraumas graves Instabilidades respiratórias graves. Locais de Punção Artéria radial, artéria femoral, artéria pediosa e axilar. Teste de Allen Uso em canulação de artéria radial que permite certificar-se que a artéria ulnar supre o fluxo da artéria radial. Sistema de Monitorização Sistema elétrico: visualização das ondas de pressão e valores numéricos na tela do monitor; Sistema de fluidos: finalidade de transmitir o sinal até o transdutor de pressão, adaptado a uma solução fisiológica sob pressurização de 300 mmHg (irrigação contínua de 0,4 ml/h) e Cateter intravascular. Materiais Acesso vascular para mensuração da pressão; kit transdutor; suporte para soro e transdutor; bolsa pressurizadora; solução salina heparinizada (0,5 ml de Heparina para 500 ml de SF 0,9%) e monitor. Complicações Dor Vasoespasmo Hematomas Hemorragias Infecção Comprometimento vascular Isquemia Embolização arterial Cuidados de Enfermagem Realizado manobra de Allen Analisar parâmetros e morfologiada curva Garantir permeabilidade do cateter Zerar o sistema em relação à atmosfera Preparar o material para punção Monitorar alarmes Monitorar frequentemente a circulação do pulso, da coloração, da temperatura e da movimentação do membro cateterizado. Garantir integridade do sistema. Nivelar o domus de pressão com a linha axilar média. O catéter deverá ser removido entre 72 a 96 horas. Desequilíbrio Ácido Básico A manutenção do Ph no sangue é vital para os processos vitais (Desnaturação proteica). O Ph é relacionado diretamente com a concentração de H+ no sangue, em que os sistemas renais e respiratórios são os responsáveis pela manutenção da concentração adequada de H+ (sistemas tampão). Conceitos Sistema Tampão Pulmonar: Controlados pelo bulbo, os pulmões ajustam a ventilação em resposta à quantidade de CO2 no sangue arterial e possui resposta rápida de 10 a 30 minutos. Renal: excretam ácidos não voláteis e regulam o nível sérico de HCO3 por meio da reabsorção tubular do mesmo e pela excreção de íons H+. Possui resposta mais lenta (horas ou dias). Tampão Pulmonar Em caso de acidose Alta concentração de H2CO3 Diminuir CO2 Aumentar frequência respiratória. Em caso de alcalose Baixa concentração de H2CO3 Aumentar CO2 Diminuir a frequência respiratória. Tampão Renal Em caso de acidose Alta concentração de H2CO3 Diminuir H+ Eliminar H+ na urina. Em caso de alcalose Baixa concentração de H2CO3 Diminuir H+ Eliminar HCO3 na urina. Valores de Referência Causas de desequilíbrio ácido básico na UTI: alterações respiratórias e metabólicas, distúrbios hidroeletrolíticos, distúrbios renais, intervenções, tratamentos, sistema aberto de drenagem gástrica, infusão de medicamentos, etc. Acidose Respiratória Causas: doença pulmonar obstrutiva crônica, sedação excessiva e outras causas de depressão do sistema respiratório, distúrbios neuromusculares, hipoventilação com ventilador mecânico, etc. Tratamento: corrigir o distúrbio que originou a alteração ventilatória. Alcalose Respiratória Causas: hipóxia, ICC, ansiedade, embolia pulmonar, fibrose pulmonar, hiperventilação com ventilador mecânico, febre, etc. Tratamento: Corrigir o distúrbio que originou a alteração ventilatória. Acidose Metabólica Causas: acúmulo de ácidos não voláteis (choque, sepse) ou perda de bicarbonato (distúrbios renais) Tratamento: Corrigir o distúrbio que originou a alteração. Administração de bicarbonato. Alcalose Metabólica Causas: perda de líquido ácido do TGI, rápida correção de hipercapnia crônica, terapia com diuréticos como furosemida e tiazídicos, tratamento com corticosteroides, hipocalemia, etc. Tratamento: corrigir as alterações que acarretaram o distúrbio metabólico. Gasometria Arterial O Teste de Allen avalia a patência das artérias responsáveis pela perfusão da mão. As contraindicações para a gasometria arterial são: Discrasias sanguíneas; Não puncionar sítios que possuem lesões, infecções, aneurismas, fístulas, arterites, próteses ou enxertos. Circulação colateral inadequada, avaliada pelo teste de Allen. As complicações da gasometria arterial são: Dor, infecção, sangramento e hematomas locais. Espasmo e trombose arterial. Isquemias. Lesão arterial e nervosa. Pseudo-aneurismas. Deslocamento de placa de ateroma com embolia periférica, mais frequente na artéria femoral. Insuficiência Respiratória Aguda Incapacidade dos pulmões de exercerem suas funções básicas de ventilação e oxigenação, resultando em prejuízo das trocas gasosas, que leva à hipoxemia e\ou hipercapnia. (PADILHA, K.G, et all, 2010) Síndrome multicausal que desencadeia o desconforto respiratório: taquidispnéia, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal e dificuldade para falar. (GUIMARÃES, H.P., et all, 2009). Tipo 1 ou Hipoxêmica Ocorre o predomínio da hipoxemia. Há um desequilíbrio ventilação/perfusão: presença de shunt, efeito espaço morto, hipoventilação ou alteração da difusão dos gases na membrana alvéolo-capilar. Em casos de: SARA, pneumonias, atelectasias, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase afogamento, DPOC, asma grave, pneumotórax. Tipo 2 ou Ventilatória Ocorre o predomínio da hipercapnia. A retenção de CO2 é decorrente da hipoventilação alveolar, ou seja, diminuição da entrada de O2 e dificuldade da eliminação de CO2. Em casos: Alterações do SNC, alterações neuromusculares e periféricas, disfunção da parede torácica e pleura e obstrução das vias aéreas superiores. Sinais e Sintomas Condutas de Enfermagem Assistência Ventilatória Máscara Laríngea Combitube Síndrome Respiratória Aguda - SARA É uma lesão pulmonar aguda, associada a um edema pulmonar agudo não hidrostático e hipoxemia severa com altas taxas de mortalidade (dependente do fator etiológico). Quatro sinais principais Evolução Aguda: Taquipneia; Hipoxemia, diminuição da complacência do sistema respiratório e infiltrados pulmonares difusos, aparentes na radiografia de tórax. Edema pulmonar não cardiogênico caracterizado pelo aumento da permeabilidade da membrana alvéolo- capilar, com extravasamento de células e proteína para o interstício pulmonar. Causas A principal causa é a sepse, porém existem casos de injúria direta: aspiração, infecção pulmonar, afogamento, confusão pulmonar, embolia gordurosa e toxicidade pelo oxigênio. Em caso de injúria indireta: síndrome séptica, politraumatizado, politransfusão, choque, grandes queimados, pancreatite, “by-pass” cardiopulmonar, intoxicação exógena, coagulação intravascular disseminada e excesso de fluidos. Como tratar? Ventilação mecânica e resolução do problema desencadeante. Na fisioterapia: Ventilação Mecânica Consiste na utilização de um ventilador pulmonar artificial com insuficiência respiratória aguda ou crônica. A diferença fundamental entre a ventilação espontânea (VE) e a ventilação mecânica (VM), é que a entrada dos gases através do ventilador gera uma pressão intratorácica positiva. Indicações da Ventilação Hipoventilação e apneia Insuficiência respiratória/hipoxemia Falência mecânica do aparelho respiratório Prevenção de complicações respiratórias Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular Instabilidade cardiocirculatória grave Após reanimação cardiopulmonar Glasgow menor ou igual a 8. Princípios Físicos da Ventilação Fluxo: é a passagem de gás que liberamos por um período de tempo (l/min ou l/s). Volume: é a resultante de um fluxo liberado por um período de tempo e acumulado em um reservatório (pulmão). Pressão: sempre que acumulamos um gás em um reservatório teremos uma pressão diretamente proporcional ao volume e a complacência do reservatório. Parâmetros da Ventilação Volume Corrente Tempo Inspiratório Tempo Expiratório Frequência Respiratória (Fr) Pico de Pressão Inspiratória PEEP Prevenção e tratamento do colapso pulmonar. Aumenta a eficácia da oxigenação. Recupera alvéolos colapsados. Redistribui a água pulmonar extravascular. Aumenta a capacidade residual funcional. Melhora a complacência e a oxigenação. Indicação: Pacientes com PaO2 < 60 mmHg (Sat. < 90%) em FiO2 > 0,50. Aumenta a eficácia da oxigenação permitindo FiO2 menor, reduzindo o risco de toxicidade pulmonar pelo oxigênio. Fração Inspiradade Oxigênio (FiO2) É a quantidade percentual de oxigênio ofertada ao paciente nos ventiladores mecânicos, variando de 21% a 100%. Apesar de ser adequada conforme os valores da PaO2, uma alta FIO2 pode ser prejudicial aos pulmões. Trigger ou Sensibilidade Permite ajustar o esforço inspiratório do paciente necessário para abrir a válvula inspiratória e iniciar o ciclo ventilatório, com um valor geral de 0,5 a 2 cm/H20. O valor deve ser baixo o suficiente para que o paciente possa iniciar o ciclo facilmente, mas não tão alto que não permita o disparo pelo paciente. Ciclos Ventilatórios Fase inspiratória: pulmões insuflados por pressão positiva. Fase expiratória: gases eliminados passivamente (pressão interalveolar = pressão atmosférica). Ciclo assistido: o início do ciclo se dá pelo paciente, através do estímulo respiratório do SNC (drive). Ciclo controlado: os ciclos são deflagrados pelo ventilador, a partir de uma frequência determinada. Ciclo espontâneo: o paciente continua acoplado ao CM, porém controla a Fr, fluxo e volume. Volume ou Pressão Controlada Ventilação volume-controlada A inspiração é finalizada assim que um volume pré-determinado é alcançado, devendo ser ajustado previamente o volume e o fluxo; Ventilação pressão-controlada A ciclagem ocorre quando o tempo inspiratório programado é atingido, sendo é limitada por uma pressão previamente definida, ajustando-se previamente a pressão inspiratória e o tempo inspiratório; É indicada em pacientes com comando respiratório central limítrofe ou abolido e com fadiga respiratória, podendo levar à atrofia dos músculos respiratórios. Ventilação assistida-controlada O respirador oferece ciclos controlados, caso o paciente não apresente esforços respiratórios, e oferece ciclos assistidos, caso o paciente apresente esforço inspiratório. É indicada como forma inicial de ventilação para quase todos os pacientes. Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (Simv) O respirador oferece um primeiro ciclo controlado e depois deixa o paciente apresentar ciclos espontâneos, dentro de um tempo determinado pela FR. A frequência respiratória deve ser em torno de 10rpm e para frequências muito baixas, deve se programar alarmes de apneia. Pressão contínua nas vias aéreas (Cpap) Ocorrem apenas ciclos espontâneos sob pressão positiva, em que a diferença entre o modo espontâneo é a pressão, que no CPAP é pré-determinada e no espontâneo fica igual à pressão atmosférica. É indicada em caso de desmame ventilatório em pacientes com atelectasia e pode ser realizado através de máscara facial. Pressão de Suporte (Psv) Durante a inspiração há liberação da pressão positiva pré-ajustada, que complementa o esforço do paciente, em que a ventilação é ciclada a fluxo e o disparo é feito pelo paciente. As indicações são para paciente em desmame ventilatório, com problemas de atelectasia ou fadiga muscular. Modos Ventilatórios Alarmes Alarme de pressão (alta e baixa). Alarme de volume minuto. Alarme de blender (diferença de pressão na rede). Alarme de alta e baixa frequência. Alarme de apneia. Alarme de queda de energia. Outros alarmes. Fatores que interferem na VM Complicações da VM Problemas mecânicos: Falhas no funcionamento do aparelho; problemas com conexões e circuitos; parâmetros incorretos e alarmes. Problemas nas vias aéreas: A desconexão; extubação; cânula mal posicionada; escapes; lesão de partes moles; obstrução da cânula; broncoespasmo; espasmo de glote. Complicações pulmonares: Toxicidade pelo oxigênio: Complicação das vias aéreas: Complicações infecciosas: Desmame da VM Vm – suporte de vida 20% apresentam falha na extubação Mais de 40% do tempo de VM será de desmame. VPM prolongada – associada complicações, tempo de internação e custos de internação. Extubação prematura – aumento da morbidade e mortalidade. Fatores dependentes: força da musculatura respiratória, carga imposta, drive respiratório (nível de consciência), falha na resolução da causa básica e complicações relacionadas à ventilação. Elementos para otimizar o desmame Determinar causa da dependência do ventilador, com o objetivo de corrigir problemas como: troca gasosa, balanço hídrico, estado mental, distúrbios ácido- básicos e eletrolíticos, considerar fatores psicológicos, otimizar postura e prover mobilização. Coadjuvantes do desmame Protocolos de despertar diário e de desmame de sedação. Drogas: Metadona. Fisioterapia Modo de ventilação espontâneo. Critérios para extubação do paciente Respirar espontaneamente. Reflexos protetores de vias aéreas presentes. Obedecer a ordens simples (ECGl > 8). Estabilidade hemodinâmica. SpO2 90 com FIO2 0, 21. Não manifestar sinais de bloqueio neuromuscular residual. Força inspiratória máxima < - 25 cm/H2O Volume corrente > 7 mL /kg. Capacidade vital > 10 mL/kg. PaCO2 < 40 mmHg. Ventilação Não invasiva (Vni) É um suporte ventilatório com pressão positiva aplicado sem a utilização de uma via área artificial. Vários estudos têm mostrado a redução de morbimortalidade quando há uso da VNI. É indicada em casos de: DPOC descompensada e edema agudo de pulmão cardiogênico. Os objetivos da VNI são: aliviar sintomas, reduzir o trabalho respiratório, melhorar ou estabilizar as trocas gasosas, proporcionar conforto respiratório, minimizar riscos associados à via aérea artificial e evitar intubação traqueal. Existem contraindicações relacionadas à VNI: Parada respiratória, instabilidade hemodinâmica grave, diminuição da consciência, sonolência, confusão, pacientes não colaborativos, pós-operatório de cirurgia facial ou esofágica, trauma ou queimadura facial, risco de aspiração, distensão abdominal, náuseas e vômitos, além de sangramento digestivo alto. Lesão Renal Aguda A insuficiência renal aguda, ou lesão renal aguda é caracterizada pelo aumento nos valores de creatinina 1,5 a 2 vezes do valor basal (1,4 é o normal) e/ou redução do fluxo urinário de 0,5ml/kg/h por período de 6 horas. Somente o rim elimina a creatinina. Os capilares enovelados do glomérulo, onde o sangue circula em alta pressão, deixam parte deste para extravasar para a cápsula renal. O cálculo do débito urinário é a partir do peso da pessoa: Diurese normal: 0,5 a 1,0 ml/kg/h. Oligúria: 0,3 a 0,5ml/kg/h. Anúrico: < 0,3ml/kg/h. Pega o valor de quantidade final de xixi em ml/hora/peso para saber se a diurese está normal. Estimulamos os rins, a partir do uso de diuréticos. A prevalência em UTI é de 4,8%, com índice de mortalidade de 43,6% e mortalidade hospitalar de 76,3%. Etiologia Podemos classificar em 3 grupos 1. Lesão renal aguda pré-renal: representa 60 a 70% dos casos; resposta fisiológica diante da redução da perfusão renal: diminuição da volemia ou isquemia renal. 2. Lesão renal aguda intra-renal: 25 a 40% dos casos; determinada por fatores intrínsecos ao rim: lesões isquêmicas e nefrotóxicas. 3. Lesão renal aguda pós-renal: 5 a 10% dos casos; obstrução do fluxo urinário desde os canais coletores do rim até o orifício ureteral externo. A causa mais comum na UTI é a necrose tubular aguda (NTA), desencadeada por eventos isquêmicos e nefrotóxicos. Tratamento da lesão renal Consiste na prevenção e limitação da extensão da lesão renal. As terapias de substituição renal têm por objetivo manter a homeostase do paciente atéque os fatores clínicos que precipitaram a LRA sejam eliminados: 1. Controle hidroeletrolítico 2. Controle da acidose 3. Controle da hipercalemia (excesso de potássio (pode levar a arritmia). 4. Síndrome urêmica (Traz ao paciente uma cor mais ocre, devido ao depósito de ureia nos melanócitos). Prevenção do LRA Reposição de perdas sanguíneas; Correção de distúrbios hidroeletrolíticos; Identificar os pacientes com risco: diabéticos, nefropatas, pacientes desidratados, coronariopatas e idosos. Aplicar protocolos de proteção à radiocontrastes. (Bastante ingestão de líquidos e corticoides antes e depois). Acompanhamento dos exames laboratoriais diários. Atentar para a administração de medicações nefrotóxicas. Hemodiálise Fisiologia do Sistema Cardiovascular - Duração prolongada da potencial de ação do músculo cardíaco PA atrial de 0,15 s e PA ventricular de 0,3 s. - Lei do “tudo ou nada do coração”. - Ritmicidade automática do músculo cardíaco alta permeabilidade das fibras musculares ao sódio. Lei de Frank Starling Há correlação entre o estiramento miocárdio e desempenho cardíaco até um limite fisiológico, com deterioração ventricular quando ultrapassado. A relação entre volume e pressão diastólicos depende da complacência miocárdica. Sístole 1º fase: contração isovolumétrica Ocorre após o QRS, ocorrendo o aumento gradativo da pressão intraventricular que não é suficiente para abrir as valvas pulmonar e aórtica. (80% do O2 do miocárdio é consumido). 2º fase: ejeção ventricular rápida A pressão ventricular é suficiente para abrir as valvas e rápida ejeção de até 85% do volume ventricular, ocorrendo durante o seguimento ST do ECG. 3º fase: ejeção ventricular lenta Onda T do ECG, com ejeção lento do restante do sangue até as valvas se fechares. Caráter Sincinal do Músculo Cardíaco As fibras musculares cardíacas são interligadas entre si – sincício. As valvas cardíacas Valvas semilunares e Valvas atrioventriculares. Estenose valvar: estreitamento das válvulas. Insuficiência cardíaca: diminuição do sangue que sai do ventrículo. Controle Nervoso do Coração Sistema nervoso autônomo: Estimulação simpática e parasimpática. Frequência Cardíaca É o mecanismo compensatório comum, em que até certo limite, o aumento da FC determina um aumento proporcional do DC (40 – 140 bpm) taquicardia x bradicardia. Pré-Carga Refere-se ao grau de estiramento da fibra miocárdica ao final da diástole- volume diastólico final dos ventrículos, utilizando-se a medida da pressão diastólica final dos ventrículos como estimativa. Pós-Carga Refere-se à impedância ou resistência oferecida ao esvaziamento ventricular. Os fatores determinantes são: volume e massa do sangue, massa e espessura da parede ventricular e características anatômicas e funcionais da circulação. RVS e RVP. Contratibilidade Estado inotrópico do miocárdio- capacidade inerente de encurtamento das fibras miocárdicas independente das variações da pré-carga. Os fatores dependentes são: efeitos do SNS no coração, mudanças metabólicas (acidoses) e uso de drogas inotrópicas. Volume Sistólico Volume de sangue ejetado da sístole ventricular (volume diastólico final – volume ventricular final) e uso da pressão diastólica final dos ventrículos como estimativa. Pressão Sanguínea Força que o sangue exerce contra a parede dos vasos, que determina a quantidade de sangue que chega aos capilares e é sempre da extremidade de maior pressão para a de menor pressão. Drogas Vasoativas Introdução São drogas que têm a propriedade de atuar no endotélio vascular das veias e artérias, podendo causar efeitos vasculares periféricos, cardíacos ou pulmonares, de efeito rápido e curto e dose-dependentes. Drogas Vasopressoras Dobutamina É uma catecolamina sintética que pode causar hipotensão pelo efeito em Beta-2. Tem ação inotrópica positiva e pouca ação nos tônus vasculares periféricos, além de ação específica em receptores Beta. Aumenta o débito cardíaco em 20 a 60%, com início de ação em 1 a 2 min e efeito de pico de 10 min e tl/2: 2 min. As doses altas favorecem o aparecimento de arritmias ventriculares e aumento da pressão arterial. Promove o aumento do consumo de 02 pelo miocárdio, tendendo a perder seus efeitos hemodinâmicos após uso prolongado. Tem como indicação: síndrome de baixo débito cardíaco após correção volêmica e oligúria com SvO2 menor que 70% (após a reposição volêmica). Adrenalina Estimula receptores alfa e beta- adrenérgicos, com início imediato de tl/2: 3 a 5 min. Eleva a PA através do aumento do DC, do VS e FC, em que o aumento da PA é proporcional à dose, até atingir um pico. Desvia o fluxo sanguíneo para o coração e SNC, com efeito deletério sobre a mucosa gástrica e diminui o fluxo esplênico. As indicações são: PCR, choque não responsivo aos vasoativos convencionais, mal asmático/crise de asma e reações anafiláticas com edema de glote. Noradrenalina É um agonista alfa-adrenérgico de vasoconstrição sistêmica com aumento da RVS e pequenas elevações sobre FC e DC. Pode provocar isquemias nos rins, pulmões e intestino de ação imediata: tl/2 1 a 2 minutos. Tem como indicações: choque (elevação da PA) – droga de primeira escolha e em pacientes em choque cardiogênico é imprescindível a associação com intrópico positivo. Vasopressina Drogas Vasodilatadoras Nitroprussiato de Sódio Nitroglicerina Cuidados de Enfermagem Assistência ao Paciente com IAM Introdução - Importância das doenças cardiovasculares; - Mortes por infarto agudo do miocárdio: 40 a 65% dos casos na primeira hora; 80% nas primeiras horas; Maior parte das mortes ocorrem fora do ambiente hospitalar por fibrilação ventricular. - Diminuição da mortalidade intra- hospitalar. Aterosclerose Processo complexo que se inicia quando o endotélio é danificado. As causas são: Elevados níveis de colesterol e triglicerídeos. Hipertensão. Tabagismo. Locais: Artérias coronárias, poplíteas, carótida interna e aorta abdominal. Substâncias inflamatórias: o ateroma enfraquece e se rompe. A cascata de coagulação e o trombo formado no local causam obstrução do fluxo. Sintomas: Oclusão de 75% ou mais. Circulação colateral Vasos colaterais: pequenas artérias que conectam duas de maior calibre ou segmentos de uma mesma artéria. Oclusão da artéria maior causa acúmulo de pressão e o fluxo é redirecionado para os vasos colaterais. Permite-se que o sangue flua ao redor de uma área de bloqueio por essas vias alternativas. Quadro clínico do Iam Dor ou desconforto precordial variável; Dor prolongada > 30 min sem alívio com o repouso. Sensação de constrição, opressão, peso que pode irradiar para MMSS; Dor na região epigástrica; Sudorese; Náuseas e vômitos; Ansiedade, inquietude e palidez cutânea; Hipertensão arterial atribuída à dor; Estertores pulmonares quando há ICC; Síndrome Coronariana Aguda Descreve pacientes que apresentam sintomas clínicos compatíveis com isquemia miocárdica aguda. Angina: sensação como pressão, aperto, peso, dor. Decorrente de aporte reduzido de oxigênio. Doença Coronária Marcadores de Necrose Miocárdica Diagnóstico de IAM: Quadro clínico sugestivo + alteração de ECG compatível. Os marcadores são: - 1ª: Troponina sérica: mais sensível e específico para necrose do miocárdio - 2ª:CKMB massa. Reconhecimento do IAM Elevação de ST > 1mm e 2 derivações consecutivas. Tratamento de Emergência ECG (<10 min) e tempo porta-agulha: 30 minutos. Morfina Por que? Diminui retorno venoso; Diminui pré-carga, consumo de O2, Diminui dor da isquemia Diminui ansiedade Quando? Dor persistente Evidências de congestão pulmonar (EAP). Contraindicações PAS < 90 mmHg. Náuseas e vômitos. Infarto de VD. DPOC. Broncoespasmo. Nitrato Por que? Diminui retorno venoso; Diminui pré-carga, consumo de O2, Diminui dor da isquemia. Dilata as artérias coronárias. Quando? Dor por SCA. HAS. ICC. Grande infarto anterior extenso. Contraindicações Infarto VD e medicações de disfunções eréteis. Aspirina Por que? Antiagregação plaquetária. Diminui mortalidade. Diminui reifarto não fatal. Efeito aditivo ao fibrinolítico. Quando? Todo paciente com IAM e AI. Contraindicações Alergia ao fármaco. Beta-Bloqueador Por que? Diminui FC e força de contração. Diminui o tamanho do infarto. Diminui arritmias. Diminui mortalidade. Diminui reinfarto. Quando? IAM (com ou sem supra de ST). Angina instável. Contraindicações FC < 50 bpm. ICC e EAP. DPOC. Clopidrogel Por que? Diminui a agregação plaquetária. Diminui a mortalidade e IAM não fatal. Diminui isquemia. Efeito aditivo à AAS. Quando? AI ou IAM (com ou sem supra de ST). Contraindicações Alergia ao fármaco. Heparina Por que? Anticoagulante. Diminui a mortalidade e IAM não fatal. Diminui a isquemia. Efeito aditivo ao AAS. Quando? AI ou IAM (com ou sem supra de ST). Após reperfusão com fibrinolítico específico (rt-PA, TNK). Contraindicações Após reperfusão com fibrinolítico não específico (STK). Uso de Fibrinolíticos Critérios para indicação de fibrinolíticos Dor > 30 minutos. Sem melhora com nitrato. Elevação do segmento ST. Bloqueio de ramo esquerdo. Principais fibrinolíticos Estreptoquinase (STK). Alteplase (st-PA). Tenecteplase (TNK). Ação da STK Converte o plasmiogênio em plasmina. A plasmina degrada a fibrina, o fibrinogênio, e outras proteínas pro- coagulantes plasmáticas. Classificação de Killip Cuidados de Enfermagem Ventilação/Oxigenação Monitorar saturação arterial com oxímetro de pulso. Realizar ausculta pulmonar. Avaliar gasometria arterial. Monitorar padrão ventilatório e necessidade de oxigênio suplementar. Encorajar movimentação do paciente. Circulação/Perfusão Monitorar PA e FC Manter acesso venoso permeável. Monitorar ECG de 12 derivações. Monitorar sinais de sangramento. Avaliar quanto a edema periférico, distensão de jugular, B3 e B4. Líquidos/Eletrólitos/Eliminação Realizar balanço hídrico. Monitorar ureia, creatinina, eletrólitos. Medidas para paciente evitar manobra de valsalva. Mobilidade/ Segurança Fornecer explicações sobre limitações. Avaliar resposta do paciente a todas as atividades. Fornecer ambiente seguro para evitar quedas. Integridade Cutânea Realizar mudança de decúbito. Avaliar condições da pele. Proteger proeminências ósseas. Nutrição Fornecer dieta apropriada: oral, enteral, parenteral. Monitorar albumina, colesterol, triglicerídeos. Conforto/ Controle da Dor Usar escala para avaliar quantidade da dor. Administrar adequadamente os analgésicos. Monitorar a resposta a dor. Proporcionar ambiente calmo e tranquilo. Educação em Saúde/ Planejamento de alta Explicar a importância de relatar todos os episódios de dor torácica. Iniciar educação em saúde em relação a dieta saudável, redução do estresse. Fornecer explicações a família. Fazer os devidos encaminhamentos. Eletrocardiograma Introdução Definição: É a representação visual da atividade elétrica do coração, conforme observação dos vários ângulos sobre a superfície cutânea, nos planos horizontal e frontal. A informação registrada no ECG representa os impulsos elétricos que estimulam a contração cardíaca. O ECG nos fornece evidências para confirmar um diagnóstico, juntamente com a história e o exame físico do paciente. Ele é uma ferramenta, uma técnica que estuda a atividade elétrica do coração. O ECG é feito na forma de um traçado sobre uma fita de papel ou é mostrado na tela de um osciloscópio. Cada fase do ciclo cardíaco é representada por ondas específicas que são captadas e registradas. A atividade elétrica é captada por um conjunto de eletrodos colocados em pontos específicos sobre o corpo em posições anatômicas padronizadas. Quando os eletrodos são fixados à pele, eles captam essas correntes elétricas e as transmitem para um eletrocardiógrafo. As correntes são então transformadas em ondas que representam o ciclo de despolarização – repolarização do coração. Esses eletrodos medem a direção da corrente elétrica descarregada pelo coração. Realização do Exame Para realizar o exame de eletrocardiografia, são necessários: o eletrocardiógrafo, os eletrodos periféricos e os eletrodos precordiais Derivações Derivações periféricas: Derivações bipolares (DI, DII e DIII); Derivações monopolares (AVF, AVL, AVR). Derivações precordiais: V1, V2, V3, V4, V5 e V6. Derivações bipolares: correspondem à diferença de potencial de ação entre os os membros. DI (diferença de potencial entre o braço D e o E); DII (diferença de potencial entre o braço D e a perna E) e DIII (diferença de potencial entre o braço E e a perna E. Derivações monopolares: correspondem aos potenciais de ação absolutos dos membros. AVRL (braço direito), AVR (braço esquerdo) e AVF (perna esquerda). Derivações precordiais: são os potenciais de ação em pontos específicos da superfície do coração. Traçado Eletrocardiográfico O papel é quadriculado, sendo 1mm de lado cada quadrado menor (“quadradinho”). A cada cinco quadradinhos a linha é mais forte tanto na horizontal como na vertical o que corresponde a um quadrado maior. A medida na horizontal de cada quadradinho corresponde a 4 centésimos de segundo (0,04s) e de um quadrado 0,20 s. A medida na vertical registra a amplitude das deflexões. Assim 1mm, ou seja, um quadradinho corresponde a 0,1 mVe dois quadrados -10mm equivale a 1mV. Análise do Eletrocardiograma Onda P É positiva obrigatoriamente em D1, D2 e aVFe negativa em aVR, com polaridade variável em D3 e aVL. - Amplitude = 2,5mm ou 0,25mV. Se maior indica sobrecarga atrial. - Duração = 0,10s-varia com a idade e FC. Aumento pode indicar crescimento atrial. Complexo QRS Os ventrículos têm uma grande massa, portanto ocorre grande deflexão –QRS. - Duração = 0,06 –0,10s. - Nem todos os complexos QRS tem todas as 3 ondas. - Duração: bloqueio de ramo (E ou D). Onda T - É positivo em v5, v6, D1, D2 e aVFe é negativo em aVR. - Amplitude: não há critérios bem definidos para a amplitude da onda T, possui uma forma assimétrica com seu ramo ascendente lento e o seu ramo descendente rápido. Eletrocardiograma normal - Ritmo. - Frequência Cardíaca. - Duração: onda p e intervalos PR, QRS e QT. - Morfologia da onda p e t. Determinação da Frequência Cardíaca Conta-se o número de quadrados grandes entre duas ondas Rs e dividir 300 pelo número encontrado e/ou conta-se o número de quadrados pequenos entre duas ondas Rs e dividir 1500 pelo número encontrado. Ritmo Sinusal Ritmo sinusal é o ritmo normal do coração.O impulso é originado no nó sinusal em ritmo regular em uma frequência regular. - Presença de onda P. - Onda P deve anteceder o complexo QRS. - Onda P deve ter a mesma morfologia em uma mesma derivação, ser positiva em D2 e negativa em aVr. - Intervalo RR regular. - Presença de QRS anômalos ou fora do ritmo. - Onda T deve acompanhar o complexo QRS. - Frequência Cardíaca: 60 a 100 bpm. - Duração: Onda p (0,10 s); Intervalo PR (0,12 a 0,20 s); Complexo QRS (0,06 a 0,10 s); Intervalo QT (0,42 a 0,44 s). - Verificar nivelamento do QRS com seguimento PT. - Verificar supra ou infra-desnivelamento de ST. Principais Arritmias Taquicardia Sinusal Bradicardia Sinusal Extra-Sístoles Fibrilação Atrial - Ausência de Onda P; - Presença de Onda T; - Pode haver irregularidade do ritmo; - Pode haver repercussão hemodinâmica: FA de alta e baixa resposta. Bloqueios Atrioventriculares (BAVT) Supra Desnivelamento de ST Fibrilação Ventricular Assistolia Avaliação Neurológica e Escalas Introdução - Avaliação do nível de consciência. - Avaliação das respostas neuromusculares. - Avaliação do nível de sedação. - As causas das alterações dos níveis de consciência são: Alterações metabólicas e alterações estruturais do SNC. Diâmetro Pupilar É mantido pelo sistema nervoso autônomo. Miose, Midríase, Isocóricas, Anisocóricas, Reflexo fotomotor Depende do nervo óptico (via aferente) e nervo oculomotor (via eferente). Movimentação Ocular Extrínseca Avaliado apenas em pacientes em coma Padrão de Resposta Motora - Observar movimentos espontâneos. - Avaliação de tônus muscular. - Avaliação de respostas após a indução a estímulo. Escalas de Avaliação do Nível de Consciência Escala de Coma de Glasgow Escala de Ramsay Avalia a adaptação à sedação Escala de Rass Trauma Cranioencefálico Trauma Cranioencefálico (TCE) É uma agressão ao cérebro, não de natureza degenerativa ou congênita, mas causada por uma força física externa, que pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, que resulta em comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico. (GUIMARÃES el all, 2009). Constitui qualquer agressão que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo. Introdução Aproximadamente 1,6 milhão atendimentos por TCE ocorrem por ano no Brasil. Principais causas do TCE: acidentes de trânsito- 60% a 70%, quedas 20%, agressões 12%, esportes e recreação 10%. - 70% são de lesões leves e 15% de lesões moderadas e 15% de graves. Quase 90% das mortes pré-hospitalares relacionadas ao trauma envolvem lesão cerebral. - A incidência de TCE é maior é maior para homens que para mulheres em mais de 2:1. - Mais de 50% dos pacientes com TCE está entre as idades de 15 e 24 anos - A taxa de mortalidade das lesões moderadas e graves são de 10% e 30% respectivamente; - Dos pacientes que sobrevivem, entre 50% a 90% apresentam algum tipo de lesão neurológica permanente; - Lesão Cerebral Primária: Ocorre no momento do trauma (trauma direto no encéfalo associado com lesões vasculares) Contusões, lacerações e lesão axonal difusa. - Lesão Cerebral Secundária: É determinada por processos complicadores, que se iniciam no momento do trauma. Hipotensão, hipóxia e hipocapnia. Classificação - A) Mecanismo: Fechado (colisões automobilísticas, quedas e agressões) e Penetrante (FAB e FAF) Integridade ou não da dura-máter. - B) Gravidade (Escala de Glasgow): Leve, moderada e grave. - C) Morfologia: Fraturas de Crânio e lesões intracranianas. Fraturas de Crânio Gravidade Score Grave 3-8 Moderado 9-12 Leve 13-15 Classificação Morfológica Focais - Contusões. - Hematoma epidural (HED). - Hematoma subdural (HSD). - Hematomas Intracerebrais (HSA). Difusas - Concussão leve. - Concussão Clássica. - Lesão axonal difusa. Concussão Leve - Consciência preservada, - Disfunção temporária. - Frequentemente passam despercebidas. - Paciente confuso, desorientado, mas sem amnésia - Totalmente reversível. Concussão Cerebral Clássica - Perda de consciência e amnésia pós- traumática. - Sua duração determina a gravidade da lesão. - Recupera consciência completa após 6 horas ou menos. - Geralmente não há sequelas. - CT normal. - Pacientes podem ter leve sonolência ou confusão. - Tratamento – Observação e evitar novos TCE principalmente nos esportes. Lesão Axonal Difusa - Lesões de alta velocidade com estiramento ou chacoalhamento do tecido cerebral. - Coma pós-traumático prolongado (dias a semanas). - Não resultante de lesão de massa ou lesões isquêmicas. - Evidências de decorticação ou descerebração. - Caso sobrevivam gravemente incapazes. - Lesões microscópicas: Mini hemorragias (petéquias) em substancia branca. - Geralmente exibem disfunção autonômica, como HAS, hiperhidrose e hiperpirexia. - Edema cerebral e aumento da PIC. - Mortalidade em 30 a 40%. Hematoma Hematoma Epidural (HEDA) - Ocorrem mais comumente por fratura da porção escamosa do osso temporal, em cuja face interna corre (em um sulco) a artéria meníngea média. - Uma lesão desta causa um hematoma entre o osso e a dura-máter, de formação rápida, porque a pressão no vaso é arterial. - Como a dura é aderida ao osso, os hematomas epidurais são circunscritos e arredondados. - Forçam o lobo temporal em direção medial e provocam hérnia de uncus. Hematoma Subdural (HSDA) - Mais frequente que hematoma epidural. - 30% dos TCEs. - Veia entre o córtex cerebral e o seio venoso. Recobrem toda a superfície do hemisfério. - Comprometimento cerebral mais grave. - O quadro clínico é de deterioração gradual das funções mentais e da consciência, chegando ao coma, devido à compressão cerebral. - Prognóstico mais reservado que epidural. - Tratamento precoce, se sintomático. - Mortalidade 59 a 69%; Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE) Acometem cerca de 30% da população mundial (2011). Problemas: alto índice de sequelas, aumentando a mortalidade. Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEh) Algumas causas para o AVEh são: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Angiopatia amiloide e Má formação arterio venosa (MAV). Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi) Algumas causas para o AVEi são: Tromboembolismo e Obstrução vascular ateromatosa. Fisiopatologia - Volume interno cerebral: parênquima encefálico, LCR, sangue e líquido extracelular (dentro da caixa rígida que é o crânio). - Sintomas: Relação entre a capacidade de complacência cerebral e as alterações no fluxo sanguíneo cerebral. Hipertensão Intracraniana - A Hipertensão Intracraniana (HIC) é a lesão secundária cerebral de maior importância em pacientes neurológicos internados na Unidade de Terapia Intensiva. - O aumento da PIC desencadeia uma diminuição da Pressão de perfusão cerebral (PPC) e do fluxo sanguíneo cerebral (FSC). - PPC= PAM – PIC. - PPC>70 - As intervenções de enfermagem, de modo geral, aumentam a PIC. Monitorização de Pressão Intracraniana Permite verificar o equilíbrio no compartimento intracraniano, para garantir a oferta de O2, de modo que não haja isquemia encefálica. Objetivos: - Detectar a elevação da PIC de forma precoce. - Fornece informações para intervenções. - Prevenção de lesões secundárias. - Limitar o uso de terapêuticas para reduzir PIC de modo indiscriminado.- Permitir avaliar a resposta de tratamentos específicos. - Auxiliar na determinação do prognóstico. Cateter Intraventricular Cateter inserido no ventrículo lateral e conectado por meio de um sistema preenchido com SF e ligado a um transdutor. Parafuso subaracnóide O cateter é inserido através de uma trepanação no crânio e na dura-máter até atingir o espaço subaracnóideo. Sistema de fibra óptica Os transdutores são acoplados a sistemas de fibra-óptica, que podem sem colocados intraventricular, intraparenquimatosa e subaracnóidea. Interpretação dos dados obtidos Valor da PIC - PIC< 10mmHg: normal. - PIC entre 11 e 20mmHg: levemente elevada. - PIC entre 21 e 40mmHg: moderadamente elevada. - PIC > 41mmHg: HIC grave. Onda de pressão intracraniana Medidas de Neuroproteção Intervenções, não necessariamente farmacológicas, que agem diretamente nos mecanismos intracelulares cerebrais, visando redução de danos e recuperação de áreas ainda viáveis. Realizadas em paciente que apresentam lesão cerebral grave ou risco de lesão cerebral: TCE grave, AVE, HIC, PCR, quaisquer outras morbidades que possam diminuir a perfusão cerebral. - PAM entre 90 e 110. - Temperatura até 37,5º - Anticonvulsivante profilático. - Sedação. - Hiperventilação. - Cabeceira elevada. - Alinhamento mento esternal. Hiperventilação - Hiperventilação cautelosa; - Manter pCO2 entre 30 e 35 mmHg; - Diminui edema cerebral - Efeito sobre a PIC em 30 segundos. - Uso cauteloso. Hipotermia - Manter temperatura menor que 37,5 graus; - Diminui consumo de oxigênio e bloqueia a cascata inflamatória; - A hipotermia não mostrou melhorar o resultado na lesão craniana e pode apresentar efeitos deletérios; - Hipotermia cerebral: Bolsas de gelo na região cefálica e lateral cervical, colchão térmico, manta térmica e reaquecimento de forma lenta (1 grau a cada 8-12h). Controle Pressórico - Manter PAM entre 90 e 110 mmHg. - Manter PPC > 70 mmHg. - Prevenção de vasoespasmo. Uso de Fenitoína - Profilaxia de crises convulsivas. - 100 mg IV 8/8h. - Observar para hipotensão, bradicardia, erupções cutâneas e infiltrações. - Administrar a medicação lentamente. Sedação - Manter o paciente sem dor ou agitação para evitar aumento da PIC. - Narcóticos: fentanil ou morfina. - Hipnóticos: propofol ou midazolam. - Barbitúricos: Thiopental (HIC refratária) - diminui metabolismo cerebral e fluxo sanguíneo cerebral. - Bloqueador neuromuscular (PIC de difícil controle). Cabeceira Elevada - Manter cabeceira 30 graus ou mais. - Prevenção de broncoaspiração; - Ajuda na manutenção da PIC; - Manter o pescoço alinhado; - Hematoma subdural crônico: manter cabeceira 0 graus. Protocolo de Morte Encefálica Conceito Constatação irremediável e irreversível da lesão nervosa e significa morte clínica, legal e social. O diagnóstico é obrigatório e a notificação é compulsória para a Central de Transplantes (CET). Deve ser aberto o protocolo para todos com suspeita de ME, independentemente da possibilidade de doação ou não de órgãos e/ou tecidos. - Critérios: ausência da atividade cerebral, incluindo o tronco encefálico. Para o diagnóstico, temos vários testes, sendo eles: - Teste de apneia. - Dois exames clínicos. - Exame complementar. Exame Complementar - Eletroencefalograma (ECG). - Doppler Transcraniano. - Arteriografia cerebral. - Cintilografia cerebral. - Caso um exame não seja compatível com ME, está indicada a sua repetição após um prazo de 24 a 48 horas sem a inviabilização do protocolo. Teste de Apneia - Para que seja executado, o paciente deve ter sua fração inspirada de oxigênio aumentada para 100% durante 10 minutos na ventilação mecânica, etapa conhecida como pré-oxigenação. O objetivo desta pré-oxigenação é obter uma PaO2 maior ou igual a 200mmHg e um valor de PaCO2 entre 35 e 45 mmHg. - Então, deve-se colher uma primeira gasometria arterial para monitorar esses parâmetros, bem como o paciente deve ser mantido sob monitorização da saturação com oxímetro de pulso. - Uma vez feito isso, deve-se desconectar o paciente da ventilação mecânica e inserir, através do tubo, um cateter para fornecer oxigênio puro pela via intratraqueal a 6 L/min. - Este fluxo de O2 também pode ser fornecido por CPAP ou tubo T. Instalado o fluxo de oxigênio, deve-se observar o paciente por cerca de 8 a 10 minutos, observando presença de movimentos respiratórios. É preciso que o tempo de observação seja anotado. - Em situações de morte encefálica, prevê-se um aumento da PaCO2 de 3 mmHg/min em pacientes adultos, assim, consegue-se estimar melhor o tempo para observação. - Passado o intervalo de observação, colhe-se nova gasometria arterial e reconecta-se o doente à ventilação mecânica. - O teste da apneia é dito positivo, ou seja, presença de apneia mantida, quando o paciente não apresenta movimentos respiratórios com uma PaCO2 superior a 55 mmHg, mesmo que o teste tenha sido interrompido antes de 10 minutos. - Se o resultado final foi uma PaCO2 inferior a 55 mmHg, mesmo sem movimentos respiratórios, diz-se que o teste foi inconclusivo e, se houver qualquer tipo de movimento respiratório, mesmo que débil, o teste é dito negativo. - Caso haja hipotensão, hipoxemia significativa ou arritmia cardíaca, deve-se colher uma nova gasometria arterial e reconectar o paciente a ventilação mecânica novamente e, após estabilização hemodinâmica, o teste deve ser repetido.
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