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neurofisiologia

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NEUROFISIOLOGIA DA APRENDIZAGEM E MÚLTIPLAS 
INTELIGÊNCIAS 
 
APRESENTAÇÃO 
Professor Me. Frank Duarte 
 
● Doutorando em Educação - UNR - Universidad Nacional de Rosário-AR 
● Mestre em Educação -UDEL (Universidad Del Atlantico). 
● Bacharel em Psicologia (Centro Universitário Fametro). 
● Bacharel em Pedagogia (Centro universitário Integrado) 
● Especialista em Neurociências da Educação (UNISA). 
● Especialista em Neuropsicologia (Instituto Pedagógico Brasileiro). 
● Especialista em Neuropsicopedagogia (UNIBF) 
● Especialista em Neuromarketing (FACULMINAS) 
● Especialista em Educação 5.0: Metodologias Inovadoras - Unifatecie. 
● Professor (convidado) de Pós Graduação - UNICAMPO 
● Professor Conteudista (UNIFATECIE). 
● Coordenador Pedagógico e Neurocientista do CEPEN. 
● Palestrantes e consultor; 
 
Experiência nas áreas da educação, gestão, neurociências e saúde 
mental. Autor de livros que versam sobre a educação, práticas pedagógicas, 
neuroeducação e metodologias ativas. Um compartilhador de ideias e um eterno 
aprendiz. 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
Atenção senhores(as) passageiros(as), sejam bem vindos a bordo do voo 
para o sucesso profissional. Nossas reflexões e construções teóricas e práticas, 
foram desenvolvidas para levá-los a pensar e compreender a máquina mais 
potente já existente na história da humanidade: O cérebro humano. 
Os mitos, dúvidas e curiosidades, serão desvendadas nesta nossa 
viagem pelo mundo neural, e esperamos que estejam todos em segurança. Em 
caso de emergências, nossos tutores e toda a equipe estarão à sua disposição 
para melhor lhe auxiliar. 
Na unidade I iniciaremos nosso voo por meio das bases neurofisiológicas, 
para que possamos compreender todos os elementos que compõem o 
desenvolvimento neurológico humano, em especial a estrutura, função e 
importância dos neurônios e os neurotransmissores. 
Já na unidade II vamos ampliar nossos horizontes sobre os aspectos 
neurobiológicos da memória e a aprendizagem, identificando seus tipos e como 
ocorrem os mecanismos e dinâmicas cerebrais. 
Depois, nas unidades III e IV vamos pensar sobre a inteligência, seus 
conceitos e construtos teóricos, explorando as possibilidades de organizar a 
inteligência no campo organizacional, emocional e nas suas múltiplas facetas. E 
será na Unidade IV, que especificamente trataremos sobre as Múltiplas 
Inteligências de Gardner e quais os impactos delas no campo educacional. 
Aproveito para convidar você, para juntos, desvendarmos os mistérios 
que percorrem o cérebro humano e suas influências no desenvolvimento 
humano, e na compreensão global dos nossos alunos. 
 
Muito obrigado e tenham todos uma ótima viagem! 
 
 
UNIDADE I 
NEUROFISIOLOGIA 
Professor Mestre Frank Duarte 
 
 
Plano de Estudo: 
• Introdução à neurofisiologia; 
• Bases neurobiológicas gerais da neurofisiologia. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar o funcionamento neurofisiológicos e suas bases 
neurológicas; 
• Compreender como ocorrem os processos psicológicos da memória e aprendizagem; 
• Alavancar as contribuições da Teoria das Inteligências Múltiplas no processo 
educacional. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Você já parou para pensar quantos pensamentos passam pela sua cabeça por 
dia? Quantas decisões tomamos e os inúmeros comportamentos, sensações e 
emoções? Seu telefone toca, você atende. Do outro lado da linha alguém diz que você 
recebeu um prêmio e que precisa comparecer na loja para retirar. Neste momento você 
dá um grito de felicidade, chama todos da casa e conta o que aconteceu. A felicidade 
toda conta e vocês vão buscar o prêmio. Uma situação simples desta, é uma espécie de 
pintura da ação do sistema nervoso central, ou seja, nosso comportamento é uma 
ilustração do que ocorre dentro do nosso cérebro. 
Quando vemos alguém feliz, (a pintura), não conseguimos dar conta de perceber 
o que ocorre no nosso corpo para que o resultado seja este. Reações químicas 
transmissões sinápticas, conexões neurais, descargas de neurotransmissores, 
ativamento de áreas do cérebro, liberação de hormônios e respostas fisiológicas, são 
apenas alguns dos fenômenos que acontecem no corpo humano, e todos eles advindo 
do cérebro. 
Agora imagine. Como pensar no desenvolvimento humano e no cenário 
educacional, sem compreender este funcionamento interno, suas consequências e 
desdobramentos? O processo educacional se fundamenta nessa capacidade de 
evolução e especialização contínua do sistema nervoso, sistema este que apreende o 
todo dá significado ao mundo e o transforma através de suas ações, de seu 
comportamento. Como o cérebro funciona? É exatamente isso que vamos conhecer 
nesta unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA 
 
 
Fonte: ID: 1878733813. 
 
Fundamentos da neurofisiologia 
 
 O sistema nervoso é o que nos permite perceber e interagir com o nosso 
ambiente, promovendo a relação de afetar e ser afetado, por tudo que está à nossa volta, 
utilizando-se dos nossos órgãos de sentido: visão, audição, gustação, tato olfato. Todas 
as informações que são capturadas por estes sensores, são enviadas ao cérebro, 
decodificados, compreendidos o que configura numa liberação de neurotransmissores e 
causam reações fisiológicas, resultando em comportamentos e emoções. 
(RADANOVIC,KATO-NARITA, 2016) 
 Por isso que uma simples cena de um filme, tem a capacidade de nos fazer rir ou 
chorar. Todas as emoções, sensações e sentimentos são de responsabilidade no nosso 
sistema nervoso. E desmembrar cada etapa e compreender cada mecanismo cerebral, 
conhecendo como ele interfere nos outros elementos, é a função da neurofisiologia, que 
“é o ramo da neurologia que estuda este sistema do qual estamos conversando desde o 
cérebro, medula, passando pelas suas raízes, nervos e músculos, por isso sua atuação 
é de especialidade de um profissional formado em Medicina, sendo já discutido no campo 
da interdisciplinaridade. 
 A Neurofisiologia estuda os movimentos de íons através de uma membrana, 
podendo iniciar a transdução de sinal e a geração de potenciais de ação, incluindo o 
estudo dos neurotransmissores. Contudo, vamos aprender qual o impacto e as 
contribuições da neurofisiologia na estrutura do sistema e no nosso comportamento. 
(BEAR; BW, 2017) 
 
A) Sistema Nervoso 
 
O Sistema Nervoso Central é o tecido nervoso que envolve a caixa craniana e a 
coluna vertebral, reconhecidos como cérebro e medula espinal, este tecido está na área 
externa dos ossos, que são nervos cranianos, os nervos espinhais e nervos dos órgãos 
sensoriais. (HALL, 2017). 
Possui dois outros sistemas distintos, sendo o Sistema Nervoso Somático (SNS) 
ao qual recebe informações sensoriais músculos e da pele que envia mensagem aos 
músculos esqueléticos e o outro o Sistema Nervoso Autônomo (SNA), que envolve os 
órgãos e glândulas do corpo. O SNA tem duas ramificações: I) sistema Nervoso 
Simpático, responsável pela excitação do corpo por meio do aumento da frequência 
cardíaca, onde libera a adrenalina e suprime o sistema digestivo (consome energia); II) 
Sistema Nervoso Parassimpático, no qual tem a função de diminuir a frequência cardíaca 
e facilita a atividade do sistema digestivo (reserva energia). (CARDINALI, 1992). 
Conforme Cosenza (2011), o sistema nervoso forma-se entre a terceira e a quarta 
semana de fecundação, dando origem ao primeiro sistema do corpo humano. Embora 
seja o amadurecimento dos neurônios que promovam a formação de sinapses (conexões 
entre os neurônios), o recém-nascido é pobre em sinapses, no entanto, o cérebro infantil 
possui uma quantidade exagerada de sinapses que continua aumentando até o início da 
adolescência. É aqui que se iniciam os processos diminutivos das conexões com a 
finalidade de reorganizar a estrutura cerebral, já que a capacidade de aprender está 
relacionada à quantidadede sinapses. 
Neste momento ocorre um processo denominado de sinaptogênese, o que hoje 
sabemos sobre este fenômeno, está relacionado às pesquisas com macacos, sugerindo 
sua grande importância nos três primeiros anos de vida, quando ocorre a poda neural. 
As mudanças estruturais, chamadas de períodos críticos, incluindo a sinaptogênese e a 
poda neuronal, são eventos relevantes na educação, considerando que uma vez perdida 
a chance de atuar nos períodos críticos, não haveria como ocorrer o aprendizado. 
O encéfalo humano, ou cérebro propriamente dito, está localizado envolto de uma 
estrutura de ossos (interior do crânio), o qual é protegido por um conjunto de três 
membranas, que são as meninges. Ele é constituído por células neurais conhecidas 
como neurônios, que possuem um corpo celular, composto de núcleo (onde está o DNA) 
e da maior parte do citoplasma.(BEAR; BW, 2017) 
Esta célula possui grandes prolongamentos, chamados de dendritos, que são 
áreas receptoras de estímulos, e o axônio, por onde o impulso nervoso é propagado para 
longe do corpo celular. Os corpos celulares estão localizados em áreas restritas do 
sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e dos gânglios, enquanto os seus 
prolongamentos se distribuem por todo o corpo em feixes chamados nervos, o que 
constituem o sistema nervoso periférico. 
Figura 01 - Sistema Nervoso Humano 
 
Fonte: ID: 1160691667. 
 
Tradução Figura 01 
SISTEMA NERVOSO HUMANO 
 
SISTEMA PARASSIMPÁTICO SISTEMA SIMPÁTICO 
Contração e pupila Cérebro Dilatação da pupila 
Estimulação a saliva Inibição saliva 
Contração pulmão Relaxamento o Pulmão 
Baixa frequência cardíaca Alta frequencia cardíaca 
Estimula atividade do estômago Inibir a atividade do estômago 
Inibe reação de glucose e estimula Estimula reação de glucose e 
vesícula biliar nibe vesícula biliar 
Estimula atividade do intestino Inibe atividade do intestino 
Contrai Bexiga Relaxamento da Bexiga 
Promove a ereção genital Medula Espinal Promove a ejaculação e 
contração vaginal 
 
O sistema nervoso central é constituído pela medula espinhal e pelo encéfalo, o 
qual se situa dentro da caixa craniana, enquanto a medula espinhal percorre o canal 
medular da coluna vertebral. Olhando no percurso do final de medula para o crânio, o 
encéfalo se inicia por um conjunto de estruturas antigas que já existiam nos vertebrados 
mais primitivos, o chamado tronco cerebral (composto de bulbo, ponte e mesencéfalo) e 
o cerebelo que se aloja “a cavaleiro” sobre o tronco cerebral. O tronco cerebral se liga 
diretamente à medula espinhal e, por meio dessa, exerce efeitos fundamentais no 
controle de muitas de nossas funções internas básicas como a regulação da respiração, 
da pressão arterial, do funcionamento cardíaco e da digestão. (HALL, 2017). O cerebelo, 
por outro lado, é fundamental na regulação de nossos movimentos externos, garantindo 
a sua coordenação e o nosso equilíbrio postural. 
 
B) Neurônios 
 
Como todo o corpo humano que é constituído de células, o cérebro também possui 
seu repertório, sendo as células nervosas chamadas de neurônios e as de suporte 
denominadas células da glia. Acredita-se que cada cérebro possui aproximadamente 86 
bilhões de neurônios e mais de 20 milhões de neurônios na célula espinal. Já o número 
das células glias chegam a 84 bilhões.(LENT, et al. 2012.). 
Estas células têm uma função extremamente importante na função do cérebro, 
pois se comunicam e fazem uma transmissão de dados entre elas, o que resulta na 
propagação e manutenção de informações que servirão de base para o funcionamento 
da aprendizagem e da memória. 
 Considera-se que todo neurônio possui em miniatura a capacidade integradora de 
todo o sistema nervoso, podendo transformar a informação e transmiti-la a outros 
neurônios. O centro do neurônio é chamado de corpo celular (ou soma ou pericário). 
Dentro do corpo celular tem um núcleo, e dentro do núcleo tem um nucléolo. O núcleo é 
grande e torna o neurônio claramente distinto de outras células do SN. (BEAR; BW, 
2017). 
Estas conexões são chamadas de sinapses estima-se que ocorram no mínimo 
100 trilhões de conexões neurais em um adulto, ocorrendo por meio de sinais elétricos, 
na qual estes impulsos nervosos direcionam ao longo de grandes distâncias em 
milésimos de segundos, percorrendo entre o SNC, SNP e SN. São tantas conexões que 
Gerald Edelman, um neurobiólogo vencedor do Prêmio Nobel, estimou que levaria 32 
milhões de anos para contar o número de sinapses no Sistema Nervoso Central. 
Para que possam manter-se unidos os neurônios, o próprio cérebro conta com a 
células de suporte (células da glia), que atendem às necessidades dos neurônios para 
que se mantenham promovendo a sinapses, o que requer que se tenha as mesmas 
quantidades de neurônios e células gliais. (COSENZA, 2011). 
Durante muito tempo acreditou-se que nós humanos ao nascermos já possuíamos 
uma quantidade determinada de neurônios e que ao longo da vida perdiam-se, chegando 
à velhice com uma perda considerável, o que justificava as demências, ou como eram 
chamados a “caduquice”. 
Atualmente sabe-se que as células neurais são produzidas ao longo de todo o 
desenvolvimento humano, tendo picos em faixas etárias e declínios em momentos 
específicos, o que justificam e nos permite compreender as demências que vem com a 
idade, como o caso da senescência e as degenerativas como o Alzheimer. 
Ao contrário de outras células do corpo, eles não podem ser “regenerados” após 
seu tempo de vida útil, hoje com os achados da neurobiologia é possível pensar a 
reprogramação cerebral por meio da neuroplasticidade. Não obstante, como todo 
sistema funcional, para que novas conexões sejam possíveis com novos neurônios, é 
necessário que se tenha a finitude de conexões e neurônios desgastados.(CARDINALLI, 
1992). 
Na imagem a seguir é possível compreender como é a estrutura anatômica de um 
neurônio e ilustrar como funcionam suas partes. Para atender a essas tarefas, o neurônio 
é assim organizado: (I) um segmento receptivo (dendritos e corpo celular); (II) um 
segmento condutor (axônio); e (III) um segmento efetor (sinapse). (KANDEL et al., 
2014). 
(I) Segmento receptivo: Normalmente, existem vários dendritos que se 
estendem a partir do corpo celular, mas apenas um axônio. Os dendritos podem se 
ramificar para formar uma massa de processos dendríticos. Isso é vantajoso, porque o 
papel dos dendritos é receber sinais de outros neurônios. Os dendritos também podem 
ter neles pequenos espigões ou espinhas, que aumentam sua área de superfície e, 
portanto, permitem que mais informações sejam recebidas. 
 (II) Segmento condutor: O axônio é responsável por levar o impulso nervoso a 
outros neurônios. Os axônios podem ser curtos ou muito longos (o mais longo é pouco 
mais de 1 m). A vantagem de ter axônios de diferentes comprimentos é que permite que 
eles se comuniquem com neurônios que estão muito distantes ou muito próximos do 
axônio (KANDEL, 2014). O axônio deixa o corpo celular em um ponto chamado de Cone 
de implantação ou o segmento inicial ou zona de disparo. No final do axônio há um ligeiro 
alargamento semelhante a um botão chamado terminal axonal. 
 (III) Segmento efetor: Isso também tem vários nomes, incluindo botão terminal 
ou botão sináptico. O terminal axonal normalmente é encontrado perto do neurônio que 
recebe a mensagem do axônio. 
 
Figura 02 - Estrutura e comunicação dos neurônios 
 
Fonte: ID: 1401058229. 
 
Tradução Figura 02 
COMUNICAÇÃO NEURAL 
 Dendritos 
 
Núcleo Axônios Bainha de Mielina 
 Corpo da célula Sinapse 
 
A comunicação sináptica ocorre por meio da liberação de substâncias químicas 
conhecidas como neurotransmissores que são liberados através de impulsos nervosos, 
no espaço conhecido como fenda sináptica. 
 O neurônio é cercado por fluido extracelular,assim chamado porque existe fora 
da célula (este também é conhecido como fluido intersticial). O fluido dentro da célula é 
chamado de fluido intracelular. Vários processos se estendem a partir do corpo celular 
que recebe ou envia sinais elétricos. Estes são chamados de dendritos e axônios (HALL, 
2017). 
 O ponto de contato entre o botão do terminal e o outro neurônio é chamado de 
sinapse. É aqui que a informação é enviada de um neurônio para outro. No SNP, os 
botões terminais podem formar sinapses com células musculares (OLIVEIRA; LENT, 
2018). A comunicação na sinapse é possível graças à liberação de substâncias químicas 
conhecidas como neurotransmissores. Estes são armazenados nas vesículas sinápticas 
do botão do terminal. 
 
C) A Mielinização 
 
Constantes processos estão presentes no funcionamento cerebral, no entanto o 
axônio é um dos processos mais importantes da célula, estando envolvo de uma 
membrana axonal. Normalmente estão cercados de uma bainha de mielina, que é 
composto por várias camadas de gordura (lipídios), cerca de 80% e 20% de proteínas 
que formam a mielina, no qual tem a função de “isolar” os axônios do que está a sua 
volta. O distanciamento permite reduzir a perda do fluxo de corrente do axônio para o 
fluido circundante, além de ajudar a condução rápida de impulsos nervosos.(KANDEL, 
2014) 
Quanto maior a espessura da bainha, mais ligeiro é a velocidade da condução do 
sinal, desta forma pode-se ter axônios mielinizados (cobertos) e não mielinizados (não 
cobertos). No caso de patologias que envolvem o sistema nervoso, como esclerose 
múltipla ou esclerose lateral amiotrófica os axônios sobre a desmielinização da bainha, 
promovendo o retardamento considerável da condução do sinal ou interrompê-lo por 
completo. (HALL, 2017) 
A bainha de mielina tem formato cilíndrico o que produz uma aparência 
esbranquiçada, por conta do teor de gordura, produzida por um tipo específico de célula 
da glia chamada de oligodendrócito. A mielinização inicia desde o nascimento e continua 
até a idade de dois anos, potencialmente terminando durante a adolescência ou a idade 
adulta.(OLIVEIRA; LENT, 2018) 
 
D) Como os neurônios se comunicam 
 
Os neurônios se comunicam entre si, enviando impulsos elétricos chamados 
potenciais de ação, que refere-se à fonte de atividades elétrica- o método de 
comunicação dos neurônios é, portanto, elétrico. Esta comunicação depende da 
excitabilidade do neurônio – sua capacidade de reagir a um estímulo de uma descarga 
elétrica (ou corrente ou impulso – todas essas palavras se referem à mesma 
coisa).(COSENZA, 2011). 
O potencial de ação é produzido por partículas carregadas chamadas íons, que 
passam através da membrana celular. O líquido extracelular e intracelular contém íons 
que são carregados positivamente (cátions) ou carregados negativamente (ânions). A 
frase familiar “os opostos se atraem”, tem sua origem na química eletrolítica, por que 
enquanto os íons carregados de forma semelhante se repelem, os íons carregados de 
forma diferente se atraem. 
A força produzida por essa repulsão e atração é chamada de pressão 
eletrostática. Existem muitos íons diferentes distribuídos de forma desigual dentro e fora 
da membrana celular (intracelular e extracelularmente). É essa distribuição que dá à 
membrana. A membrana possui uma carga elétrica, pois existem íons positivos e 
negativos dentro e fora da membrana celular (FUJITA, 1988, apud OLIVEIRA; LENT, 
2018). 
 Partindo do preconceito social em relação à quem é de humanas ou de exatas, 
geralmente os que buscam o campo da educação, com exceção das áreas de 
matemática, física e química, os demais fogem forte de cálculos. Pois bem! Já pensou 
que na pós graduação, reencontraria o terror do ensino médio, os benditos elementos 
químicos da tabela periódica. 
A membrana é seletivamente permeável aos íons, ou seja, permite apenas certos 
íons. Talvez os íons mais significativos sejam Na (sódio), K+ (potássio), Ca²+ (cálcio) e 
Cl- (cloreto).Os íons de potássio, sódio e cloreto são encontrados em fluidos 
extracelulares e intracelulares, embora haja mais potássio no fluido intracelular e mais 
sódio e cloreto no fluido extracelular. O cloreto é o ânion extracelular mais proeminente. 
Os tipos de abertura dos canais iônicos que são controlados por neurotransmissores são 
chamados de transmissores ou ligantes (OLIVEIRA; LENT, 2018). 
 
Figura 03 - Potencial de Ação 
 
Fonte: ID: 1934732636. 
 
Tradução Figura 03 
 
Espaço extracelular 
 
 Sódio Potássio 
 Concentração 
Espaço intracelular 
 
 Alguns canais são regulados pela magnitude do potencial de membrana. Esses 
canais são chamados de canais iônicos sensíveis à voltagem ou voltagem-dependentes, 
e são estes que são responsáveis por produzir o potencial de ação. A permeabilidade da 
membrana, isto é, a capacidade de permitir que o potássio entra ou sai, depende não só 
de quantos canais existem, de como eles não são distribuídos e de quanto eles abrem, 
mas também do gradiente de concentração do íon. Quanto mais concentrado for, maior 
o fluxo de íons (RADANOVIC; KATO-NARITA, 2016 ). 
 
E) Células gliais – célula da glia 
 
Embora elas não colem estritamente partes do sistema nervoso em conjunto, as 
células gliais ou de suporte ajudam a ligar neurônios e seus processos juntos. Embora 
cerca de 50 por cento das células do cérebro sejam células gliais, até recentemente 
foram pensadas para desempenhar funções bastante secundárias, como atender às 
necessidades dos neurônios. No entanto, agora parece que as células gliais podem 
determinar o número de sinapses geradas no cérebro (HERCULANO-HOUZEL, 2014). 
 A descoberta seguiu outro achado extraordinário: as sinapses de neurônios 
crescidos com astrócitos – um tipo de célula glial – eram dez vezes mais ativas que as 
cultivadas sem astrócitos. A mera proximidade das células gliais aos neurônios torna os 
neurônios mais sensíveis. Os neurônios expostos a células gliais podem formar sete 
vezes mais sinapses que aqueles que não estão expostos. 
 Abaixo compreenderemos os três tipos de células gliais, suas funções distintas e 
a estrutura: 
Tabela 01 - Tipos de célula Glia e suas funções 
CÉLULAS GLIAS FUNÇÕES ESTRUTURAS 
Astrócitos 
(astróglia) 
São responsáveis pela fagocitose, 
o processo pelo qual as células 
mortas são engolidas e digeridas. 
Eles também produzem tecido 
cicatricial quando o SNC está 
danificado ou ferido. 
Possuem capilar, pé, 
astrócito fibroso e 
nodos de Ranvier. 
Oligodendrócitos 
(oligodendróglia) 
Suporta o SNC, e tem como 
principal função produzir a mielina. 
Encontra-se muito 
perto do corpo 
celular, o que se 
denomina de células 
satélite. 
Microglias Possui propriedades fagocíticas e é 
pensado que é ativado em resposta 
a algum dano ao cérebro, como 
inflamação, tumor ou infecção. 
Destroem materiais invasores, 
removem material perigoso e 
promovem o reparo de tecidos ao 
secretar o fator de crescimento. 
Seu tamanho 
pequeno as torna 
difíceis de identificar; 
parecem não ter 
características 
estruturais muito 
claras. 
Célula de Schwann Dá suporte ao SNP ao isolar os 
processos do sistema. Orientam de 
forma física aos axônios que estão 
brotando ou que foram danificados. 
Alguns estão 
mielinizados e outros 
não, estas últimas 
são chamadas de 
Schwann terminais. 
 
Fonte: KRUSZIELSKI, 2019 (adaptado). 
 
2 BASES NEUROBIOLÓGICAS GERAIS DA NEUROFISIOLOGIA 
 
Fonte: Imagem do Tópico. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/active-
nerve-cells-3d-illustration-617032409. Acesso em: 16 ago. 2021. 
 
 Aqui discutiremos sobre as bases neurobiológicas de como o cérebro interpreta, 
compreende e apreende as informações dos contextos vivenciados. Todo aprendizado 
depende de uma série de mecanismos que o cérebro se desdobra para fazer, com o 
objetivo de darsentido e clareza aos estímulos, resultando na assimilação e no 
comportamento, como forma de interação com o meio. 
Como já dissemos, nosso corpo de organiza partir do Sistema Nervoso Central 
(SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), sendo o primeiro responsável por receber 
e enviar impulsos elétricos, formado pelo encéfalo e medula espinhal, e o segundo, por 
sua vez, composto por nervos e gânglios (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2014). O SNC pode 
ser compreendido por meio de quatro lóbulos: Frontal (funções executivas), Temporal 
(linguagem e comunicação), Parietal (memória) e Occipital (visão). Esse conglomerado 
de estruturas e perspectivas sobre o mesmo objeto corrobora a complexidade da 
dinâmica cerebral, considerando o fluxo desde a percepção do estímulo até a resposta 
por meio de comportamento. 
Cosenza (2011), nos apresenta como funcionam estes fluxos e suas etapas: 
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/active-nerve-cells-3d-illustration-617032409
https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/active-nerve-cells-3d-illustration-617032409
a) O primeiro passo, ocorre nos nossos órgãos de sentido, que percebem a 
informação e impulsos elétricos são enviados para o cérebro, sendo recebido pelo SNC; 
b) No momento seguinte as regiões da comunicação, farão o processamento 
e identificação do estímulo/objeto, e ao mesmo tempo, buscará na memória os 
sentimentos e emoções; 
c) Na sequência os impulsos recebidos no cérebro, em conjunto com a 
memória, produzem hormônios e ativam os neurotransmissores, de acordo com o 
armazenamento. Se for algo positivo, reações positivas, memórias negativas, 
pensamentos negativos; 
d) Na quarta etapa deste fluxo, os pensamentos são gerados e direcionados 
para uma resposta em relação ao estímulo recebido, desta forma impulsos elétricos são 
disparados e comandam as áreas do cérebro responsável pelas emoções; 
e) E por último, ao ativar as emoções, os hormônios provocam no corpo as 
respostas, podendo ser: comportamentais, fisiológicas ou emocionais. 
Todo este processo que ocorre dentro do cérebro depende de ações fisiológicas 
do organismo, a fim de conseguir atingir o ápice do funcionamento neurobiológico, que 
é promover as reações e a comunicação de várias estruturas do cérebro. Todo processo 
de aprendizagem para o cérebro é pautado em volta das emoções, o que auxilia em 
especial no processo de aprendizagem. Mas que áreas estão envolvidas neste fluxo? 
Vamos descobrir agora. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 04 - Estruturas Cerebrais do Processo de Aprender 
 
Fonte: Imagem do Tópico. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/limbic-system-
cross-section-human-brain-1314655199. Acesso em: 17 ago. 2021. 
 
O sistema límbico, está constituído por um conjunto de estruturas responsáveis 
pelas funções emotivas, pois nele existem áreas que estão diretamente ligadas às 
relações da felicidade, por exemplo, bem como: Hipocampo (memórias), Amígdala 
(emoções), Hipotálamo (Equilíbrio químico do corpo) e etc. Ele é composto por 
Hipotálamo, Base da Glia, Tálamo, Amígdala e Hipocampo; destes nosso foco de 
aprofundamento será a amígdala, que é considerada a sede das emoções (FUENTES 
et al, 2008). 
Sabe-se que a amígdala está relacionada com o registro na memória de situações 
aversivas. Nesta esteira, podemos argumentar, com Albuquerque e Silva (2009, p. 1, 
apud KENDALL 2012, p. 48) que a amígdala: 
 
a[...] seria o local dos processos plásticos envolvidos na aquisição e 
consolidação de informações de conteúdo aversivo e que essa estrutura 
modularia os processos de aquisição e consolidação que ocorreriam em outras 
estruturas. 
Em síntese, mesmo que vários estudos apontem que ela é a peça fundamental 
para a formação de memórias, deve-se enaltecer o importante papel na emoção 
propriamente dita, tanto no reconhecimento, quanto nas expressões fisiológicas das 
respostas emocionais. 
 
Neurotransmissores 
 
Já conhecemos as estruturas, os processos fisiológicos, recordamos até de 
elementos da tabela periódica. No entanto, ainda temos alguns conhecimentos de 
reações químicas, que precisamos discorrer, embora não consigamos ver suas ações, 
temos a grata felicidade de senti-las ao ponto de nos promover o bem estar ou 
potencializar o mal humor. Estamos falando dos neurotransmissores. (HALL, 2017) 
A maioria dos neurotransmissores mais proeminentes é baseada em proteínas. 
Os neurotransmissores podem ser constituídos por moléculas de proteínas pequenas ou 
grandes. Todos os neurotransmissores de pequenas moléculas, exceto a acetilcolina, 
são aminoácidos ou um tipo de aminoácido chamado amina. As moléculas maiores são 
constituídas por peptídeos (proteínas que são constituídas por um pequeno número de 
aminoácidos). 
Os neurotransmissores são sintetizados no botão terminal por enzimas que viajam 
a partir do corpo celular, e são conhecidos como mensageiros químicos, são produtos 
químicos endógenos que permitem a neurotransmissão, sendo liberados nas vesículas 
sinápticas em sinapses na fenda sináptica, onde são recebidos por receptores de 
neurotransmissores nas células-alvo. Eles desempenham um papel importante na 
formação da vida cotidiana e das funções. Seus números exatos são desconhecidos, 
mas mais de 100 mensageiros químicos foram identificados de maneira exclusiva. 
(CARDINALLI, 1992). 
Existem muitas maneiras diferentes de classificar os neurotransmissores. Dividi-
los em aminoácidos, péptidos e monoaminas é suficiente para alguns propósitos de 
classificação. Vamos compreender um pouco mais sobre eles: 
 I - ACETILCOLINA: A acetilcolina é um neurotransmissor de molécula pequena 
que é sintetizado pela ligação de colina à acetil coenzima Estes são encontrados 
principalmente no sistema motor, especialmente nos neurônios motores do tronco 
encefálico e da medula espinal que inervam os músculos do esqueleto. A química se liga 
aos receptores de acetilcolina. Isso eventualmente produz um potencial de ação que 
resulta em contração muscular. Os receptores podem ser bloqueados, o que às vezes 
resulta em comprometimento motor. (STERNBERG, R.; STERNBERG, K., 2016 apud 
BEAR; BW, 2017). 
II - MONOAMINAS (AMINAS BIOGÊNICAS) Para a dopamina, existem os 
chamados receptores D1 e D2, que são diferentes em função e distribuição. A 
noradrenalina e a adrenalina possuem receptores alfa e beta, que às vezes produzem 
efeitos completamente diferentes. A serotonina possui vários tipos de receptores. Toda 
essa divergência de receptores significa que uma monoamina pode inibir e excitar, 
dependendo do tipo de receptor que contata (MACKAY, 2006, apud HALL, 2017). 
III - GLUTAMATO: O glutamato é um aminoácido excitatório e é servido por 
receptores ionotrópicos e metabotrópicos. Dentre os ionotrópicos, o ácido α-amino 
hidroxi metil isoxazol propiônico (AMPA) e o cainato são responsáveis pela 
despolarização rápida. Os neurônios pré-sinápticos contendo glutamato podem controlar 
a liberação do neurotransmissor de locais de liberação específicos (RANG et al., 2016). 
Eles podem fazer isso através de auto receptores pré-sinápticos, que dão feedback sobre 
a ação do neurotransmissor previamente liberado. 
IV - ÁCIDO Y-AMINOBUTÍRICO: O ácido γ-aminobutírico (ou GABA) é o mais 
comum dos neurotransmissores do SNC de aminoácidos inibitórios. Este transmissor 
produz hiperpolarização abrindo canais de cloreto ou canais de potássio. O GABA tem 
dois tipos de receptor: GABAA e GABAB. O receptor A é responsável pela inibição 
présináptica e medeia a permeabilidade da membrana ao cloreto; O receptor B medeia 
a permeabilidade ao potássio. Drogas como benzodiazepinas e barbitúricos (os 
chamados medicamentos antiansiedade) se ligam a esses locais receptores e aumentam 
os efeitos do GABA, seja aumentando a frequência de abertura dos canais de cloreto ou 
prolongando essa abertura quando ocorre (HALL, 2017). 
V - GLICINA: A glicinaé outro neurotransmissor inibitório encontrado no tronco 
encefálico e nos interneurônios da medula espinal. Sua principal função parece ser a 
inibição dos neurônios motores: por exemplo, o bloqueador dos receptores de glicina, a 
estricnina, causa espasmos musculares (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2010 apud 
BEAR; BW, 2017). 
 Os neurotransmissores desempenham funções diversas e contundentes para o 
desenvolvimento de áreas do corpo, além de fomentar a produção de outra substâncias 
como os hormônios que tem características específicas, como é o caso do cortisol, 
serotonina, noradopamina, adrenalina entre outros que veremos na próxima unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Embora os neurotransmissores desempenham um papel muito importante, em 
algumas pessoas eles podem apresentar algum déficit na produção, desta forma, é 
necessário a busca por um profissional especializado da medicina, a fim de prescrever 
medicamentos que possam auxiliar na produção. Podem ser os medicamentos 
conhecidos como psicotrópicos ou os benzodiazepínicos. 
 
Fonte: RANG, H. P. [et. al.]. Farmacologia. [Tradução Gea Consultoría Editorial]. - 8. ed. - Rio de Janeiro 
: Elsevier, 2016 
 
#SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFLITA 
 
“A neuro é uma arte; e para realizá-la como arte, requer um cuidado tão primoroso 
como a obra de um pintor ou escultor. Mas o que é lidar com a tela morta ou o frio 
mármore comparado ao tratar do corpo vivo? A neuro é arte, e eu quase diria, a mais 
belas de todas” 
 
Fonte: Parafraseando, Florence Nightingale. 
 
#REFLITA# 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
E agora? Está mais claro como funciona esta máquina de produzir pensamentos? 
Fascinante entender as especificidades do sistema nervoso não é mesmo. A 
compreensão do sistema nervoso central e as estruturas que fazem parte nos permite 
descortinar horizontes a respeito do funcionamento cerebral. 
Conhecer os neurônios as trocar e reações químicas que ocorrem, nos permite 
pensar o humanos como um ser dotado de complexidades acima de tudo, no entanto, 
com particularidades e subjetividades que podem ser explicadas pelo olhar na 
neurofisiologia do corpo humano. 
Nesta unidade pode-se ter contato com informações valiosas e enriquecedoras 
sob o ponto de vista fisiológico do cérebro, o que é ponto de partida para todos os nossos 
comportamentos, sentimentos, emoções e formas de interagir com o meio que nos cerca. 
Foi possível construir um alicerce para aqueles que desejam enveredar pelo campo da 
educação ou aos que já estão neste contexto, a fim de promover as reflexões acerca das 
possibilidades e dos limites de cada sujeito, identificando que toda pintura ou ilustração, 
existe uma mágica que acontece por detrás da tela. 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Quantas vezes você já pensou nas emergências existentes no campo 
educacional? Das mudanças e transformações que se tornam cada dia mais frequentes 
na aprendizagem? O professor Milton Antonio Zaro, neurocientista, faz algumas 
reflexões no seu artigo, com o título: Emergência da Neuroeducação onde trata de novos 
paradigmas na pesquisa educacional e traça um paralelo à neurociências o qual prevê a 
integração dos achados de pesquisas das Neurociências às necessidades de 
identificação das melhores formas de ensinar, para potencializar os resultados do 
aprendizado. 
O fundamento desta nova área interdisciplinar de estudo é prover caráter científico 
à pesquisa educacional, estabelecendo um framework teórico e metodológico para que 
possam ser testadas as melhores práticas pedagógicas. Além disso, contextualiza ideias 
e produções, com este enfoque, realizadas nos últimos anos, por um grupo de 
pesquisadores ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e outras instituições 
da região e sugere que esta nova área possa também balizar o desenvolvimento e a 
pesquisa sobre o uso de produtos educacionais, em especial aqueles que se utilizam 
das tecnologias computadorizadas, como a multimídia, os vídeos e os projetos 
integrados de múltiplos recursos e funções. 
Vale a pena conferir o artigo na íntegra. Segue referências e link para acesso. 
 
Fonte: ZARO, Milton Antonio et al . Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para 
agregar valor à pesquisa educacional. Ciênc. cogn., Rio de Janeiro , v. 15, n. 1, p. 199-210, abr. 2010 . 
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212010000100016&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 maio 2021. 
 
. 
 
 
 
 
 
LIVRO 
 
• Título: Neurociências e Educação: como o cérebro aprende 
• Autor: CONSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. 
• Editora: ARTMED. 
• Sinopse: O cérebro é responsável pela forma como processamos as informações, 
armazenamos o conhecimento e selecionamos nosso comportamento, dessa forma 
compreender seu funcionamento, seu potencial e as melhores estratégias de favorecer 
seu pleno desenvolvimento é foco principal de estudo e trabalho tanto dos profissionais 
da saúde mental como da educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
 
• Título: Fisiologia - Organização do SNC, Sinapses e Neurotransmissores (Capítulo 
46/45) PARTE 1 
• Ano: 2020. 
• Sinopse: Esta vídeo-aula é um resumo do capítulo 46 da 13ª edição do livro Guyton & 
Hall e Fisiologia Humana, que equivale ao capítulo 45 da 12ª edição. O capítulo fala sobre 
a organização do Sistema Nervoso Central, mecanismo geral das sinapses e 
neurotransmissores. Algumas imagens foram retiradas do livro Silverthorn de Fisiologia 
Humana. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=BEJQaVMctOo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BEAR, M F; Connors, BW; Paradiso, MA. Neurociências - Desvendando o Sistema 
Nervoso. 4ª Edição, Artmed, 2017. 
 
CARDINALI, Daniel P. Manual de neurofisiologia. Madrid: Ediciones Díaz de Santos, 
1992. 
 
COSENZA, R. M. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: 
Artmed, 2011. 
 
FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L.F.; CAMARGO, C.H.P. & COSENZA, R.M. 
Neuropsicologia: teoria e prática. São Paulo: ArtMed, 2008. 
 
HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. [tradução Alcides Marinho Junior ... et 
al.]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
 
HERCULANO-HOUZEL, S. O cérebro humano em números: um cérebro de primata 
em escala linear. Frente. Zumbir. Neurosci. 3 , 31, 2014. 
 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9.ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, pp. 3-4, 14-15, 2013. 
 
KANDEL, Eric. Princípios da Neurociências. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
KRUSZIELSKI, Leandro. Fundamentos de neurofisiologia: uma introdução para 
educadores. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em: 
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 16 ago. 2021. 
 
LENT, R. et al. How many neurons do you have? Some dogmas of quantitative 
neuroscience under revision. European Journal of Neuroscience. v 35. n. 1. jan. 2012. 
 
OLIVEIRA, R. M.; LENT, R. O desenvolvimento da mente humana. In: Lent, Roberto; 
Buchweitz, Augusto; Mota, Mailce B. (Orgs). Ciência para educação: uma ponte entre 
dois mundos. São Paulo: Atheneu, 2018. 
 
RADANOVIC, Marcia, KATO-NARITA, Eliane Mayumi. Neurofisiologia básica para 
profissionais da área da saúde. 1ª edição: Editora Atheneu, 2016. 
 
RANG, H. P. [et. al.]. Farmacologia. [Tradução Gea Consultoría Editorial]. - 8. ed. - Rio 
de Janeiro : Elsevier, 2016 
https://plataforma.bvirtual.com.br/
 
ZARO, Milton Antonio et al . Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da 
neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciênc. cogn. Rio de Janeiro , 
v. 15, n. 1, p. 199-210, abr. 2010 . Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212010000100016&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 maio 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
NEUROFISIOLOGIADA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA 
Professor Mestre Frank Duarte 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos e definições das bases neurobiológicas da memória; 
• Tipos de memória e demências; 
• Campos de estudo do processo neurofisiológico da aprendizagem. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar os processos da memória e aprendizagem; 
• Compreender os tipos de aprendizagem, memória e o processo neurofisiológico; 
• Estabelecer a importância da relação entre aprendizagem, memória e como o cérebro 
aprende. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Por que lembramos de algumas coisas e outras não? Já parou para pensar 
quantas coisas temos contato ao longo de um dia inteiro, e que pouco conseguimos nos 
recordar no dia seguinte. Você que está estudando já deve ter passado por algum 
momento, em que leu, estudou, interpretou o texto, foi dormir e no dia seguinte não se 
recorda de muita coisa. 
 Isso é quase que rotina para muitas pessoas que têm lapsos de memória ou falta 
de atenção, o que compromete o processo de aprendizagem e aquisição de novas 
informações. Desta forma, acabam por vivenciarem um constante ir e vir de informações, 
para que possam gravar e não esquecer mais, ou se debruçam horas estudando para 
fazer uma prova. 
 No entanto, isso não é algo apenas relacionado ao estudo, também é possível 
perceber pessoas com dificuldades de guardar informações que acabaram de ter acesso. 
Por exemplo, qual o nome completo desta disciplina? E desta unidade? Normalmente 
isso é resultado de interferências no processo de aprendizagem, onde o cérebro não 
consegue fazer o processo correto e armazenar o conhecimento. 
 Já imaginou? Como se lembrar de algo que você ainda nem guardou? Vamos 
nesta unidade conhecer os processos neurofisiológicos da aprendizagem e da memória 
e compreender de fato, como o cérebro aprende. Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA MEMÓRIA 
 
Fonte. Imagem do Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/side-view-attractive-young-
woman-abstract-794735215 
 
 Alguns processos do cérebro são ainda misteriosos, mas os avanços 
neurocientíficos já nos possibilita compreender alguns fenômenos que colaboram para o 
desenvolvimento não só do sujeito, como da humanidade. O primeiro passo, já descrito, 
foi identificar e conseguir entender como se dão as conexões neurais e suas respectivas 
respostas ao comportamento, assim sendo, tem-se a magnífica condição de explicar 
como funcionam os processos da memória e da aprendizagem. 
 Segundo Souza e Salgado (2015), a memória faz de nós aquilo que somos e o 
que ainda podemos vir a ser, ao passo que cada lembrança que é recordada ou 
esquecida faz com que nos tornemos únicos, pois mesmo que duas pessoas vivenciem 
uma mesma experiência ou situações, serão registradas recordações diferentes. 
Izquierdo (2011), reverbera afirmando que o conjunto de memórias nos faz únicos e 
influencia a personalidade, assim sendo, nenhuma pessoa é capaz de ser igual a outra, 
pois mesmos irmãos gemelares monozigóticos, se organizam em seres humanos 
distintos de acordo com as experiências de memórias que tiveram. 
 
 Se pensarmos embrionariamente, os primeiros folhetos embrionários darão 
origem ao cérebro e das estruturas cerebrais o primogênito dará formato e vida à área 
específica da memória, que convergem o cérebro: amígdala, córtex órbito-frontal, 
hipocampo, hipotálamo, dentre outras Damásio (2011). Embora as informações sejam 
armazenadas em lugares distintos, há convergências para regiões específicas do 
cérebro. Essas regiões são utilizadas na formação e na evocação da memória 
(IZQUIERDO, 2011). Esta estrutura está localizada na parte no córtex parietal e 
temporal, na qual tem a função de decodificar e armazenar as informações, que se 
transformarão em conhecimento (COSENZA, 2015). Aproveito para apresentar uma 
diferenciação que fiz num livro intitulado “Aluno significado e professor significante” 
publicado em 2017, onde “informação é um conjunto de dados que armazenamos de 
forma provisória, e conhecimento é um conjunto de informações que armazenamos de 
forma permanente” (DUARTE, 2017, p.23). 
 Esta especificação entre as diferenças é preponderante para estudarmos a 
memória e posteriormente o aprendizado. Pensemos… "Você sabe o que é um 
carapanã?” Se sim, ótimo. isso quer dizer que sua memória está perfeita. Se você não 
sabe, fique tranquilo, isso não é sinal de memória ruim, apenas sinal de que “carapanã”, 
não faz sentido para você, exatamente por ser desconhecido. Assim funciona nossa 
memória, pois só é possível lembrar daquilo que um dia foi aprendido, ou seja, só 
encontramos nas caixinhas de lembranças, aquilo que um dia foi guardado. 
 Mas o que isso tem a ver com os processos neurofisiológicos da memória? Pois 
bem, é o que vamos discutir agora! Antes vou contar uma experiência e tirar sua dúvida 
do que significa “carapanã”. Em 2008 tive o privilégio de morar no Amazonas, mais 
precisamente na capital Manaus, e como vários sulistas conheciam o básico ensinado 
na escola sobre o Amazonas, na minha grande ignorância, pensava que só existia água, 
índio, mato e onça. No segundo final de semana que eu estava por lá, fomos conhecer 
um Hotel de Selva, lugar distante da área urbanizada e que explorava uma parte 
comercial da mata Amazônica. 
 Ao chegar e adentrarmos nossos chalés, fomos advertidos sobre o seguinte 
aspecto: “Cuidado! Lá pelas 17 horas é necessário vir aqui e fechar as janelas, senão o 
carapanã entra. “Disse num tom aterrorizador a nossa guia. Como ainda era cedo, o dia 
 
já não me desce tão lindamente, por que a minha única preocupação era ter cuidado 
com o bendito carapanã. Nem almocei direito e lá pelas 15h00, disfarçadamente fui para 
o chalé e com muito cuidado pé, por pé, fui fechando as janelas. Fui interrompido pela 
minha amiga que me perguntou o porquê daquilo e eu logo respondi: “- menina, você 
ouviu a guia dizer, tem que ter cuidado com o Carapanã!”, E ela num tom de deboche 
me disse: “ - você sabe o que é Carapana?”. Naquela hora não hesitei. “ - Não sei o que 
é não, mas pelo tamanho do nome CA-RA-PA-NÃ, deve comer a gente uma bocada só!”. 
Ela caiu na gargalhada e me disse: “-Deixa de ser besta, carapanã é o pernilongo, 
muriçoca.. é um mosquito”. Envergonhado, me senti aliviado e pude aproveitar melhor o 
local. 
 Relato sempre este episódio, porque aqui além de medo, aventura e comédia, 
tem também muito dos aspectos neurofisiológicos da memória. Meu órgão de sentido ao 
capturar a informação auditiva da palavra CA-RA-PA-NÃ, enviou para minha área do 
cérebro chamada de Werneck, ao qual decodificou o fonema e enviou para minha base 
de dados hipocampo, que não identificou nenhuma informação exata ou similar. Assim, 
a busca fez algumas devolutivas, sendo uma delas a área de broca, com a seguinte 
mensagem “Não sabemos do que se trata”, e outra à amígdala “Perigo, perigo, fique 
atento” (o que me fez sentir medo), a mensagem enviada para área de broca, não me 
permitiu ter nenhuma reação à não ser o receio ou medo pelo desconhecido. A amígdala 
é, em geral, mencionada no contexto do aprendizado do medo ou de outras respostas 
emocionais negativas, mas ela também participa no processamento de memórias 
relativas a emoções positivas (LOMBROSO, 2004). É exatamente assim que nos 
sentimos quando estamos lidando com algo que ainda não temos informações. 
 A capacidade de gerar aprendizado ou não da informação dependerá das 
conexões da memória de trabalho com os demais sistemas mnemônicos, que são 
técnicas utilizadas no processo de memorização e podem ser mecanismos criados pelo 
próprio cérebro, que auxiliarão no resgate da informação (SOUZA, SALGADO, 2015). 
 No entanto, ao receber a informação capturada pelo menos órgão de sentido 
(ouvido), o que era o carapanã, ocorreu o mesmo processo, só que desta vez ela foi 
acompanhada de uma informaçãoque eu já conhecia o pernilongo, e isso fez com que 
ao chegar no hipocampo, ele identificasse e sentisse mais aliviado, “ahhh sim, agora eu 
 
sei do que se trata” e a amígdala teve a sensação “última forma galera, tá tudo tranquilo, 
com um tapa já resolvemos o problema”. 
 A Memória é compreendida como um sistema complexo e múltiplo combinado por 
arranjos de codificações ou subsistemas que permitem a armazenagem e a recuperação 
de informações no cérebro (SOUZA, SALGADO, 2015). E este processo de memória nos 
faz relembrar o conceito de Jean Piaget, quando pensamos na formação ou aquisição 
de linguagem ou novo conhecimento. 
 O aprendizado e aquisição de memória por vezes podem ser considerados 
sinônimos, haja visto que só pode-se gravar aquilo que foi aprendido, ou seja, nada pode 
ser reconhecido ou recordado, sem antes ser percebido (BARTLETT, 1995). 
 Tem-se a necessidade de ter uma base, ou seja, uma informação prévia, para 
que seja possível ancorar um novo conhecimento, e este conhecimento ficará 
armazenado a ponto de ser possível seu resgate sempre que necessário. Tudo aquilo 
que temos contato na vida não necessariamente se tornará memória, mas se um dia ela 
se tornar, jamais será perdido, a não ser que seja vítima de Alzheimer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 DEMÊNCIAS E TIPOS DE MEMÓRIAS 
 
Fonte: ID: 1111126898. 
 
 Esta se caracteriza por uma perda intensa de capacidade cognitiva, com 
diminuição de memória declarativa (isto é, aquela que os indivíduos podem “declarar” 
que existe e/ou reconhecem como memória) e dificuldades de comunicação, bem como 
sintomas psiquiátricos, como apatia, depressão e agitação/agressividade, estas últimas 
principalmente na fase inicial. (MARCO, ISQUIERDO, 2007). 
 De que forma estas doenças neurológicas ou as demências advindas da idade, 
podem causar essa perda de memória? Os dados estão presentes em cada neurônios, 
eles são uma espécie de “pen drive”, que carregam estes dados, como já vimos no 
cérebro ocorre um fenômeno chamado de sinapse, que é quando um neurônio conversa 
com o outro. Ao fazer este contato, há uma transferência de dados, da mesma forma 
como se conectar o pen drive no computador, e assim essa informação é compartilhada. 
No entanto, cada neurônio não possui uma vida útil muito longa (LEIBING, 1997), o que 
faz com que se as conexões demorarem ou a vida útil dos neurônios diminuirem, 
corremos o risco de perder a informação. 
 De forma geral quando há uma lentidão da transferência de informação (por conta 
da velhice, demências ou uso de medicamentos) ou quando sobrecarregamos os 
neurônios (uso de medicamentos que “aceleram” a memorização ou síndrome do 
pensamento acelerado) perde-se a capacidade de registro da informação. Este registro 
é o que me faz poder relembrar, ou vasculhar minhas caixinhas e encontrar aquilo que 
 
eu tinha guardado. Assim, o Alzheimer uma doença neurodegenerativa do Sistema 
Nervoso Central (MARINHO, LAKS, ENGELHARDT, 1997), faz com que haja a perda de 
memória recente, por ter dificuldades de promover as conexões entre os neurônios e 
assim, aumentar a dificuldade de registrar os conteúdos trazidos pelos órgãos de sentido. 
 É comum as pessoas acometidas desta demência apresentarem relatos de 
relembrar momentos, episódios e fases da infância e não se recordar de detalhes do que 
comeu no café da manhã, se desligou o fogão, se fechou a porta ou desligou o chuveiro. 
A perda de memória curta, aquela que se destina a atividades rotineiras , sofre com o 
início da DA (IZQUIERDO, 2011). 
 Sei que deve estar se perguntando: “Nossa, então eu tenho Alzheimer, vivo 
esquecendo as coisas?!”. Calma. Esta doença é comum em pessoas com idade acima 
de 60 anos, que apresentam comprometimento em outros cenários da vida, bem como 
outras características, mas acabam afetando as conexões de neurônios alocadas na 
área do hipocampo. Segundo Marco e Izquierdo (2007), a proporção de indivíduos com 
idade igual ou superior a 60 anos passou de 6% em 1975 para 7,9% em 2000, estimando-
se que chegue a 15,4% em 2025. 
 E se você tem menos de 60 anos e também apresenta estas dificuldades, ou já 
passou por situações de não se lembrar de onde estacionou o carro, não conseguir 
lembrar qual foi o caminho que fez, ou onde guardou o dinheiro? Tem uma situação que 
sempre acho hilário. Você está deitado na cama no seu quarto e sente sede, aí de 
repente se levanta vai até a cozinha, chega lá e se pergunta: “o que eu vim fazer aqui?” 
Parece que estou vendo você balançar a cabeça com sinal de sim, ou dizer a você 
mesmo, eu também já fiz isso. 
 Acalmem os corações. Isso não é sinal de Alzheimer. Na nossa sociedade que 
vive a mil por horas, tentando fazer trilhões de coisas ao mesmo tempo, isso é apenas 
um sinal de que precisamos parar e prestar atenção no que estamos fazendo. Isso é 
problema no Registro da Informação. Segundo a Abneuro- Associação Brasileira de 
Neurologia, as pessoas precisam ficar atentas para a falta de atenção, que ocorre 
quando a informação não é armazenada, assim dois fatores que interferem são o 
estresse e a depressão. (ABNEURO, 2021). 
 
 O dilema vivido por muitas pessoas que apresentam este problema para registrar 
a informação, pode ser causado por alguns fatores e o mais comum deles é a falta de 
atenção. Independentemente da idade, podemos ser vítimas do déficit de atenção 
momentânea, o que traz como resultado o não processamento da informação e como 
consequência a falha na comunicação das áreas cerebrais na hora de buscar a 
informação. 
 A turbulência de coisas a serem feitas e a quantidade de informações que 
recebemos desde que acordamos até a hora que vamos dormir, faz com que tenhamos 
dificuldades de decodificar, ancorar e armazenar tudo isso, ao ponto de evocar quando 
for necessário. (FUENTES; MALLOY-DINIZ; CAMARGO; COSENZA, 2008). Se no caso 
que citamos sobre não se recordar da água, antes de sair do quarto, tivéssemos 
planejado o que iríamos fazer na cozinha, teríamos mais chance de relembrar, ou seja, 
o que faltou neste caso, foi registro da informação. O que mesmo que ocorreu se você 
ao ler isso não se recorda do “caso da agua”. Quer ver outro desafio? Sem retornar a 
leitura, qual é o nome do bicho que ficou com medo no Amazonas? Se você se recordou, 
é porque ele deixou de ser informação e se tornou conhecimento, mas não foi isso que 
ocorreu, lamento, amanhã já terá esquecido dele. 
 Este aglomerado de conhecimento que existe no hipocampo, conhecido como 
memória, tem tipos diversos e durações diferentes também, de acordo com , as 
memórias podem ser divididas em dois gigantescos grupos: a) as declarativas (eventos, 
fatos, conhecimentos) localizado no lóbulo temporal e; b) as de procedimentos ou 
hábitos, que adquirimos e evocamos de maneira mais ou menos automática (andar de 
bicicleta, usar um teclado) que dependem basicamente de circuitos subcorticais que 
incluem o núcleo caudato e circuitos cerebelares (ISQUIERDO; FURINI, 2013). 
 Abaixo podemos ver um diagrama que demonstra como se ramifica estes dois 
grupos. 
 
 
 
Figura 01 - Tipos De Memórias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Strauss e 
colaboradores (2006) 
 
 
 Memória declarativa é caracterizada pela capacidade de arquivamento e 
recuperação consciente de informações relacionadas a experiências vividas ou 
informações adquiridas pelo indivíduo (ULLMAN, 2004 apud FUENTES, MALLOY-DINIZ, 
CONSENZA, 2008, p. 104). Ela envolve a memória dois subtipos, que são a episódica e 
semântica, a primeira está relacionada ao sistema de resgate de informações 
vivenciadas pelo sujeito (eventos pessoais, casamento, formaturas, término de 
relacionamento); e a segunda também envolve relações com percepção e ação, como 
por exemplo reconhecer um animal pelo nome, características e quantidade de patas. 
 Já a memória implícita ou conhecida como não declarativa,está em adquirir 
habilidades percepto motoras ou cognitivas por meio da exposição repetida a atividade 
que seguem regras constantes, mas que não requerem resgate é a habilidade consciente 
ou intencional da experiência. Alterações no seu funcionamento pode modificar a 
habilidades rotineiras extremamente úteis, como utilizar celular. (STRAUSS et al, 2006). 
 
 
 
 
 Memória 
Memória de 
longo prazo 
Memória 
operacional 
Explícita Implícita 
Episódica 
(eventos) 
Semântica 
(fatos) Procedimento Emocional 
Aprendizado 
condicionado 
Pré-ativação 
 
 Existem também seus subtipos como, pré-ativação, procedimento, emocional e 
aprendizado condicionado. A primeira é organizada na recepção e decodificação das 
informações. Já a segunda está relacionada a um sistema de memória responsável pelo 
arquivamento e pela manipulação temporários da informação, servindo para que 
operações mentais sejam realizadas no decorrer desse tempo. A emocional, está 
relacionada com os momentos que estejam vinculados aos afetos e sentimentos, e a 
última abrange a área que faz funções que já estão no automático como piscar e dirigir, 
ou seja, o cérebro não precisa mais pensar para fazer. (ISQUIERDO; FURINI, 2013). 
 Tudo certo, entendermos como os conhecimentos se organizam e armazenam, 
agora a questão é, como que eles vão parar aí? Quais processos são necessários para 
que haja a aprendizagem? Veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 COMO CÉREBRO APRENDE? 
 
 
Fonte: Imagem do Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/learning-brain-colored-
sections-human-form-264392483 
 
 Durante algumas décadas o grande enigma que permeava o cérebro se tratava 
de como podem caber tantas coisas numa parte do corpo humano que pesa um pouco 
mais de 1500 gramas, e após os achados das estruturas e funções, a outra façanha que 
intrigou muito cientistas é como este cérebro aprende? Que mecanismos estão 
imbricados neste processo e a resposta de ouro, por que uns aprendem mais fácil do 
que outros? As respostas vêm por meio das neurociências. 
 Mas antes, é preciso discutir-se sobre a definição deste processo complexo. O 
conceito de aprendizagem é muito amplo o que não se permite constituir uma definição 
conclusiva, assim, o que se pode garantir é que trata-se de um processo contínuo e 
ininterrupto onde descobre-se novas coisas ou adapta-se a modificações. (GIUSTA, 
2013). Vale ressaltar que ela pode ser observada a partir de diversas teorias, sendo a 
mais que contribuiu as da psicologia como behaviorismo, associacionismo, Gestalt, 
chegando às concepções cognitivas. 
 Para iniciar a caminhada pelos trilhos da aprendizagem vamos antes retornar a 
definição de informação e conhecimento, pois trataremos como aprendizagem todos os 
dados que tornarem-se conhecimento, ou seja, dos dados que transformaram em 
conhecimento serão armazenados e se tornarão conhecimento, já os dados que forem 
apenas informações, serão descartadas após um ciclo de sono. 
 
 A aprendizagem é uma atividade cognitiva, ocorre a partir da consolidação da 
memória e o sono tem importância fundamental nesse processo, pois ele interfere no 
humor, na memória, na atenção, nos registros sensoriais, no raciocínio, enfim nos 
aspectos cognitivos que relacionam uma pessoa ao seu ambiente (VALLE; REIMÃO, 
2009). 
 Existem algumas áreas importantes do cérebro a saber que são responsáveis pelo 
processo de aprendizagem, denomina-se processo por ser um fenômeno que tem início 
(levantamento do conhecimento prévio), meio (reflexão sobre o conhecimento inicial e 
reflexões acerca do novo) e fim (elaboração de um novo conhecimento), sendo 
necessário que cada etapa tenha sido eficiente para que possamos chegar ao final com 
o resultado positivo: um novo conhecimento. 
 Durante o período que estamos acordados somos bombardeados por diversos 
dados. Estes dados como vimos, são decodificados e interpretados e enviados ao 
hipocampo. Se lá for identificado algum tipo de conhecimento (já organizado) e 
conseguirmos fazer alguma conexão, eles passam de nível, e se tornam informações. 
No entanto, ao chegarem no hipocampo encontrarem uma conexão com o conhecimento 
já lá instalado, então temos um novo conhecimento. A imagem abaixo ilustra bem isso. 
Figura 02 - Estruturas Cerebrais da Aprendizagem 
 
Fonte: Elaboração do pesquisador, 2021 – (no prelo). 
A ilustração refere-se a um corte sagital do cérebro humano e dividimos em três 
áreas importantes, sendo o Córtex Cerebral, Sistema Límbico e Cerebelo. Eles estão 
organizados em uma espécie de funil, sendo o córtex um lugar onde entram muitos 
 
dados, o sistema límbico um local onde residem as informações e o cerebelo o 
conhecimento (KANDEL, 2014). Todos os estímulos que nossos órgãos de sentido 
recebem são levados para o córtex cerebral, e por lá ficam até que iniciemos nosso tão 
merecido sono. Logo após acordar, se estes dados não tiverem encontrado nenhuma 
conexão significativa com as informações que já temos, ele se perderá. Se carapanã, 
tiver sentido ou algum significado, amanhã você se recordará, porém, se não tiver, 
provavelmente você não se recordará. 
 Porém, se você contar para alguém sobre o que aprendeu a respeito do carapanã, 
esse dado vai passar duas vezes pela “sua cabeça” e deixará de ser um dado, passando 
a nível de informação, assim sendo armazenado no sistema límbico, o que ficará mais 
fácil de ser recordado, após uma noite de sono. Segundo Valle e Reimão (2009) é 
importante cuidar do sono desde o início da vida, pois é na fase da complexa de 
modelagem e na adaptação que transforma cada indivíduo, com suas possibilidades 
ilimitadas e subjetivas, combinando experiências com características próprias. 
 Agora se você já souber o que é pernilongo, contar a alguém o que você aprendeu, 
e rever estes conteúdos duas vezes, certamente isso será um conhecimento e este item 
já fará parte do seu cerebelo, sendo relembrado sempre que desejar e precisar. Portanto, 
pode-se afirmar que aquilo que está no córtex (dados) dura frações de segundos; o que 
está no sistema límbico (informações) duram um pouco mais de tempo, até horas e o 
que está no cerebelo (conhecimento) permanece a vida toda. (PIAZZI, 2012). 
 Portanto, não ficar perdido naquela ação de saímos do quarto para a cozinha 
buscar um copo d'água, dependerá de como você interage com esta ação. Se quando 
pensar na ação, parar e planejar o que fará dando a atenção necessária, deixará de ser 
apenas um dado e será o resgate de um conhecimento que já está armazenado no seu 
cerebelo. 
 Muitos me perguntam, então o segredo está em apenas o dado, ou a informação 
encontrar alguma conexão com o conhecimento existente? SIM. No entanto, outros 
fatores são importantes também, como sono, tempo de exposição com o conteúdo e o 
principal, o significado que damos ao que estamos aprendendo. 
 Desta forma, existem duas formas de fazer com que um dado se transforme num 
conhecimento, seja pela quantidade de vezes que se tem contato com o conteúdo, ou 
 
pelo significado que damos ao conteúdo, desde que haja emoção no processo. Partindo 
deste ponto de vista, entra aqui a figura do professor/educador que tem o papel de propor 
uma apresentação do conteúdo de forma a dar sentido e significado para quem aprende. 
(DUARTE, 2017). 
 Vamos por partes... se você já assistiu o filme “Divertidamente”, você deve se 
lembrar de como é ilustrado o processo de aquisição de conhecimento (aprendizagem) 
e de como são organizados os objetos (memórias), e qual é o momento que isso ocorre? 
Durante o sono. O sono é o principal agente para promover o link, as conexões, as 
transmissões de informações e organizar os conhecimentos. É durante o descanso do 
nosso corpo que o nosso cérebro começa a armazenar aquilo que faz sentido e tem 
significado em alguma área do que conhecemos. Nossocorpo é um veículo, e como todo 
veículo, não se troca pneu furado com ele em movimento. O sono serve como parada 
obrigatória para organizar e selecionar aquilo que permanecerá para o dia seguinte e 
aquilo que será “dispensado”, o que literalmente vai para a lixeira, e não permanecerá 
registrado. 
 Portanto, se mantivermos contato por longo tempo com o objeto em estudo, mais 
fácil ele será relembrado e armazenado no cérebro, passando rapidamente pelos 
processos, levando um curto espaço de tempo. (COSENZA, 2011). Um bom exemplo é 
quando queremos aprender uma música, normalmente pegamos a música e junto com 
a letra começamos a cantarolar juntos, depois de um tempo não precisamos mais da 
letra, e após algumas horas, também não precisamos mais da música. E passamos o 
dia lembrando daquela música e sem melodia ou som, lembramos da letra e como num 
passe de mágica, já decoramos e aprendemos. De repente, um belo dia você acorda 
com a música e ela fica entranhada na sua cabeça. Isso acontece pelo princípio da 
constância, ou seja, durante um longo período um simples dado, passa a ser um 
conhecimento. 
 Outra forma de facilitar o processo de aprendizado é quando envolve emoção ou 
sentimento. (LOMBROSO, 2004). Vou lançar um desafio, quero que se recorde do nome 
da professora ou professor que mais marcou sua vida. Vamos lá, garanto que não 
precisará fazer muito esforço. Lembrou? Tenho certeza de que o motivo de recordar está 
atrelado à alguma emoção. Seja ela vivida por momentos bons ou ruins. Ahhh saudades 
 
daquela professora de matemática. Brincadeiras à parte, de qualquer forma este sujeito 
nos é trazido à memória pela emoção experienciada, ou seja, quando um conteúdo nos 
promove sensações de bem-estar tem maior facilidade de nos cativar e auxiliar no 
processo de aprendizagem. Como no exemplo acima da música, será ainda mais fácil 
de recordar a música se você a escutar após um término de relacionamento ou 
descoberta de uma traição. Já dizia o poeta... “por que o homem não chora, quando um 
amor vai embora” (risos). 
 Não obstante, seja pelo tempo de contato ou pela emoção, a aprendizagem tem 
sua potencialização se o conteúdo trouxer ao sujeito um significado, o teórico Alemão, 
Alzubel cunhou a teoria da aprendizagem significativa, onde defendeu a relação afetiva 
no processo de ensino e aprendizagem, assim como Henri Wallon. 
 Um expoente da educação Brasileira, inclusive que leva o título de patrono da 
educação, o educador Paulo Freire, internacionalmente reconhecido pelo método de 
aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos, já apresentou a melhor forma de 
relacionar os conteúdos e objetos da aprendizagem pela contextualização. 
 Sabe-se que algumas pessoas têm dificuldades ou transtornos de aprendizagem 
o que compromete o processo de aquisição de novas informações, ela pode ser causada 
por questões globais ou específicas. Cabe aqui diferenciar estas complicações, sendo 
as dificuldades de aprendizagens questões ao ambiente externo no aluno, sejam 
estruturas físicas, iluminação, imobiliário, ausência de alimentos ou despreparo dos 
docentes. (DOCKRELL; MCSHANE, 2007). 
 Por outro lado, temos as questões internas dos de cada pessoa, como transtornos 
que podem ser globais do desenvolvimento, como síndrome de Dawn, Transtorno 
Opositor Desafiador, Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção, Síndrome de 
Rett, ou questões específicas da aprendizagem como: Dislexia, Discalculia, Disgrafia, 
Disortografia, Disritmia entre outros (FUENTES; MALLOY-DINIZ, CAMARGO; 
FUENTES, 2008). Desta forma, deixo aqui uma reflexão, é possível um professor, sem 
nunca ter ouvido falar em neurociências ou processos neurofisiológicos, desempenhar 
uma ação pedagógica efetiva junto ao seu aluno, sem compreender como o cérebro 
aprende? 
 
 SAIBA MAIS 
 
Já ouviu falar em Neuroplasticidade? Sabia que o processo de aprendizagem 
pode ocorrer em níveis e situações bem adversas? Do ramo das neurociências atua no 
processo de estimulação cognitiva para melhorar o desempenho de alguma função ou 
com a reabilitação neurológica, para resgatar ou manter funções comprometidas. É 
promover no cérebro a neurogênese, ou seja, a produção de novas conexões sinápticas. 
 
Fonte: FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L.F.; CAMARGO, C.H.P. & COSENZA, R.M. 
Neuropsicologia: teoria e prática. São Paulo: ArtMed, 2008. 
 
 #SAIBA MAIS# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFLITA 
 
Aprendizagem é a única coisa que a mente não se cansa, nunca tem medo e 
nunca se arrepende. 
 
Albert Schweitzer. 
 
 
#REFLITA # 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A indagação é difícil de ser respondida não é mesmo. Ao longo desta unidade 
podemos ter acesso ao funcionamento do cérebro, além de compreender as estruturas 
e áreas corticais que fazem parte desta arte de aprender. O descortinar dos mistérios 
que estão envolto no cérebro, faz com que consigamos minimizar os impactos externos 
no processo de aprendizagem. 
 A educação, assim como o aprender está presente em todas as fases da nossa 
vida, o que nos faz aprimorar o nosso desenvolvimento e promover as transformações. 
Todo o aprendizado se faz presente nas memórias daquilo que sabemos e que 
vivenciamos, além do mais estas memórias é que nos move e nos permite recordar e 
preservar a nossa própria existência. 
 Memória e aprendizagem são quase sinônimas, haja visto que um está 
intrinsecamente ligado ao outro, ou seja, toda memória é um conhecimento oriundo de 
uma informação que decodificada pelo cérebro, no exato momento em que foi 
identificado pelos órgão de sentido. E desta forma, servirá de base para que haja a 
ancoragem de uma nova informação que promoverá o ciclo novamente. Isso mesmo, 
aprender é a eterna arte de memorizar. 
 Enquanto, há capacidade cognitiva e fisiológica do cérebro em armazenar as 
informações, temos que potencializá-las pois além de dificuldades externas e internas 
que podemos ter para aprender, ainda se tem que se preocupar com o “alemão” 
Alzheimer, que se chegar poderá levar um pouco das recordações. Mas não podemos 
esquecer de que um carinho, afeto e significado, contribui muito para cristalizar um bom 
conhecimento. 
 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
12. Super-memória – Revista Superinteressante 
Link: https://super.abril.com.br/comportamento/12-super-memoria/ 
 
A Teoria da Aprendizagem Significativa e o jogo 
Link: https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n57ID21088 
 
https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n57ID21088
 
LIVRO 
. 
• Título: Aprendendo Inteligência: Manual de instruções do cérebro para estudantes em 
geral: 1 
• Autor: Pierluigi Piazzi. 
• Editora: Aleph. 
• Sinopse: Durante muito tempo, acreditou-se que a inteligência fosse uma característica 
inata. O fator genético era considerado bem mais influente do que o fator ambiental. 
Porém, devido aos avanços da neurociência, ficou demonstrado que inteligência, talento 
e vocação são características que podem ser adquiridas com facilidade e um pouco de 
esforço. Neste livro, dedicado aos estudantes de todos os níveis, o Pierluigi Piazzi 
(conhecido carinhosamente pelos seus alunos como Prof. Pier) ensina a usar a 
inteligência para se tornar uma pessoa mais inteligente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
• Título: Divertida Mente (Inside Out) 
• Ano: 2015. 
• Sinopse: No filme, a menina Riley passa por diversas emoções ao se mudar do Meio-
Oeste dos EUA para San Francisco. As emoções - Alegria (Amy Poehler), Medo (Bill 
Hader), Raiva (Lewis Black), Nojo (Mindy Kaling) e Tristeza (Phyllis Smith) - moram 
no Quartel-General, o centro de controle dentro da mente de Riley, onde eles a ajudam 
com conselhos diariamente. Enquanto Riley e suas emoções se esforçam para se ajustar 
à nova vida em San Francisco, a turbulência no Quartel-General aumenta. Embora 
Alegria,a principal e mais importante emoção de Riley, tente pensar positivo, as 
emoções entram em conflito sobre como navegar pela nova cidade, a nova casa, a nova 
escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
ABNEURO. Ansiedade e estresse estão agravando os problemas de memórias. 
Disponível em: https://www.abneuro.org.br/post/ansiedade-e-estresse-est%C3%A3o-
agravando-problemas-de-mem%C3%B3ria. Acesso em: 03 fev. 2021. 
 
BARTLETT, F. Remembering: a study in experimental and social psychology. 
Cambridge: Cambridge University, 1995. 
 
COSENZA, R. M. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: 
Artmed, 2011 
 
DAMÁSIO, A. R. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Companhia das Letras, 
2011. 
 
DOCKRELL, Julie. MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de Aprendizagem: 
Uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
 
DUARTE, Frank. Aluno Significado e Professor Significante. Campo Mourão: 
Artesã, 2017. 
 
FUENTES, D.; MALLOY-DINIZ, L.F.; CAMARGO, C.H.P. & COSENZA, R.M. 
Neuropsicologia: teoria e prática. São Paulo: ArtMed, 2008. 
 
GIUSTA, Agnela da Silva. Concepções da Aprendizagem e práticas pedagógicas. 
Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 29, n. 01, p. 17-36, mar. 2013 
 
ISQUIERDO; FURINI. Memória: tipos e mecanismos – Achados recentes. Revista 
USP. São Paulo • n. 98 • P . 9-16 • junho/julho/agosto, 2013. 
 
IZQUIERDO, I. Memória. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
 
KANDEL, Eric. Princípios da Neurociências. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
LEIBING, A. - Antropologia de uma doença orgânica: doença de Alzheimer e fatores 
culturais. In: Cadernos IPUB, Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ed.): Envelhecimento e 
Saúde Mental - Uma Aproximação Multidisciplinar, 1997;10:157-74. 
 
LOMBROSO, Paul. Aprendizado e memória. Atualização. Brazz. J. Psychiatry 26(3), 
set 2004. 
 
MARCO A. PRADO; IVÁN IZQUIERDO. Envelhecimento e memória: foco na doença de 
Alzheimer. Revista USP. São Paulo, n.75, p. 42-49, setembro/novembro 2007. 
 
MARINHO, V.; LAKS, J.; ENGELHARDT, E. - Aspectos neuropsiquiátricos das 
demências degenerativas não-Alzheimer. Revista Brasileira de 
Neuropsicologia 1997;33(1):31-7. 
https://www.abneuro.org.br/post/ansiedade-e-estresse-est%C3%A3o-agravando-problemas-de-mem%C3%B3ria
https://www.abneuro.org.br/post/ansiedade-e-estresse-est%C3%A3o-agravando-problemas-de-mem%C3%B3ria
 
 
PIAZZI, Pierluigi. Aprendendo Inteligência. 2ª edição. São Paulo: Soya, 2012. 
 
SOUZA ; SALGADO. Memória, aprendizagem, emoção e inteligência. Revista 
Liberato. Nova Hamburgo, v.16, n. 26, p.101-220. Jul/dez. 2015 
 
Strauss, E.; Sherman, E. M.S.; Spreen, O. A. Compendium of Neuropsychological 
Tests. Third Edition. New York: Oxford Universty Press, 2006. 
 
VALLE, Luiza; REIMÃO, Rubens. Sono e aprendizagem. Revista Psicopedagogia. 
vol.26 no.80 São Paulo 2009. 
 
 
 
UNIDADE III 
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS I 
Professor Mestre Frank Duarte 
 
 
Plano de Estudo: 
• Conceitos de inteligência; 
• Tipos de inteligências; 
• As teorias das múltiplas inteligências; 
• Teoria das múltiplas inteligências: implicações e aplicabilidades na escola. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar inteligência e seus diversos contextos; 
• Compreender os tipos de Inteligência e suas singularidades; 
• Evidenciar a importância da Teoria das Múltiplas inteligências para o contexto 
educacional. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 E aí, você se sente inteligente? Será que ela pode ser medida ou quantificada? 
Nascemos com inteligência ou vamos desenvolvendo essa capacidade? Se a 
inteligência é hereditária como explicamos aquelas pessoas que se destacam em 
algumas áreas e outras não. Pois é, todos estes inculcamentos estão presentes quando 
pensamos, discutimos e aprendemos sobre inteligência. 
 Desde da década de 30, quando se pensou em quantificar a inteligência por meio 
de escalas de quociente, muitas figuras ilustre receberam a classificação como forma de 
enaltecer sua trajetória ou feitos, dentre eles estão Einstein, Da Vinci, Michelangelo, 
Steven Spielberg e Santos Dumont. 
 A menção ao QI, sempre esteve atrelado a um potencial que dá ao sujeito 
“superpoderes”, e o é colocado num pedestal como alguém completamente bem 
resolvido e contemplado, o que se sabe que não tem disso, toda a verdade. Pelo 
contrário, pessoas que apresentam um QI (Quociente de Inteligência) alto, tendem a 
desenvolver uma QE (Quociente Emocional) abaixo do esperado, o que compromete 
outras áreas do desenvolvimento. Isso implica em minimizar a potencialidade das 
habilidades das IM (Inteligências Múltiplas). 
 No entanto, como entender melhor o QI ou QE, e a relação com a forma de pensar 
e compreender o sujeito? As especificações e detalhamento de cada um deles e como 
podemos aplicar no dia a dia, em especial no ambiente educacional, será tratado nesta 
Unidade. Está preparado(a) para viajar nas teorias das inteligências e desvendar os 
desdobramentos das múltiplas inteligências no âmbito educativo? Sim. Então vem 
comigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 CONCEITO DE INTELIGÊNCIA 
 
 
Fonte: Imagem do Tópico: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/emotional-intelligence-
thoughtful--woman-thinking-1100247800 
 
 Conta a história que certa vez, num vilarejo havia um rapaz que todos faziam 
piada. Um belo dia um homem se aproximou dele e lhe apresentou duas moedas, uma 
de 50 centavos e outra de 5 centavos e pediu para que ele escolhesse. O rapaz pegou 
a de 5 centavos, e o homem riu da sua atitude. No dia seguinte o homem reuniu diversas 
pessoas e teve a mesma atitude e o rapaz repetiu a ação. 
 A passaram dias, semanas e meses, sempre o homem fazia-lhe a proposta, e o 
rapaz pegava a moeda de 5 centavos. Um certo dia, o homem já injuriado, perguntou ao 
rapaz. “-Mas você é muito burro! Você não sabe que a moeda de 50 centavos tem mais 
valor que a de 5?” E o rapaz disse: “– Sim eu sei que é.”. E então por que você não a 
pega logo?” replicou o homem. Então o rapaz abriu um sorriso e disse tranquilamente. “- 
Por que o dia que eu pegar a de 50 centavos, o senhor para de me dar moedas!” 
 Essa ligeira história, é nosso ponto de partida para dialogarmos sobre inteligência 
e o quanto ela é representada nas pessoas, e o que elas fazem com a capacidade que 
tem. 
 Partindo da epistemologia da palavra “inteligência” sua origem está na junção 
de duas palavras latinas: inter = entre e eligere = escolher, que no seu sentido mais 
amplo, significa a capacidade cerebral pela qual conseguimos penetrar na compreensão 
das coisas escolhendo o melhor caminho. A formação de ideias, o juízo e o raciocínio 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/emotional-intelligence-thoughtful-
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/emotional-intelligence-thoughtful-
 
são frequentemente apontados como atos 
essenciais à inteligência. A inteligência é resumida pelo pequeno dicionário ilustrado 
brasileiro da língua portuguesa como “a faculdade de compreender”. (ANTUNES, 2015). 
 Galton (1865) iniciou os estudos estatísticos de inteligência e a definiu como 
“faculdade que os gênios têm e os idiotas não tem”. Desde os tempos de Galton, os 
psicometristas tentam explicar as diferenças de performance intelectual entre crianças 
como sendo resultante da diferença na quantidade de “inteligência”. 
 Nunca houve um consenso sobre o significado da “inteligência”, porém em 1921, 
no Jornal da Psicologia Educacional, diferentes psicólogos de várias teorias reuniram-se 
e apesar de grande relação entre suas definições, ainda hoje o que se vê são definições 
e concepções sobre a inteligências, bastante diferentes (STERNBERG; DETTERMAN, 
1986 apud DOCKRELL; MCSHANE, 2007, p. 21). 
 Seguindo uma visão tradicionalista, Travassos (2001) afirma que a inteligência já 
foi conceituada como uma capacidade inata do indivíduo, um atributo do qual o ser 
humano dispõe para responder a testes de inteligência,

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