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São fármacos utilizados para pacientes que têm diabetes (I, II ou estacionária). Diabetes mellitus É um grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia resultante e defeitos na secreção ou na ação da insulina ou em ambas. A HIPERGLICEMIA CRÔNICA PODE CAUSAR DANOS SECUNDÁRIOS EM MÚLTIPLOS ÓRGÃOS, COMO, NEFROPATIA, RETINOPATIA, NEUROPATIA E COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES. É considerada a partir da avaliação da hemoglobina glicada (HbA1C) e do índice glicêmico >126. Está associada a diversos fatores, como: - Sedentarismo - Envelhecimento populacional - Rápida urbanização - Transição epidemiológica O PRINCIPAL FATOR DE RISCO PARA A DM É A OBESIDADE. SINTOMAS CLÁSSICO DA DM - Poliúria - Polidipsia (sede excessiva) - Perda não explicada de peso CLASSIFICAÇÃO DE DM 1) Diabetes tipo 1 - deficiência absoluta de insulina devido à destruição das células B. Portanto, devido a redução da insulina, não haverá captação de glicose pela célula. • O pâncreas deixa de responder à glicose e o pcte apresenta os sintomas clássicos de deficiência de insulina: poliúria, polidipsia (sede excessiva), perda não explicada de peso. • Tratamento para controlar da hiperglicemia - insulina exógena 2) Diabetes tipo 2 ou Diabetes adquirida - caracterizado por uma resistência à insulina (dificuldade para que a insulina exerça o seu papel biológico) e deficiência parcial na secreção de insulina. • O pâncreas mantém alguma função das células beta, mas a secreção de insulina é insuficiente para manter a homeostasia da glicose diante da crescente resistência à insulina. • Essa resistência está associada ao estilo de vida (sedentarismo, alimentação inadequada e estresse) • Tratamento não-farmacológico - consiste na mudança de vida e adoção de hábitos saudáveis • Tratamento farmacológico - por via oral ou injetável, como também, o uso de insulina. EMBORA O PCTE DO TIPO 2 PRODUZA INSULINA, COM O DECORRER DO TEMPO, O CURSO DA DOENÇA GERA UM TRANSTORNO QUE DIMINUI A POSSIBILIDADE DO PÂNCREAS PRODUZIR INSULINA, TORNANDO-O INSULINODEPENDENTE. 3) Diabetes gestacional - consiste em condição diabetogênica. • A placenta passa a produzir hormônios hiperglicemiantes (lactogênio, placentário, cortisol e prolactina) e enzimas placentárias que degradam a insulina. • Esses hormônios produzidos pela placenta fazem com que haja a diminuição da ação da insulina e resistência à insulina. Com isso, há o aumento compensatório na produção de insulina, podendo evoluir para a disfunção das células B. COMPLICAÇÕES A LONGO PRAZO DO DIABETES - AVE - Hipertensão - Nefropatia diabética - Neuropatia diabética - Retinopatia diabética - Infarto do miocárdio - Gangrena - Isquemia das extremidades inferiores Pâncreas Possui função exócrina e endócrina, no qual a função endócrina irá produzir: a) Somatostatina, pelas células gama b) Insulina, pelas células B c) Glucagon, pelas células alfa Esses hormônios possuem papel importante no controle da glicose: • Quando o indivíduo está em jejum, há diminuição do nível de insulina e aumento dos níveis de glucagon (aumenta a produção de glicose no fígado - glicemia de jejum). • Já após uma refeição, haverá diminuição de glucagon e aumento dos níveis de insulina devido estimular a captação de glicose pelos tecidos periféricos (músculo e tecido adiposo). LIBERAÇÃO DE INSULINA • O principal estímulo para a síntese e liberação de insulina é a própria glicose. As células beta do pâncreas captam a glicose na corrente sanguínea, a glicose entra na célula, sofre o processo de respiração celular, produzindo ATP. O aumento dos níveis de ATP na célula irá bloquear o canal de potássio sensível ao ATP, fazendo com que o potássio (molécula positiva) se acumule em seu interior, ocorrendo um processo de despolarização. Essas células despolarizadas liberam cálcio, por meio da abertura do canal de cálcio sensível à voltagem. A partir daí, o cálcio entra dentro da célula, contribuindo para a liberação da insulina (exocitose das vesículas). A insulina, uma vez liberada irá se ligar ao seu receptor (receptor catalítico -tirosina cinase - formado por 2 unidades alfa e 2 unidades beta, ocorrendo uma alta fosforilação, onde irá acontecer a fosforilação de proteína IRS (proteína substrato do receptor de insulina), uma vez fosforilada, irá ativar a via IP3K-AKT ativando a vesícula GLUT4, sendo translocada para a superfície da membrana para poder permitir a entrada de glicose dentro da célula. (IMPORTANTE: Isso só ocorre no tecido adiposo e no músculo) Insulina (hormônio proteico) • Possui ação anabólica (síntese), estimula a síntese de glicogênio, proteínas e triglicerídeos. • Tecido adiposo - aumenta a captação de glicose e a síntese de triglicerídeos e diminui a lipólise (quebra de lipídios) • Músculo esquelético - aumenta a captação de glicose, aumenta a síntese de glicogênio e proteínas. • Fígado - inibe a gliconeogênese (produção de glicose) e glicogenólise (quebra de glicogênio) e síntese de glicogênio. EFEITOS DA AUSÊNCIA DE INSULINA OU INEFICÁCIA DOS SEUS EFEITOS • Aumento da liberação de ácido graxo livres a partir da lipólise (quebra dos triglicerídeos) • Quebra de proteínas e aumento de aminoácidos plasmáticos • Redução na captação da glicose pelo músculo e tecido adiposo • Não ocorre a inibição da gliconeogênese e glicólise, ou seja, o fígado continua produzindo glicose e liberando na corrente sanguínea. Essa ação catabólica nas proteínas e triglicerídeos estimula mais produção de glicose pelo fígado, tendo desenvolvimento de hiperglicemia crônica, ou seja, diabetes. Hipoglicemiantes São fármacos que promovem tratamento de pacientes que possuem diabetes (tanto tipo 1 como a tipo 2). Além disso, evitam complicações como gangrena nos membros inferiores, danos oculares, danos renais, infarto do miocárdio, isquemia das extremidades. • Tratamento de DM I - insulinoterapia plena. • Tratamento de DM II - dieta + exercícios; A.D.O (anti diabético oral - monoterapia); A.D.O (combinações); A.D.O + insulina. Secretagogo - aumentam a secreção de insulina pelas células B 1) Sulfonilureias (ação lenta) • Glibenclamida, Glimepirida*, Glipizida*, Gliclazida*, Glimepirida*, Clorpropamida - aumenta a secreção de insulina pelas células B. • Possui início de ação mais lento e efeito prolongado (devido a um atraso na secreção de insulina após alimentação) • Mecanismo de ação/alvo molecular: bloqueiam os canais de potássio sensível a ATP. • Efeitos adversos: hipoglicemia (mais intensa em idosos com comprometimento da função hepática e renal) e aumento de peso (devido ao efeito anabólico da insulina). A EFICÁCIA DAS SULFONILUREIA TENDE A SE REDUZIR COM O TEMPO DE USO. 2) Biguanida - sensibilizadores da ação de insulina • Metformina (pode ser de liberação imediata ou prolongada) - é o fármaco de 1° escolha para o tratamento de DM tipo II. Sua ação é diminuir a resistência/sensibilidade à insulina nos tecidos alvos (fígado, músculo e tecido adiposo, aumentando a captação de glicose) e, não atuam nas células B estimulando a liberação de insulina. • Mecanismo de ação: entra por um canal para dentro da célula ativando a AMPK, que irá atuar em alvos intracelulares, permitindo que as vias da insulina sejam atingidas. • Não causam hipoglicemia (são agentes euglicemiantes) • Vantagem: utilizados em pctes obesos visto que não aumentam peso corporal (não estimula liberação de insulina). • Efeitos indesejáveis: náuseas, indigestão, cólicas, distensão abdominal, diarreia e redução da absorção de vit. B12 (pcts com anemia precisa-se de reposição da vitamina). • Essas alterações vão sendo diminuídas com o tempo, podendo iniciar com doses baixas e depois ir aumentando para amenizar os efeitos. DEVE SER INDICADO PARA TODOS OS PACIENTESDIABÉTICOS SEM INTOLERÂNCIA OU CONTRAINDICAÇÃO (TRATAMENTO DE 1° LINHA DE DM 2). 3) Inibidores da alfa-glicosidase • Acarbose - diminui a velocidade de absorção da glicose no intestino. • Mecanismo de ação: inibe a enzima a-glicosidase que está localizada na borda do intestino, reduzindo a velocidade de absorção dos carboidratos e, consequentemente, diminui a taxa de elevação pós- prandial - pico glicêmico - (após a refeição) da glicose plasmática. • Efeitos adversos: má absorção, flatulência, diarreia, distensão abdominal (efeitos potencializados quando a dieta for rica em carboidratos). • Estes agentes não alteram os níveis de insulina, logo, não causam hipoglicemia se usados em monoterapia. 4) Inibidor da SGLT2 • Dapagliflozina, Empagliflozina*, Canagliflozina e Ertugliflozina - atua a nível renal • Mecanismo de ação: atuam inibindo uma proteína transportadora (SGLT2), logo, irá impedir a reabsorção de glicose a nível renal, ou seja, a glicose fica nos túbulos renais, assim, esse fármaco irá promover a glicosúria (excreção de glicose pela urina). • Vantagens: promove a redução da PA, visto que não haverá a reabsorção de sódio; redução de peso; baixa incidência de hipoglicemia quando utilizado em monoterapia ou em combinação com metformina. • A dapagliflozina está sendo muito utilizada em associação a metformina (tratamento de diabetes tipo II) • Efeitos adversos: sede, maior frequência urinária, constipação, náuseas, aumento da incidência de candidíase vaginal (devido passagem de glicose, sódio - meios de cultura) e aumento da taxa de infecções do trato urinário; câncer de bexiga (raro). SGLT2 É UMA PROTEÍNA TRANSPORTADORA, LOCALIZADO NA BORDA DO INTESTINO, SENDO RESPONSÁVEL PELA REABSORÇÃO DE SÓDIO E GLICOSE. Incretinas São hormônios secretados pelas células endócrinas do epitélio intestinal. • São liberados pelas células do epitélio intestinal em resposta a ingestão de alimentos • GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon) - secretado pela célula L; uma vez liberado, cai na corrente sanguínea, indo para as células B estimular a liberação de insulina. • DPP-4 - enzima presente no nosso organismo que destrói GLP-1 AÇÕES DA INCRETINA • Pâncreas - aumenta a secreção de insulina (depende de glicose - associada a alimentação/ isso evita hipoglicemia) e reduz a liberação de glucagon (menor redução de glicose a nível hepático). • SNC - aumenta a saciedade e diminui o apetite (reduz o peso corporal) • Estômago - diminui o esvaziamento gástrico • Músculos, tecido adiposo e fígado - diminui a resistência à insulina e reduz as citocinas inflamatórias ANÁLOGOS E AGONISTAS DE GLP-1 São fármacos com estrutura semelhante a GLP-1 que se ligam ao seu receptor mimetizando a GLP-1. • Exenatina-4 (primeiro que surgiu no mercado, via SC, 2x ao dia diminuindo adesão) • Liraglutida (1x ao dia, por se ligar a albumina e aumentando sua biodisponibilidade) • Semaglutida (1x por semana) O USO DE OUTROS FÁRMACOS PODE SER AFETADOS PELO SEUS USOS, SENDO INDICADO USAR 1 ANTES PARA NÃO INTERFERIR NA ABSORÇÃO DOS MESMOS. INIBIDORES DA DPP-4 (GLIPTINAS) Fármacos que irão inibir a enzima que destrói a GLP-1. • Sitaglipina, Saxagliptina, Linagliptina, Vidagliptina e Alogliptina • Vantagens: administrado por via oral x ao dia e, em monoterapia, os inibidores de DPP-4 não provocam hipoglicemia • Monoterapia ou associação com: sulfonilureia, metformina, glitazona e insulina • Efeitos indesejáveis:sua inibição prolongada compromete o sistema imune; aumenta o risco de infecções no trato respiratório superior e infecção do trato urinário (a enzima DPP-4 está presente nos linfócitos, sendo recorrentes as infecções). Insulina • Único tratamento para DM tipo I • Pode ser utilizada para DM tipo II • Rápida degradação por VO (administrado via parenteral) • Via subcutânea - cria um pequeno depósito no local da injeção CLASSIFICAÇÃO • Quanto a origem - suína, bovina ou humana • Quanto ao tempo de ação/duração (+ utilizada) - ação ultra-rápida, rápida, intermediária e prolongada TIPOS DE INSULINA O tipo de insulina que deve ser administrado depende do paciente, do tipo de diabetes e sua real necessidade. O pâncreas nunca para de liberar insulina, logo sempre há insulina circulante no sangue e essa taxa regular de insulina circulante é chamada de Insulina basal. 1) Insulina ultrarrápida e rápida (Insulinas Prandiais) • Corrigir hiperglicemia pós-prandial (após a refeição) • Age rápido e dura pouco tempo • Se toma a cada refeição • Faz os picos de insulina • Exemplos de ultrarrápida: Lispro, Asparte e Glulisina (1h - 1h30) • Exemplos de rápida: insulina regular (Humulin, Novolin) - é a mais utilizada e com menor custo, tem início de 30- 60min com duração de 5-8h. TEM MENOS ADESÃO DEVIDO O TEMPO ATÉ SUA AÇÃO, PODENDO PROMOVER HIPOGLICEMIA. 2) Insulina intermediária e longa (Insulinas Basais) • Mantém o nível mínimo basal de insulina na corrente sanguínea • Administrado geralmente a noite • Persiste por mais tempo • Exemplo de intermediária - NPH (início em 2-4h e duração de 10-18h) - por ter um pico de longa duração também não é o melhor para uso, por ser utilizada a noite indica comer algo antes para evitar efeitos hipoglicêmicos como: tremores e tontura. • Exemplo de longa - glargina (início em 2-4h com duração de 20-24h) - simula um estado basal da insulina, não havendo pico e evitando hipoglicemia no pcte. DETEMIR, ELE É UM ANÁLAGO DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA VISTO QUE DEPENDENDO DAS QUANTIDADES SEU TEMPO SERÁ DIFERENTE) AS INSULINAS DE LONGA DURAÇÃO DEMORAM PARA AGIR E NÃO ATINGEM PICO, LOGO, NÃO PODEM SER UTILIZADOS PARA CORREÇÃO DE HIPERGLICEMIA. EFEITOS ADVERSOS DA INSULINA • Hipoglicemia (tremores, maior probabilidade de queda e confusão mental) • Inchaço (acúmulo de gordura) • Reações de hipersensibilidade A INSULINA INALADA (AFREZZA) POSSUI INÍCIO IMEDIATO COM DURAÇÃO DE 1-2H.
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