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Primeira Avaliação de Direito Constitucional: princípios republicano e federativo – turma B (27 de abril de 2022) – Professor Maurício Muriack – Uniceub. 
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) nos itens objetivos a seguir, sendo expressamente vedado marcar todos os itens com o mesmo signo, ou, ao menos, 80% de todos os itens, com a mesma tipologia de assinalação, sob pena de anulação da pontuação dos itens assinalados de forma errática.
(é vedado fazer marcações grandes, rasuras e colocar qualquer tipo de gabarito dentro ou fora desta prova):
(  F ) Leia a seguinte decisão do Supremo Tribunal Federal: “O postulado republicano – que repele privilégios e não tolera discriminações – impede que prevaleça a prerrogativa de foro, perante o STF, nas infrações penais comuns, mesmo que a prática delituosa tenha ocorrido durante o período de atividade funcional, se sobrevier a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou réu no cargo, função ou mandato cuja titularidade (desde que subsistente) qualifica-se como o único fator de legitimação constitucional apto a fazer instaurar a competência penal originária da Suprema Corte (CF, art. 102, I, b e c). Cancelamento da Súmula 394/STF (RTJ 179/912-913). Nada pode autorizar o desequilíbrio entre os cidadãos da República. O reconhecimento da prerrogativa de foro, perante o STF, nos ilícitos penais comuns, em favor de ex-ocupantes de cargos públicos ou de ex-titulares de mandatos eletivos transgride valor fundamental à própria configuração da ideia republicana, que se orienta pelo vetor axiológico da igualdade. A prerrogativa de foro é outorgada, constitucionalmente, ratione muneris, a significar, portanto, que é deferida em razão de cargo ou de mandato ainda titularizado por aquele que sofre persecução penal instaurada pelo Estado, sob pena de tal prerrogativa – descaracterizando-se em sua essência mesma – degradar-se à condição de inaceitável privilégio de caráter pessoal” (Inq 1.376 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 15-2-2007, P, DJ de 16-3-2007). A leitura de tal julgado leva à conclusão de que todo privilégio de foro – também denominado de “foro por prerrogativa de função pública” -, mesmo quando previsto na Constituição, malfere os ideais republicanos.
( V ) Pode-se afirmar que a decisão do STF abaixo epigrafada menciona um dos princípios constitucionais de regência das relações internacionais: “Raça e racismo. A divisão dos seres humanos em raças resulta de um processo de conteúdo meramente político-social. Desse pressuposto origina-se o racismo que, por sua vez, gera a discriminação e o preconceito segregacionista. (...) Adesão do Brasil a tratados e acordos multilaterais, que energicamente repudiam quaisquer discriminações raciais, aí compreendidas as distinções entre os homens por restrições ou preferências oriundas de raça, cor, credo, descendência ou origem nacional ou étnica, inspiradas na pretensa superioridade de um povo sobre outro, de que são exemplos a xenofobia, ‘negrofobia’, ‘islamafobia’ e o antissemitismo” (HC 82.424, rel. p/ o ac. min. Maurício Corrêa, j. 17-9-2003, P, DJ de 19-3-2004).
( V ) Segundo Norma Constitucional expressa, “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”. Nesse sentido, o fenômeno dos “BRICS” não se amolda à descrição da norma constitucional epigrafada, porque os “BRICS” não configuram uma comunidade de nações.
( V ) A Constituição Republicana de 1891 configurou um tipo de federalismo dual, mas, atualmente, a Constituição em vigor descreveu um federalismo cooperativo.
( ) A decisão do STF abaixo epigrafada revela que não existe uma incompatibilidade inconciliável entre a autonomia municipal e a competência estadual para a criação de regiões metropolitanas: “A CF conferiu ênfase à autonomia municipal ao mencionar os Municípios como integrantes do sistema federativo (art. 1º da CF/1988) e ao fixá-la junto com os Estados e o Distrito Federal (art. 18 da CF/1988). A essência da autonomia municipal contém primordialmente (i) autoadministração, que implica capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou aprovação hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a eleição do chefe do Poder Executivo e dos representantes no Legislativo. O interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal. O mencionado interesse comum não é comum apenas aos Municípios envolvidos, mas ao Estado e aos Municípios do agrupamento urbano” (ADI 1.842, rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-3-2013, P, DJE de 16-9-2013).
( F ) Segundo decisão do STF, “com o advento da EC 57/2008, foram convalidados os atos de criação de Municípios cuja lei tenha sido publicada até 31-12-2006, atendidos os requisitos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação” (ADI 2.381 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 24-3-2011, P, DJE de 11-4-2011). Tal decisão significa que Municípios criados por lei estadual após a data de 31 de dezembro de 2006 podem ser convalidados pelo Tribunal de Justiça local no Estado onde o município novo foi criado.
( V ) A decisão do STF abaixo transcrita significa que atualmente se considera existir terreno de marinha de propriedade da União em ilhas costeiras ou oceânicas que sejam sedes de municípios: “(...) Ao equiparar o regime jurídico-patrimonial das ilhas costeiras em que sediados Municípios àquele incidente sobre a porção continental do território brasileiro, a EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da CR, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios, incólumes as relações jurídicas daí decorrentes” (RE 636.199, rel. min. Rosa Werber, j. 27-4-2017, P, DJE de 3-8-2017, Tema 676).
(F ) Segundo a doutrina e a jurisprudência, a faixa de fronteira (ou “zona de fronteira”) não configura um bem público da União, nada impedindo que a União seja proprietária de bens nessa área, excluída a propriedade de terras devolutas nessa faixa de fronteira, uma vez que as terras devolutas são bens estaduais 
( ) É correto afirmar que compete à União criar o Fundo Constitucional do Distrito Federal – FCDF, o qual servirá para financiar despesas públicas com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal. 
( ) É permitido à lei municipal dispor sobre a proteção e defesa do consumidor, mesmo que de forma suplementar à lei estadual e à lei federal.
( ) É correto afirmar que a Lei Federal nº 13.640, de 26 de março de 2018, epitomada popularmente de “lei do Uber”, pois regulamenta o “transporte remunerado privado individual de passageiros”, invadiu competência dos estados-membros remanescente para legislar sobre o tema “transporte privado de pessoas”.
( V ) A emenda constitucional nº 83/2014, ao acrescentar o artigo 92-A ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, adicionou o prazo adicional de 50 anos para o funcionamento da “zona franca de Manaus”, a qual é uma iniciativa constitucional que pode ser relacionada ao federalismo cooperativo.
( F ) É correto afirmar que a lei complementar federal que cria novos territórios federais ou cria novos estados-membros deve ser obrigatoriamente originada de iniciativa popular, na forma da Constituição.
( F ) a periodicidade, a eletividade, a distinção entre o patrimônio e o interesse público e o interesse privado configuram as únicas características ideiais da forma de governo republicana.
( ) Prevalece no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que o Distrito Federal é uma entidade federativa sui generis, nem Estado-Membro e nem Município, embora mais próximo dos Estados-Membros
( ) Compete à União obrigatoriamente delegar aos Estados e ao Distrito Federal a legislação regulamentadora do serviço público de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
( ) A criação de territórios federais deve ser antecedida da votação pelo Congresso Nacional de uma Lei Orgânicado Território Federal e da eleição da Câmara Territorial
( ) É vedado aos Municípios atuar na educação infantil.
( ) A Constituição autoriza à lei federal estabelecer limites à propaganda, em programas de rádio e televisão, acerca de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
( ) Pertence aos Estados-Membros a competência constitucional para criar impostos residuais.
( F ) Pertencem aos quilombolas as reservas indígenas.
( V ) È bem da união a cavidade natural em território brasileiro.
( ) Compete à União legislar sobre “metalurgia” e “informática”.
( ) Compete aos Municípios legislar sobre assunto de interesse local em matéria ambiental.
( F ) Compete aos Territórios Federais exercer soberania em seu espaço geográfico.
( ) Compete aos Estados-Membros legislar sobre o serviço local de gás canalizado.
( ) Compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior.
( ) Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de contratações e licitações administrativas.
( V ) Compete à União exercer o papel de pessoa jurídica de direito público internacional em nome da República Federativa do Brasil, vinculando os demais entes federativos.
( ) Compete exclusivamente à União - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.
Questão subjetiva (vale 1 ,0):
Enumere e explique brevemente 2 (duas) características ideais da forma de estado federativa 
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